Eu desabei bem ali acho que o choque foi tanto que nem tinha forças para soluçar, então as lagrimas escorreram silenciosamente, algo em minha mente me dizia para sair dali antes que alguém percebesse, não sei de onde tirei forças para me levantar e seguir meu caminho, sei que quando me dei conta estava em meu quarto,minhas criadas se alegraram em me ver , mas elas ficaram sérias porque viram que eu estava pálida,e começaram a me fazer perguntas ,que eu não entedia. Era como se estivesse assistindo TV, como se a cena estivesse acontecendo e eu não fizesse parte dela.

Elas pareceram ainda mais preocupadas e me deitaram na cama ,ainda estava em choque até – não sei como- eu pegar no sono.

Acordei no meio da noite, e tentei processar tudo o que tinha acontecido e não consegui dormir mais, até a hora do café que as criadas trouxeram no meu quarto, Anne disse:

- A senhorita vai tomar café?- Disse com uma bandeja na mão.

- Estou sem fome – Respondi.

Todas pareceram aliviadas, afinal tinha voltado a falar.

-O que aconteceu ontem à noite senhorita? – Perguntou Lucy com ar de curiosidade.

De verdade eu queria contar o que tinha acontecido, queria contar que estava assim por que vi o meu ex-namorado - ou sei lá o que  - morrer,mas eu não podia, então simplesmente não respondi.

-Mas a senhorita precisa comer – Falou Mary como se a pergunta de Lucy não tivesse existido.

Com tanta insistência eu comi um pouco, mas logo depois as dispensei. Fiquei tentando me conformar, mas não conseguia. Aspen deu a vida por mim! Depois de tudo que passei com ele como... como tudo podia terminar assim? No fim sempre acabava chorando, pensei na dor da família dele que provavelmente só agora estariam recebendo a notícia.  

Ouvi batidas na porta:

-Olá queridinha – Disse Silvia – ontem não consegui avisar você que precisa escrever uma carta aos seus pais para dizer que está tudo bem.

Assenti e logo depois Silvia seguiu seu caminho. Comecei a escrever a carta, disse que eu estava bem, o que mais falei na carta era se a família do Aspen já sabia o ocorrido e perguntei como estavam as coisas.

Já estava bem melhor que o dia anterior, mas ainda estava triste, na tentativa de me ver melhor minhas criadas tentaram de tudo, a melhor das ideias foi jogar baralho que me animou um pouco mais.

A noite jantei no meu quarto, mesmo estando já melhor não tinha pique para descer e jantar com as meninas e a família real, talvez amanhã pudesse ir. A maior surpresa da noite foi quando ouvi as familiares batidas na porta:

- America ? – Disse Maxon.

A imagem dele me tranquilizava, achei que quando visse ele ficaria mais triste ou até desesperada.Ele se aproximo, eu estava senta da na cama então ele sentou do me lado.

-America você está bem? Parece meio abatida.

-Estou bem Maxon- disse pra ele com um sorriso forçado.

- Não te vejo desde o ataque... Naquele dia você me deu um belo de um susto.

Eu sorri e o abracei ele não demorou nem um segundo para retribuir o gesto, uma lágrima escorreu do meu rosto, mas ele nem percebeu.

-O que andou acontecendo? - falou ele com cara de preocupação – Você não aparece nas refeições, e suas criadas me falaram que você está meio triste. 

Então tinha sido elas que contaram, aquilo só me torturava mais, eu já tinha perdido Aspen e não queria perder Maxon, mas por outro lado queria contar a verdade a ele. Qual seria a reação de Maxon se soubesse a verdade?

-É sério Maxon já estou melhor. - Eu disse.

- Fico feliz em saber disso – Então ele sorriu e me deu um beijo.

Conversamos e nos divertimos, ele tinha sido quem mais tinha me deixado feliz desde a morte de Aspen, então chegou a hora dele ir embora:

- Preciso ir America. - Ele me deu um beijo e seguiu em direção a porta.

Naquele momento a coragem apareceu, eu tinha que aproveitá-la.

- Espere – ele se virou – Maxon preciso te contar uma coisa que está me incomodando.

  Era claro que ele sabia que tinha alguma coisa me incomodando, mas acho que ele só não esperava que eu fosse contar hoje.

- Quero te falar uma coisa...Não sei como você vai reagir...

Ele assentiu achando o começo da minha conversa meio estranha.

- Lembra do soldado Leger de Carolina ?

- Aquele que eu coloquei na porta do seu quarto? – Disse ele meio confuso.

- Sim ... ele, ele morreu.- Respondi tentando achar as palavras certas .

- É isso que está te incomodando America?

- Não Maxon, deixa eu terminar senão eu perco a coragem.

Fiz uma longa pausa e respirei fundo.

- Maxon, o soldado Leger era o meu ex-namorado.