Nightingale escrita por GiuhBatiston


Capítulo 26
Epilogo - Rest of My Life


Notas iniciais do capítulo

Amooores, não me matem que dessa vez o problema foi sério. Consegui queimar a fonte dos meus dois notes e ai tive que esperar receber pra poder comprar uma nova. Até tentei postar pelo celular, mas o nyah estava contra mim...

Então sem demora, ai vai o capítulo novo...



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O dia amanheceu ensolarado e com os pássaros cantando como não acontecia há muito tempo. Rolei para o lado me sentindo com preguiça e buscando forças para levantar. Abri meus olhos escaneando o quarto a minha volta. As paredes estavam nuas, a escrivaninha tinha apenas uma camada de poeira e o guarda roupa quase vazio gritava comigo. Em comparação, encostada num canto do quarto, malas e caixas guardavam toda a minha vida.

É isso aí, pensei. A partir de amanhã serei a mais nova residente na Brown. Mas hoje eu possuía um desafio muito maior: O baile de formatura. Dimitri havia me mandado o vestido que iria usar, entretanto, eu não poderia vê-lo até a hora de me arrumar. “Você vai gostar”, foi o que ele disse. Comecei a ficar nervosa ao pensar no que me esperaria após as férias. Lissa ficaria aqui enquanto eu deveria ir para a faculdade do outro lado do país. Quis enrolar o máximo possível com o único plano de vagar por Los Angeles por mais alguns dias antes de partir para a faculdade. Chegar lá um mês antes foi idéia de Luke, para que eu pudesse “conhecer o campus e os colegas. Aproveitar cada minuto da faculdade, por que o tempo voa”. Juro que tive vontade de dar um soco na cara dele nessa hora.

– Rose? – Lissa bateu de leve na porta.

– Entra. – respondi enquanto tentava prender meu cabelo de forma organizada. Ela entrou com o pequeno Lucas no colo. Ele já tinha crescido bastante e agora era visível a semelhança com Lissa. O cabelo loiro, o formato dos olhos e até o sorriso eram o dela. Do peste do Christian só mesmo os olhos azuis.

– Como ta meu príncipe hoje? – perguntei pegando-o dos braços dela.

– Agitado. Ele mal me deixou dormir à noite. – ela disse fazendo careta.

– Eu queria que você fosse ao baile. – respondi. Lucas riu da minha cara triste enquanto puxava meu cabelo.

– É por isso que estou aqui. Mamãe disse que pode ficar com ele por algumas horas para que eu e o Christian possamos ir ao baile. Vim pedir ajuda por que não tenho idéia do que vestir. – eu mordi meus lábios por uns instantes pensando no que fazer.

– Que tal darmos um pulinho no shopping? – pude ver seus olhos brilharem de empolgação. – Vamos passear com a tia Rose e a mamãe? – brinquei com Lucas que soltou uma gargalhada. Em meia hora estávamos no shopping, procurando pelas lojas algo que agradasse Lissa. Após percorrermos quase todo o setor feminino, ela finalmente achou um lugar que a agradava. Depois de experimentar mil vestidos, achamos um modelo sereia, num tom de rosa claro. Lissa saiu da loja saltitando igual uma criança de dois anos. Com filho ou sem filho, Lissa sempre seria Lissa. Esse pensamento me fez sorrir.

*******VA*******

Assim que voltei pra casa comecei a me preparar para o baile começando com o vestido. Tirei-o da caixa e deixei que escorregasse pela cama, perdendo o fôlego quando o vi por completo. Ele era um tomara que caia vermelho sangue, o corpete liso e bem justinho, mas a saia era armada com uns frisos. E ainda tinha um par de luvas brancas que iam até o cotovelo para acompanhar. Deixei o cabelo cacheado e o prendi em um semi rabo de cavalo, enquanto mantive o básico na maquiagem.

– Wow Rose! – exclamou Lissa quando nos encontramos no andar de baixo. – Você está tão... Uau! – ela parecia sem palavras.

– Você também está linda. – e estava mesmo. O vestido caira como uma luva no corpo esbelto de Lissa. Seu cabelo platinado estava puxado todo para o mesmo lado e preso atrás com uma presilha prateada. No seu pescoço um cordão com um pingente de gota que eu suspeitava ser um diamante. – Nem parece que teve um bebê há um mês e meio.

E aqui estávamos nós. Formatura, o principal rito de passagem para a vida adulta. E Lissa estava ao meu lado como sempre tinha estado e sempre estaria. Um filme se passou pela minha cabeça enquanto todos os momentos do colegial passavam por minha cabeça. Todas as festas, os campeonatos, as noites do pijama... O primeiro ano, quando eu e Mia éramos inimigas mortais, o meu relacionamento com o Adrian e o apoio que todos os meus amigos tinham me dado com a morte de meus pais. Todos os momentos tão vividos e importantes, gravados a ferro na minha mente, fez com que eu me perguntasse quem eu seria hoje se tudo tivesse ocorrido de forma diferente.

A campainha tocou, me arrancando do momento de melancolia. Christian estava vestido todo de preto exceto pela gravata vermelha. Logo atrás estava Dimitri, os cabelos soltos caindo no ombro, o terno alinhado com perfeição e uma echarpe azul petróleo no pescoço.

– Senhoritas. – ele disse fazendo uma reverência antes de me dar o braço, uma limusine nos esperando na porta da casa.

– Uau. Tradicional como todo baile de formatura. – brinquei. Dimitri riu sem graça, enquanto alcançava algo no bolso interno do casaco.

– Isso é pra você. – disse estendendo uma caixa de veludo preta. Ele a abriu para revelar um colar de prata envelhecida com um pingente em formato de rosa e um rubi no centro.

– Dimitri... Eu não posso aceitar, isso é demais. – era tão lindo e no entanto tão provavelmente caro... Eu não poderia aceitar.

– Isso é apenas o começo. – respondeu fechando a corrente no meu pescoço.

– Obrigada. – respondi com a voz embargada. – Obrigada pela noite que já está começando incrível.

O baile estava sendo num salão de um dos hotéis da família de Adrian. Uma pista de dança se encontrava exatamente no meio do salão, onde um lustre de cristais pendia. Ao redor da pista havia mesas com toalhas de linho egípcio e todas aquelas outras frescuras de gente rica. Em uma mesa no fundo do salão estavam meus amigos.

– Rose! – Adrian acenou quando me viu. Ao lado dele Sydney parecia deslumbrante em um vestido marfim com detalhes em preto. Quando me aproximei ele me deu um abraço apertado e um beijo na bochecha. – Você está deslumbrante.

– Você também não ta nada mal. – respondi. Adrian era o tipo de cara que mesmo sujo e esfarrapado não deixaria de ser bonito. Ele só não era o meu Dimitri. – E Sydney, uau... Você está incrível. – ela corou violentamente com o elogio.

– Você também está linda. – retribuiu, sorrindo docemente.

– Rose! – Mase me deu um abraço apertado. - Nem acredito que você trocou UCLA pela Brown. Espero que tenha comprado muitos casacos, a Pensilvânia não é nada como LA.

– Estou preparada, pode deixar. – respondi dando um soquinho de leve nele. Ficamos conversando quase que toda a noite. Quando num momento de fraqueza declarei meu amor por eles, Christian foi logo tirando sarro da minha cara.

– Nós também te amamos, monstra. – rebateu. Eu disse uma palavra de baixo calão que deixaria minha mãe com os cabelos em pé e faria de Abe o pai mais orgulhoso do mundo. Quando virei para o lado para reclamar com Dimitri, percebi que ele não estava lá. Nessa hora a música parou e alguém bateu no microfone.

– Boa noite senhoras e senhores. Acho que quase ninguém aqui sabe quem eu sou. Já tem alguns anos que tive minha própria festa de formatura, mas não poderia perder essa por nada. Vejam bem – disse após uma pausa – uma pessoa muito importante para mim está se formando hoje e é minha obrigação como namorado estar aqui. O que eu quero te dizer Rose, é que como você mesmo sabe, a vida nem sempre é fácil. Ela te prega peças, faz curvas inesperadas e muitas vezes te derruba pelo caminho. O importante é sempre se levantar e nunca desistir. E se algum dia você cair e perder a vontade de se levantar, eu estarei aqui pra te puxar pra cima. – ele deu outra pausa, enquanto pulava do palco. - Quero que saiba disso. Que eu te amo e quero estar ao seu lado cada vez que pegarmos um atalho errado, quando decidir fazer outra faculdade e mudar tudo na sua vida. Quando você decidir se jogar do precipício pra ver no que vai dar... Que é tipo o que eu to fazendo agora. Dando um salto de fé e esperando te encontrar do outro lado. – eu já estava com os olhos cheios de lágrimas quando ele começou a caminhar em minha direção. Quase que inconscientemente eu segui ao seu encontro e acabamos parados no meio da pista de dança. – Eu quero tudo com você, Rose. Os dias de calmaria e os de luta, as manhãs quentes de verão e as noites frias de inverno. Eu quero envelhecer ouvindo você me chamar de Camarada e me enchendo o saco por causa dos meus livros. Eu quero que você seja minha e somente minha. Aceita se casar comigo?

Eu soluçava enquanto as lágrimas rolavam por meus olhos, incapaz de pronunciar qualquer palavra, além de balançar a cabeça em concordância. Ele então me estendeu a mão com uma caixinha de veludo vermelha aberta onde se encontrava uma solitária, o circulo interno do anel girava, fazendo a pedra rodar.

– É lindo. – eu sussurrei enquanto ele o colocava no meu dedo, pra em seguida beijar minha testa e meus lábios. – Eu te amo. – sussurrei no ouvido dele. Dimitri me apertou contra seu corpo, seus dedos fazendo pressão nas minhas costelas.

– Eu te amo mais. – rebateu.

Horas mais tarde, quando enfim conseguimos fugir de Lissa, Dimitri me obrigou a colocar uma venda enquanto me levava para “um lugar memorável”, segundo ele. Após o que me pareceram horas dentro do carro, ele por fim estacionou e pegou nos braços, me conduzindo até certo lugar. Ouvi o barulho de uma porta rangendo, ao mesmo tempo em que meus sentidos foram invadidos pelo cheiro de velas aromáticas. Quando Dimitri tirou a venda percebi que estávamos na nossa cabana. A meia luz das velas criava um ambiente confortável e pétalas de flores estavam espalhadas por todo o lugar.

– Uau Dimitri... Isso é... É... Incrível.

– Só o melhor pra você, meu amor. – respondeu passando os braços por minha cintura. Eu virei para ele, admirando seus lindos olhos que pareciam chocolate na luz das velas.

– Eu não sei o que fiz para merecer você, mas devo ter feito muito bem. – respondi com um sorriso de orelha a orelha.

– Você nunca precisou fazer nada. Isso só é possível por que você é você e eu sou eu. Separados somos repletos de defeitos, como engrenagens que não funcionam. Mas quando estamos juntos... Nós trazemos o melhor do outro. Somos melhores graças ao outro. Duas partes de um inteiro. E eu te amo, e te amarei até o fim. – suas palavras atravessaram meu ser e eu me senti ser inundada por esse amor doce e perfeito. Dimitri estava certo. Nós éramos a melhor versão de nós mesmos graças ao outro. E nada nunca poderia mudar isso.


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Notas finais do capítulo

Então, ainda falta um capítulo extra, mas é basicamente isto meninas. Pra quem ainda não deixou um review ou recomendação, aproveite esta ultima oportunidade de fazer uma autora feliz. =D

Beijocas e até logo amores ;*