Just Wana Be With You escrita por natthy


Capítulo 8
Mentiras, flagras e mais mentiras




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( Bella )

Engoli aquela, me despedi rapidamente de Jéssica e fui embora. Eu não precisava ficar grilada com isso! Lembrei a mim mesma. Isso podia ser somente um boato. E além do mais, ele era um dos donos da faculdade. Não era alguém com quem realmente se devesse preocupar. Provavelmente, era só algum tipo de boato criado por alunos que não se deram tão bem assim com a escola. Até porque, se fosse o caso, teria policia e tudo mais perseguindo James. Não é permitido pessoas desse tipo lecionarem, certo?

- Alô. Terra chamando Bella! – Alice sacudiu a mão na frente do meu rosto.

- Hm, é... Oi, Alice. Foi mal. – Sorri, sem graça.

Saí da faculdade andando tão distraída que mal havia percebido que já estava na portaria do prédio.

Alice me lançou um sorrisinho malicioso.

- Pensando em quem, huh? – Indagou. – Algum professor gostoso?

- Não é ninguém, Alice - revirei os olhos. – Só estou meio preocupada... Sabe como é, apesar de ter sido meu primeiro dia de aula, já pude perceber que o modo de ensino aqui é bem mais avançado do que eu estou acostumada.

E então, assim que acabei de falar, travei.

Não estava nos meus planos mentir. E a mentira saiu tão facilmente que me assustei.

Bom, mas isso até que foi uma coisa boa. Alice não precisava saber que eu era uma medrosa. E também, eu tinha uma estranha sensação de já ter escutado o sobrenome “Denali” pela boca de Edward antes. E se ele realmente falou, eu também não recordava de tê-lo escutado dizer nada ruim sobre ninguém. Bom, a não ser sobre Rose...

Sacudi um pouco a cabeça, tentando me livrar do pensamento.

- Bella, eu estou indo almoçar com o Jasper; quer vir junto? Ah, e se você quiser, você pode aproveitar e pedir para ele tirar alguma duvida sua sobre a faculdade. Era sempre ele quem me explicava as coisas, quando eu não entendia...

- É, pode ser – Sorri. – Eu já estava mesmo pensando nisso... E além do mais, eu estou mesmo com saudade dele. – Disse. E só a última parte não era mentira.

A última parte.

Disse e esperei. Esperei pela descrença atravessando o rosto de Alice; esperei que isso, misturado com a culpa da mentira, fizesse o meu sangue borbulhar e corar minha pele, como uma confirmação clara de que estava realmente a enganando; esperei pelo ataque de Alice, dizendo que eu estava mentindo para ela e que isso era indesculpável. Esperei, esperei, mas nada aconteceu.

É, parecia que eu estava aprendendo a mentir, afinal de contas. Constatei orgulhosa.

Finalmente.

.

O almoço se passou tranqüilamente bem. Os assuntos eram basicamente todos focados em mim. E, por incrível que pareça, eu gostei disso.

Conversamos sobre tudo, mas principalmente sobre meu primeiro dia de aula – sem ninguém nunca tocar no nome de James, apesar de eu torcer pelo contrário. O que talvez quisesse dizer que não havia porque eu me sentir assim. Se ninguém não sabia nada sobre ele, talvez fosse porque não tinha o que saber.

Rosalie apareceu com Emmett um pouco depois, e ambos me receberam calorosamente, como se fosse a primeira vez que me viam desde que eu chegara, ignorando completamente o incidente no apartamento. Rosalie agia como se não tivesse me visto na sorveteria, e isso até que era uma coisa boa – agora que nós estávamos “em sintonia” novamente, eu não queria perder de novo uma das minhas melhores amigas.

Mas então, meia hora depois, aconteceu.

Uma mulher ruiva entrou no restaurante, encarando Rosalie de cima a baixo descaradamente. Mas essa mulher não a olhava como se a achasse bonita, tivesse inveja e nem nada do tipo. Era mais como se já a conhecesse e estivesse a repreendendo por algo.

E foi assim, do nada, sem dizer uma palavra, que ela arrastou Emmett consigo e foi embora.

- Ok, isso foi estranho. – Murmurei.

- Não sei não, mas eu acho que tem alguma coisa acontecendo – Jasper disse. – Rosalie anda muito estranha, ultimamente. É como se ela estivesse... – ele parou, procurando por uma palavra – culpada. Isso, como se ela estivesse se sentindo culpada por algo! Mas ao mesmo tempo com medo ou sei lá... Eu só não sei de quê.

- É, eu também percebi. – Alice confirmou. – E eu também já tentei conversar com ela, outro dia, mas ela sempre muda de assunto. Muda não, ela foge! O próprio Emmett já veio conversar comigo, para saber o que está havendo...

Balancei a cabeça de um lado ao outro, tentando assimilar aquilo. Nada fazia sentido.

- Mas o que poderia estar assustando Rose? – Indaguei, mais para mim mesma. – E a deixando intimidada?

- Ouvindo dessa maneira, isso realmente não faz muito sentido. – Alice fez uma careta. – Logo Rosalie?!

- É esse o ponto! – Disse, um pouco mais alto. – Ela sempre foi tão confiante e tudo mais... Ser intimidada por qualquer coisinha e sofrer calada não fazem muito o estilo de Rosalie.

- Mas pode ser que isso não seja uma coisinha – Jasper constatou.

- Mas, santo deus, por que ela esconderia algo sério da gente? – Alice bufou. – Ela sabe muito bem que nós estamos aqui para ajudá-la!

Ficamos nos encarando, calados, por um momento. Alice tinha razão – como sempre.

- OK, chega! Isto está me deixando louca! – Falei, quebrando o silêncio. – Sério, é coisa de mais para minha cabeça! – Coloquei o dinheiro do meu almoço em cima da mesa e levantei com minha mochila. – Obrigada pela companhia e pelo almoço! – Sorri. – Até mais tarde, eu amo vocês. – Dei um beijo na bochecha de cada um e fui embora.

Como aconteciam essas coisas com a gente era um mistério pra mim. Após horas de risadas e conversas descontraídas, sempre era jogada uma bomba em cima de nós. Eu realmente já havia me esquecido disso, mas sempre, ou quase sempre, após toda a conversa animada e as brincadeiras, alguma coisa acontecia.

Apesar de nunca ter dito em voz alta, eu sempre achei que era algo como um castigo ou coisa do tipo. É que, sei lá, apesar das brigas, nós éramos tão felizes juntos, que para “nivelar” parecia que sempre teria de acontecer alguma coisa. Eu sei que não faz muito sentido, mas é o que parecia pra mim.

Bem, mas é que diferente daqui, em Forks nós sempre conseguíamos resolver nossos problemas.

Tinham as gritarias e as palavras de baixo calão, mas no final do dia, Esme sempre fazia um brigadeiro ou bolo todo de chocolate, para comermos assistindo filmes, todos agarrados, em baixo das cobertas, e então, com todos amontoados no pequeno sofá, de um jeito ou de outro, nós sempre acabávamos fazendo as pazes – acho que era por isso que apesar de todo o dinheiro que eles tinham, e da mobília sempre ser renovada, o sofá continuava a ser sempre o mesmo.

Bons tempos, aqueles.

Saí de lá com as palavras de Alice e Jasper martelando em minha cabeça. Céus, o que estava perturbando a minha amiga? Eu queria poder acolher, abraçar e afastar todos os problemas, medos e inseguranças de minha amiga-irmã, mas eu não fazia a menor idéia de como o fazer.

Sacudi um pouco a cabeça de um lado ao outro. Vai ver, nós estamos fazendo tempestade em copo d’água. Tentei convencer a mim mesma. Mas no fundo, bem no fundo, eu sabia que estávamos certos – eu sabia que Rosalie estava com problemas e precisando de nós.

Mas eu também queria ficar com a cabeça livre de preocupação pelo menos um pouco. Então eu me deixei ser enganada por minha própria mentira.

Enfiei minha mão no bolso e peguei minha chave. Mais uma vez eu andara distraída pela rua, a ponto de mal perceber que já estava no prédio. Balancei a cabeça negativamente, repreendendo a mim mesma. Isso não era certo, eu podia acabar sendo atropelada!

Abri a porta e larguei minha mochila no chão.

- Edward? – chamei. – Está aí?

Ninguém respondeu.

Tirei meu tênis aos chutes e segui em direção a cozinha. Abri a geladeira e enchi um copo com água, mas enquanto guardava novamente a garrafa na geladeira, percebi que ao fundo, muito baixo, uma música tocava.

Andei em direção ao corredor, seguindo o som.

- Edward ou Alice devem ter esquecido o rádio ligado, antes de saírem. – Murmurei comigo mesma, sorrindo. Isso era tão Cullen! Isso vivia acontecendo em Forks.

Cheguei próximo à porta do quarto de Edward. O som com certeza vinha de lá.

A porta estava entreaberta, balançando levemente de acordo com o vento que entrava pela janela. Abri mais a porta e entrei no quarto, a fim de desligar o aparelho de som, mas, antes que eu pudesse colocar meu segundo pé dentro do cômodo, estanquei.

Edward estava deitado de bruços, sem camisa, com um lençol cobrindo de suas pernas até sua cintura; e do seu lado, completamente nua, uma loira arruivada dormia, também de bruços, com um de seus braços enlaçado na cintura de Edward.

Foi inevitável. O copo que eu segurava caiu, espatifando-se em mil pedaços e espalhando água para todo lado; e a água que estava em minha boca acabou escorrendo de uma vez só por minha garganta, fazendo com que eu me engasgasse.

Eu estava tossindo, engasgada, assistindo o cara que eu amava dormir ao lado de outra mulher, enquanto eu ficava completamente roxa e sem ar.

Isso só podia ser um sonho!

E aquele carinho todo que Edward estava demonstrando sentir por mim, nos últimos dias?

Eu sou uma idiota! É claro que ele só estava me tratando como sua melhor amiga e nada mais. O que acontecera há anos atrás, ficara há anos atrás!

Ele não lembrava de sua promessa. É claro que ele não esperaria por mim. Fala sério, a quem eu estava querendo enganar? Eu sabia mais do que ninguém que aquilo era uma paixonite de adolescente – ele não engataria num relacionamento comigo.

Não comigo, a estranha, comum e totalmente melhor amiga Bella Swan.

Não com a garota com quem ele conta seus medos e inseguranças; não com a garota com quem ele já tomou banho junto, várias e várias vezes, quando era criança; não com a garota que sempre esteve – e, indiscutivelmente, sempre estará – ao seu lado, independente do quão idiota e estúpido fosse o motivo; não com a garota que o ama verdadeiramente, como nunca ninguém no mundo seria capaz de o amar. Não comigo.

Bom, mas é isso, não é?

Amigos foram feitos para serem amigos, e amores foram feitos para não serem correspondidos.

Minha cabeça estava a mil por hora.

Meus pés pareciam estar pregados, como se – mesmo que eu não quisesse – eu tivesse que ver aquela cena de novo e de novo para ter certeza de que aquilo era realmente real.

Meu pulmão parecia estar cheio de água – eu não conseguia respirar, somente tossir – e meus olhos não conseguiam evitar as lágrimas de decepção que insistiam em escorrer por meu rosto.

Edward se remexeu na cama e, ao me ouvir tossindo, seus olhos encontraram os meus, apavorado. Ele, claramente, não esperava me ver ali.

Edward puxou o lençol, enrolando-o na cintura, enquanto caminhava até a mim. Tentei o deter, levantando minha palma, em um pedido claro para que ele permanecesse onde estava – mas ele não me ouviu. Edward me ignorou e continuou a andar em minha direção, parando na minha frente e dando leves tapinhas em minhas costas.

Cerca de uns 5 minutos depois, eu já conseguia respirar e controlar minhas lágrimas, e eu já não tossia mais.

Edward tentou falar.

- Me desculpe por isso. – Ele disse, constrangido. – Eu esqueci de fechar a porta e... Eu sinto muito e...

Levantei novamente a mão, para que ele se calasse. Sua mão ainda estava apoiada nas minhas costas, então comecei a me afastar disfarçadamente. Eu não queria sua mão encostada em mim.

- Se alguém tem que pedir desculpas, esse alguém sou eu. – Falei. – Eu não deveria ter entrado sem bater. Isso foi horrível de minha parte! Me desculpe... Eu realmente sinto muito.

Falei, tropeçando um pouco nas palavras enquanto tossia vez ou outra. Quando terminei, Edward me encarou estranhamente, e então percebi o que havia acabado de falar. Tudo aquilo soou tão... formal.

- Eu sinto muito. – Edward repetiu, encarando seus pés. Por um segundo, algo em sua expressão me fez acreditar que ele realmente estava se sentindo culpado, mas não por eu tê-lo pego, mas sim por ele ter... bem... Feito, o que fez.

Sacudi a cabeça raivosamente. Como eu podia ainda ter esperanças?! Não seja ainda mais estúpida, Isabella! Repreendi a mim mesma.

Edward me encarava com súplica em seus lindos olhos verdes.

Eu queria, mas não podia perdoá-lo. Pelo menos, não agora.

Apesar de o amar demais, eu não conseguiria.

Perguntei-me se ainda conseguiria mentir tão bem, como havia conseguido mais cedo. Tentei arriscar.

- Já disse e repito: você não tem porque se desculpar! – Percebi que minhas palavras haviam saído ásperas demais, então tentei forçar um sorriso, para aliviar. – E eu sinto muito por tê-lo acordado... – Falei, dessa vez, tentando controlar minha voz. – Quando cheguei, ouvi o barulho do rádio ligado, e como eu chamei por você e você não respondeu, eu achei que você tivesse saído e esquecido de o desligar. – Desviei o olhar. Essa seria a parte difícil. Que Deus me ajude e que a sorte ainda esteja ao meu lado! – E, be-bem... – Droga, Bella! Péssima hora para gaguejar! E então, enquanto pensava numa desculpa, meus olhos se focaram em um pé de um scarpin vermelho –... quando eu cheguei na porta, tropecei em um sapato e acabei me engasgando com a água que bebia. – Finalizei.

Seria vergonhoso demais ter de admitir que havia chorado e quase morrido por falta de ar só por tê-lo visto dormindo com uma mulher. Ele não precisava saber que eu ainda mantinha meus sentimentos por ele. Se ele podia seguir em frente, a partir de agora, eu aprenderia a seguir também.

Analisei o rosto de Edward, para ver se ele teria encontrado algum vestígio de minha mentira, mas tudo o que pude perceber em seus olhos era... dor?! E decepção? Ok, não estou entendendo nada!

Eu devo ter desaprendido a ler o rosto de meu melhor amigo – coisa que eu fazia muito melhor do que sua própria mãe.

Ignorei esse pensamento e voltei a analisar o sapato. Definitivamente, essa era uma coisa muito possível de acontecer comigo.

Edward tentou falar, mas nenhum som saía de sua boca.

Ficamos em um silêncio constrangedor, até que percebi um certo movimento atrás de seu corpo. Quando foquei meus olhos na linda mulher que estava sentada na beira da cama, sorrindo bobamente para Edward como se eu nem estivesse ali, uma voz gritou na minha cabeça, dizendo que eu teria de sair dali naquele exato momento, ou então eu não conseguiria segurar as lágrimas.

- Me desculpe, de novo. – Pedi, me afastando da porta de seu quarto e seguindo em direção ao meu.

- Bella! – Ele gritou, mas eu não me virei para olhá-lo.

Bati a porta com toda a minha força, sentindo uma forte dor na garganta por conta do choro que estava prendendo.

Enquanto me jogava na cama, soluçando alto e com o rosto já encharcado, o rosto sorridente de Tanya apareceu sob minhas pálpebras. Logo Tanya! Logo quem ele mais demonstrava indiferença... Logo quem ele menos dava atenção...

É, o mundo dá voltas!

Puxei meu celular do bolso e apertei o número dois da discagem rápida. Eu realmente precisava apagar o número um – não só do meu celular, como da minha vida!

- Alô? – A voz feliz da minha melhor amiga cantou do outro lado.

- Alice, eu preciso urgentemente de uma noite das garotas! – Murmurei, entrecortando a frase por causa dos soluços.

- Ai, meu Deus! Amiga, que voz é essa? O que houve?

Tentei responder, mas quando as imagens que acabara de presenciar voltaram a minha mente – não que elas tivessem saído –, os soluços e as lágrimas triplicaram. Eu não conseguiria dizer o que estava sentindo em voz alta.

- Bella, pelo amor de Deus, diz alguma coisa! Eu estou ficando preocupada! Onde você está? O que aconteceu?

- E-edward aconteceu! – Consegui dizer.

- Eu vou matar meu irmão! – Ela grunhiu – O que houve dessa vez? Você está em casa?

- Estou e...

Antes que eu pudesse dizer que não era preciso fazer nada, que não era nada demais e que Alice não precisaria se estressar por causa das coisas em que eu me metia – afinal de contas, eu já estava bem grandinha para lidar com meus próprios problemas –, Alice me cortou.

- Olhe, estou aqui na portaria. Em menos de dois minutos estarei aí! – Ela disse e desligou.

 

 

-x-

Tudo bem, tudo bem, eu mereço todos os xingamentos u_ú Dessa vez eu demorei muuuito mais para postar a atualização. Bom, eu sei que isso não é desculpa, afinal de contas, eu andei atualizando vez ou outra na "Memórias", mas eu realmente ando atolada nos estudos.
Apesar de ter entrado de férias na escola uma semana antes do previsto, eu precisei continuar estudando para as provas de concurso e tal.

Bom, eu realmente sinto muito pelo atraso. O capítulo não ficou lá essas coisas, mas já deu para refrescar minha memória e voltar a me trazer inspiração. Bem, é agora que a história vai começar meeesmo. Semana que vem tem mais um galera, o próximo já tá quase pronto õ/

Amo vocês!

MANDEM REVIEWS!


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