Juntos Pelo Acaso escrita por Thais


Capítulo 4
Capítulo 3


Notas iniciais do capítulo

oi oi, como vão?

Demorei um pouco, mas cá está o capítulo. Espero que gostem e boa leitura!



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Abro de leve meus olhos, mas uma pequena claridade que havia acima de mim me força a fechá-los outra vez. Minha cabeça explodia e a cada tentativa de acordar ela doía mais. Quando finalmente tomo coragem suficiente para abrir meus olhos vejo Cato sentando ao meu lado, batendo os pés de forma nervosa.

– Hey, Clove – disse ele – Eu coloquei você em cima dos bancos porque você estava meio... É-é... Como se sente?

– Isso é uma pergunta retórica? Que horas são?

– Duas da manha ainda.

– Eles falaram alguma coisa para você? Ou nada ainda? – pergunto.

– Falaram que se quisermos podemos ir para casa. E a Prim foi para o conselho tutelar.

– O QUÊ? – grito – A gente precisa ir pra lá agora.

 – Não Clove! Vamos para casa. Sei lá, dormir um pouco? Não vai adiantar nada.

– Okay. Que seja. Adeus pra você.

Caminho até a porta. Mas, para variar, Cato e suas mãos geneticamente enormes me barram com a maior facilidade.

– O que foi agora encosto? – pergunto – Eu sei que nada está fácil para nós dois, mas não me deixar ir não vai resolver nada, não acha?

– Eu sei, anã de jardim. Mas, eles pediram para que no momento ficássemos na casa de Peeta e Katniss. Você sabe, não tem ninguém da família aqui perto.

– Está bem, então. Vamos pra lá.

Cato seguiu com sua moto e eu com meu carro. Me impressiono com o fato de não ter batido o carro ainda. Eu fechava meu olho de segundo em segundo praticamente, e a cada momento me pegava pensando em Katniss. Eu entendo que uma hora ou outra ela morreria. Mas não desta forma e não agora. Foi tudo injusto, não apenas com Katniss e Peeta, mas também com Prim. Agora como ela ficaria? Com quem?

Tiro esses pensamentos e adentro na casa sendo seguida por um Cato Messer nada feliz.

– Você disse que ela está no conselho tutelar, não é? – pergunto.

– Sim.

– Vou ligar é agora – digo – Por mim ela não passa a noite lá.

Cato me encara e bufa, sem dizer nada. Pego o telefone e ligo para o conselho.

– Alô? Bom, eu preciso ir buscar alguém agora – digo.

– Quem a senhora precisa buscar?

– Primrose Everdeen. Aliás, estou indo agora.

– Calma aê, calma aê docinho – diz a mulher do outro lado da linha – Você só pode vir buscá-la quando for de dia. Estamos fechados agora.

– E eu te perguntei alguma coisa por acaso? Você é uma vadia ingrata, sabia? Eu a quero agora e vou ir buscar agora, entendeu?

A senhora deveria cuidar das suas palavras! A onde já se viu tão mal educada.

– E você deveria ir se foder, sua vadia nojenta! – grito e desligo na sua cara.

Cato me encara com os olhos arregalados, e quando pensei que soltaria mais uma risada debochada, ele chorou.

O que foi, hein? – pergunta ele – Não estou chorando... Só...

Você não me deve nenhuma explicação, está bem? Enfim, não podemos buscá-la agora.

E o que vamos fazer?

Dormir. Eu vou lá pra cima. Você...?

– Eu fico aqui mesmo. Boa noite, Clove – diz ele.

Boa noite, Cato.

 Subo a escada a passos extremamente lentos, jurando a mim mesma que assim que chegasse ao final, me jogaria. Porém não. Não agora.

Entro no quarto de visitas e me jogo na cama, tentando no mínimo fechar meus olhos.

[...]

Me mexo, me remexo, mas ainda não acho coragem suficiente para alevantar-me da cama. Não gostaria de sair daqui nunca mais, afinal eu já sabia muito bem o que enfrentar.

Clove? Clove! – Cato berra meu nome.

O que foi droga?

Vejo que você tem um excelente humor logo de manha – comenta ele – Ligaram agora pouco e já podemos ir buscar Prim. O advogado vem aqui também.

– Oras, vamos logo então – digo, saindo às pressas de dentro da casa.

Cato sem permissão alguma pegou as chaves de meu carro e o ligou. O caminho não seria longo, não com ele a essa velocidade.

Após alguns minutos lá estávamos nós. Sentados, de braços cruzados e esperando por qualquer noticia que seja.

Cato e Clove, pois não? – perguntou uma senhora.

– Vinhemos buscar Prim – responde Cato.

Primrose Everdeen? – assentimos com a cabeça – Eu vou pegá-la. Mas, por enquanto, assinem esses papeis.

Pegamos os papeis e assinamos.

Ao longe consigo vê-la chorando no colo da mulher que foi buscá-la. Praticamente salto até ela, a pegando no colo em seguida.

Prim, meu amor. Está tudo bem agora, você vai ficar bem – falo.

Cato se aproxima, sorrindo fraco para nós – Vem aqui comigo, pequena – fala ele.

Saímos o mais rápido possível. Era horrível ver todas aquelas crianças, mas era mais horrível saber o motivo delas estarem ali.

O caminho foi em um silêncio extremo. Extremo até demais, porém o que iríamos falar? Sobre o que?

Cato Messer? – alguém grita – Hey!

Ah, como vai? – pergunta Cato para o homem. Cutuco-o, afinal, quem é essa criatura ai? – Clove, esse é o advogado. Ele veio falar com nós dois.

– Ah, sim... Vamos entrar?

Levo Prim para cima. Ela precisava dormir, agora.

Então... – o advogado fala assim que chego à sala – Vamos ao que interessa.

– E o que interessa? – pergunto.

– Eu sei que é um momento difícil e que vocês sentem falta deles. Todos na empresa vão sentir falta do Peeta... Mas então, vocês devem ter várias perguntas, não é?

– Prim. Acho que é com ela em que estamos preocupados no momento. O que vai acontecer com ela?

– Bom ela estava no conselho tutelar e foi trazida pra cá, mas e agora? – fala Cato.

– Desculpa, mas Peeta e Katniss falaram para vocês sobre acordo tutelar?

– Não – falamos.

– Bom, de acordo com eles, falamos sobre quem tomaria conta da Prim caso os dois morresse, e eles nomearam vocês. Vocês dois.

– É-é me desculpe, nós dois? – pergunto.

– Eles me falaram que vocês queriam formar uma família...

– Deve ter um engano – diz Cato – Nós não somos casados. Eles inclusive tentaram marcar um encontro entre a gente...

– É não deu certo, sabe? – comento – E eu nem sei se chamo ele de porco ou idiota.

– Okay, okay. Eu tentei convencê-los disso mais do que ninguém. Há opções e vocês podem recusar – explica – Porém isso é importante. É uma criança, é um compromisso.

Alevanto-me da mesa e me atiro para fora de casa, assim como Cato, que vai para a direção oposta.

– Meu Deus isso não é possível. Não pode ser – digo a mim mesma, colocando a mão na cabeça feita uma desesperada.

Volto para dentro de casa, tentando dar em vão meu melhor sorriso forçado.

– Opções? Você me-mencionou que temos algumas opções – gagueja Cato.

– Temos o pai do Peeta...

– Nossa! – exclama Cato e o olho incrédula – Perfeito! Ele é mais que perfeito.

– Só um minutinho – digo – E se um de nós. Só um, decidir... Honrar essa escolha, a escolha da Katniss e do Peeta, sozinho.

– Ou nós dois hipoteticamente – intervém Cato.

– Foi pra isso que eu marquei uma audiência para conseguir custodia temporária e é isso – fala ele – As despesas. Bom, os bens deles vão cobrir a hipoteca, mas é só isso. Eles não tinham muita coisa. Compraram a casa com a herança depois que o pai da Katniss morreu... Não vamos nos precipitar, okay? Vamos nos concentrar na Prim.

– Okay – falamos juntos.

– Eu sugiro que vocês se mudem para cá por enquanto. Pela Prim.

– Quer que a gente more junto?! – grito.

– Sim. Pela Prim e é por enquanto até decidimos o que fazer. É o melhor.

Dito isso o advogado se retirou normalmente da casa. Como se não tivesse dito nada de anormal para nós. Como se dividir a casa com Cato Messer fosse à melhor coisa a se fazer no mundo. 


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