Mama Dean escrita por Lady Padackles


Capítulo 8
O bebê mais lindo do mundo


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo saiu bem diferente dos outros, com muito menos humor... Eu mesmo estou com medo do rumo que vai levar essa hitória (rsss). Espero que mesmo assim vocês gostem do capítulo :)



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Capítulo 8

O ovo estava demorando uma eternidade para terminar de rachar e Dean mal podia respirar de tanta expectativa. Sentia seu coração bater acelerado. Em breve estaria com sua filhinha nos braços...

Como seria a sua pequena? Seria ela muito esquisita? Muito feiinha? Não importava... Dean a amaria do jeito que fosse. O caçador andava de um lado para outro do quarto, balançando o vestido rodado, e tentando sobreviver a tanta ansiedade.

Quando finalmente percebeu que a casca estava quase rompida, ele sentou-se com uma mantinha cor-de-rosa ao lado do ovo. As lágrimas já rolavam em seu rosto. Ele olhou a casquinha rachada despedaçar-se, finalmente revelando a criaturinha diante de seus olhos emocionados. Ele não conteve um soluço. Ela era simplesmente a criança mais linda que já tinha visto na vida.

O caçador envolveu a criança com a manta e olhou para ela mais uma vez. Difícil agora seria ele desgrudar seus olhos de sua princesinha. Seus olhinhos eram redondos e tão verdes quanto os dele. Tinha um biquinho formoso, pequeno e vermelhinho... Seus pezinhos eram como duas patinhas de pato. Muito mais bonitos que os pés dos nenéns humanos, todos cheios de dedos... E o chumacinho louro de cabelo que saia do seu bumbum? Era tão fofinho...

Quando Dean tocou a pele de sua filha, e sentiu como ela grudava como cola em seus dedos, ele teve certeza de que não existia no mundo todo criancinha mais adorável. As asinhas de morcego aumentavam ainda mais o seu charme.

Graças a Deus todos os seus problemas tinham chegado ao fim. Fora do ovo, sua filha não corria mais o risco de virar omelete. E ela era tão absurdamente linda que poderia apresentá-la a seu irmão, ou a qualquer outra pessoa, sem nenhum problema. Ninguém teria coragem de lhe fazer mal!

Dean limpou a bebezinha com todo cuidado e colocou um vestidinho vermelho nela: para combinar com o biquinho... Colocou também uma fralda devidamente recortada para que o “rabinho de cavalo” saísse para fora. Ela adormeceu como um anjo no berço. Dean ficou por muito tempo parado, apenas contemplando sua filha. Estava perdidamente apaixonado por ela.

Lá pelas tantas, a pequena bebê Bicudin começou a choramingar. Estava com fome. Dean tinha comprado leitinho para bebê recém nascido e uma mamadeirinha. Ternamente segurou sua filhinha nos braços e tentou amamentá-la.

– Tome, meu amor. Bebe o seu leitinho... – o caçador disse aproximando o bico da mamadeira ao biquinho vermelho da criança.

A criaturinha provou, e chorou mais ainda. Pelo jeito não era leite que ela queria...

Dean insistiu em vão. A criança cada vez chorava mais, deixando pobre Mama Dean desesperado.

Ele sabia que Bicudins comiam carne humana, mas ela era só um bebê... Nem tinha dentes ainda... Quem sabe uma sopinha de carne...

Nervoso, o caçador abriu uma latinha de sopa de neném. Estava tão trêmulo que acabou cortando o dedo na lata. Ele esquentou a sopinha e colocou na mamadeira. Tentou alimentar a filha outra vez. Nada... O bebê agora já estava vermelho e sem fôlego de tanto chorar.

Dean acessou a internet, e em desespero tentou descobrir o que comiam os nenéns bicudins. Não conseguiu encontrar nada... Não podia deixar sua anjinha morrer de fome... Segurando sua filhota no colo, e chorando mais que ela, Dean chamou por Castiel. Dessa vez, estranhamente, ele não apareceu. Onde estava aquele anjo quando mais se precisava dele?

O pobre caçador segurou a filhinha no colo sem saber o que fazer. Então sentiu uma leve dor em seu dedo machucado. Notou que a Bicudin estava bicando o corte que fizera na lata de sopa. Ela parecia gostar de sangue...

Dean suspirou aliviado. Sem pensar duas vezes, o rapaz cortou um de seus pulsos, deixando que sangrasse abundantemente. Ofereceu a filha.

– Prove o sangue da mamãe, filhinha. Olhe como é gostosinho!

A pequena bateu as asinhas de felicidade e enfiou o biquinho no machucado para se alimentar. Dean agradeceu aos céus. Estava tão feliz que nem mesmo sentiu dor. Esperou que ela bebesse todo o sangue que quisesse e dormisse com a barriguinha cheia. Só então o caçador pegou linha e agulha e costurou o corte. Era maravilhoso poder dar seu próprio sangue para alimentar a criança... Era como se fosse de fato mãe, amamentando a filha com um fluido produzido pelo seu próprio corpo. Só então, com a criança adormecida no berço, Dean teve tempo de tomar um banho e limpar o sangue do braço. Livrou-se do vertido rosa, que jogou diretamente no lixo.

Quando a criança acordou com fome, mais tarde, Dean já sabia o que fazer... Tirou os pontos de seu pulso e ofereceu à filha. “Quando ela crescer, terei que conseguir sangue para ela de outra maneira... Mas ela ainda é muito novinha para desmamar...” – O caçador pensou, contemplando com ternura a criança que sugava seu sangue sofregamente.

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Sam, finalmente havia encontrado o túmulo da menina Doris e posto fogo nos ossos. A primeira coisa que fez foi ligar para o irmão. Imaginou que o louro estivesse apavorado. Um espírito forte daqueles com certeza não permitira que ele ficasse consciente enquanto estivera possuído. Sendo assim, ele acordaria sem nenhuma lembrança do que acontecera desde aquele dia no Motel. Depois veria seu quarto todo cor-de-rosa e cheio de bonequinhas. Com azar, ainda estaria de vestido... Quando procurasse por Sam, não o encontraria...

– Triiiimmmm Trriimmmmm!

O telefone celular de Dean tocou nervosamente. O louro tinha acabado de conseguir fazer sua filha adormecer, depois de horas tentando niná-la em vão. Estava exausto e seu braço latejava. Quando ouviu o telefone tocar e a criança acordar de novo, não pôde conter o choro.

– Sammy?

Que voz chorosa era aquela? Não era possível... Então Doris ainda não tinha ido embora?

– É.... Doris?

– E eu por acaso tenho voz de mulher? – Dean reclamou.

– Dean? Você está chorando??? Fique calmo!!

O Winchester mais velho tentou se controlar. Tinha que arranjar uma desculpa para a voz chorosa.

– Errr... Sammy, eu acordei aqui em um quarto todo de bicha, e sem lembrar de nada... Fiquei com medo de... Sei lá...

Sam achou graça. Dean estava pensando que tinha tido um surto e virado gay?

– Não, Dean, calma... Você estava possuído por um espírito de uma menina, mas ela já foi embora.

– Tem um corte no meu pulso. Está sangrando... – o louro então falou tentando apressar o irmão. Precisava desligar o telefone e ir ninar a filha.

– Um corte no pulso!!?? – Sam irritou-se. Então aquela pirralha desgraçada sentiu que estava sendo expulsa e tentou matar seu irmão? Maldita! Não merecia a festa de aniversário e o vestido que ele lhe dera... – Você sangrou muito?

– Não... Eu estou bem. Mas tenho que costurar isso aqui. Te ligo depois.

– Tudo bem. Se cuida!

Sam desligou o telefone e Dean correu para acudir o bebê que chorava.

Meia hora depois a pequena Bicudin já havia adormecido novamente. O louro saiu do quarto pé-anti-pé e ligou para o irmão novamente. Precisava colocar seu plano em ação.

– Sammy?

– Oi Dean.

– Você não sabe o que aconteceu...

– O quê?

– Eu já estava indo me livrar das porcarias cor-de-rosa quando tocaram a campainha. Era uma cestinha... Com um bebê... Uma menininha...

– Um bebê????!!!! – Sam espantou-se. – O que você fez com ela?

“O que você fez com ela?” Que tipo de pergunta era aquela? O que Dean haveria de fazer com um bebê?

– Ora, coloquei no berço e dei mamadeira...

– Como assim, Dean? Você não chamou a polícia ou o juizado de menores?

– Não! Eu vou ficar com ela! Você não acha que esse quarto já todo adaptado e cor-de-rosa não é um recado do destino?

– E desde quando você acredita nessas baboseiras, Dean? Pelo amor de Deus... A gente não pode criar um bebê... Nós somos caçadores!

– Papai também era caçador, e criou a gente... – retrucou o mais velho

– E veja no que deu... Você é louco! – Sam esbravejou.

Fez-se uma pausa.

– Sammy, você tem que ver como ela é linda....

Sam estava irritado. Queria acabar com aquela conversa e chegar logo em casa para resolver a situação.

– Tudo bem, Dean. Depois a gente conversa. – ele disse secamente.

O louro sentiu-se triste. Talvez seu irmão gostasse mais da criança se soubesse o nome que dera a ela.

– Sammy... – ele disse docemente. – Sabe que nome eu escolhi para ela?

– Não.

– É uma homenagem à segunda e à terceira pessoa mais importantes da minha vida...

– Quem?

– Você e Castiel...

Como assim segunda e terceira? Ele não sempre fora a prioridade de Dean? Sam então perguntou aflito.

– Mas então quem é a primeira?!

– Samantha Cassidy... – Dean respondeu todo derretido.


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