Mama Dean escrita por Lady Padackles


Capítulo 34
A festa de Camila Loureiro


Notas iniciais do capítulo

Depois de um longo tempo... Aqui estou eu de volta com mais um capítulo de Mama Dean. Por mais que eu goste dessa história, estou achando difícil ter inspiração... Aviso, portanto, que Mama Dean está na reta final... Espero que gostem dessa capítulo!



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– Não te falei que não vinha ninguém na sua festa? Você é a garota menos popular da escola inteira, maninha...

Camila Loureiro fez cara de choro. Não era possível que fosse acontecer isso com ela... De novo não! Dessa vez a menina tinha avisado mais de um milhão de vezes os colegas usando facebook, twitter, e etc. Mais de vinte pessoas haviam confirmado presença... Afinal, quem não gosta de uma festa a fantasias? E ela estava tão linda de Branca de Neve...

– Cala a boca, Andressa! Eles vem sim... Só estão um pouquinho atrasados... – reclamou a aniversariante, torcendo para acreditar em suas próprias palavras.

Andressa riu. Sua irmãzinha era mesmo patética... Estava na cara que seu aniversário, como sempre, seria um fiasco. Até a mãe já parecia ter perdido as esperanças...

– Posso trazer os salgadinhos? – perguntou ela, um tanto sem jeito. Sabia exatamente o que isso significava... Estava acostumada a ver Camila chorando em seus aniversários por não receber nenhum coleguinha: quando completou 9, 10, 11... Agora completava 12 anos de idade. Para que a menina insistia em fazer festa? Sua filha do meio de fato não devia ser uma garota lá muito popular... Coitada...

– Oba! Eu tô com fome! – gritou uma garotinha que não podia ter mais que seis anos de idade. Essa era Betina, a caçulinha da família Loureiro.

– Não, mãããeeee! Ninguém chegou ainda! – protestou Camila.

– Eu também estou com fome! – acrescentou o pai, se unindo a caçula na torcida para que os salgadinhos chegassem depressa.

– Paaiiii! Ainda não chegou nenhum convidado! – choramingou a aniversariante.

– Suas avós chegaram... – respondeu o homem, displicente, apontando para as duas velhinhas, meio cegas, meio surdas, sentadas diante da TV.

– Elas não contam! – guinchou a menina.

– É claro que contam! – insistiu Antônio Loureiro.

Camila fez cara emburrada. É claro que as avós não contavam... Nem fantasias estavam usando... Aliás, nem o pai, e nem a mãe... Só suas irmãs, com muito boa vontade, podiam contar como alguma coisa. Pelo menos estavam fantasiadas... Andressa de bruxa má e Betina de palhacinha.

– Eu quero salgadinho! – gritava a pequena Betina.

– Cala a boca, ou eu te mato! – ameaçou Camila.

– Camila... Deixa de ser chata! Não vai vir ninguém mesmo... Nunca vem! – Andressa parecia se divertir com a situação. – Se você for boazinha e deixar a gente partir o bolo agora eu convido as minhas amigas para o seu aniversário de 13 anos!

A aniversariante, furiosa, avançou para cima da irmã. A pancadaria teria começado se não fosse a campainha tocando. Todos se entreolharam.

– Chegou alguém! – comemorou Camila, eufórica. Parecia um milagre...

Mas quem? Quem teria coragem de ir ao aniversário da garota mais insuportável da escola inteira? Andressa ficou tão curiosa quanto a irmã, e seguiu com ela até a porta.

Uma senhora de idade, vestida de camponesa, sorriu para as garotas. Ao seu lado, uma palhacinha, mais ou menos do tamanho da irmãzinha caçula das duas: que por coincidência, ou não, usava uma fantasia parecida com a dela. Atrás, três homens altos. Um deles, alto até demais. Dois com vestidos de mulher velha. O outro, de Pikachu.

– Camila, fecha essa porta... Depressa! – Grunhiu a mais velha, entre dentes. Aqueles não eram colegas de sua irmã...

– Não! –Grunhiu a menina de volta. Ela não fazia ideia de quem fossem, mas eram seus convidados... – Entrem! Sejam bem-vindos! – exclamou contente.

Andressa tomou fôlego. Estava prestes a gritar. Ia fazer o maio escândalo do mundo... Sua irmã era louca de deixar aquele bando de estranhos entraram em casa. No mínimo eram uma quadrilha de assaltantes e... A adolescente então virou-se para os irmãos Winchester e Castiel que pareciam perdidos. Dois pares de olhinhos verdes e um par de olhinhos azuis olhavam em sua direção.... Encantadores! A menina engoliu em seco. Que homens eram aqueles, Jesus santíssimo? Bandidos ou não, eram lindos!

– Está tudo bem, meninas? – perguntou a mãe apreensiva, encarando as pessoas estranhas que acabavam de chegar – São seus amigos?

Andressa e Camila acenaram as cabeças afirmativamente, sorrindo amarelo.

– De onde? – perguntou desconfiada.

– Errr.... Bem... – Do colégio não haveriam de ser, a mãe conhecia os funcionários e professores, e nenhum podia ser colega de classe dela. – Da aula de dança... – acrescentou a aniversariante, tentando convencer a mãe.

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– Olá, rapazes... – cumprimentou Andressa sem graça, chegando perto dos três bonitões.

Sam e Dean sorriram para ela. Não sabiam conversar em português, e estavam um tanto envergonhados de estar ali, assim, de penetra. Castiel foi quem respondeu.

– Olá, eu sou o Castiel! Essa é a minha primeira vez aqui no Carnaval! – exclamou entusiasmado. Seu português era bom, mas como não falava a língua há muito tempo, não deixava de ter um ligeiro sotaque americano.

Carnaval? Do que aquele lindinho estava falando? E que sotaque fofo era aquele?

– Vocês não são aqui do Rio, são? – perguntou a garota, cada vez mais encantada. Adorava gringos.

– Não... Somos dos Estados Unidos. Esses dois nem sabem falar português... – Disse apontando para os Winchesters – e nem a vovó e a Samanthinha – completou apontando para as duas.

Samantha já havia achado uma amiga: Betina. Não falavam a mesma língua, mas estavam se entendendo perfeitamente, dançando pelo salão. Camila por sua vez, sorria de uma orelha a outra. Ela tinha convidados afinal: cinco! Era o seu recorde, se não contasse as pessoas da família. Correu para a cozinha, feliz em ajudar a mãe. Agora sim podiam pegar os salgadinhos!

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– E então, o que a gente faz no Carnaval, além de se fantasiar? – perguntou Castiel um pouco confuso.

– Namora... – disse a menina dando uma piscadinha – dança... – completou.

Castiel não esperou que ela dissesse mais nada. Horrorizada, Andressa viu o Pikachu começar a se sacudir de maneira descoordenada no meio do salão. Se a sua mãe visse, capaz de colocar não só ele, mais também os outros bonitões para fora de casa. Afinal, era claro que aquele rapaz nunca havia feito uma aula de dança na vida.

– Errr... Eu nunca vi essa dança... – comentou a garota constrangida.

O anjo parou o que estava fazendo e encarou-a com a expressão séria.

– Está ruim?

Sem graça, a garota achou por bem confirmar. Balançou a cabeça afirmativamente.

– Que pena... Acho que não sei dançar então... – disse o moreno pensativo. Em seguida Cass olhou ao redor. Aquela famosa festa haveria de ter algum outo atrativo...

– Elas estão vendo novela? – perguntou por fim, ao avistar as duas velhinhas diante do aparelho de TV.

– Acho que sim... – respondeu a garota, sem entender o interesse do rapaz.

– Oba! Adoro! – comemorou Castiel, correndo dali em seguida.

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Andressa fitou os dois outros bonitões. O moreno e o louro. Olhava de um para o outro sem conseguir decidir qual era o mais bonito. Precisava deixar de ser tímida e arriscar o seu inglês. Afinal já tinha quase um ano de Cultura Inglesa!

– What is your name? – perguntou, cheia de sotaque.

– Sam e Dean. – responderam eles.

E agora? O que perguntar? Ela não sabia falar muita coisa...

– What do you do?

– Err... Nós somos caçadores aposentados – respondeu Sam, sem graça, sem conseguir pensar em nada melhor. Sorte que a garota não entendeu. Caçador não é lá uma profissão muito atual, e ambos eram muito jovens para estar aposentados.

– How old are you?

Aquela conversa já estava ficando muito chata... Dean avistou sua linda princesinha dançando com Hilary e uma outra garotinha. Melhor se fossem se unir a elas.

– Vamos dançar? – convidou o louro.

Andressa titubeou. E se eles fossem piores que o tal Castiel? Antes que pudesse responder qualquer coisa, os dois já estavam na pista.

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Quando a mãe, Dona Renata, e a aniversariante, Camila, entraram com uma bandeja de salgadinhos para servir, quase caíram para trás. Betina e Andressa, acompanhadas por Samanthinha, Hilary, Sam, e Dean, dançavam o Samba. Os quatro últimos pareciam uns patos doidos, terrivelmente desengonçados.

Como sua irmã pudera fazer isso com ela? Depois daquela cena, sua mãe não mais acreditaria na mentira que inventou... Camila suava frio.

Andressa olhou apologética. Se ela pudesse, teria evitado... Mas realmente aqueles americanos estavam fora do seu controle.

– Esses aí fazem aula de dança com você?! – Perguntou Renata incrédula.

Camila não sabia o que responder.

– Bem... Mãe... É... Que... - Era agora que os seus convidados seriam expulsos a vassouradas...

– Que horror... – suspirou a mãe. – Pensei que só você fosse tortinha para dançar, minha filha... Mas pelo jeito a culpa é da sua professora... Amanhã mesmo te tiro desse curso!

Camila respirou fundo. Tortinha para dançar? Como se não bastasse o insulto, ainda teria que convencer a mãe a deixá-la continuar no curso. De qualquer forma, essa assunto poderia ficar para depois. Estava aliviada com a reação da mulher. Seus convidados estavam a salvo por enquanto...

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– Quem quer salgadinho? – ofereceu Renata.

Dean foi logo avançando. Nunca tinha provado coxinha de galinha e os demais salgadinhos fritos, especialidades brasileiras.

– Hmmmm. Isso é muito bom! – Exclamou feliz, enfiando vários na boca.

Sam e Hilary também aprovaram, comendo com mais educação e moderação que o mais velho dos Winchesters.

Dean então olhou sua filhotinha, que parecia triste.

– Samanthinha... Vem cá... – chamou a Mama, discretamente em um cantinho ermo do aposento.

A palhacinha se aproximou do louro, ainda com um olharzinho infeliz.

– Olha o que a Mama trouxe para você! – disse ele então em voz baixa. Puxou em seguida um saquinho plástico com duas orelhas fresquinhas, que havia cortado de Billy, o defunto, logo antes de sair de casa. – Coma escondidinha. Tudo bem, filha?

Samanthinha abriu um enorme sorriso bicudo e escondeu o petisco por dentro da fantasia que usava.

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– Eu nunca vi essa novela! Ela é interessante? – perguntou Castiel durante os comerciais.

– Ele te chamou de velha, e perguntou se é elefante! – Exclamou a primeira velhinha, que era bem magra e enrugada, deixando os óculos lhe escapulirem do rosto.

A outra, gorda, fechou a cara. Parecia injuriada com o insulto.

– Eu só perguntei se a novela era interessante... – insistiu Castiel, agora com a voz um pouco mais alta.

– Ahhhh! É muito boa sim, meu filho... – respondeu a gorda, finalmente compreendendo as palavras do anjo.

– Você está vestido de piu-piu, meu filho? – perguntou a magra, querendo puxar conversa.

– Não... Pikachu.

As velhas se entreolharam constrangidas. O rapaz tinha dito um palavrão, não tinha?

– Vai lavar essa boca com sabão! – rosnou uma delas.

– Ele é um cão babão? – quis saber a outra.

– Shhhhiiiiii! Silêncio! – Pediu o anjo – A novela já vai começar...


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Notas finais do capítulo

Só para ficar claro, quando Sam e Dean falam qualquer coisa, é em inglês (mas eu escrevo em português). Apenas escrevi frases em inglês para enfatizar quando Andressa fala inglês (pois caso contrário ela está falando português). Espero que tenha ficado claro.



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