Mama Dean escrita por Lady Padackles


Capítulo 24
Tudo junto ao mesmo tempo agora - e a cidade sofre!




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Quando Astolfo acordou, ao som do doce cantar dos rouxinóis, sentia-se revigorado. Após ter desmaiado no trabalho no dia anterior, e ficado o dia todo em casa sem fazer nada, estava animado para voltar ao batente. O rapaz gostava do que fazia... Os amigos duvidavam, mas ele garantia: amava ser porteiro de colégio. Era solteiro e filho único, e sem dúvida a convivência com as crianças tornava sua vida mais alegre.

Assobiando animado, Astolfo entrou no chuveiro. Estranho ele ter se sentido mal... Em geral não era de ficar doente. Mas qualquer pessoa estava sujeita a uma inesperada crise de pressão... A lembrança de ter visto Samanthinha se apagara de sua mente por completo. O rapaz achou que talvez devesse se alimentar melhor, como sugerira sua mãe...

Pão, ovos, bacon, geleia, biscoitos e muita vitamina de banana depois, com a barriga mais do que cheia, o rapaz finalmente se dirigiu à escola com um sorriso dentuço no rosto. Coitado... Se ao menos tivesse alguma ideia do que estava por vir... Há poucos metros dali, hordas de monstros rumavam resolutos para o colégio, carregando consigo pencas de filhos, que, segundo os cartazes espalhados por Sam, tinham direito à educação.

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Enquanto isso, Dean movimentava-se lentamente pela casa para não fazer barulho. Não iria levar Samantha ao colégio aquele dia. Sua intenção era ir sozinho até lá e vigiar de longe... Ninguém poderia prever a reação dos funcionários do colégio quando centenas de crianças rabudas, bicudas e escamosas chegassem para estudar. As primeiras era capaz até que apanhassem... Samanthinha só se uniria aos outros alunos quando a situação já tivesse sob controle, com todos respeitando a monstruosidade infantil recém instalada na cidade.

O rapaz colocou com cuidado sobre a mesa o bilhete endereçado ao irmão:

Sam, Samantha não foi ao colégio. Está resfriada. Saí a procura de acidentes para pegar carne fresca pra ela. Volto já. Dean.

O ex-caçador pegou seu binóculo e já ia se dirigindo para a porta quando ouviu Sam chamar por ele, fazendo o mais velho pular de susto.

– Sam, quer me matar do coração? – ralhou o louro.

– Eu só chamei seu nome... Você que se assusta a toa... Por que estava saindo tão sorrateiro? – perguntou o caçula.

Antes que Dean pudesse responder, Sam achou o bilhete do irmão. Resfriada? O rapaz sorriu de lado. Porque Dean não admitia logo que Samantha não podia mais ir à escola porque tinha matado a coleguinha? O que será que o irmão estava tramando para querer sair assim escondido?

– Não estou saindo sorrateiramente... Só quero ir procurar carne pra minha filha. Só isso... – justificou-se o rapaz.

– Ahh, mas eu tenho que sair também! – reclamou Sam. E ele tinha mesmo... O Winchester caçula olhou o relógio. Já estava atrasado. Ele precisava vigiar a escola para monitorar a chegada de seus convidados. Sam lutaria ao lado deles se fosse preciso... E então dali a poucos dias poderia contar a Dean a grande novidade: Samanthinha podia voltar a estudar. Todo monstro agora era bem vindo ao colégio local...

Sam inventou uma desculpa esfarrapada. Disse que Hilary havia lhe pedido para entregar um dinheiro a uma amiga que estava precisando. Era urgente...

Mas então quem iria ficar com a Samanthinha? Dean chamou por Castiel. Chamou e chamou. Nada dele... Os irmãos acabaram levando a Bicudin para a casa da vovó e rumando juntos em direção ao colégio.

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– Castiel!! Cass!!

Castiel ouviu os gritos de Dean, mas estava ocupado demais. O que quer que fosse poderia esperar. Ele já estava naquela batalha há horas, nem vira a noite passar. Não podia desistir agora...

Aproveitando a breve distração do anjo, Percy puxou sua névoa com força, quase derrubando o pobre no chão.

– Me dá essa névoa aqui, seu desalmado! – rugiu Castiel ao mesmo tempo que se jogava com tudo em cima do semi-Deus.

– Socorro! – berrou Percy ao ver o moreno vindo com unhas, dentes e asas para cima dele.

Os dois rolaram no chão de novo envoltos em névoa mágica. Percy puxava o cabelo de Cass. Castiel mordia o pé de Percy...

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Horas mais cedo...

– Rosemarrrrryyyy – chamou a mãe. Já estava na hora da garotinha acordar. O café-da-manhã já estava na mesa. A princesinha da casa precisava se alimentar e se ajeitar para ir ao colégio...

Rose esfregou os olhinhos mal humorada. Levantou-se da cama lentamente e Bummm. Caiu direto no chão.

– Buááááá! – chorava a criança.

– Minha princesa, o que houve? – perguntou a mãe, que, ouvindo o barulho, corria de encontro à filha.

A pobre garotinha tentava se levantar em vão. O rabo de crocodilo era pesado demais... Mais complicado ainda quando era preciso sustentá-lo com dois pés de gavião... Rose chorava cada vez mais e assoprava aflita a tromba que agora substituía seu delicado narizinho.

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Bem, voltemos à Astolfo...

O porteiro foi o primeiro a chegar à escola. Abriu as salas de aula para arejá-las e, um pouco mais tarde, já estava a postos. Parado em frente à porta principal do colégio, o funcionário era só sorrisos aguardando a chegada das crianças.

O rapaz olhou o relógio em seu pulso. Estranho não ter chegado ninguém ainda... Pouco tempo depois o homem olhou e viu, de longe, uma multidão se aproximando. Uma coincidência enorme tantos pais chegando ao mesmo tempo. O homem sorriu exibindo seus dentes salientes. Gostava de coincidências...

A medida que as criaturas se aproximavam, entretanto, o sorriso de Astolfo ia se dissipando. Aquelas pessoas eram estranhas... Umas eram meio peludas, outras tinham dentes afiados... Não era halloween, era? Quando Alfred viu um homem-esqueleto segurando dois esqueletinhos uniformizados pelas mãos, o homem sentiu seu coração subir pela boca. Ele tentou correr, mas suas pernas falharam. Ele estava na reta de centenas de monstros sanguinários que pretendiam acabar com a sua raça.

Em um último impulso Astolfo conseguiu trancar a porta atrás de si e pôs-se a gritar fazendo uma escândalo tão grande que todos os professores e funcionários do colégio chegaram perto para ver.

– Ahhhh Monstro! Monstro! – Urrava ele. – É o fim do mundo!! Mamãe! Mamãe!

Em seguida o rapaz colocou todo o café da manhã pra fora, vomitando um jato fétido de uma mistureba ainda mal digerida.

A diretora balançou a cabeça em sinal de desaprovação.

– Esse rapaz nunca foi muito bom da cabeça... – suspirou ela. - Sebastião, por favor, leve Alfred para a secretaria. Eu mesma vou recepcionar as crianças... E depois limpe essa lambança que ele fez aqui...

– Não abra a porta! Não abra! – chorava o rapaz dentuço. – Eles querem nos devoraaaaaaar!

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Enquanto isso, Sam e Dean caminhavam juntos em direção ao colégio.

– Onde mora essa tal amiga da Hilary? – perguntou Dean desconfiado.

– Ao lado da escola...

O louro calou-se. Pelo jeito Sam lhe acompanharia até seu destino... Bem, problema...

– Aqui não tem nenhum acidente pra você, Dean... Porque não segue para o lado da estrada? – Sugeriu Samuel. Também não queria o irmão atrapalhando seus planos...

Dean viu o colégio ao longe. Com o binóculo que havia levado consigo, estava no local ideal para dar suas espiadas. Sam olhava para ele interrogativo.

– Eu vim aqui espiar... – Admitiu o louro por fim.

Espiar? Por que? Sam ficou espantado. Será que o que tinha feito, de alguma forma, havia chegado aos ouvidos do irmão?

Os rapazes acabaram conversando e se abrindo um com o outro. Dean contou sobre Bruxonilda e Sam sobre sua campanha em trazer monstros de verdade ao colégio.

– Você é completamente louro! – disseram um para o outro em uníssono.

Curiosos os dois resolveram então sacar seus binóculos para espiar a confusão que haveria de se armar em frente ao colégio. Monstros verdadeiros e falsos se aglomerando na entrada principal...

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Há poucos quilômetros dali, de pau em punho, Kailey atacava a filha.

– Suma daqui, demônio! Você não é a minha menina!

– Buááááá! Buáááá´! – A criatura rabuda, com suas garras no ar, se esquivava da mãe e esperneava aflita.

Sorte de Rosemary que o pai, Bernard, ouviu a gritaria. Olhou a cena espantado, mas ao contrário de Kailey, deu uma chance ao monstro de se explicar.

– Eu amanheci assim, papai! Cheia de pedaços de monstro! – chorava a criança. Estava feia. Horrível... Pior até que a Samanthinha.

O pai, compadecido da pouca sorte de sua pobre menina, pegou-a no colo e levou-a ao hospital. Haveriam de arranjar um jeito de curá-la por lá... A mãe apenas gritava e chorava. Era bonita demais para ser mãe de um monstro como aquele...

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– Me dá isso aqui, seu anjo de araque! Tira essas asas de morcego de cima de mim! – Gritava Percy.

– Asas de morcego? Moleque atrevido! Você vai se ver comigo... Passa essa névoa pra cá!

Percy Jackson bufava. Castiel arquejava. Naquele momento lutavam no alto, sobrevoando a cidade onde os Winchesters moravam.

E foi então que, em um golpe preciso, Cass de um pulo abocanhou o nariz do semi-Deus.

Zolda o beu dariz! – chiou o pobre rapaz. Mas não teve jeito. Com o nariz latejando de dor, Percy desconcentrou-se, e puxando com toda a força, Castiel acabou derrubando toda a névoa do rapaz pela cidade.

Percy, horrorizado, viu sua preciosa fumaça indo embora e cobrindo a população daquele lugarejo sem importância.

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Enquanto isso, no hospital local, Rosemary esperava na fila para ser atendida.

– Mas é uma emergência!! Olhem o que aconteceu com a minha filha! – Gritava Bernard aflito.

A recepcionista fez sinal com a cabeça, e só então, ao reparar nos outros pacientes, o pobre homem percebeu que era uma epidemia. Uma epidemia de monstruosidade... Os pais aflitos choravam segurando crianças com todos os tipos de deformidades bizarras. As emergências pediátrica e psiquiátrica nunca estiveram tão cheias.

Os médicos de plantão, por sua vez, também estavam apavorados. Nunca tinham ouvido falar em doença como aquela. Como poderiam curá-la? De onde havia surgido? A única pista veio de algumas crianças do pré escolar do colégio local. Pegaram a doença de um tal “Seu Sebastião”, funcionário da escola. Os profissionais da saúde teriam de averiguar...

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Alheia a tudo que ocorria ao seu redor, Dona Euvira, a diretora do colégio, mandou que levassem Astolfo ao hospital. Aquele homem precisava se tratar. Ele gritava e berrava como uma buzina dentuça e desafinada.

A mulher foi então pessoalmente abrir a porta para os estudantes.

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Sam e Dean ao longe viam uma multidão. Espiaram através dos binóculos bem na hora em que a porta da escola se abria. Uma fila se aglomerava do lado de fora... Uma fila de lindas criancinhas acompanhadas de seus pais. Dona Euvira sorriu para elas.

– Maldita Bruxonilda! Me enganou! – Vociferou Dean.

– E os monstros não cumpriram com sua palavra! Me prometeram que trariam as crianças... – completou Sam emburrado.

– E você confia na palavra de monstros?

– E você confia na palavra de bruxa?

Os dois irmãos estavam irritados e frustrados ao extremo. O que não conseguiam enxergar era uma névoa fina que cobria a cidade. Tudo graças a Castiel!


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