Fiquei correndo do Vitor  por um tempo, até cansarmos. 

- Ta bom eu cansei chega. 

- Só te perdoo porque estou feliz de termos saído de dentro daquele quarto. 

Ele disse na cozinha limpando o rosto que ainda estava cheio de bolo. 

- E aí, o que vamos fazer com os meninos ? 

- Não sei ainda. 

- Bom, então quando eles chegarem vamos fingir estar tudo bem até pensarmos em alguma coisa pode ser? 

Perguntei e ele assentiu com a cabeça. Escutei a campainha tocar. 

- Vivi  a campainha ta tocando. 

- E eu com isso? 

- E você com isso, é que ela ta tocando e eu não vou atender. 

- Vai logo, pode ser o Biel o amor da sua vida – ele disse fazendo uma cara de apaixonada e logo em seguida uma careta – e se for eu vou mandar embora, então... 

- Ta to indo. 

Fui em direção da porta, mas começaram a tocar a campainha descontroladamente. 

- JÁ VAI! 

Continuaram apertando freneticamente. 

- CARALHO EU TO DIZENDO QUE JÁ VAI E SE NÃO FOR O BIEL EU VOU FAZER VOCÊ ENGOLIR ESSA CAMPAINHA! 

Quando abri a porta me deparo com a Kika  e seu sorrisinho falso. 

- Pensei que fosse gente. 

Ela me olhou furiosa 

- Que é capeta? 

Disse me encostando na porta e olhando para ela. 

- Vim falar com o Vitor, ele ta aí ? 

- Ta, mas ta ocupando fazendo coisas mais importantes que conversar com você. 

- Tipo o quê? 

- Contar quantos grãos de arroz existem em um saco de 5 kilos. 

Disse dando um sorrisinho, ela me mostrou o dedo do meio e foi entrando. 

- Te convidei para entrar por um acaso ? 

- Não preciso de convite. 

- E por que não ? 

- Porque o Vitor sempre me deixa entrar na hora que eu quiser. 

- Porque você dá para ele na hora que ele quer. 

Disse baixo e fechando a porta. 

- O que você disse ? 

Ela perguntou chocada. 

- Eu? Nada, imagina. 

Disse rindo e voltando para a cozinha. 

- Vivi  você tem visita. 

- Quem é? Alguém importante? – ele disse se virando e viu a Kika e revirou os olhos – Ah, é só você. 

Eu soltei uma risada baixa.  

- Nossa Vitor, também estava com saudades. 

- Bom para você. 

Ele disse sorrindo amarelo para ela. 

- E 2 á 0 pro Vivi. 

Disse indo até a geladeira e pegando uma jarra com suco. 

- Lia cala a boca e fica quieta na tua que meu assunto é com o Vitor e não com você. 

- Eu calo a boca se eu quiser, a boca é minha. 

Disse colocando um pouco de suco em um copo e tomando enquanto olhava para ela. 

- Vitor será que nós podemos conversar em particular sem pessoas chatas, e intrometidas para nos atrapalhar ? 

- Isso só vai acontecer quando você dê o fora daqui porque é a única pessoa chata e intrometida do local, a não ser pelo Vivi, mas ele é um chato e intrometido legal. 

Disse sorrindo para o Vitor  que riu da minha cara. 

- Vem  Kika, vamos para a sala. 

Eles saíram e eu me sentei, depois de um tempo eu já estava entediada, sei lá seria legal saber o que eles estavam conversando, né? Mas não vou fazer isso, sou uma pessoa muito educada e tals. Já estava escondida ouvindo a conversa. 

- Vitor eu sinto saudade de você e eu não queria ser sua namorada, porque sei que você não quer isso, então eu só queria ficar com você ás vezes, como se fossemos namorados, mas você podendo ficar com outras garotas. 

- Ainda não entendi isso Kika, eu ficaria com você e você levaria chifre na hora que eu quisesse. 

- É, mas entenda eu ia poder entrar aqui na hora que quisesse, vir atrás de você na hora que eu bem entendesse e tudo isso. 

- E por que eu ia querer alguém no meu pé ? 

- Não ia ta no seu pé, Vitor. Não ia ta atrás de você todo tempo, te ligando para saber onde está nem nada do tipo. 

- Ainda não entendi o que isso significa. 

- Isso significa que ela quer ser sua puta fixa, só isso. 

Disse passando por eles e indo em direção a escada.  

- Olha aqui sua vadia, não se meta onde você não é chamada. 

- Primeiro: vadia é você sua projeto de puta e segundo: eu me meto onde eu quiser porque eu não chamei você para vir aqui e do mesmo jeito você não está parada na sala da minha casa? Então você fica caladinha aí e se eu escutar mais um latido seu, não me responsabilizo pelos meus atos. 

Disse subindo as escadas. 

- Vitor você vai deixar ela falar assim comigo? 

- O que você quer que eu faça? Eu que não vou arrumar briga com ela. 

Escutei ele dizer e ri, fui para meu quarto e tomei um banho um pouco demorado. Quando desci não encontrei mais a Kika lá, só o vitor jogado no sofá. 

- E aí, resolveu as coisas com ela? 

Disse me sentando e colocando os pés dele no meu colo. 

- Resolvi aceitar a proposta dela. 

- Vviii namorando agora. Hummmmmmmm. 

Disse e ele fez uma careta. 

- Não estou namorando, não sou de uma garota só. 

- Nem se essa garota só fosse eu. 

Dei um sorriso malicioso e pisquei para ele. 

- Aí, nós pensaríamos na possibilidade. 

Eu ri e logo em seguida escutei alguém na porta. 

- Não cara, vai você primeiro. 

- Não Gui a ideia foi sua, então você apanha primeiro. 

Eu olhei para o Vitor e nós rimos. Logo depois a porta se abriu, eles vieram andando devagar e pararam de frente para o sofá, com um sorriso estranho. 

- Oi gente que eu amo muito e vocês sabem disso. 

O Gui disse fazendo coraçãozinho com as mãos. 

- Relaxa, não vamos bater em vocês. 

- E o que vocês estão armando ? 

O Lucca perguntou desconfiado e eles começaram a olhar para todo lado, como se estivesse procurando alguma coisa. 

- Nada, não vamos fazer nada com vocês... pelo menos agora. 

O Vitor disse e eles nos olharam desconfiados. 

- Vou acreditar em vocês. 

O Dinho  disse, mas ainda confuso. 

- Essa é uma péssima escolha. 

Disse assustando eles. 

- Bom, vamos fingir que nada disso aconteceu e seguir em frente, o que acham ? 

- Eu acho que podemos fazer isso, depois de nos vingarmos de você e relaxem que isso não vai ser agora. 

- Droga, eu disse para você não tirar eles de lá nunca mais Gui, você sabe como eles são vingativos. 

- Vish, nem somos. 

O Vitor disse zoando com a cara deles. 

- Viu? Estamos mortos. 

O Dinho  disse e eles subiram. 

- Eles estão morrendo de medo do que pode acontecer com eles. 

Disse rindo e o Vitor riu comigo. 

- Afasta aí para eu deitar com você. 

Pedi e ele se afastou, deitei na frente dele que me abraçou pela cintura. Começamos assistir um programa qualquer que estava passando.  

- Sabe o que eu to lembrando. 

O Vitor passando as pontas dos dedos na minha barriga, e estava me fazendo um tipo de cócegas. 

- O quê? 

- Que fiz uma aposta com você. 

- Ah é. 

- E eu acho que ganhei. 

- Como assim você ganhou? Você disse que NUNCA mais ia me beijar, então vamos ter que esperar um dos dois morrer para saber quem vai ganhar a aposta. 

- Então a aposta seria quem morre primeiro? 

Ele disse de propósito para me fazer ficar confusa, me virei de frente para ele. 

- Não. 

- Então vamos fazer um prazo. 

- Tudo bem, um mês sem me beijar? 

- Não, um mês é muito. 

Ele disse fazendo uma careta. 

- Então fechado, um mês. 

Disse sorrindo e ele fez outra careta. Escutei alguém bater na porta e logo em seguida ir entrando. 

- Vitor  meu amor, sou eu a  Kika cadê você? 

- Morreu. 

Gritei para ela e o Vitor  riu. 

- Com ciúmes, Lia? 

- Não, só não gosto da putinha da Kika. 

- O QUE VOCÊS ESTÃO FAZENDO ? 

Ela chegou perto do sofá gritando. 

- O quê que tem Kika, pelo que sei seu acordo era que ele podia ficar com a garota que quisesse, quando ele quisesse. 

Disse sorrindo para ela. 

- É, MAS NÃO VOCÊ. 

- E por que não a Lia ? 

O Vitor perguntou olhando para a Kika. 

- Porque eu não suporto ela, preferia que você ficasse com uma senhora de 97 anos do que com a Lia. 

- Que pena que isso não vai acontecer. 

Disse me virando e beijando o Vitor no inicio ele ficou confuso, mas depois começou a retribuir o beijo. Senti alguém me puxando pelo cabelo. 

- LIA POR QUE VOCÊ NÃO PARA DE QUERER O QUE EU TENHO? O VITOR É MEU, TA OUVINDO? ELE NUNCA VAI SER SEU. 

Ela disse soltando meu cabelo e eu sorri. 

- Ele é seu e de mais quantas ele quiser, pelo menos se pedisse para namorar com ele, ele seria só meu e de mais garota nenhuma, pode fazer essa pergunta para ele. 

- Vitor? 

Ela disse se virando para ele. 

- São os fatos, Kika. Não posso fazer nada. 

Ele disse dando de ombros. Ela respirou fundo, como se tivesse se recuperando. 

- Tudo bem, vamos fingir que nada disso aconteceu. 

- Nossa, isso é que é gostar de ser corna. 

- Lia você pode nos dar licença, eu quero ficar um tempo com o Vitor. 

- Claro, mas antes... – disse dando um tapa bem dado na cara dela – isso foi por triscar no meu cabelo, e da próxima vez não vai ser só um tapa. 

Disse matando ela com o olhar. 

- Caralho, essa doeu em mim. 

O Vitor disse sorrindo, olhei para ele que me mandou um beijinho.  

- Você não vale nada. 

Disse subindo as escadas, mas escutei a porta se abrindo.  

- LIA! 

O Biel  entrou em casa correndo e me abraçou. 

- BIEEL! 

Disse abraçando ele também. 

- Pensei que você nunca ia sair daquele quarto. 

- Também pensei isso. 

Disse dando um beijo na bochecha dele. 

- E para comemorar isso, temos festa hoje. 

Ele disse todo animado. 

- To dentro. 

O Vitor  disse e o Biel  olhou para a cara dele. 

- Alguém te convidou? 

- Eu também vou. 

A  Kika disse. 

- Alguém te convidou também, biscate ? 

O Kika disse olhando ela dos pés á cabeça e eu ri. 

- Festa para todos, Biel. 

Disse e ele revirou os olhos. 

- Ta bom então, depois eu dou o endereço para vocês. 

- Tomara que não seja uma boate gay. 

A Kika disse rindo. Será que ela sabia de alguma coisa? 

- Não é, e pode deixar que também não é na boate que você faz strip. 

O Biel disse dando um sorriso falso e o Vitor riu do lado da Kika. 

- Cala a boca, viadinho. 

- Olha não mexa comigo, ou eu coloco teu nome na macumba, biscate. 

O Biel  disse virando a cara e eu e o Vitor só rimos.