Ele veio me beijar, mas eu dei um tapa na sua testa.

– Não quero saber de você, sai de cima de mim.

– Não.

Ele disse com um sorriso malicioso.

– Vitor sai de cima de mim agora.

Ainda nos encontrávamos deitados no chão da casa com ele por cima de mim.

– Não vou sair daqui.

Ele disse aproximando seu rosto.

– Você que sabe ou sai ou apanha.

– Você não vai me bater.

Ele disse me olhando debochado. Empurrei ele com força mudando de posição fazendo com que eu ficasse em cima dele e comecei a encher ele de tapas.

– O que que ta acontecendo aqui ?

Escutei a voz da tia Dora e parei de bater no Vitor e olhei para cima, ela estava parada nos olhando e os meninos atrás dela rindo da nossa cara.

– O seu filho pirigueto tentou me agarrar tia.

Disse saindo de cima do Vitor para ir para perto da tia Dora, mas assim que me levantei e ia caminhar ele segurou meu pé fazendo com que eu caísse novamente, ele se levantou rápido e foi correr, mas eu rolei no chão e fiz com que ele tropeçasse em mim e caísse novamente e começamos a nos tapear de novo.

– CHEGA VOCÊS DOIS LEVANTEM AGORA.

Ela disse e nós paramos de nos bater e nos levantamos.

– Que coisa feia, parecem duas crianças com 5 anos de idade.

– Mas mãe foi ela quem começou querendo pegar meu carro.

– Mentira tia quem começou foi ele que me derrubou no chão.

Disse dando língua para o Vitor.

– Ei, acabou a brincadeira aqui. Que horror, até parece que não dei educação para vocês.

Ela começou o sermão e eu e o Vitor abaixamos a cabeça enquanto os meninos riam da nossa cara.

– Mãe sabe qual o problema? É que a senhora não sabe o quanto essa menina é irritante.

– Nem sou seu retardado.

– EU JÁ DISSE PARA PARAR DE BRIGA, AGORA EU QUERO OS DOIS EM SEUS QUARTOS, VAMOS AGORA.

Nós fomos andando e subindo as escadas, o Vitor me empurrou com o ombro fazendo com que eu batesse na parede e eu dei um empurram nele que fez com que ele caísse da escada, sorte que tínhamos subido só uns 5 a 6 degraus.

– FILHA DA...

Ele ia terminar a frase, mas a tia Dora bateu nele.

– Bem feito.

Disse fazendo careta para ele e subindo para meu quarto. Fui para o banheiro e tomei um banho demorado, vesti meu pijama afinal eu não ia sair de casa mesmo. A tia Dora já tinha ido para casa, eu desci e me joguei no sofá.

– Levou bronca da tia Dora.

O Dinho disse se jogando no sofá perto de mim.

– Vai cagar.

Disse empurrando ele fazendo com que ele caísse no chão.

– Ficou com raivinha Lia?

Ele disse deitado no chão e rindo de mim.

– Vou te matar.

Disse dando um sorrisinho, pegando uma almofada e pulando em cima dele o asfixiando com a almofada.

– Se ferrou Dinho, mexeu com a pessoa errada.

Escutei a voz do Lucca, ele se sentou no sofá e ficou rindo do Dinho.

– Vai continuar zoando comigo?

Perguntei tirando a almofada da cara do Dinho.

– Não... Lia.

Ele disse recuperando o fôlego.

– Você sabe que eu não faria nada com você meu amor, eu te amo.

Disse abraçando ele.

– Sei.

Ele disse ainda recuperando o fôlego.

– Que é isso aqui, Lia?

O Gui disse me agarrando pela cintura e me tirando de cima do Dinho.

– O que Gui?

– Esqueceu que nós estamos namorando agora? Você não pode ficar se agarrando com esses meninos aí não.

– Desculpa meu amor, é que eu tava tentando matar o Dinho.

Disse dando um beijo na bochecha do Gui.

– Ah, então pode voltar a fazer o que estava fazendo.

Ele disse me soltando e eu ri.

– Pera aí, pera aí como é que é o negócio aí ?

O Lucca disse olhando confuso para mim e para o Gui.

– Que negócio ?

O Gui disse se fazendo de desentendido, mas ele sabia muito bem do que o Lucca estava perguntando.

– De vocês estarem namorando.

Disse o Gui se levantando do chão.

– Simples eu e o Gui estamos namorando.

– Mas vocês sempre fomos quase irmãos.

– Pois é, mas “quase” então não somos irmãos.

Disse piscando para eles e o Gui me abraçou.

– E por que você escolheu ele e não eu?

– Ou eu?

Disse oLucca e depois o Dinho.

– Ou eu?

Escutei a voz do Vitor e ele se sentou no sofá.

– Primeiro é porque eu sou lindo e gostoso e segundo é porque eu não sou um broxa.

O Gui disse rindo do Vitor.

– Filho da puta, vou te matar.

O Vitor disse se levantando e começou a correr atrás do Gui.

– Não entendi a piada.

Tinha me esquecido que os meninos não estavam em casa ontem, por isso não tinham visto a cena.

– Sabe meninos, é que uma certa pessoa foi ficar com uma menina ontem, mas não aguentou.

Eu disse e eles começaram a rir.

– Aqui para vocês.

O Vitor disse mostrando o dedo do meio para os meninos, eles pararam de correr e agora estávamos todos sentados no sofá.

– Meninos que tal a gente sair hoje? To a fim de dançar, beber.

– Pode ser, parece que abriu uma boate nova por aqui e já ouvir dizer que é muito boa.

O Vitor disse e os meninos concordaram.

– E eu que pensei que vocês já tinham ido para todas as boates existentes nessa cidade.

– Quase todas.

– É, mas todas as meninas existentes nessa cidade vocês já pegaram né?

– A maioria.

– Vocês são uns vadios que não tem o que fazer, não querem saber de nada além de mulher, só o meu namorado lindo se salva.

Disse abraçando o Gui e os meninos riram.

– Mas antes de namorar com você ele era um vadio.

– Mas não é mais.

– Ta vamos parar de discussão e vamos assistir TV.

Ligamos a TV e ficamos assistindo um filme qualquer que estava passando.

– Lia pedi uma pizza aí para a gente.

– Ta bom.

Peguei o telefone e disquei o número da pizzaria, pedi a pizza e demorou só uns 20 minutos para chegar. Abri a porta.

– Boa Noite.

O entregador disse para mim com um sorriso enorme.

– Boa Noite.

Disse pegando a pizza.

– Vou pegar o dinheiro, espera só um pouquinho.

– Claro gatinha, aproveita e traz seu telefone também.

Eu me virei e fui até os meninos.

– Quem vai pagar a pizza?

– Pega.

O Vitor disse me dando uma nota de dez.

– E me traz meu troco.

Ele estava zoando com a minha cara só pode.

– Me dá logo o dinheiro da pizza.

Disse metendo a mão no bolso dele e tirando o dinheiro que tinha lá e não tinha pouco não.

– NÃO ESQUECE DO SEU TELEFONE, GATINHA.

O carinha da pizza gritou da porta.

– Que negócio de telefone é esse?

– Ele pediu meu telefone.

– Como é que é?

Me virei para ir pagar a pizza, e acho que os meninos estavam vindo atrás de mim, dei uma olhada para trás e confirmei isso.

– Aqui está.

Disse pagando a pizza.

– E seu telefone cadê?

Quando ele terminou a frase os meninos apareceram atrás de mim.

– Você quer o telefone de quem mesmo?

Escutei a voz do Gui.

– Você é namorada de algum deles?

– Ela é minha namorada.

– E nossa irmã.

O Lucca disse se referindo a ele e o Dinho.

– E essa coisa não é nada minha, graças á Deus, mas nenhum garoto trisca nela.

– Então eu já vou indo.

O entregador disse todo sem graça.

– Vai mesmo e se você voltar a dar em cima dela, vamos atrás de você.

O Lucca disse fazendo sinal de que estava de olho no carinha que foi embora morrendo de medo.

– Eu hein.

Disse rindo e fechando a porta. Comemos a pizza e fomos nos arrumar para irmos para a balada.

– VAMOS GENTE.

Escutei o Gui gritando do corredor.

– MINHA NOSSA, O VITOR PARECE UMA MULHER TUDO BEM A LIA AINDA ESTAR SE ARRUMANDO, MAS O VITOR FAÇA-ME O FAVOR NÉ?

Escutei ainda o grito dos meninos, eu estava quase pronta só faltava o make.

– LIA VOCÊ VAI COM O VITOR, NÓS JÁ VAMOS INDO.

– NÃO GENTE TÔ TERMINANDO JÁ.

– JÁ FOMOS.

Depois disso só houve silencio. Terminei de me arrumar, me olhei no espelho conferindo a minha roupa e depois sai do quarto, no mesmo instante o Vitor saiu do quarto dele, confesso que ele estava lindo.

– Nossa, até que você ta bonitinho.

Disse fechando a porta do meu quarto.

– Já não posso dizer o mes...

Ele ia falar, mas se interrompeu quando olhou para mim, ele me olhou dos pés a cabeça.

– O quê que você ia dizer, Vitor?

Disse sorrindo.

– Que você está linda.

– Obrigada.

– Vamos?

– Claro.

Disse e nós saímos, bom é hoje que eu provoco o Vitor nada melhor que música e bebida para provocá-lo.