O Defensor escrita por That Girl


Capítulo 2
Capítulo 2 - Primeiros-Socorros.


Notas iniciais do capítulo

Olá! Gostaria de agradecer às cinco leitoras que ganhei no primeiro cap e aos cinco reviews!! hehehe. Pelo que percebi, todas comentaram!!
Dedico o capítulo para:Debinha, Isa Savatore Cullen, HeleenaaRodrigues, Eduarda Duarte e AnaMK.
Amei os reviews meninas!

HeleenaaRodrigues e dcm, obrigada por favoritarem!


Boa leitura! ^^



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/407470/chapter/2

Estava quase chegando ao hospital e Isabella tinha permanecido em silêncio durante todo o caminho. Felizmente ela não parecia ser do tipo agressiva, mas em compensação ‘desconfiança’ era seu nome do meio, evitava meus olhares e mantinha certa distância de mim. Fiquei incomodado, mas preferi dar prioridade aos seus ferimentos. Chegamos ao hospital e eu abri a porta do carro pra ela, ajudando-a a descer e se locomover. Seguimos pela entrada do Pronto-Socorro e me senti aliviado ao ver meu pai na recepção.

– Pai! Que bom que ainda está aqui! – ele me fitou surpreso e olhou curioso para Isabella, já que eu estava segurando-a pela cintura e sustentando seu peso.

– Filho, que surpresa vê-lo aqui! - disse vindo em nossa direção e franzindo o cenho para os ferimentos dela. – O que aconteceu com essa moça? Venha, vamos para a ala de atendimento. – disse já nos conduzindo pelas portas duplas. Isabella permanecia calada e muito corada.

– Eu estava no jardim da escola quando Isabella foi atingida na cabeça por uma bola de futebol americano... – meu pai olhou surpreso e sentou Isabella cuidadosamente na maca, escorei-me na parede observando ela ser atendida.

– Hum... Então seu nome é Isabella... – ele sorriu pra ela que corou mais ainda antes de retribuir. – É um lindo nome. Imagino que tenha caído de frente não é? – ela assentiu e ele cuidadosamente soltou os óculos de seu rosto.

– Ai... – disse baixinho e duas lágrimas caíram. Apertei os olhos ao vê-la gemer enquanto meu pai apalpava suas costelas e sua cabeça.

– Está sentindo dor aqui? – ele perguntava apalpando suas costelas.

– Apenas do lado esquerdo... – disse baixinho.

– Acho que a pancada foi bem desse lado. E aqui na cabeça? – ele ia apalpando enquanto ela fazia caretas.

– Apenas quando o Dr. apalpa... – ela falava baixo e sem olhá-lo nos olhos.

– Entendo... Bom, preciso ver como estão os hematomas das costelas. – meu pai falou dando a entender que levantaria sua blusa, ela olhou espantada e eu corei. – Edward, por favor, pode dar uma volta pelo hospital e me esperar no meu consultório? – disse piscando e eu assenti.

– Estarei esperando por vocês lá. – ele assentiu e eu fui até Isabella e lhe dei um beijo em sua testa. – Não minta sobre a intensidade das dores hein! – disse sorrindo e ela retesou todo o corpo ao sentir meu toque.

– Po- po- pode deixar... – ela gaguejou baixo e eu saí dali rapidamente antes que ela chamasse minha atenção.

Caminhei pelos corredores do hospital completamente intrigado. Primeiro com a evidente agressão que ela sofreu, pelo que eu pude perceber ela tinha acabado de chegar à escola; segundo com a sua timidez e o fato de me olhar desconfiada todo o tempo, como se eu fosse ser o próximo a fazer algo de ruim contra ela e terceiro: eu senti evidente curiosidade e necessidade de descobrir os dois primeiros ‘pontos’ que observei. Cheguei ao consultório do meu pai e sentei-me no sofá esperando por ele, vi as horas e constatei que já tinha perdido a primeira aula. “Primeiro dia de aula inusitado...” pensei comigo mesmo e comecei a rir sozinho, “Pra quem sempre levou uma vida pacata, até que um pouco de emoção não fará mal...” meu pensamento me fez rir de novo. Escutei o barulho da maçaneta e me recompus rapidamente, meu pai entrou e sentou-se ao meu lado, apesar de estar aparentemente cansado seu semblante era tranqüilo.

– Manhã agitada hein filho? – disse sorrindo de canto e eu ri baixo.

– Nem me fale pai! Aliás, como ela está? – minha voz tinha um certo tom de preocupação e ele me olhou sorrindo.

– Ela está bem, foi apenas um susto. – suspirei aliviado e ele riu baixo. – O tombo foi feio, mas a grama ‘amorteceu’ a queda, ela teve apenas aquele machucado no rosto e um leve hematoma nas costelas.

– Menos mal... Eu me assustei quando a vi caindo... – ele me olhou divertido. – Mas quase que não pude ajudá-la, ela é muito tímida... – ele me olhou de canto e eu soltei um muxoxo.

– Eu receitei um analgésico, ela inclusive já tomou um... – fiquei mais aliviado e meu pai me olhou sério por um segundo... – Filho, também notei que ela é muito tímida. Mal respondeu o que eu perguntei e não me olhou nos olhos. Ela parecia muito...

– Insegura? – completei sua frase e ele assentiu concordando.

– Exatamente. E eu conheço muito bem o filho que tenho e sei que vai ajudá-la. – eu sorri de leve. – Mas quero te pedir uma coisa: vá com calma, por favor. Se você intimidá-la, ela vai fugir mais ainda de você. – assenti concordando, ele tinha razão. – Não sei porque, mas sinto que ela inspira cuidados.

– Eu sinto exatamente a mesma coisa. – disse sorrindo fraco. – E onde ela está?

– A enfermeira Sue estava com ela, limpando alguns cortes pequenos e os ferimentos do rosto. Depois iria levá-la para o Dr. Félix, o oftalmo... – olhei meio desconfiado.

– Uma das lentes do óculos rachou, e pelo que pude perceber ela é míope, então ela não pode ficar sem óculos. – assenti e me levantei.

– Hum... Ainda tenho uma boa parte da mesada... - ele me olhou rindo. – Acho que ela não vai se opor em ganhar um presente do seu mais novo amigo. – disse piscando e meu pai riu mais ainda.

– Tenho lá minhas dúvidas... – olhei meio feio pra ele, que riu divertido. – Mas tente, e lembre-se: vai com calma! – falamos juntos e rimos.

– Vou avisá-la que você a espera na recepção. Ah, leve isso se ainda pretende voltar para o seu primeiro dia de aula. – sorriu me entregando um ‘atestado’ de comparecimento em uma consulta, para que eu não tivesse problemas em entrar nas outras aulas.

– Ter um pai médico tem seus benefícios. – pisquei e ele riu andando em direção à ala de descanso. – Diga pra mamãe que eu mandei um beijo. – ele sorriu e se foi.

Voltei para a recepção e para minha surpresa ela já estava lá me esperando. Sua testa e a região dos olhos estavam avermelhadas, sem contar suas bochechas, que pareciam duas maçãs redondinhas. Sorri me aproximando e não toquei nela para não assustá-la.

– Como se sente? – perguntei assentindo para que seguíssemos para fora do hospital. Ela sorriu de canto e falou olhando pra frente.

– Melhor. Seu pai é muito gentil... – disse e eu sorri concordando. – A propósito, obrigada pela gentileza de ter me ajudado... – chegamos no meu carro e eu abri a porta pra ela, sorrindo gentilmente.

– Não há de quê. A propósito, precisamos passar na farmácia e, você sabe se tem alguma ótica por aqui? – fechei a porta e rapidamente dei a volta sentando no banco do motorista. Ela me olhava bem desconfiada e eu sorri.

– Bom, tem. Mas acho que meus óculos ainda servem... Vou pedir para o Eric trocar a lente e... – ela ia falando baixo e rápido e eu interrompi.

– Acho que eles ficaram um pouco tortos... Mas vamos deixar para o Eric dizer se eles tem ou não salvação. – ela assentiu minimamente e eu sorri dirigindo até a farmácia. Sob os protestos dela eu desci e comprei os analgésicos; ela fez um lindo biquinho bravo quando tomei a receita de suas mãos e desci correndo, travando o carro para que ela não fugisse. Voltei para o carro e ri alto demais quando a vi com os braços cruzados no peito e ainda fazendo bico.

– Não sei por que está rindo... – disse virando o rosto para a janela.

– Estou rindo por causa do seu bico e essa carinha linda de ‘estou brava’... – “Ops!” minha mente soltou quando vi ela arregalar os olhos. “Não assuste ela, não assuste ela...” repetia essas palavras na minha mente como um mantra. Sorri me desculpando e ela fingiu ignorar o que ouviu.

– E a senhorita não me disse onde fica a ótica... – disse dando partida no carro; ela suspirou derrotada e me passou o endereço.

– Siga para a praça central, a ótica é em frente. – disse carrancuda e eu ri internamente, não queria irritá-la ainda mais.

Chegamos na ótica e ela nem esperou que puxasse o freio de mão descendo a passos rápidos e entrando na ótica sem me esperar. Ri baixo e desci correndo atrás dela.

– Bom dia Bella! – vi um garoto, acho que o tal Eric cumprimentá-la e ela corar de leve antes de abaixar a cabeça para respondê-lo.

– Oi Eric... – ouvi dizer baixinho e me aproximei dos dois, ele me olhou surpreso e me cumprimentou.

– Bom dia, sou Eric! – estendi minha mão para cumprimentá-lo.

– Bom dia, sou Edward... – ele sorriu e voltou a olhar pra Isabella.

– Seus óculos quebraram de novo? – perguntou rindo e ela corou violentamente estendendo os mesmos para ele avaliar.

– É... Eu tropecei e caí de frente... Sabe como é... – ela disse corada e ele riu baixo enquanto olhava para o que um dia já foi um par de óculos e olhou pesaroso pra ela.

– Então Bella, acho que dessa vez teremos um ‘enterro’... – disse em tom de brincadeira e ela bufou. – Dessa vez eles não resistiram. Sinto muito. – disse nos conduzindo até uma mesa que com vários modelos e apontou as cadeiras para que nos sentássemos.

– Tem certeza? – ela perguntou e senti uma pontinha de esperança na sua voz.

– Tenho. Depois de três remendos e pelo que pude perceber, o tombo foi feio... – ele mostrou para ela as penas soltas e a armação completamente torta. Ela suspirou triste e eu decidi me intrometer, de maneira sutil, claro.

– Isabella... – chamei-a e ela me olhou de canto.

– Sim? – ela respondeu e Eric já ia tirando da gaveta alguns modelos e arrumando sobre a mesa.

– Meu pai disse que você é míope... – ela corou e assentiu. – E pelo que percebi você não tem outro par de óculos e não pode ficar sem usá-los.. – ela me interrompeu.

– Esse par era o reserva... Mas acho que posso comprar um modelo mais simples... – ela olhou pra Eric.

– E claro que terá um desconto nas lentes, já que é uma cliente especial. – disse amável e ela ficou roxa.

– Isabella... – chamei novamente e ela me olhou.

– Edward? – disse e eu sorri ao ouvir ela dizer meu nome. “Seja sutil... Seja sutil!” meu mantra ecoava em minha mente.

– Posso, por favor, lhe dar os óculos de presente? – ela arregalou os olhos e vi de canto quando Eric sorriu.

– Co-como assim de presente? Não precisa, Eric pode dividir e eu vou falar com minha mãe... – ela ia falando rápido e baixo e eu interrompi.

– É que você é a primeira ‘colega’ de escola que conheci... E eu quero te dar como um pedido de ‘seja minha amiga’ – disse sorrindo torto e vi ela suspirar brevemente.

– Eu é... Aceito os óculos... E quanto ao pedido de amizade nós podemos conversar depois... – disse baixo olhando de esguelha para um Eric muito atento à conversa alheia. Ele pigarreou sem graça e começou a mostrar os modelos para Isabella. Depois de alguns minutos e várias trocas de armações e vários pitacos meus e de Eric, ela escolheu um modelo lilás e muito delicado, que combinou perfeitamente com seu rosto de boneca.

Enquanto eu ia até o caixa acertar o valor, que não ficou tão caro, ela foi esperar lá fora e quase caiu ao tropeçar nos degraus da entrada da loja. Meu coração quase saiu pela boca ao ver ela se desequilibrar e eu suspirei aliviado quando ela se estabilizou e se encostou no carro.

– Vou acelerar a produção das lentes. Os óculos ficarão prontos ao final da tarde. – Eric falou chamando minha atenção e eu me virei para ele.

– Ela costuma vir muito aqui? – ele suspirou pesaroso enquanto passava meu cartão na maquineta.

– Sim, sempre que seus óculos quebram ou entortam... – sorri amarelo e ele olhou brevemente pra ela e depois voltou a me olhar. – Ela diz que são sempre acidentes domésticos, que os deixa cair ou que dorme com eles quando esquece de tirá-los. Mas eu acho que nem sempre é por isso... – suspirou mais uma vez e me entregou um canhoto para que eu pudesse retirar os óculos e meu cartão. Antes que eu pudesse sair ele me chamou novamente.

– Edward... – virei-me e ele me olhou sério. – Se realmente quer ser amigo dela, aproxime-se com cuidado. – sorriu sincero e eu lhe devolvi o sorriso. Apertamos nossas mãos e eu fui até o carro, assim que destravei o alarme ela entrou rapidamente sem nem me dar a chance de abrir a porta para ela. Entrei e dei partida e ela continuava quieta e um pouco envergonhada.

– Onde é a sua casa? - ela me deu o endereço e eu notei que era na mesma rua que a minha, ao ver o número sorri internamente ao notar que sua casa era em frente à minha.

– Chegamos! – anunciei e ela sorriu. – A propósito, moro na casa da frente. – apontei e ela olhou pela primeira vez diretamente em meus olhos.

– Eu sei... Vi do meu quarto o dia em que você se mudou. – sorri e ela retribuiu.

– Bem, vou entrar, acho que preciso de um banho... – disse apontando para si e quebrando nosso contato visual. – Mais uma vez, obrigada pela gentileza. – sorriu de novo, mas dessa vez não me olhou nos olhos.

– Como já disse, não há de quê. Eu volto a tarde para lhe trazer os óculos. – ela abriu a porta e antes que descesse eu lhe chamei.

– Isabella, você está no terceiro ano? – ela assentiu. – Então eu vou voltar para a escola, acho que consigo pegar as duas últimas aulas da manhã e o restante da tarde... Trago as anotações para você. – ela sorriu de canto e desceu do carro.

– Obrigada. – disse antes de fechar a porta. Fiquei observando enquanto ela abria a mochila em busca das chaves e entrava, assim que ela fechou a porta eu liguei o carro e dirigi até a escola. Fui rapidamente até a secretaria e entreguei meu atestado e o de Isabella. Consegui assistir as duas últimas aulas e fiz as anotações atentamente.

Estava indo para o refeitório quando fui abordado por um cara e duas garotas.

– Foi você que socorreu a Isabella quando ela levou a bolada não é? – franzi o cenho e assenti antes de responder.

– Sim, fui eu mesmo. Por quê? – os três sorriram aliviados e eu não entendi o motivo.

– Sou James e está é Tanya minha irmã – apontou para a loira. – E Victória, minha namorada. – apontou para a ruiva. – Nós estávamos muito longe quando vimos tudo e ainda bem que você estava mais perto e pôde socorrê-la. – sorri de canto.

– Almoça conosco? Precisamos conversar com você sobre Isabella e o acidente de hoje. – olhei intrigado para os três e resolvi seguí-los.

Acho que é agora que descubro mais um pouco sobre ela...”. Sorri empolgado e acompanhei os três até o refeitório.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

O capítulo de hoje saiu mais longo! (Ufa!) e o terceiro está a caminho ;)
Volto em breve!


Beijos



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "O Defensor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.