Why So Serious? escrita por Sakky


Capítulo 8
Uma Verdade Memorável


Notas iniciais do capítulo

Anteriormente no Capítulo VII

A escuridão tomou conta de minha mente.

{...}

"Me de um "K" me de um "E"..." Olhei para o outro lado e King estava com pompons prateados. (Bom pelo menos não estava de saia).
Decidi voltar-me inteiramente para a luta. Kentin acabara de dar uma rasteira em Nathaniel que caiu em uma das poças de lama, mas o loiro pensou rápido deu uma rasteira em Kentin que caiu para trás, tempo suficiente para Nathaniel se levantar e se recuperar da poça de lama. Nathaniel não pensou duas vezes assim que o moreno levantou o golpeou com o punho esquerdo bem no queixo fazendo o cambalear, mas isso não impediu Kentin acerta-lo com a perna esquerda bem no traseiro do loiro fazendo os dois rodopiarem pelo ar. De repente, senti uma estranha adrenalina invadir e correr pelo meu corpo, por um momento não liguei para isso, mas era forte demais. Quando vi já havia pulado sobre a arquibancada e corria velozmente em direção a Kentin e Nathaniel. Os dois haviam acabado de se distanciar um do outro com um golpe de Kentin, pulei naquela brecha e saltei esticando as duas pernas. Acertei-os em cheio, os dois cambalearam para trás, eu rapidamente segurei Nathaniel pela camiseta e depois fui atrás de Kentin e o agarrei pelo moletom.
"Vão parar de brigar ou vão querer outro chu..." Mas as palavras se foram ao vento senti a pressão do meu corpo se elevar e abaixar ao mesmo tempo. O resto foi um borrão de escuridão.

{...}

"E como eu fiz isso?"
"Eu disse que havia participado do "processo", sua força foi adormecida quando perdeu a memória." respondeu King com um sorriso carinhoso.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/406873/chapter/8

— Olha eu não sei como se sente, mas é a vida. — Kentin tentava me reconfortar. — Uma hora você está tranquilo comendo biscoito, na outra está chutando o traseiro de seus amigos e perdendo a memória e também...
— Kentin não está ajudando. — Brianna tenta calar a boca do moreno.
— Eu só estou tentando dizer a real! — Kentin bufa.
Brianna revira os olhos em resposta.
— E como eu perdi a memória? — murmurei. Estava pasma com aquilo tudo.
— Ah... Desculpe, não sei te dizer. — King olha para o lado, tentando não me encarar. — Vamos Nathaniel precisamos voltar ao plano...
— Que plano? As folhas foram por água abaixo... E aquilo nem era o projeto principal e...
— Chega! Vamos! — King envergonhado puxa Nathaniel pelo braço até a saída da enfermaria.
— Desculpe, ele ainda não está preparado para te cont...
— Brianna. — Brianna olha para Kentin que balança a cabeça negativamente. — Não conte nada ainda, é ele quem deve contar. Agora sabemos que é ela realmente, mas é somente ele que deve contar a verdade. — Brianna assentiu.
— Verdade? Contar o que? — O que eles estão dizendo?
— Não se estresse com isso. — Kentin bagunça com a mão direita meu cabelo carinhosamente, e solta um enorme sorriso. Mas não um dos seus sorrisos de deboche que sempre dava. Era algo como um sorriso reconfortador, mesmo assim era estranho nele. — Já disse que você faz muitas perguntas?
— Já.
Kentin solta uma risadinha e sai da enfermaria.
— Quer descansar agora? — Brianna pergunta humildemente.
— Acho que sim, é muita coisa para absolver.

Brianna me leva até um dos imensos quartos. E quando digo imenso quero dizer ENORME!
Havia uma cama branca que poderiam dormir cinco pessoas tranquilamente ali. Havia uma estante com livros que talvez lesse mais tarde, havia também um guarda roupa vermelho e luxuoso vazio, e uma penteadeira com detalhes foleados a prata como o teto, o chão claramente era bem polido. Brianna se despediu de mim e deixou que me acomodasse.
Mas eu não conseguia dormir.
Pensava no que podia ter perdido. King já me falara que havia perdido a memória antes, mas quando vi o que eu era capaz de fazer em batalha a ficha caiu. O que eu havia perdido naquele estranho lugar?
Resolvi deixar a mente vagar e quando percebi já havia dormido.[/color]

Abro os olhos e me deparo com a escuridão.
Afinal, aquele lugar era um ao qual você nunca gostaria de por os pés ou sequer respirar o mesmo ar.
Já não me lembro do cheiro de um lar, o conforto, o amor... A Paz. A verdade é que nem sei se tenho um verdadeiro lar. Desde que me conheço vivo aqui nesse lugar escuro.
As pessoas me olham com desprezo, me olham como se fosse um objeto qualquer e me tratam como se fosse um animal de rua: Desprezado pela humanidade por não ser algo perfeito. Tento agradar a todos, mas parece que nem sequer notam minha presença.
Decido então me trancar para o mundo. Não ligar, não me importar. Viver as escuras, tornar-me parte da escuridão. Ser a escuridão.
Mas foi quando ele apareceu, perguntando-me pelo nome, perguntando-me como eu me sentia. E dizendo que tiraria a todos daquele lugar escuro.
E ele fez algo que nunca me esquecerei, algo extraordinário, que eu jamais me permitiria a fazer naquele lugar.
Ele sorri.

Pulo da cama ofegante. Que sonho foi aquele? Que lugar era aquele? E o ponto principal; Quem era aquele garoto?
Percebo vozes vindas do corredor. Corro em direção a porta e vago pelo corredor em direção a elas. No final de um dos corredores uma porta está entreaberta, espio por ela, mas só vejo sombras e computadores ligados.
— ... E o mais importante: Quando vai contar a ela a verdade? — Era Nathaniel.
— Já disse, não estou pronto para isso! — E a outra voz reconheci como King.
— É tão simples, só basta contar a ela. E revelar esta sua identidade, porque esse visual frio de Jack Frost não combina com você.
— Acha que é fácil para mim? Esconder quem eu sou? — King parecia irritado. — Eu já disse que faço isso por todos, para protegê-los. Já disse que não me importo de perder a vida protegendo vocês!
— Nos protegendo? Ou protegendo ela?
Não ouve resposta.
— Realmente o amor é um sentimento egoísta, nos destrói e destrói a tudo que acreditamos. Simplesmente por só poder vê-la de novo. — Nathaniel solta uma risada.
— E o que você sabe sobre amor? — rebateu King. — Vive dizendo que não se importa com ninguém, mas é claro que não é verdade.
— Como? — Nathaniel parecia não saber do que King falara. Muito menos eu.
— Acha que não percebi como você olha para Brianna? — King praticamente jogou todas as cartas na mesa. Deixando Nathaniel completamente sem fala. E continuou: — Ou melhor, dizendo: Acha que ninguém percebeu?
— B-Brianna... — começa Nathaniel, praticamente sem folego. — Ela já sabe?
— Mas é claro que não. — King pareceu sossegar seu tom de ira. Falou mais calmamente e com certo carinho na voz. — Nem você sabe os sentimentos dela por você. Vocês dois estão cegos. — Ouço um barulho de cadeira sendo puxada. Algum dos dois se sentou.
— Mesmo assim, são tempos difíceis para pensar em amor. — Após algum tempo de silêncio, Nathaniel se manifesta.
— É isso que eu estou tentando dizer a você!
— Nem venha com explicações, o seu caso é muito diferente do meu. Você e Shiemi tem história, você sabe que tudo que ela está vivendo é uma grande mentira, e fica aí lendo seus livrinhos enquanto ela não sabe quem mesmo ela é!
— E o que eu devo dizer? Por onde devo começar? — King tentou dizer com muito esforço estas palavras.
— Comece dizendo quem você é de verdade. O resto vai se resolver com o tempo.
— Não posso, simplesmente não consigo...
Não consegui ficar para ouvir o resto, queria correr, fugir, sumir daquele lugar. Quero que ninguém me encontre mais. Não quero ver ninguém. Só quero ficar na escuridão que eu tanto temia, e que agora parecia uma velha amiga que sempre me acolheu. Cheguei a outro final do corredor e percebi que as lágrimas escorriam sobre minhas bochechas. Acho que adormeci ali, pois não me lembro de nada.
— ... Shiemi! — Abri meus olhos ainda sonolentos e Kentin estava na minha frente chamando-me.
— J-já é de manhã?
— Na verdade, faz tempo que já é de manhã. E você está atrasada para aula. — Kentin dá um meio sorriso. — E eu também.
— Aula? MINHASANTAPAÇOCAPURPURINADA! AULA! — Saltei do chão do corredor e comecei a correr. Mas voltei... — É... Não tenho roupa para ir à escola.
— Não se preocupe, roupa aqui é o que temos de sobra. — Kentin indicou para que eu o seguisse.

— Aqui é a salão de disfarces. — Kentin me levara até um imenso "closet" com cabides e estantes repleta de acessórios, roupas de grife, perucas. E até mesmo fantasias para fazer cosplay que ele acrescentou que, às vezes ele e King brincavam juntos e tiravam fotos. — Pode escolher o que quiser, acho que naquele cabide — Kentin apontou um local mais longe de onde estávamos. —, talvez tenha seu tamanho.
— Certo. — Kentin ficou me encarando enquanto ia até o cabide que ele havia apontado. Peguei uma calça jeans um pouco surrada, uma blusa branca e um colete vermelho. E o encarei de volta. — É.. Bem...
— O que? — Mandei meu melhor olhar de obviedade para o moreno. — Assim, certo! Já estou saindo, te espero aqui na porta. — Percebo que Kentin enrubesceu e saiu o mais de pressa possível.
Me visto apressadamente, e Kentin tinha razão. As roupas eram do meu tamanho. Procuro em meio de toda aquelas roupas por uma escova de cabelo. Meu cabelo devia estar um ninho! Achei uma escova amarela próxima a uma estante repleta de perucas coloridas e de tamanhos variáveis. Passei-a quase arrancando meu cabelo, ele estava um rolo que só bruxaria para deixa-lo liso novamente. Depois de alguns minutos escovando-o finalmente consegui alisa-lo. Coloquei a escova de volta aonde tinha encontrado. E corri até a porta.
— Está pronta? — Assenti. — Então vamos!

[...]

Eu e Kentin saímos correndo pelos longos corredores da escola, e por sorte. MUITA SORTE MESMO! Conseguimos chegar na sala antes do professor. Quando eu e Kentin entramos recebemos muitos olhares e cochichos pela sala. Lysandre que estava com Castiel mais ao fundo me encara de uma maneira estranha, uma maneira voraz, algo que não conseguir distinguir. Castiel por outro lado nos encarava de maneira pervertida e entretida. Kentin foi em direção aos dois, enquanto eu sentei em qualquer mesa, contanto que seja bem afastada de todos os olhares e cochichos.
— Posso lhe fazer uma pergunta? — Alexy sussurra ao meu lado. O que fez com que me arrepiasse por inteira, pois não havia notado a presença do mesmo.
— A boca é sua, você faz se quiser. — Dei de ombros.
— Mas eu preciso saber se você vai respondê-la, por isso a faço.
Assenti, sem nem mesmo saber o porquê. Mas só sei que suas palavras repousaram em minha mente.
— Você e Kentin estão...? — Ele deixou o restos das palavras para que eu mesma as descobrissem.
— Claro que não! Que ideia é essa? — Senti as bochechas queimarem.
— Essa é a ideia que vocês estão passando, não me faça lembrar daquela noite em que acidentalmente nos esbarramos. — Ele estava falando daquela noite. Lembrei-me do que King havia me dito sobre Alexy... Pensando agora percebi que se Alexy era um deles, sua presença era perigosa para mim. Pois Alexy também deveria querer me levar até eles. — Quem cala consente. — acrescentou.
— Não estava pensando naquela noite se queira saber. E não. Eu e Kentin somos apenas amigos. — Eu o encarei com desdém. — Enfie isto na sua cabeça! — Quando percebi que havia gritado com Alexy, senti que todos da sala me encaravam, inclusive o professor.
— Algo que queira compartilhar com a classe, Shiemi? — Neguei com a cabeça e sentei-me rapidamente.
— Mas professor eu tenho! — Shizuma levanta a mão e o professor dirige seu olhar a ela. — Posso sair para beber água?
— Vai! — O mesmo revira os olhos enquanto a ruiva sai correndo da sala.

[...]

Após a aula, corri até a frente da escola o mais depressa possível. Queria voltar logo e fazer umas perguntar a King. Afinal ele me devia as respostas. Alguém agarra meu braço e me puxa com extrema força para trás. Quando virei avistei Lysandre com o mesmo olhar estranho de mais cedo.
— Onde você está realmente? — Sabia que Lysandre não se deixaria enganar por uma desculpa de Kentin.
— O que Kentin disse a você? — perguntei. Escolhendo as próximas palavras cuidadosamente.
— Ele me disse que ia dormir na casa de uma amiga, mas eu sei que você não tem amigas por aqui. Não a ponto de dormir na casa de uma. — Lysandre solta um meio sorriso. — Leigh, claro que acreditou. Porque ele quer que você se de bem por aqui. Porque sabe que seus pais não são lá tão amorosos.
— Aonde quer chegar Lysandre? — Tentei me soltar das mãos deles que já estavam me machucando.
— Vo-Você foi escolhida como seguidora dele. Não é mesmo?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ah vocês já sabem uwu... Um dia arranjo algo legal pra comentar ak 'w'...



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Why So Serious?" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.