Para Dores em Geral escrita por Blue Jay Way


Capítulo 2
Fora do Comum




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                - Lílian está quase na minha. – Tiago falou observando a menina que estudava numa mesa do Salão Comunal.

                - Ah...verdade? – Remo respondeu distraído.

                - É, verdade. Tão na minha que não para de olhar pra mim... - Tiago acrescentou passando a mão nos cabelos e sorrindo com todos os dentes.

                - Deve ser porque você está com bigode de chantilly. – sugeriu Pedro com timidez.

                - Quê?! – Tiago olhou para seu reflexo na janela. – Droga!

Tiago se levantou e disparou para o banheiro, Pedro logo atrás.

                - Eu iria com eles se essa poltrona não fosse tão gostosa. – disse Sirius para Remo, afundando ainda mais na poltrona vermelha.

                - Eu iria com eles se não estivesse com... dor nas costas. – Remo respondeu.

Sirius se levantou da poltrona imediatamente, parecendo irritado. Agarrou Remo pelo pulso, fazendo-o largar um pergaminho, que escorregou para o chão devagar.

                - Não vou mais ficar vendo você reclamar de dor nas costas, Aluado, seus problemas acabaram – Sirius falou puxando o amigo para o dormitório masculino.

               

Os dois subiram as escadas, Sirius empurrou Remo para dentro de qualquer dossel e fechou a porta do quarto.

                - Tira a camisa. – ele disse dobrando as mangas e tirando um ou dois anéis dos dedos.

                - Vai me estuprar? – Remo perguntou irônico.

                - Não dê idéias. Tira a camisa?

Remo soltou u muxoxo.

                - Que foi? Já disse que não vou te estuprar, senão já teria o feito.

Remo tirou a camisa numa velocidade impressionante e a atirou na cara de Sirius cruzando os braços e se virando de costas.

                - Pronto, pode começar. – ele disse depois de ter certeza que Sirius não podia ver suas costelas do ângulo que estava.

Sirius bufou e fez Remo se sentar na cama com as pernas cruzadas. Sentou-se logo atrás.

                - Relaxa os ombros.

                - Quê?

Sirius colocou as mãos nos ombros de Remo e os empurrou para baixo. Soltou o amigo e começou a esfregar as mãos. Colocou uma das mãos agora quentes no pescoço de Remo.

                - Melhor assim?

                - ...é. Melhor.

Sirius começou a massagear os ombros com força e foi escorregando para o meio das costas, seguindo a coluna vertebral de Remo.

                -Hm... –Remo sorriu e se aconchegou na cama.

                -Ainda tá doendo?

                - Mais pra cima.

                - Aqui? – Sirius perguntou com as mãos um pouco acima do meio das costas.

                - Não, mais para o pescoço.

Sirius subiu devagar esperando Remo falar onde era. Sentia os pelos claros do amigo se arrepiando à medida que sua mão deslizava por suas costas.

                - Remo?

O menino demorou a responder.

                - Sim?

                - Você está com frio?

                - Frio?

Sirius não respondeu e resumiu sua pergunta escorregando o indicador pela coluna do amigo, fazendo seus pelos se arrepiarem ainda mais. Não estava com frio. Quisera ele saber com que estava.

                - Ah. – disse Sirius. – Já entendi.

Entendeu? Entendeu o quê?

                - Não passo mais a mão nelas. – ele se desculpou.

Remo demorou um pouco para entender que Sirius se referia as cicatrizes em suas costas.

                - Ah. Não, não tem problema. – ele respondeu.

                - Não?

                - Não.

As mãos de Sirius, então, tomaram mais liberdade e foram quase automaticamente para a curva entre o ombro e o pescoço de Remo, que era, por uma coincidência infeliz, o local da mordida do ataque de Greyback.

                - AH, não, mas aí não! – o garoto exclamou dando um pulo na cama.

Sirius se assustou e soltou o amigo imediatamente.

                - Desculpe. – ele disse constrangido.

Remo cobria a marca com a mão e fazia uma careta de dor.

                - Remo?

                - Tudo bem.

Não muito contente com a resposta, Sirius tirou cuidadosamente a mão de Remo do ombro do mesmo e analisou a mordida.

                - Sirius, não mexe aí. – Remo pediu.

                - Confia, eu sei o que fazer. – Sirius disse se aproximando.

                - Não... Sirius, não mexe aí!

Sirius ignorou os apelos. Antes que Remo pudesse dizer qualquer coisa a mais, o rapaz sentiu todos os seus pelos se arrepiarem, o coração disparar e uma sensação estranha no estômago. O machucado que ardia agora formigava de um jeito quase relaxante, e a sensação se espalhava lentamente por todo o corpo do menino. Quando Sirius finalmente afastou os lábios do pescoço do amigo, Remo sentiu que ia cair da cama.

                - Sirius?

                - Que foi? – mais uma vez, Remo duvidava da capacidade de Sirius de distinguir o normal do esquisito.

O rapaz não respondeu, esquecendo-se do que falava. Sirius não entendera o que havia feito e Remo não entendera o que havia sentido.

                - Passou? – Sirius perguntou finalmente, ainda olhando para a mordida.

                - Passou. – Remo admitiu nervoso.

                - Eu sabia. Funciona com tudo. É para dores em geral.


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Notas finais do capítulo

tá, não me fuzilem, eu sei que eu sou uma criatura fria das trevas que não sabe nem fazer um beijo no lugar certo, mas eu prometo que na próxima eu vou me esforçar.
mesmo assim...reviews?