O Conto da Holy Serenity escrita por Marjyh


Capítulo 28
O Pesadelo da Holy - Parte 1


Notas iniciais do capítulo

'Suuuuuup people!
Tudo bem gente? :D
Faz pouco tempo que eu atualizei a fic, mas cansei de perder tempo e já resolvi postar o
Só avisando que pode demorar para atualizar O Conto do Zero, ok?
No mais, boa leitura o

P.S: Esse capítulo é um pouco... Diferente do habitual. Ele é uma songfic. O link da música está nas notas finais. c:



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Capítulo 7: O Pesadelo da Holy

Cena 1

Parte 1: Branco e Preto

Lentamente sinto meu corpo mais uma vez, acompanhado de uma brisa fria que parece ficar circulando ao redor do meu corpo. Me abraço automaticamente, tentando aquecer minha pele fria. Espere... Meu vestido cobre completamente meus braços. Abro meus olhos, sentindo certa sonolência. Olho para meu corpo e vejo alguns cachos do meu cabelo sobre meus ombros, assim como minha roupa agora é um vestido branco, sem mangas e com uma saia que chega até meus joelhos, mais abaixo, noto que estou descalça. Passo os dedos na gola alta do vestido, tentando suavizar seu aperto na minha garganta, e aproveito para olhar ao meu redor.

Não havia um sinal de luz, e enfim percebo que eu estou brilhando suavemente.

– O que está acontecendo?

Uma música começa a tocar. Bem, não exatamente uma música, parece mais o som de uma daquelas caixinhas de música... Tento achar sua origem, mas ela parece vir de todos os lados. Pressiono meus lábios, me abraçando um pouco mais forte. Estou desarmada... Aliás, como eu fui parar ali? Cadê todos?

– A-Arme? Não tem graça, viu?

Nenhuma resposta. A música continua a tocar e o cenário ao meu redor começou a tomar forma e cor. Me vejo numa espécie de deserto, muito parecido com aquele que a Grand Chase me encontrou mas... Havia algo estranho... Sentia uma sensação de que a morte estava por todos os lados. E assim que um céu vermelho-escuro surgiu sobre minha cabeça e o eclipse solar brilhou, corpos começaram a aparecer. Corpos de soldados, humanos, elfos e asmodianos, caídos no chão e com os olhos vazios. Estremeço e mais adiante vejo uma movimentação. Foi então que uma voz começou a cantar junto com a música.

Ever on and on I continue circling

With nothing but my hate in a carousel of agony

Too slowly I forget and my heart starts vanishing

Sinto um frio no meu coração enquanto a voz continuou cantando. Apesar de não reconhecer aquela língua, de alguma forma eu consigo entender tudo o que ela dizia. Quando cheguei na movimentação, depois de desviar de um monstro gigante que tinha uma espada cravada no peito, vejo uma garota deitada no chão, seus olhos azulados olhavam o céu avermelhado, mas estavam opacos, sua armadura que afundava de uma maneira dolorosa no peito estava banhado de sangue assim como... Seus cabelos esverdeados.

Aquela garota... Era eu?

Ao seu lado, estava de pé uma mulher, com uma pele escura e usando uma espécie de vestido negro. Seus cabelos brancos balançavam ao vento junto com as asas negras, mas, por mais que eu tente, não consigo ver seu rosto: está encoberto por uma sombra.

A voz continuou cantando aquela música enquanto a mulher se abaixava diante daquele... Corpo, até poder tocar o meu rosto com a mão, murmurando palavras que não pude escutar.

And suddenly I see that I can’t break free – I’m

Slipping through the cracks of a dark eternity

With nothing but my pain and the paralyzing agony

To tell me who I am, who I was

Uncertainty enveloping my mind till I can’t break free, and

Uma espécie de névoa negra cobriu meu corpo, o metal da armadura começou a regredir para seu estado natural, e assim se sucedeu até gritos de dor vindo do corpo começarem a ecoar. Cobri meus ouvidos instintivamente, em choque de ver o que deveria estar morto repentinamente estar se contorcendo de dor, mas a névoa parecia segura-la no lugar. Os gritos logo se tornaram um choro doloroso.

– Fique quieta garota! – Falou a mulher mais alto do que os gritos da garota em sofrimento. – Se você parar de se mexer, eu posso fazer isso mais rapidamente!

O choro continuou, mas o corpo claramente estava se contendo pois afundou as mãos na areia, apertando-a fortemente. Senti algo molhado escorrer pelo meu rosto. Eu estava chorando e nem percebi...

Aquilo... Não podia ser verdade. Fecho meus olhos, sentindo a dor daquela garota, não no meu corpo, mas no meu coração. Parecia que iria quebrar a qualquer momento. Só podia ser um sonho. Um sonho muito ruim.

A voz continuou cantando, e senti um arrepio ao escutar o que era recitado.

Maybe it’s a dream; maybe nothing else is real

But it wouldn’t mean a thing if I told you how I feel

So I’m tired of all the pain, of the misery inside

And I wish I could live feeling nothing but the night.

A névoa se dissipou, e o corpo havia parado de gritar, apesar de continuar choramingando. Tirei as mãos dos meus ouvidos e enxuguei as lágrimas do meu rosto. Quando abri os olhos novamente e vi que a mulher estava ajudando a... Recém-ressuscitada garota a se levantar. As duas se encararam e pude notar na expressão da garota que ela estava assustada, com medo.

– Qual é o seu nome? – Perguntou a mulher.

– Ho... Holy Serenity. – Estremeci ao ouvir a confirmação de que ela era eu.

– Ótimo. – A desconhecida esticou as asas, dando um ar de imponência para ela. – De hoje em diante, você me deve sua vida, pois lhe salvei das garras frias da morte. Deve me obedecer, e se o tentar recusar... Retornara para as profundezas do abismo frio. Estamos entendidas?

Fiquei parada, abismada com aquelas palavras. O que significava tudo aquilo? Pude notar que a “outra eu” também não conseguia acreditar no que ouvia. Mas, um brilho triste passou pelos seus olhos e ela abaixou a cabeça.

A voz continuou a cantar.

You can tell me what to say; you can tell me where to go

But I doubt that I would care, and my heart would never know

If I make another move there’ll be no more turning back

Because everything will change, and it all will fade to black

O cenário das duas repentinamente mudou. A posição dos corpos mudou e seu sangue agora era fresco. Um rapaz parecia dançar com sua espada tamanha a concentração que ele se encontrava naquela batalha injusta em números. A sua frente um exercito se erguia, mas poucos conseguiam sobreviver aos ataques da montante que brilhava com o sangue dos inimigos. Por um momento ele pôde parar, ofegante pelo esforço, mas não parecia disposto a recuar. Seus cabelos cinzentos grudavam na pele suada e senti um aperto na minha garganta.

Era Zero!

– Chega garoto! – Grandark gritou, mas até parecia que havia um tom de preocupação no que dizia. – É demais, temos que recuar!

– Uff... Não...

Enquanto Zero avançou mais uma vez contra aquela centena de inimigos, a voz cantou.

Will tomorrow ever come? Will I make through the night?

Will there ever be a place for the broken in the light?

Am I hurting? Am I sad? Should I stay or should I go?

I’ve forgotten how to tell. Did I ever even know?

– Chega dessa insanidade! – Gritou Grandark.

Zero deu alguns passos para trás, parando subitamente de lutar. O olho da espada desvaneceu se tornando um simples cristal com um tom verde tão profundo que parecia engolir aqueles que o olhassem para dentro de si. Quando olhei de volta para Zero, ele estava virado de frente para mim, e mesmo com os óculos amarelos, pude ver o brilho verde brilhante.

Ele olhou ao redor e acompanhei seu olhar. Diversos soldados batalhavam ainda, apesar de ser claramente muito menos do que havia a principio. Por fim, o rapaz balançou a cabeça e saiu correndo, se afastando do campo de batalha.

Acompanhei-o correr até desaparecer após atravessar uma duna de areia, a voz continuou cantando.

Can I take another step? I’ve done everything I can

All the people that I see I will never understand

If I find a way to change, if I step into the light

Then I’ll never be the same, and it all will fade to white.

Lentamente memórias começavam a retornar... Eu estava naquele mundo caótico, mas não naquela época. Eu estava com... Grandark. Sim... Agora eu me lembro de tudo. Da Resistência, de Canaban destruída, do Máscara de Dragão, Edel, Azin... Oh Lisnar, Azin... O que foi que eu fiz? Sinto meu coração apertar mais uma vez, e quero cobrir meus olhos, cair em um canto e me afogar em meu arrependimento apenas um pouco enquanto aquela música continuava a tocar e ser cantada.

Ever on and on I continue circling

With nothing but my hate in a carousel of agony

Too slowly I forget and my heart starts vanishing

And suddenly I see that I can’t break free – I’m

Slipping through the cracks of a dark eternity

With nothing but my pain and the paralyzing agony

To tell me who I am, who I was

Uncertainty enveloping my mind till I can’t break free, and

Maybe it’s a dream; maybe nothing else is real

But it wouldn’t mean a thing if I told you how I feel

So I’m tired of all the pain, of the misery inside

And I wish I could live feeling nothing but the night.

You can tell me what to say; you can tell me where to go

But I doubt that I would care, and my heart would never know

If I make another move there’ll be no more turning back

Because everything will change, and it all will fade to black

Quando abri meus olhos a escuridão me envolvia novamente. Por que... Eu sentia como se aquela música estivesse sendo cantada para mim? De alguma forma, parecia que era para mim. Tudo aquilo era verdade... Mesmo que eu tentasse me esforçar para lutar contra aquela dor em meu peito, parecia que as trevas pertenciam mais a mim. Sentia trair meu povo e o Papa, que agora vivia nas lembranças do oceano. Sentia como se meu coração branco estivesse sendo pintado de preto de uma forma tão silente que nem mesmo percebia. Engoli o amargo arrependimento e levantei-me, e para minha surpresa, vi que havia uma cadeira branca na minha frente, de madeira, na frente desta havia uma mesa com um bule e duas xícaras dispostas em lados opostos da mesa. Do outro lado, estava sentada uma garota, era... Eu?! De novo?!

Mas... Havia algo naquela garota que me perturbava. Ela era diferente da que vi antes, tinha um sorriso estranho nos lábios e seu vestido, apesar de ser igual ao modelo que eu vestia, era preto. Seus lábios se moveram, continuando a cantar a música. Era ela a cantora!

If I make another move, if I take another step

Then it all would fall apart

There’d be nothing of me left.

If I’m crying in the wind, if I’m crying in the night

Will there ever be a way? Will my heart return to white?

Apertei meus punhos, sentindo uma ira tomar conta de mim. Me sentia violada por ela parecer acessar meus pensamentos, minhas dores e recita-las numa canção! Quando abri a boca, ela abriu os olhos e congelei: seus olhos não tinham brilho.

Can you tell me who you are? Can you tell me where I am?

I’ve forgotten how to see; I’ve forgotten if I can.

If I opened up my eyes there’d be no more going back

‘Cause I’d throw it all away, and it all would fade to black.


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Notas finais do capítulo

Música: http://www.youtube.com/watch?v=J61u3wFzl68

O que acharam?
O que acontecerá com a Holy? O que significou todas essas coisas? Claramente a nossa protagonista não saberia dessas coisas...
Perguntas e respostas, além do desfecho final no próximo capítulo!