Meu Acampamento de Verão escrita por Diva Fatal


Capítulo 57
Capítulo 57- Pai, tô grávida


Notas iniciais do capítulo

Gente, graças a um braço quebrado e uma perna perfurada, não pûde postar novos eps, estou tentndo regular todo o tempo que perdi sem postar. Mais uma vez, desculpem-me pelo retardo que tivemos na fic, quebrei o braço em 3 lugares diferentes andando de skate.



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–Esclareça-me, Phoebe; você continua indecisa em amar ou odiar?

A voz veio a minha mente junto a uma forte dor de cabeça. Compreendi cada palavra, era uma voz masculina, rouca, pesava na consciência, cada letra dita parecia inflamar meus neurônios.

Foi assim que acordei naquela fria manhã. Com o cérebro ardendo e o gosto da minha saliva tão amarga quanto veneno.

Espreguicei-me levemente e olhei para a cama ao lado. Katie, Connor e Travis, os três dividiam a mesma cama de solteiro.

A filha de Demeter já estava acordada, Connor também. O garoto estava com as costas escoradas na cabeceira da cama enrolado em três edredons verdes.

Katie estava recostada no peitoral do rapas, de costas para ele, suas costas aquecidas pelo seu abdômen nu (e por sinal bem trabalhado). Travis estava deitado no colo da menina, ela fazia cafunés leves e delicados em sua cabeça.

Com um leve movimento, deitou sua cabeça no ombro esquerdo do Connor e deu um beijo em sua bochecha.

O sol já invadia o quarto, a janela dupla não possuía cortinas, estas encontravam-se fechadas, mas ainda sim o frio conseguia invadir e me forcar a ideia de não sair das cobertas macias e quentinhas.

Para pronunciar minha presença no canto daquele quarto compartilhado, simplesmente fingi um espirro e um bocejar.

Agora Katie e Connor travavam um beijo de língua com tanta gula que eu não me surpreenderia se um dos dois fosse sugado para o estômago deles.

–Que bela manhã, já acordar vendo uma pegação no quarto. –seguro um soluço na garganta e me levanto trazendo comigo quatro edredons grossos.

Uma nítida cara de paisagem se forma no rosto de Katie e Connor. A garota estava envergonhada, Connor parecia mais com cara de desapontamento como se estivesse falando em uma única expressão: Por que você cortou o clima?

Eles estavam namorando em trio, uma ménage à trois. Era meio chocante pensar que coisas safadas poderiam acontecer com três pessoas sendo que você dorme no mesmo quarto que elas.

Como filha de Afrodite sempre percebi uma certa “aura” envolta das pessoas, um tipo de neblina quase invisível identificando seu humor ou emoção. A que circundada os três era um tipo de cor roxa maquiavélica com um vermelho rosado. Se eu fosse decifrar este “sentimento” ou “humor”, diria que o roxo seria a luxuria, não uma emoção ou algum tipo de empatia, mas sim o modo como eles expressam sua paixão.

O roxo da luxúria, uma luxúria profunda, dividindo seu amor a três. Já o vermelho rosado era o tom normal de todos os casais que já avistei, a cor do leve amor, generoso, humorado, carinhoso e belo. Então, mesmo sendo um trio bem “safado”, podemos dizer que são uma ménage bem meiga.

Não, isso pegou mal.–falo em minha mente balançando a cabeça para afastar esses pensamentos estranhos.

Ao sair do quarto percebo que o chão esta completamente gelado, era um piso completamente branco. O arrepio térmico subiu do meu pé até minha nuca, indo da minha cabeça e parando exatamente no primeiro osso da minha costela vertebral.

O quarto que meu pai estava era em frente ao meu, nenhum barulho vinha lá de dentro, então imaginei que ele ainda estava dormindo.

Não podia imaginar oque ele estaria pensando sobre tudo isso, pelo menos dessa vez a casa não foi revirada, mas ele corria perigo, agora ele também estava envolvido nisso e seria pior... muito mais difícil. A coisa mais perturbadora era ainda não ter contado sobre minha gravidez.

Irei fazer isso hoje, assim que o vir, eu irei contar tudo, dizer oque aconteceu, nada mais de segredos, sei que no final de tudo, as mentiras serão oque mais me farão chorar.

–Você continua indecisa em amar ou odiar? –a voz ecoou mais uma vez na minha mente.

Inclinei-me tombando para a frente, segurei na primeira coisa que vi no corredor, uma estante pequena com um abajur de bambu amarelado. Me equilibrei nele e dali não soltei até meus miolos pararem de queimar.

Era como se a voz ecoasse ali e a cada ressoar ardesse mais ainda.

Inspirei o ar frio e seco enchendo os pulmões e recuperando-me da tontura e falta de força. Continuei a caminhar como se nada tivesse acontecido.

Chegando na sala apenas cumprimentei Cam e Gabe que se encontravam na sala debatendo sobre o Rio de Janeiro.

–Você esta no Brasil, como não visitar o Rio de Janeiro? –Perguntou Cam arregalando os olhos com uma cara indecisa de angustia, raiva e melodrama.

–Tenho coisa melhor a fazer do quê usar um biquíni colado e me exibir, ainda mais no Brasil. –rebateu Gabriela com um sorriso doce ao me ver caminhando grogue e com uma cara surrada. –Bom dia.

–Tão cedo e já estão discutindo? –esfreguei os olhos apertando mais os lenções sobre meu corpo e sentando no sofá de frente para a TV (oque estava ao lado direito e de costas para o grande paredão de janelas duplas).

Peguei o controle da televisão e liguei. Passava um comercial sobre o filme Velozes e Furiosos, eu não entendia nenhuma palavra, apenas reconheci graças as cenas.

–Esqueci que não estamos nos EUA. –intriguei-me com a diversidade dos comerciais que passavam um atrás do outro.

Programas de culinária, um outro com algumas mulheres seminuas mostrando a bunda e dançando enquanto homens tocavam tambores de pagode.

–Acho melhor não ver televisão. –falou Cambriel tirando o controle da minha mão levemente e desligando o televisor.

–Concordo. –me levantei seguindo para a cozinha.

Passei por Gabe no braço do sofá esquerdo, ela me olhou com uma cara de dúvida.

–Vai aonde? –perguntou.

–A cozinha, sinto uma necessidade imensa de comer chocolate derretido com melancia. –Gabriela não fez menção de fazer pergunta alguma, esta simplesmente se levantou e me acompanhou por um corredor pequeno de arcos longos feitos de gesso cor de creme ovo.

Quando aquele corredor de vitrais e arcos acabou pude contemplar a grande cozinha. Simplesmente enorme.

Uma mesa de granito preto ficava no centro, ela era fixa ao chão, as cadeiras de madeira com acolchoamentos bem fofo estavam ao seu redor.

A cozinha dividia-se por um balcão também de granito preto, atrás dele estava o fogão, pia, bancadas, uma dispensa enorme e uma geladeira branca de portas duplas.

O fogão estava sendo usados, ovos fritos numa frigideira preta e já manchada de azeite. Iryena punha-se a frente do fogão, estava de costas para mim e Gabe.

Esperava a torradeira terminar o seu trabalho com os pães e já adiantava fazendo panquecas.

A filha de Quione estava com o cabelo preso por uma piranha, fios soltos caiam até suas costas. Ela era hábil no fogão, mas uma espécie de bruma pairava na cozinha deixando o lugar ainda mais frio, nem mesmo as chamas do fogão ligadas ajudavam.

–Iry, você tá fazendo de novo. –falou Gabe adentrando a cozinha e passando pelo lado do balcão de granito.

Iryena sacudiu a cabeça como se tivesse tentando retirar uma ideia atrapalhada da cabeça. A bruma cinzenta foi se dissipando, sumindo aos poucos como se o sol tivesse carbonizado todo o frio em forma de “nuvem”.

–Dobroe utro. –cumprimentou a garota se virando e pegando uma manga bem carnuda e amarelada.

–O quê? –cerrei os olhos esperando que fosse um insulto.

–É bom dia em russo. –pigarreou enquanto jogava pedaços da manga no liquidificador.

–Ah.. –fui até um dos assentos altos parecidos com os de um bar, sentei-me e recostei as mãos em cima do granito frio.

Encanto eu me contorcia dentro das cobertas, Gabe já estava com uma melancia inteira na bancada, bem ao meu lado, cortava fatias tão rapidamente quanto uma faca corta manteiga.

Repousou um grande pedaço na pia e cortou em pedaços menores, retirando a casca e sobrando apenas cubinhos quadrados com alguns caroços.

Pegou uma barra de chocolate de uma marca estranha a qual eu não conhecia. Era chocolate ao leite, pude perceber pela tonalidade.

–Não, ao leite não, é doce demais, quero um amargo, sem leite algum.

–Certo. –ela sorriu para mim, percebi seu olhar distante como se estivesse pensando em algo ou alguém.

Pude ouvir um sussurro sair da sua boca.

Parece a Luce.

Apenas fiquei sentada salivando vendo a melancia e ouvindo o barulho do micro-ondas ligado esquentando meu chocolate. Ao terminar, Gabriela despejou toda a calda de chocolate por cima dos pedaços de melancia.

Ataquei com voracidade aquele prato, sentia a melancia se derreter na minha boca junto ao chocolate amarguradamente bom e quente.

Com um susto eu ouvi passos vindos do corredor para a cozinha. Virei a cabeça de vi meu pai.

Usava calça jeans para se proteger do frio. Uma sandália felpuda branca, uma camisa moletom azul marinho junto a um casaco de algodão branco.

Os cabelos amaçados pelo travesseiro e a cara surrada e amaçada. Ele estava sonolento e andando lentamente, parecia entorpecido com o frio, assim como eu.

Chegou pelas minhas costas, eu ainda com a minha atenção e desespero voltados para ele, deu-me um beijo na cabeça fechando os olhos e pegou um cubo de melancia com chocolate sentando junto a mim.

–É agora, não, não pode ser agora.. e se algo der errado? Não, não posso guardar segredo; daqui a poucas semanas estarei com uma barriga enorme, preciso contar. –eu conversava comigo em minha cabeça, as coisas não podiam ser piores.

Meu pai exibia apenas uma cara séria, não fazia perguntas, somente abaixava a cabeça e pegava uma das torradas que Iryena fizera.

Podia ouvir a crocância do pão sendo abocanhado e então mastigado na boca dele.

Ele estava relutante, sabia que eu era uma semideusa, isso estava claro, mas não sabia como era a vida de um semideus, e todos dizem que a minha e fácil.

Bem, é, de certa forma, nenhum pouco comparada aos sete da profecia. Nunca tive que enfrentar Cronos ou o próprio Tártaro, nem mesmo exércitos inteiros de monstros, mas continuava sendo conturbada e bizarra, e quando acho que nada pode mais me surpreender, bum, tem o meu pai.

Certo, respire, tome coragem, fale, você consegue, não, eu consigo. –falava comigo mesma como se eu mesma dar-me apoio ajudaria em algo, realmente, meu alto encorajamento estava ajudando.

Fitei os olhos do meu pai, um homem novo, ainda entrando no ramo da atuação, claro, tive o desprazer de estragar isso na sua festa de aniversário.

Não desvie sua atenção, eu tenho que ser direta, sem esquivas, vamos!

Virei para ele ainda com o cobertor envolta de mim, usei minha melhor cara de séria e olhei fundo nos seus olhos. Ele estava abocanhando uma torrada, levantou a cabeça para me olhar com uma cara de “qual a pergunta?”

–Pai –de repente as palavras saíram da minha cabeça e uma tremedeira nas pernas não me deixou ficar quieta. –estou grávida.

A torrada caiu da sua boca e seu queixo caiu.


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Notas finais do capítulo

Pedindo desculpas de novo u-u' Vou normalizar as postagens, o ep já estava pronto, mas o nyah havia saído do ar.



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