Meu Acampamento de Verão escrita por Diva Fatal


Capítulo 43
Capítulo 43: A casa dentro da casa


Notas iniciais do capítulo

Esse não teve ação, mas eu precisava fazer esse cap para que Hazel e Frank aparecessem finalmente.



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Depois de algumas gracinhas de Leo e de uma surpresa ao perceber que a casa em si era uma máquina móvel, adentramos e nos deparamos com máquinas espalhadas pelos tapetes e cobrindo até mesmo as janelas. Algumas mesas de madeira sujas com linhas pó branco estavam em certos cômodos rodeadas por cadeiras de plástico bem baratas.

Latas e garrafas de bebida estavam espalhadas por cima das sucatas, algumas planilhas com armas incrivelmente destrutivas e complexas. Uma música ambiente tocava Badass da banda Saliva.

Leo nos conduziu até o segundo andar da casa. Aquilo parecia magia, por fora era grande, mas por dentro era maior ainda, incrivelmente grande, tanto quando um labirinto de sucata, planilhas, bebidas e drogas junto a algumas camisinhas usadas que se encontrava eventualmente.

–Desculpe a bagunça, meninas... –Desculpou-se Leo em quanto coçava a cabeça e tentava alinhas o seu rebelde cabelo castanho.

–Como se você fosse arrumar esse lugar mesmo se soubesse que estávamos vindo. –Iryena tombou em um braço metálico jogado pelo chão e xingou o seu dedão que agora latejava. Recuperando a pose, a dama de gelo ergueu a cabeça dramaticamente e falou: -O que os olhos não vêm o dedo do pé sente.

Esforcei-me para não rir e fingi brincar com uma mecha de cabelo carbonizado.

Acabamos por final num corredor de portas negras, todas iguais, nenhuma nem mesmo com tinta descascando nem nada, a única diferença eram as placas de bronze celestial ou de ouro imperial com numerações em cada porta. O teto do corredor estava mofado e um forte cheiro empoeirado tomou-me as narinas juntamente com um forte bafo de álcool.

–O que são? –Perguntou Marriy, mantinha um olhar curioso no rosto. Parecia inocente como uma criança de 5 anos descobrindo o sabor de um sorvete numa tarde quente de verão.

–Portas, são como dormitórios para alguns filhos de deuses menores que não tem chalé ou não querem ficar nele. –O sorriso de Leo sumiu por alguns segundos.

–Achei que você morasse no acampamento... –Observei-o em quanto sacava uma chave de bronze e enfiava em uma das trancas de alguma porta.

–E moro, mas não significa que sou obrigado a ficar lá 24 horas.

A porta se abriu direto para a escuridão. Fumaça corria para fora como neblina e aquilo érea pura maconha. Entramos um por um no vazio até que em pleno breu meus olhos foram se acostumando lentamente ate que pude ver quem estava afundada no pufe marrom.

Karen Dumoncel fumava um baseado e bebia pura vodca. Outras pessoas também se sentavam a mesa, igualmente em pufes marrons. A tal Diva Roxane fumava um cigarro genérico e cheirava cocaína junto a um garoto pálido e alto.

Karen parecia completamente drogada e chapada. Vestia-se toda de preto, meia arrastão sob uma bota que ia até os joelhos. Seu cabelo loiro oxigenado estava seco e desarrumado. A maquiagem pesada de um roxo neon brilhava ao redor dos olhos, na boca e nas unhas. Na sua camisa estava escrito: Descobri o poder da buceta. Karen tentava tapar os olhos da luz que vinha do corredor e isso era a única coisa que me fazia lembrar de que ainda estava dentro daquela casa no meio de algum campo em plena paris.

Roxane usava um casaco sintético de leopardo. Camisa branca amarelada por baixo. No seu cabelo loiro uma tiara com um par de orelhas de onça. Tinha uma bola de neon pintada na pinta do nariz com bigodinho de felino. Seus lábios estavam brilhando intensamente em um vermelho fluorescente. Ela usava luvas em imitação de garras de gato também amareladas e cheias de bolinhas igual a seu casaco de leopardo. Sua calça de couro preta era justa e valorizava suas curvas pouco acentuadas.

O garoto parecia completamente tomado pelas drogas, seus olhos cansados mostravam as olheiras. O cabelo bagunçado e desgrenhado meio ondulado e liso. Os olhos cinzentos escuros como o de Karen porém, mais claros. Estava usando apenas um casaco xadrez branco e preto bem aberto e escancarado deixando amostra seu abdômen pouco desenvolvido. Na parte de baixo apenas uma cueca box vermelha, deu para perceber suas pernas cabeludas.

Encostado numa porta um pouco atrás da mesa estava Nico de Angelo com uma garota bem morena e de cabelos cacheados e volumosos.

A garota segurava um copo de vidro na mão com um pouco de shop inglês. Ela era um pouco mais baixa do que eu. Lábios delicados e um pouco rosados sem nenhum batom. Usava uma maquiagem leve mesmo com o clima pesado. Mantinha um casaco roxo amarrado a cintura e usava calça jeans. A sua camisa branca estava com uma mancha rosada um pouco a baixo do umbigo. Seus olhos eram num tom âmbar bem claro como o último raio de sol no final de mais um dia. Um garoto alto a abraçava por trás em quanto os três conversavam com Nico.

O garoto era musculoso e usava uma camisa polo bem grande. Suas costas eram largas como as de um nadador olímpico. Seu peitoral e abdômen muito bem definidos. Trajava camisa polo vermelha e usava um casaco muito grande todo preto. Em seus pés haviam um all star esportivo e uma calça jeans preta. O garoto era claro e asiático. Seu cabelo cortado em um topete militar. Não parecia se encaixar ao local.

Nico parecia entretido e meio anestesiado, se encaixava perfeitamente as sombras, parecia ser só mais um móvel ou parte do lugar. O casaco de aviador estava fechado. Seu cabelo negro precisava ser cortado pois estava parecendo um capacete. O short jeans preto estava rasgado nos joelhos. Seu sapato estava um pouco melado de lama e grama morta.

–Mas que diabos de trapos são esses? –Karen se levantou risonha e sonolenta vindo em nossa direção.

Podia sentir seu cheiro e álcool de drogas a alguns metros de distancia.

–Ah, nada, só acabamos de sobreviver a um incêndio em algum lugar fino de paris. –De repente senti a pontada fria como se uma faca tivesse sido encravada no meu cérebro, então me dei conta de que todos na sala me observavam, mesmo se soslaio me encaravam.

–Você tá com cheiro de vômito. –Roxane fez uma careta em quanto dava uma golada em um copo com bebida branca.

–Só vomitei três vezes... ou cinco, não faço ideia. Bem, fo*!%-se, preciso de um banho. –Marriy se adiantou passando por cima de alguns pufes e garrafas de bebidas.

Literalmente jogou Nico de lado e abriu a porta escura que levava a outro local deixando o recinto escuro e mau cheiroso.

–Não gostei dessa Marriy. –Disse o garoto asiático que agora segurava a mão da garota de casaco roxo.

–Nem eu. –Falou Nico em quanto se endireitava de novo e batia nas calças como se estivesse limpando a poeira da roupa. –Bem, agora que estão aqui, hora das apresentações. –Nico inspirou profundamente. –Está é... –Ele foi cortado pela garota ao seu lado.

–Hazel. Sou Hazel. –Ela esbanjava um meio sorriso como se não soubesse se deveria rir ou ficar séria. –Este é Frank. –Por algum motivo podia ver uma pequena luz clara, como uma essência leve que pairava sob os dois, era algo rosado e meio mesclo-o.

Karen me abraçava e meio que beijava minha bochecha e seguia até o pescoço, fazia esse leve trajeto. Observei Iryena pelo canto do olho. A mesma essência verde pairou no ar ao redor dela como uma cortina fina e quase invisível. Ela saiu do recinto seguindo pela porta atrás de Nico.

–Nico, nunca imaginei você num lugar destes. –Apertei os olhos examinado-o.

–Ah, depois que se cai na desilusão você vira uma nova pessoa. –O seu olhar se perdeu na escuridão, pairando sem foco. –Agora sou um “garoto mau”, assisto Gossip Girl todos os dias, não termino de comer toda a minha comida e faço gestos feios para freiras. –Seu tom sarcástico fez todos na sala rirem.

–Ainda não conhece meu irmão né? –Perguntou Karen se afastando de mim e indo até o pufe onde o garoto semi-nu se encontrava.

O rosto sereno do garoto denunciava que estava dormindo ou tinha desmaiado.

–O dorminhoco aqui acabou de ter uma overdose. –Roxane se levantou e foi na direção de Nico. –Filinho de Hades, se mudar de idéia, estou na banheira. –A filha de Dionísio piscou para ele.

Após deixar o recinto mantive uma sobrancelha levantada encarando Nico.

–Que fogosa. –Fitei Nico como se perguntasse Que história é essa?

–Não pergunte. –Nico levantou os braços como se estivesse entregando-se a policia.

–Espera... O seu irmão acabou de ter uma overdose e você nem mesmo se preocupou? –Hazel estava boquiaberta hesitando sem saber se aproximava-se ou se deveria afastar-se.

–Ele só usou drogas farmacêuticas, não tem problema, ele vai vomitar e acordar de novo. –Karen caminhou sorrateiramente até chegar ao meu lado, esgueirando-se como um fantasma. –Vamos tomar um banho, eu e você estamos precisando. –Ela pôs a mão no meu ombro e caminhou junto a mim até a porta.

Cumprimentei rapidamente Hazel e Frank e passei pela porta negra e descascada com Karen Dumoncel logo atrás.

Aquele lugar era enorme. Eu sabia que aquela casa a qual entramos não era normal dês de o começo, mas aquilo era absurdo. Acabamos num corredor pequeno, três portas somente, no final uma escadaria que dava para o andar de baixo. Podia ouvir o barulho de olho fervendo e o cheiro de ovos fritos invadindo meu nariz. Provavelmente o andar de baixo era a cozinha e a sala.

Karen levou-me até uma porta branca e velha, alguns cupins tinham feito buracos pequenos na madeira. Abrindo a porta lá estava Roxane, Iryena e Marriy tomando banho numa banheira de hidromassagem tamanho família.

A filha de Milenoe rapidamente se despiu revelando seios pequenos, redondos e pálidos assim como ela. Entrou na banheira sem hesitar.

Não fiquei para trás, me despi e corri para a banheira. Minha barriga já começava a ficar mais acentuada completando dois meses e meio de gravidez.

Demorei um pouco para conseguir tirar toda aquela fuligem do corpo. A hidromassagem estava ligada e algumas ondas surgiam entre as bolhas deliciosas que nos confortavam. Usei mais de 3 frascos inteiros de xampu para lavar todo o cabelo. Uma ou duas horas depois eu já estava cochilando com a cabeça apoiada na borda da banheira.

Roxane tagarelava com Karen que fingia prestar atenção. Iryena deleitava-se sem tirar os olhos dos pequenos seios da filha fantasma. Marriy Champoudry brincava com seus pequenos cachos negros rosados. Meus olhos fechados já se afastavam da realidade junto a mim. Estava prestes a adormecer completamente quando ouvi o barulho rouco de botas no corredor. Alguém gritava, era alguma briga.

Me levantei procurando uma toalha o mais rápido que pude. Peguei uma verde que encontrei ao lado da banheira e me enrolei nela indo até a porta para saber que diabos se passava do outro lado. Quando a abri, lá estava um garoto alto, esbelto, pálido e lindo, os olhos verdes luminescentes. Ele era como um cavaleiro negro. Cambriel.

Ao lado dele estava uma princesa de longos cabelos dourados e de olhos verdes azulados. Vestido branco de veludo indo até um pouco a baixo da cintura. A bota preta até os joelhos combinava com seu estilo delicado e perigoso. Gabbe.

Pareciam no meio de uma briga quando me perceberam e param imediatamente. Cam abriu um sorriso de orelha a orelha, já Gabbe ficou séria e preocupada, por alguns segundos silenciosos que mais pareciam décadas, Gabriela finalmente quebrou o silencio.

–Precisamos conversar.


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Notas finais do capítulo

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