Meu Acampamento de Verão escrita por Diva Fatal


Capítulo 39
Capítulo 39: Baile em Libido


Notas iniciais do capítulo

Demorei para postar pois surgiu algumas complicações, mas ta aqui, esta é a primeira parte, brevemente postarei a segunda.



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Acordei me sentindo dolorida naquela manhã fria. Neve caía lá fora. Tatuei o edredom como se tentasse achar sua ponta, até que percebi outro corpo deitado na cama junto a mim.

Meus olhos foram guiados para o meu lado. Lá estava Hermes, o deus a qual eu estava aprendendo a amar.

Meu rosto se abriu em um sorriso curto e sincero. Acho que realmente pode dar certo. Continuei o encarando, observando aquela sua expressão serena. Com um expando, ele abriu os olhos. Tomei um susto quando o despertador tocou na escrivaninha ao lado da cama.

-Boa noite. Phi. –Hermes beijou-me a testa e se levantou.

-Boa, Hermes... –Meu rosto corou, podia sentir o calor subir as bochechas. –Espere, noite? Já? –Perguntei-o.

-Dormimos o dia todo. Também, depois da noite que tivemos... –Ele riu se levantando da cama.

Arregalei os olhos ao vê-lo pelado. Seu corpo era perfeito, musculoso (não em excesso), seus olhos azuis reluziam sobre a sombra no quarto. Tentei desviar a atenção de sua genitália “acentuada” até demais.

O deus pegou um terno de colete, vestiu-o rapidamente e cobriu-se com uma cueca box preta, depois pegou a calça preta do terno e vestiu-o por cima da cueca. Foi pegando um sapato preto junto a uma gravata cinza.

Observei-me deitada naquela cama box de casal ao lado dele novamente. Percebi a minha falta de roupas então me cobri com o edredom. Corri os olhos para cada canto do grande quarto branco rustico procurando alguma peça de roupa.

-Deixei uma muda de roupas separada para você. –Hermes se aproximou com uma lingerie vermelha junto a um vestido rubro estilo renascença moderna. Deixou-o ao meu lado da cama e se sentou para calçar seu sapato.

Levantei-me sentando ao lado dele com um pouco de vergonha. Peguei a lingerie e vesti lentamente em quanto segurava o edredom ao meu corpo.

-Não tem nada que eu já não tenha visto ai. –Falou Hermes rindo.

Fingi que não o ouvi. Continuei me vestindo com o máximo de cuidado para não cair o edredom. Botei o sutiã de seda vermelha com facilidade. Peguei o grande vestido cheio de babados negros e vermelhos. Vesti-o lentamente sentindo o peso sufocar-me. Olhei para o espartilho escarlate negro como o sangue. Apertei-o contra os meus seios, dirigi um certo olhar raivoso para Hermes como se dissesse: Pode me ajudar a amarrar esta droga, por favor!?

Logo ele veio, apertou levemente em quanto eu contraia minha barriga lisa o máximo que podia. Por fim ele me abraçou pelas costas e deu-me um beijo leve no pescoço.

-Vamos para onde com essas roupas? –Perguntei-o.

-Paris é a cidade do amor. Sinto-me apaixonado. –Ele sorriu vendo-me por o vestido negro. -Vamos a um baile de uma conhecida minha.

Aquele “conhecida” me deu uma leve pitada de raiva e ciúmes. Talvez fosse alguma outra “conhecida” assim como eu. A ideia me fez ferver um pouco. Imaginar muitas outras a qual ele levou a aquela cama...

-Quantas? –Perguntei.

-Quantas o que?

-Quantas mulheres você já trouxe para cá?

Hermes engoliu em seco, então respondeu:

-Você é a primeira que eu trago aqui. –Pude ver seus olhos brilharem levemente. –A única que eu trouxe a minha casa em paris. –Sua mente parecia vaguear em pensamentos longínquos.

Não discuti. Talvez, só talvez, talvez eu estivesse apaixonando-me por ele... Talvez eu sentisse algo por ele. Talvez...

Olhei-me nas janelas espelhadas ao lado da cama. O vestido deixava grande parte dos meus seios realçados, assim como a minha cintura, pois em cima ele era apertadinho e se abria em babados a partir da cintura. Era tão apertadinho nos seios que sentia o tecido como se fosse uma segunda pele. O vestido brilhava com pequeninas pedras reluzentes que bordavam cada centímetro das pontas do babado. Reluziam tanto quanto glitter, porém, infinitamente mais bonitos e com certeza mais caros.

Hermes entregou-me um sapato Vizzano preto. Era como um tamanco pesado e apertava as pontas dos meus dedos. Encaixava-se levemente nos meus pés e me deixava mais alta.

Peguei um pente fino e fui penteando meu cabelo. Separando levemente fio por fio, meu cabelo foi se alisando e deixando de ter aquela aparência “acabei de acordar”. Quando finalmente acabei, penteei o cabelo para trás e prendi em cima em um coque solto, deixando cair a baixo do coque meu cabelo indo até as costas. Era como uma cortina pesada e negra feita de cabelo. Prendi uma flor de lótus feita de ouro imperial no cabelo para segurar o coque.

Abri uma caixa de joias que Hermes entregou-me. Levei um colar de ouro imperial ao pescoço, o colar tinha a forma de uma serpente, seus olhos eram feitos de esmeraldas verdes. Pus dois brincos de serpentes feitos de ouro pesado. Minha pulseira de ouro branco de cisne reluzia em meu pulso.

O deus esticou o braço para que eu o acompanhasse e educadamente o fiz. Nossos braços entrelaçados levemente. Caminhamos até a porta de mármore branco, a qual ele abriu com um clique numa espécie de controle remoto de TV.

Dali só pude ver a intensa luz do próprio sol segando-me. O dourado brilhava e reluzia como rajadas de fogo. Quando finalmente percebi que a intensidade da luz diminuiu drasticamente, abri os olhos.

A minha frente se encontrava um modelo loiro, com um sorriso perfeito no rosto. Olhos azuis intensos e brincalhões. Seu corpo coberto por um terno bem justo realçando seus músculos bem definidos, porém, não excessivos. Atrás dele estava uma espécie de carro dourado que flamejava. Um lindo Maserati Spyder conversível vermelho rajado e acompanhado de pura luz.

Olhando pela janela, podia ver apenas uma mulher ruiva acompanhando o homem dourado. Ela era afrodescendente com a pele bem clara igual a calda de chocolate. Seus cabelos ruivos caíam em cachos longos até os ombros. Seus olhos verdes azeitona me lembravam os de alguma pessoa que eu conhecia, só não conseguia lembrar-me de quem...

Seus lábios finos e avermelhados estavam sendo massageados por um tubo de batom vermelho claro flutuante em quanto a mulher se olhava no retrovisor do carro.

-Ainda não fomos apresentados, sou Apolo. –Ele estendeu a mão para mim.

Aceitei-a cumprimentando-o.

-Você é quente –Me interrompi sacudindo a cabeça tentando raciocinar, então corrigindo-me falei –Phoebe Battler.

Hermes arqueou uma sobrancelha como se advertisse Apolo a fazer algo. O deus do sol respondeu com um sorriso sádico.

-Calma, cara. Só cumprimentando. –Apolo gargalhou.

-É, eu percebi. Só cumprimentando. –Rosnou Hermes.

A buzina do carro soou dando a nós três distraídos um susto rápido.

-Vamos gente, vamos perder a entrada! –Gritou a ruiva dos olhos verdes no banco do carona apertando a buzina mais uma vez.

Apolo revirou os olhos e caminhou até o Marserati. Abriu a porta dos passageiros no banco de trás. Eu e Hermes rapidamente nos acomodamos naquele banco.

-A apressadinha aqui é Hebe. –Falou Apolo apontando a mulher com o dedão.

-Hebe? –Meus olhos se arregalaram. –A deusa Hebe? –Encarei-a espantada.

-Claro, onde mais se veria um corpinho conservado desses depois de tantos longos anos? –Ela riu brincando com uma mecha ruiva em seus cabelos.

-Prazer, Phoebe Battler. –Estendi a mão entre os bancos da frente.

-Prazer, Hebe. –Ela cumprimentou-me gentilmente. –Ouvi muito sobre você. –Ela riu observando Apolo.

-Esta acompanhando Apolo? –Perguntei-a e percebi Hermes lançando-me um olhar irritado.

-Eca, que nojo, pelo santo Zeus. Claro que não. –Ela respondeu lançando um olhar de nojo a Apolo. –Ele é meu irmão. Seria nojento.

-Ah... desculpe. –Abaixei a cabeça e arfei no banco de trás.

Hermes mantinha aquela expressão no rosto como se dissesse: Satisfeita? Agora, chega de perguntas.

Não seria eu que iria argumentar contra, depois dessa minha mancada tudo que eu tinha de fazer seria ficar calada. O silencio durou até o carro com um movimento súbito sair do chão e começar a voar a mais de 300kl por hora.

Por mais incrível que aquilo fosse, meus cabelos nem os de Hebe eram jogados pelo vento. Era como se o carro de fogo fosse completamente fechado, porém, sentia o vento ventilar o meu corpo. Aquilo me intrigava.

Apolo inclinou levemente o rosto para o lado e falou:

-E então, como é conviver com o Hermes por três dias? –Perguntou Apolo rindo.

-Ele sempre sai de casa, basta um telefonema e ele desaparece. –Encarei o deus das mensagens divinas. –E quando ele chega normalmente vai pra academia no andar de baixo. –Revirei os olhos. –Resumindo, ou eu vou até ele na academia e no videogame, ou então eu não o vejo por dias.

Apolo tentou contar um leve sorriso gentil. Olhando por além da noite escura, com um rápido movimento o carro desceu do céu, como um meteoro despencou apontando direto a frente do carro até o chão.

Apertei a mão de Hermes sem conseguir dizer uma única palavra. Meu coração literalmente parou, apertei os olhos em quanto imaginava o impacto futuro.

Senti apenas o carro voltar a estabilidade e ficar plano novamente. Abri os olhos e me dei conta de que voávamos por cima de alguns arranha-céus vermelhos e escuros.

-Onde estamos? –Perguntei olhando para Hermes.

- Nos domínios do monarca Asmodeus Champoudry. –Respondeu Apolo. –A dimensão do Libido.

Meus olhos se arderam em quanto via seres com asas de morcego voando ao redor como se nos acompanhassem.

Tentei olhar para baixo, a fora do carro. Realmente era um império. Os arranha-céus vermelhos feito de algum mármore rubro se abriam no interior da cidade. Nesta abertura gigantesca de arranha-céus, um vasto e gigantesco castelo se erguia. Já este, feito de mármore rubro e ouro marmorizado. Era acompanhado de castelos com escadas espirais por toda a sua gigantesca extensão. Já de longe, podia ouvir o doce som da valsa. Logo a baixo de nós chegavam “homens” e “damas” todos acompanhados e passando por portões gigantescos de ferro negro. Seguiam em uma carruagem negra até as portas gigantes de puro ouro do castelo maior do que qualquer arranha-céu.

O ar era negro, assim como suas nuvens rarefeitas e ácidas. Rios escuros e vazios rodeavam as muralhas do castelo. Estas águas eram simplesmente vazias, vácuo puro, era o silencio que comia todas as vozes, o fim eterno de todos os eternos temores.

Humanoides completamente cinzentos tentavam caminhar em direção ao castelo, mas eram barrados por coisas parecidas com touros, porém, estes touros mediam 2 metros sob as quatro patas de bode. Muito mais corpulentos e musculosos, sem falar que sua pele era feitas de puro mármore rubro.

Os seres cinzas não possuíam rosto definido, em seus orifícios (olhos, nariz, boca, orelhas) eram apenas uma escuridão vazia. Eles roçavam-se entre si, como se estivessem tentando fazer uma dança bizarra ou tentando fazer sexo. Mas como não tinham nenhum de seus órgãos ou orifícios, não havia como.

-Mais que diabos de lugar é esse? –Meus olhos se arregalaram em espanto. Ainda não podia acreditar que estava vendo tudo aquilo.

-Todos os Olimpianos e seus filhos deuses que forem importantes foram convidados. Ninguém nunca pode negar um convite de um dos príncipes... Senão a guerra poderia voltar a acontecer. –Explicou Hermes. –É questão de cortesia e elegância. Sempre manter a postura exige ter presença.

-Isso não justifica o motivo de estarmos aqui. –Minha mente estava atordoada. –O que diabos é isso afinal? –Perguntei.

-Nosso pai foi chamado para uma reunião importante com o Asmodeus, assim como outros deuses de diversos mundos e dimensões. –Hebe pegou um anel de ouro branco e pôs em seu dedo indicador esquerdo. –Fazemos questão de fazer presença, nunca se sabe o que vai acontecer em ocasiões como esta. Ainda mais nestes tempos em que vivemos. –Ela sorriu como se lembrasse de alguma coisa que havia acontecido.

O carro de fogo desceu pousando dentro da propriedade do tal Asmodeus. Hermes saiu primeiro junto a Apolo. O deus mensageiro abriu a porta e me ajudou a sair.

Encarei o terreno a minha volta. Arvores pálidas cresciam com frutos com formato de maçãs, porém, deformados, rostos pequenos de dor brotavam nestes frutos. A água do lado de dentro era igual a do lado de fora.

Quiosques de madeira carbonizada estavam flutuando em cima de cada lago negro de vácuo puro. Cogumelos verdes e vermelhos cresciam maliciosamente aos pés das arvores pálidas.

A luz dourada sibilava e dançava dentro daquelas portas finas de ouro. Tão gigantescas, porém, tão finas que de fora se podia ver os pares dançando em pura luxúria, a música rustica tocando em uma orquestra feita por estranhos homens carecas e azuis. Mesas de banquetes gigantescas todas feitas de ouro e com pratos estranhos e nojentos, aos quais não me atreveria a comer nunca.

O que realmente era fascinante, era a fonte que ficava bem na entrada, dividindo duas escadas redondas que iam as portas de ouro. A fonte possuía três níveis, a água era vermelha púrpura como vinho vermelho. Taças de vidro eram oferecidas por uma espécie estranha de borboletas vermelhas pequeninas que enchiam as taças com o liquido vermelho e as entregava a quem passasse por ali.

-Então é isso, vamos entrar. –Anunciou Apolo ansioso.

-Sim, vamos entrar.


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Notas finais do capítulo

Por favor, deixem comentários, preciso saber se alguém ainda esta acompanhando.



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