Meu Acampamento de Verão escrita por Diva Fatal


Capítulo 2
Capítulo 2: Sua Fragrância




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Uma multidão de jovens fazendo alvoroço, todos em seus grupos de quatro, seis ou nove.

Punks, góticos, esportivos, as lideres de torcida, os nerd’s, os cdf’s e por mais bizarro que pareça, tinha também o grupo dos asiáticos.

Uma das lideres de torcida veio até mim sorrindo de orelha a orelha, em seguida duas vinheram atrás dela. As três magricelas me fitaram como se eu fosse o ultimo pedaço de pizza na bandeja.

Uma era morena com cabelos negros rubros caindo sobre os ombros, pele lisa e limpa como o pêssego. O modo como ela sorria deixava suas maças do rosto mais bonitas e marcadas com lindas covinhas no cantinho da boca.Olhos negros como uma noite sem lua. Ela parecia de origem mexicana.

A do meio que parecia a “líder” confiante era de uma maneira ainda mais bela, e era com ela que eu deveria realmente me preocupar. Loira até a raiz do cabelo, olhos castanhos claros quase seiva de arvore; lábios finos e rosados com batom rosa queimado, um pingente de madeira em formato de uma cruz cintilava em seu pescoço. Para finalizar a prova de que ela ia ser um problema, ela tinha pintado as unhas de vermelho. Sim, ela era uma cobra venenosa perfeitamente idenficicada só de vista.

A outra tinha uma testa mais volumosa, porém charmosa. Um nariz mais avantajado que a tirava a atenção para a testa um pouco maior que a cabeça, os olhos um pouco separados, mas ela tinha um glamour que nenhuma das três tinham. Loira e eu suspeitava que era com a ajuda de produtos químicos. Pequenos brincos de ouro branco em formato de flor. Os olhos dela tinham o mesmo brilho intenso de um raio de sol passando por uma folha verde de primavera. Um batom vermelho claro quase rosa queimado. Esta já parecia ser mais inocente do que seu olhar demonstrava.

–Bom dia caloura; somos do comitê de boas vindas da Yancy Academy. –A do meio a perigosa, estendeu o braço e me entregou um papel azul marinho com as letras imprimidas em dourado. –Eu sou Amy, esta é Holly –Ela apontou para a morena ao seu lado.

Esta deu-me um sorriso falso e logo reconheci que ela era outra cobra, mais uma cobra a qual deveria evitar.

–E esta é Elena. –Apontou para a loira a sua esquerda.

A mesma lançou-me um acenar de mão tão animado como uma criança faria quando a mãe vinha busca-la na creche.

–Sou Phoebe Battler. –Estendi a mão para ela pegando o papel na mão dela.

Logo vi que aquilo eram meus horários, atrás tinha uma folha solta, era um mapa do refeitório com cada mesa e marcados com lugares.

Holly e Amy ficaram me analisando de cima a baixo. Logo trocaram olhares e sorriram.

–Vá para sua primeira aula, senão a Srta. Francesca não vai deixar você entrar na sala. Lembre-se, primeiro horário dela, sempre chegue antes dela, porque quando ela chega, fecha a porta e não deixa mais ninguém entrar depois dela. -Amy deu um sorriso entusiasmado. –Venha, vou leva-la até lá. –Despediu-se das amigas com um aceno de mão e seguiu pelo corredor esperando eu a segui-la.

Amy me levou direto até as escadas de mármore, rumo ao primeiro andar, ela ficou tagarelando sobre com quem sentar e quem descartar como amigo.

Paramos na porta da sala, e para o meu alivio, a tal Srta. Francesca não havia chegado na sala.

–Olha, obrigada, lhe agradeço mesmo pelos conselhos, mas acho que já sou grandinha para decidir como me comportar e com quem devo ou não falar. –Falei, não queria que ela estendesse aquilo como desafio, mas eu tinha de deixar bem claro que não seria uma das cachorrinhas dela. Já vi muitas garotas assim em todas as escolas em que eu frequentei. Essa não era diferente.

Amy recuou alguns centímetros assentindo como se tivesse levado um soco no rosto. Alguns passos de bater de salto ficavam mais altos no fundo do corredor. Meu sexto sentido ou intuição feminina (Escolha um dos dois) me alertaram que era a tal professora.

Não esperei pela resposta de Amy, entrei na sala clara. Alguns lindos garotos estavam batucando nas carteiras do fundo rindo uns dos outros. Um garoto gordinho com óculos escuros se sentava na primeira carteira da janela.

Vaguei pela sala meio atordoada procurando um lugar. O problema é, todo colégio tem sempre um lugar marcado, não sabia quem sentava aonde, pois se eu acabace sentando na cadeira de alguma valentona, de repente poderia levar surra logo no primeiro dia.

Fui me acomodando atrás da carteira do garoto gordinho.

–Psiu. –Alguém rumou uma bolinha pequena de papel em minhas costas em quanto eu sentava.

Me virei para ver quem havia rumado tal bolinha.

–Ai não, você vai ficar fedendo ao pum dele.

Ela era linda, parecia uma princesa, não... um anjo, sim, um anjo literalmente.

Ela possuía os cabelos mais escuros que eu já vi na vida, um negro metálico como se cada fio de cabelo negro reluzisse a mínima rajada de luz. Sua pele pálida parecia ser feita de prata, tão pálida e leve como o primeiro floco de neve caindo antes da chuva de granizo.

Seus lábios marcados com o batom rosa creme lhe caia perfeitamente bem. Aqueles olhos carregados de sombra e rimél gata lhe lançava um mistério obscurecido; e ainda tinha aqueles olhos, parecidos com os da garota que eu vi em meu sonho, a tal de Annabeth; os olhos dela eram tão cinza, mas ao mesmo tempo diferentes da garota na minha frente.

Os olhos dela eram um tom cinza azulado leitoso, cada floco de neve no mundo teria inveja daqueles olhos mais brancos do que ela.

–Um an-anjo... –Sussurrei paralisada em frente a ela.

–Como? –Ela tentou entender o que eu disse se curvando um pouco para frente na carteira.

–Ahm... nada... –Caminhei ao redor dela procurando um acento que já não tivesse uma mochila marcando presença. Quando percebi que seu olhar repousava em mim, na mesma hora fiquei enrolando a minha mecha solta de cabelo no dedo.

Então decidi sentar bem ao lado dela na direção da janela que ficava do meu outro lado.

–Oi, meu nome é Iryena Lukashenko. –Ela estendeu a mão em minha direção.

–Oi, Phoebe Battler. –Apertei a mão dela em um cumprimento pacífico.

Já vi muitas criaturas, de todos os tipos, morenas, ruivas, loiras até mesmo as rosadas, mas aquele negro sedutor que chegava a brilhar e reluzir... nunca, não havia lidado com nada parecido antes. O que ela deveria estar pensando sobre mim? Que nervosismo, inquietação... Que sensação era aquela?

Minha mente passara por uma confusão que chegava a frustrar, era como uma nota desconhecida de um violão, ficava resoando na mente sempre no mesmo tom doce e melodramático. Foi como se eu tivesse encontrado uma nova cor.

–E então. Você é estrangeira, não é? –Perguntei meio sem jeito, foi a única coisa que passou pela mente naquele momento.

–Sim, sou russa. Vim em intercambio. –Ela olhou para a porta preocupada. –Depois dessa aula de história agente continua a conversar. Me encontra na sala de música quando esse sinal tocar.

Fiz um sim com a cabeça e depois reparei o motivo de Iryena estar preocupada.

Uma mulher de cabelos loiros acastanhados como caramelo, olhos azuis nublados como uma nuvem solitária pelo céu. Unhas pintadas de preto e brilho labial.

–Bom dia alunos. –Falou ela da porta.

–Bom dia Srta. Francesca. –Todos falaram em uníssono.

Ela entrava na sala parecendo uma pluma flutuando pelo jardim de flores. Tão leve e graciosa igual a uma pena caindo até o chão.

Posicionou-se por trás da mesa de pinheiro com uma cadeira de couro preto. Era o assento do professor.

Ela pôs sua bolsa Prada no canto da mesa, despejou com leveza alguns livros, cadernos e um fichário cinza sem vida. Parecia uma bailarina apresentando o lago dos cisnes.

–Bom, temos uma aluna nova hoje. –Ela deu um sorriso tão belo que até pareceu que os raios de sol ganharam mais cor e intensidade.

Me levantei tentando fazer o mínimo de barulho possível. Fui até o lado da carteira dela e parei de frente ao quadro.

–Oi, sou Phoebe Battler... –Estendi a mão para ela.

–Oi, sou Francesca Madeleine. –Ela ignorou minha mão estendida e me deu um abraço tão doce e leve.

Retribui o abraço, ela me puxou mais para perto e eu pude sentir aquela fragrância anestesiante que a professora lançava no ar.

É, aquele era o inicio de um dia interessante...


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Notas finais do capítulo

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