Only Time escrita por TC Nagahama


Capítulo 21
Capítulo 19 - E lá estava você




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Eles estavam já há algumas horas reunidos no quarto ouvindo as reclamações de Rony, que não parara um segundo, desde que chegara à Mansão, de reclamar. Hermione aparentemente atingira um nível superior de iluminação, pois há tempos parara de tentar argumentar e agora simplesmente fingia que o escutava, deixando-o livre para discutir com Gina, o que lhe dava tempo de sobra para prestar atenção nas traquinagens de Fred e George.

Porque ela não era burra. Percebeu que os atritos ali não eram somente entre o Sr. Weasley e Lúcio Malfoy. Um clima chato e tenso era palpável no ar entre Carlinhos, Gui e a pequena poltergeist da família Malfoy. Poltergeist essa que aparentemente estava tramando alguma coisa, sempre omitindo alguns fatos, deixando escapar alguns outros. Mas o que mais a intrigava não era isso, e sim o fato de os gêmeos estarem agindo estranhamente desde que chegaram, sempre absortos em discussões aos cochichos pelos cantos, interrogando quadros, vasculhando tudo que podiam.

-Desembuchem vocês dois – falou Hermione, silenciando Rony e Gina que a olhavam interessados – Vocês dois estão agindo muito estranhamente – disse, ganhando um olhar incrédulo de Rony – Mais estranhamente que o normal – rapidamente explicou-se.

-Quem? A gente? – perguntou Fred, fingindo inocência, o que o deixava parecendo mais culpado.

-Não estamos fazendo nada – completou George – Nem explodimos nada – disse, sendo apoiado pelos irmãos.

- Justamente por isso. Vi os comentários entre os dois quando chegamos, vi o jeito que andam pela casa... como se a conhecessem – listou a garota – e principalmente, vi o jeito como olham para a Julie. Vocês a reconheceram de algum lugar – afirmou Hermione, fazendo Gina franzir o cenho.

-Eu vi você testando-a antes, George. Você deu o nome dele – falou Gina, apontando para Fred – Não é todo mundo que sabe diferenciar vocês dois – comentou intrigada.

-Esse é justamente o meu ponto, Gina. O que é vocês dois estão escondendo da gente? – inquiriu Hermione, fazendo os gêmeos trocarem olhares cúmplices.

Paralelamente a isso, Harry finalmente achara uma porta que parecia levá-lo à saída da casa. Ele tentava se esconder há muitas e muitas horas dos elfos domésticos raivosos da Mansão, e até agora tinha se saído muito bem....levando-se em conta de que ainda estava vivo! A Mansão era um verdadeiro labirinto, cheio de armadilhas estranhas e bizarras. Tendo sido quase acertado por uma besta enfeitiçada quando tentou fugir por Flú para a sede da Ordem, e tendo o pé ferido por uma armadilha de urso que só não arrancou seu pé esquerdo devido aos seus reflexos, Harry não se admirou de sua amada ter sido criada em outro país bem longe dessa casa macabra. Aquela Mansão não era nem de longe um lugar próprio para crianças.

Ele estava cansado, com fome, sendo perseguido injustamente por elfos domésticos tão paranóicos quanto seu dono. A única coisa que o fazia continuar era pensar que finalmente quando a situação fosse esclarecida, ele poderia finalmente ficar perto de sua amada, como ansiava há meses.

Pareceu uma eternidade, até que conseguisse abrir a maldita porta, que estava trancada, e que só abriu após um breve descontrole seu (já tinha tentado todos os feitiços para abrir portas que conhecia), que fez a porta explodir. E qual não foi sua surpresa, ao ver que justamente quando cometeu esse pequeno ato de vandalismo, não estava outro senão seu querido sogro presente, o que o distraiu tempo suficiente para que os elfos domésticos o alcançassem, pulando sobre ele, jogando-o ao chão. Tudo que ele pôde fazer foi fechar os olhos quando ouviu a voz já conhecida gritando indignada "Potter!".

-Talvez seja até bom falar com você, Granger – assumiu Fred.

-Porque não estamos conseguindo ligar alguns pontos – continuou George – E você é bem esperta. Gred, por favor, faça as honras – pediu George, sentando-se à cama mais próxima e cruzando as pernas, posando de intelectual.

-Tudo começou no início do verão. Lá estávamos nós, inocentes - disse, fazendo Gina e Rony rirem – procurando os ingredientes que mamãe tinha escondido.

-Eram os ferrões de Gira-Gira – interrompeu George, ganhando olhares enviesados de todos.

-E fomos investigar no quarto da mamãe.

-Você quer dizer vasculhar – resmungou Rony.

-Você sempre acha o "copo meio vazio", Roniquinho. Não estávamos fazendo nada errado. Os ferrões eram nossos. Só estávamos pegando-os de volta – comentou George.

-Ah, parem de enrolar e contem logo – alterou-se Hermione, cruzando os braços.

-Pois bem. Pularei as embromações. Descobrimos algo chocante. George aqui ficou até sem palavras – disse Fred, misterioso.

-Foi um trauma que guardarei para a vida inteira – concordou George, enquanto Gina dava uns tapinhas em suas costas, tentando consolá-lo.

-Mas o que foi que vocês descobriram afinal? – perguntou Rony, receoso.

-Papai e Lúcio Malfoy eram amigos – respondeu Fred, olhando para os lados, certificando que ninguém estava bisbilhotando a conversa deles.

-O QUÊ?! – gritou Rony, escandalizado.

-Mas não só amigos, como você e o Harry. Eram mais que isso – disse George, num tom conspirador.

-Eram como irmãos – completou Hermione, ganhando olhares surpresos dos demais – Lúcio Malfoy é uma veela, o que vocês esperavam? Ou ele ama demais, ou odeia demais. Não tem meio termo – explicou para todos – Mas isso não explica como eles passaram a se odiar – constatou Hermione.

-O diário vai até essa parte. Aconteceu uma tragédia, algo que separou os dois – contou Fred.

-Julie Anne morreu – disse Hermione, ganhando um acendo afirmativo de George e Fred.

-Foi horrível. Vimos algumas partes do dia, logo depois que tinha acontecido. Alguém mandou o Malfoy lá em casa, dizendo que o papai queria falar com ele. Mas era mentira, só queriam ele fora de casa, pra poder tacar fogo em tudo – contou Fred.

-E a mulher dele? Não fez nada. Onde ela estava nessa hora? – perguntou Rony, horrorizado – Aposto que estava embriagada. Não falei que ela tinha problemas com a bebida? – disse Rony, ganhando um cutucão nas costelas de Hermione.

-Ela estava grávida da mina do Harry – respondeu George, olhando feio para Rony – Não conseguiu fazer nada quando entraram. Papai tirou-a daqui e mandou pra Toca. Logo depois, o Malfoy desceu com a menina nos braços. Já estava morta.

-Não está esquecendo nada? Foi só isso que aconteceu? – pressionou a garota, aflita – Veja bem. Apesar de substancial, isso não explica o porquê do rompimento dos dois, entende?

Nessa hora, Rony não se controlou. Fumegando, levantou-se com as mãos levantadas pro céu e disse:

-Pelo amor de Deus, Hermione. Eles romperam porque o cara surtou. Saiu matando todo mundo e papai mandou-o pra Azkaban.

Hermione deu um longo suspiro cansado. E tomando fôlego para mais um round recomeçou a esclarecer seus argumentos na discussão.

-Não creio que tenha sido isso. Algo não se encaixa direito – falou, balançando a cabeça negativamente. Vendo que Rony iria novamente retrucar, continuou – Veja bem, vamos levar como exemplo a Isabele. Ela sabe que o pai é um comensal, que o padrinho é um comensal – disse, e vendo a cara intrigada dos gêmeos e de Gina, explicou – Snape é padrinho dela. Ela simplesmente não liga. Não se atém ao fato de que são possíveis assassinos. Para ela, são somente seu pai e seu padrinho. Ela ignora todo o resto, porque para ela, eles fazem o que fazem porque precisam ou até talvez porque ache que estão certos. Entendeu? – perguntou para Rony.

-Ela é louca, isso sim! – exclamou Rony, Gina ao lado concordou piamente.

-Não é louca. É veela. Pra ela, o que importa é se a família, como ela conhece, está bem e feliz. Se eles saem matando meio mundo só para passar o tempo, é só um detalhe bobo – terminou, fazendo George ficar pensativo.

-Agora que você falou. Ele não parecia nem um pouco triste quando botou fogo naquele homem. Lembro que papai perguntou por que ele fizera isso, e ele disse que era pra proteger a família – contou Fred.

-E incluía o papai e a gente nisso. A família era a dele e a nossa – concordou George.

-Mas quem diabos atacou os Malfoy, afinal? – inquiriu Gina – Isso que não entendi ainda – De quem ele queria defender todo mundo?

-Dos nascidos trouxa – disse George – Aparentemente, na época da escola, não era só papai que era obcecado por trouxas. Ele também era.

-Isso eu deduzi quando o vi usando aquela caneta esferográfica – disse Hermione, acenando displicentemente com a mão – Qualquer bruxo que não tivesse o mínimo interesse sobre trouxas iria transfigurar uma pena e um pouco de tinta, e não uma caneta. O que não entendi é porque atacaram. Tinham alguma coisa contra ele e a família? – inquiriu pensativa.

-Lógico que tinham! Todo mundo sabe que Malfoys são sinistros. Ele era da Sonserina, não se lembra. Todo bruxo das Trevas veio de lá – disse Rony, cheio de si.

-Acho que é bem isso mesmo que o Rony falou. Não gostavam dele só por causa disso, e ao que parece, ele parecia ainda mais estranho e suspeito porque só andava com o nosso pai direto, que era de outra casa, e só aprontava na escola. Eram o terror de Hogwarts naquele tempo. – disse Fred.

-Algo como eu e o Fred, mas muitas vezes pior – esclareceu George.

-Não disse? Ele não tem limites pra nada. Nunca teve. Aposto que só fazia isso porque estava entediado – ganhando olhares escandalizados dos demais – É verdade. A Isabele é só meio veela, e só ralando muito consigo ultrapassá-la nas notas. Vocês não a vêem se matando de estudar o tempo todo que nem eu. Imagina ele então que nem mistura tem. Aposto que pra ele, é como se todos estivessem em câmera lenta. Vocês ouviram a resposta torta que ele me deu sobre a caneta.

-Isso foi porque ele é grosso – comentou Gina, rindo.

-Grosso ele foi. Mas foi o tom que achei estranho – disse Hermione.

-Foi como se transfigurar uma caneta e saber usá-la fosse a coisa mais lógica, óbvia e prática pra se fazer no momento – concordou Fred com a garota – É realmente estranho mesmo. Eu mesmo nunca pensaria nisso.

-Então eles pararam de se falar porque o papai o prendeu? – perguntou Rony confuso.

-Não por tê-lo mandado para Azkaban. Acho que foi por não ter feito nada para tirá-lo de lá – confessou George.

Lúcio Malfoy realmente estava tendo um péssimo dia. Até então já tivera uma surpresa nada agradável no café-da-manhã quando descobriu a identidade de seu futuro genro, o garoto Potter. Depois de ser forçado a aceitá-lo como futuro membro de sua família fora levado a procurar um meio legal de oficializar a união dos dois, já que o responsável legal do garoto era um foragido da polícia bruxa. Para isso, teve que em apenas algumas horas desvendar o que o Ministério não conseguiu em quinze anos, achando o verdadeiro culpado de um massacre contra trouxas e o foragido supostamente inocente. Não obstante, além de tudo isso, tinha certeza que esses acontecimentos seriam usados contra ele, forçando-o a participar de uma ordem secreta, tornando-o assim o maior traidor do Lord das Trevas de todos os tempos, o que com certeza o colocara na lista negra do Tio Voldie. E o fato dele ter um dia sido o braço direito, principal general do maior bruxo das trevas que já existiu, apelidado pelo mesmo de Lúcifer (o anjo caído mais poderoso e lindo já criado por Deus, segundo o Tio Voldie) com certeza também não seria ignorado pelos membros da Ordem de Fênix, que com certeza quando tiverem acesso a esse pequeno detalhe o mandarão direto para Azkaban. O que provavelmente não iria demorar, já que devido a todos os acontecimentos, ele por conseqüência teve que colocar a única pessoa que apesar de irritá-lo com sua mera presença sempre esteve ao seu lado ajudando-o, Severo.

Severo, ou Sev como Lúcio se referia a ele quando não estava com raiva, era uma pessoa muito estranha para muitos. Mas Lúcio o tinha em grande estima, apesar de freqüentemente dizer o contrário, até mesmo para si próprio. Severo Snape era um bom amigo. Não daqueles que vivem grudados em você, enfiados na sua casa o tempo inteiro, e que você só se livra quando está tomando banho ou dormindo. Severo era o tipo de amigo que te dava espaço, mas que estava sempre presente quando solicitado e sempre disposto a ajudar, mesmo que em boa parte das vezes, mais resmungasse do que outra coisa. Ele fora o responsável pela alta de Lúcio do Hospital St. Mungus, depois que saíra de Azkaban quando Lúcio ficara quase seis anos internado sem apresentar sinal algum de melhora, uma vez que quase nenhuma poção fazia o efeito desejado.

Fora ele também que identificou os ingredientes presentes em quase todas poções que Lúcio tomava e aos quais era alérgico, e por conseguinte alterou e dosou as poções deixando-as próprias para o uso de Lúcio, fazendo-o melhorar, o que fez com que fosse liberada sua alta do Hospital, e deixando seu humor estável o suficiente para não ter nenhuma recaída. Era ele também que cuidava dos ferimentos de Lúcio, causados pela fúria do Lord das Trevas em retaliação as gracinhas e comentários ofensivos que Lúcio disparava nas reuniões com os Comensais da Morte e seu líder. Se não fosse por ele, Lúcio ainda teria seu braço direito decepado devido ao incidente no qual a veela afirmou que o Lord das Trevas tinha um Q.I. digno de um Gnomo de Jardim.

Agora Lúcio tinha certeza de que estava em maus lençóis, pois conseguira finalmente enfurecer a única pessoa que sabia um pouco mais sobre tudo que ele já passou. Ele não tinha mais nenhum amigo, estava cansado, sujo, fraco, deprimido e com fome! Há quantas horas ele estava sem dormir e sem comer, ele já nem sabia mais. Já perdera as contas há tempos. Tinha inúmeras coisas para resolver antes que pudesse finalmente sentar e relaxar. E para ajudar, ao que parecia seu futuro genro estava novamente tentando libertar seus elfos domésticos.

-Potter! – ralhou, olhando a cena, enfurecido e com os olhos vermelhos – Mas será que você não consegue ficar longe dos meus elfos, moleque?!

Harry, reunindo toda a coragem levantou-se, tirando os elfos de cima de si sem muita cerimônia.

-Eu não fiz nada! Só perguntei se eles sabiam onde a Bele est...- defendeu-se, . porém ao ver os presentes interrompeu o que estava falando.

Sirius abriu um sorriso quando viu o afilhado vindo em sua direção em disparada. Já estava até abrindo os braços, mas se sentiu meio idiota quando o rapaz não foi na direção dele. E as risadinhas abafadas De Lupin não ajudavam em nada.

-O que diabos você está fazendo aqui? – perguntou Harry grosseiramente apontando o dedo para Gui – Eles estão aqui por minha causa. Ela está por sua causa. Mas você está aqui por quê? Ela é minha – apontou para Isabele que estava com os olhos arregalados assistindo a cena – Vai cuidar da sua noiva, que é o melhor que você faz! – completou, arrastando Isabele pela mão, possessivamente.

Lúcio assistia o ataque de ciúmes de Potter com um sorriso divertido no rosto. Talvez o garoto não fosse uma escolha tão má, afinal.

Depois de dar alguns passos, Harry se dera conta do que acontecera e da grossura de seus atos. Tentando redimir-se um pouco, ele virou rapidamente para trás e deu um aceno na direção do padrinho, soltando um fraco "Oi, Siri. É bom te ver de novo", logo depois retomando seu caminho com sua amada, que aparentemente o acompanhava sem reclamar.

-O que você estava fazendo com ela aqui, hein Gui? É melhorrr se explicar logo – disse Fleur cruzando os braços, e fechando a cara.

Sirius e Lupin, sentindo a tensão no ar que circundava o casal, apressaram-se para seguir a veela que seguia novamente seu caminho em direção à Mansão, como se nada demais tivesse acontecido.

-Que diabos foi aquilo lá atrás? – perguntou Isabele, tendo dificuldade em acompanhar Harry.

-Eu é que pergunto. Estou há horas correndo dos elfos domésticos nessa sua casa maluca e você aqui se dando ao desfrute com aquele cabeludo – disse Harry, ainda carrancudo.

-Desfrute?! Eu não me dou ao desfrute com ninguém, muito menos com algum Weasley. E eu falo com quem eu quiser e quando eu bem entender. Você não é meu dono – retrucou aborrecida, alheia ao fato de que seu pai e os outros se aproximavam.

-Mas eu sou seu namorado! – exclamou Harry, olhando feio pra garota.

-Mas isso não te dá ao direito de me dizer o que fazer – rebateu, puxando sua mão, que ainda era segurada pela mão de Harry.

Ela realmente não entendeu quando Harry parou de repente, com um sorriso radiante de uma orelha à outra olhando pra ela.

-Eu sou seu namorado – disse, se aproximando – Você disse que sou namorado – riu, abraçando-a fortemente.

Se Harry estivesse prestando atenção a seu redor, ouviria nessa hora seu padrinho entoando a trilha sonora romântica para o momento, enquanto Lupin ria com gosto e até mesmo Lúcio esboçava um sorriso.

-Eu não disse isso – negou a garota, com o rosto vermelho.

-Mas não negou também – comentou Harry, tirando-a do chão, enquanto rodopiava com ela nos braços, rindo.

Já era tempo de finalmente se reencontrarem.

Fim do cap. 19


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Notas finais do capítulo

Ownnnnnnnnn



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