Dragões E Serpentes - Draco E Hermione escrita por penelope_bloom


Capítulo 11
Shatter


Notas iniciais do capítulo

*jurosolenementequenaõvoufazernadadebom*

gente, tá aqui ;_;

Sofri calada quando escrevi IOUDHIAUSHIUASDH.

Enjoy :3



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Onze)

– Pai. – eu chamei insegura.

Meu pai estava me ajudando a guardar minhas malas.

– Sim. – ele coçou o espesso bigode.

– Eu dei um beijo em um garoto. Durante o baile. – eu disse envergonhada. Queria eu contar antes que Daphne exagerasse e dissesse que eu estava grávida de trigêmeos e não sabia quem era o pai.

Meu pai riu. Sua risada de trovão.

– Draco?

Eu fiquei roxa. Nunca ficava, mas dessa vez devo ter ficado. Como ele sabia?! Eu nem estava me referindo a ele, me referia ao Krum!

– NÃO! – eu disse rápido demais. – foi Victor Krum.

– Krum? Esse não é...

– Sim, o apanhador da Bulgária. – eu disse me recompondo.

– Mesmo? Sempre achei que ficaria com Draco.

Eu comecei a rir. De puro deboche.

– Eu e aquela Doninha sem cérebro? Por favor, pai. – eu disse acabando de guardar minhas roupas. – além do mais ele é como um irmão. Ou ao menos costumava ser.

– Ele é um bom garoto, e não acho que ele te veja como irmã. – meu pai disse subindo a última mala.

– Faça-me rir pai. Malfoy é simplesmente a doninha mais imbecil de todos os tempos. Graças a ele a escola inteira acha que eu sou uma bastarda! Chamam-me de sangue-ruim pai, e eu nem sou trouxa! – eu disse brava.

Meu pai deu sua risada inapropriada.

– Esse garoto.

– É. É um imbecil.

– E esse Victor? Como foi? Foi beijo de boca aberta ou fechada?

Eu tive que rir. Eu não tinha mais cinco anos!

– Aberta.

Ele fingiu espanto.

– Acho que seria bom conhecermos esse rapaz não? Marcar o casório.

Eu apenas ri.

– Ele disse que quer que eu escreva nas férias. Devo escrever, pai?

– Olha querida, é melhor falar sobre isso com sua mãe.

Eu quase gargalhei.

– De jeito nenhum! Ela vai me ridicularizar pai, você sabe. Só a Daphne é bonita o suficiente para ter namorados. – eu disse amarga.

Eu não tinha contado ao meu pai, mas quando eu estava primeiro ano disse a ela que achava o Malfoy bonitinho. INHO! E o que ela disse? “Primeiro arrume esse feno que você tem na cabeça, até lá nem se iluda.”

Não contei a ninguém, mas nunca mais contei absolutamente nada para ela.

– Não é assim... – meu pai disse sorrindo.

– É sim.

– Talvez devesse falar com Narcisa sobre isso.

Claro! Minha outra mãe. Eu devia ter pensado sobre isso.

– Loriel fez sua torta predileta.

– Oba... – eu disse me dirigindo ao corredor.

– Espere aí sua beijoqueira! – ele disse me pegando no colo e me colocando nos ombros.

– Pai! Me põe no chão, não tenho mais cinco anos!

E assim ele me carregou até a cozinha.

Cheguei lá e fiquei conversando com Astória e Loriel. Daphne estava ocupada falando sobre o time de Quadribol para a minha mãe.

– Querida, quase esqueci. – meu pai disse se servindo de um pedaço de torta. – os Malfoy vem buscá-la mais tarde.

Eu enrijeci e engoli em seco. Eu teria ficado feliz normalmente, mas tudo o que aconteceu foi vir à minha a lembrança de Harry nos contando que Lúcio era um comensal.

Eu não estava pronta para encará-lo. Se ele era um comensal, ele trabalha com Voldemort. Ele quer matar Harry.

Talvez meus pais não fossem maus.

Talvez os únicos vilões nessa história fossem aqueles que me criaram e sempre me deram amor e proteção.

Eu precisava conversar com alguém, mas mais do que nunca eu estava terrivelmente sozinha.

Inclinei meu corpo para frente e vomitei, sentindo o suor frio escorrer pela minha testa e um calafrio percorrer minha coluna. Foi de uma hora para outra. Acho que eu nunca estive tão nervosa. Eu os amava, eram minha família, mas eram maus. O que eu deveria fazer?!

– Hermione! – meu pai gritou enquanto eu tentava levantar e desabava rumo ao chão, o gosto amargo da bile na minha boca.

– Mione! – minha irmã chamou e minha visão ficou turva.

Meu corpo bateu ao chão com um baque surdo.

Eu não sabia o que fazer.

*

Estava em um lugar em chamas. Uma casa.

Tudo estava silencioso. Tudo ia queimando aos poucos, e eu sabia que tinha que impedir, que não era certo, mas não conseguia fazer nada.

– Pai! – chamei desesperada, a fumaça negra não me permitia respirar.

– Meu Dragão. – meu pai apareceu atrás de mim.

– Pai, me ajude.

Ele acenou sua varinha e destruiu tudo na minha frente.

– Por que? Pai não faça isso, por mim.

– Minha Dragão. – ele disse sorrindo. – vamos, você faz parte disso.

Senti minha garganta queimar, dolorosamente rasgar-se. Tentei impedir e me recusei a chorar.

– Queime tudo. Queime todos.

Eu não queria machucar ninguém.

Meu pai segurou minha garganta e apertou firmemente. Meu pescoço estava em brasa e eu sentia minha língua consumir-se em chamas em uma dor quase insuportável.

– Queime!

Ele apertou minha garganta uma vez mais. Abri a boca para negar, mas assim que o fiz lava escorreu entre meus dentes me queimando de dentro para fora, e em um impulso reflexivo para frente queimei meu pai, transformando-o em cinzas.

Acordei convulsionando para o lado da cama, vomitando o chão.

– Hermione! – a voz de Lucio chegou até mim. Mas eu estava fraca e enjoada, as náuseas não passavam e eu não consegui dizer nada. Tinha algo para dizer?

Loriel estava ao seu lado e com um estralar de dedos a sujeira desapareceu.

– Deixe-nos! – meu pai ordenou.

A elfa desapareceu que nem fumaça.

Meu pai sentou-se ao meu lado na cama e ajeitou minha cabeça no travesseiro.

– Onde estou? – consegui dizer.

– Na casa dos Greengrass querida. – notei que minha mãe estava no quarto. – vamos te levar para casa.

– Não... – eu disse rápido demais.

– Não? – meu pai indagou.

Pense, pense, pense...

– Eu não me sinto bem... – tossi profundamente tendo dificuldade para retomar meu ar. – não quero aparatar, nem ir pelo Pó. Vou vomitar de novo.

– Melhor deixá-la aqui Lúcio. – Minha mãe disse serena. – ela pode ir para casa amanhã, Vamos passar uma semana em Pantelleria.

Droga. Eu não poderia fugir para sempre. Mas ao menos teria uma noite em paz para refletir. Pantelleria? Por que Diabos iríamos para lá e não para a mansão? Isso era o menor dos meus problemas.

Como esse homem tão preocupado e carinhoso em minha frente pode ser um comensal? Como ele pode ter tentado matar Harry? Um garoto de 14 anos!

– Pai, pode me ajudar a ir no banheiro? Quero escovar meus dentes.

Meu pai me pegou no colo, como quando fazia quando eu era pequena. Respirei seu cheiro de creme de barbear, como sempre fresco e confortador.

– Você engordou mocinha. – meu pai disse rindo me colocando sentada na privada.

Fiquei em pé e escovei meus dentes. Finalmente estava sem aquele gosto horrível ácido na boca.

Minha mãe estava sentada na cama, entretida olhando meu quarto.

– Pai, você nunca me machucaria, certo? – eu disse encostando a porta do banheiro. Senti meu estomago contorcer-se, como se algo o agarrasse e o torcesse como um pano úmido.

“Algo coisa nenhuma!” Algo disse irritado, ele estava um roxo desbotado, tão enjoado quanto eu “Eu estou quieto no meu canto, deixe-me morrer em paz.”.

“Desculpe Algo”

– O que? O que é isso agora? – ele disse sério. Seus olhos cinza mais frios do que nunca.

– Eu queria falar com você, só com você. Eu te amo pai.

– Mas? – ele disse ainda frio.

– Não me olhe assim. – eu disse com os olhos aguados. Meu pai NUNCA me olhava assim. Já o vira olhando assim para Draco até, mas nunca para mim.

– Então deixe de rodeios.

Eu estava cansada então escorreguei pela parede até sentar no chão. Ele vacilou no olhar gélido e sentou-se a minha frente.

– Pai, você é um comensal?

Seus olhos endureceram mais ainda e eu senti um nó na minha garganta.

“Não me olhe assim. Por favor.” Pedi em uma oração silenciosa e desesperada. “Negue tudo, diga que jamais seria um comensal”

– Onde escutou isso? – sua voz era calma. – foi o garoto Potter não foi?

– Pai. – chamei-o. – pare de me olhar assim, por favor.

– E como eu deveria olhar?

– Não sou sua inimiga. – eu estava cada vez mais perto de chorar. – eu te amo pai.

– Voldemort não é o vilão. Ele quer proteger os nossos.

Ouvir o nome em sua boca foi estranho. Foi dito com reverencia e... Orgulho?

– Não são o que dizem os livros de história e os nossos professores.

– Você vai para a França. – meu pai disse levantando-se.

– É por isso, não é? – eu disse com mais e mais vontade de chorar. – eu não tenho espaço na sua vida, eu não honro os Malfoy.

E acreditem em mim, eu não tenho mais tanta certeza se queria honrar essa família. Eles mataram Cedrico, um garoto de 16 anos!

– Hermione! – ele disse. Pelo menos não tinha mais seu olhar frio. Mas em compensação estava enfurecido.

– Se Voldemort diz que eu não sou boa, você concorda! – eu disse mais furiosa do que ele – se ele te mandar me matar você vai obedecer não vai? Você escolhe Voldemort à sua família! Você me dá nojo!

E então tudo aconteceu rápido. Minha mãe abriu a porta do banheiro enquanto eu me levantava para fitar meu pai, e no momento seguinte senti um ardor que nunca tinha sentido no meu rosto, me desequilibrando e me fazendo cair sentada no tapete sorridente do meu banheiro. Pela primeira vez na vida meu pai tinha me batido.

– Você não é da minha família, não se esqueça disso.

Senti o nó na minha garganta aumentar, eu queria desesperadoramente chorar. Não devia ter falado com ele hoje, devia ter conversado sobre isso amanhã.

“Como se fosse mudar alguma coisa.” Algo murmurou amargurado.

– Lúcio! – minha mãe disse horrorizada.

– Não há espaço para ela Narcisa. Ela já decidiu o lado dela.

Minha mãe estava do meu lado me abraçando e me embalando como se pudesse me fazer dormir e esquecer tudo aquilo.

Ele já tinha batido em Draco, mas nunca nem tinha gritado comigo.

Eu era a sua ‘princesinha’. O que tinha acontecido?

– Lucio, desculpe-se agora, ou eu juro que...

– Vai o que Narcisa? Despeça-se da garota e vamos para casa. Draco está sozinho com Yaxley.

Ele deu as costas e saiu do quarto.

Assim que ele saiu um soluço escapou de minha garganta. Sem lágrimas, apenas um grunhido de infelicidade.

– Minha querida...

– Eu sempre quis orgulhar ele, mãe. Eu ganhei Bolsa na melhor escola, minhas notas são as maiores, eu recebo medalhas e honrarias, mas ainda assim meu sangue sujo fala mais alto!

– Não, você nos orgulha muito... Você conhece seu pai, ele não sabe o que diz...

– Ele sempre diz a verdade mãe... Narcisa.

– Não me venha com isso garota. Chame-me de Narcisa e eu lhe darei umas palmadas.

Aquilo me fez sorrir rapidamente.

– Ele está certo mãe. Eu não sou e nunca vou ser uma Malfoy. Eu não sou que nem vocês, eu não consigo achar o que aquele monstro faz... Correto.

– E você acha que eu acho?! – minha mãe disse brava.

– Você também é uma comensal.

– Não – ela disse horrorizada. – amo seu pai mais do que tudo. Mas jamais mancharia minha pele com a marca daquele mestiço imundo.

Aquilo não fez muito sentido.

– Fazemos coisas que nem sempre nos orgulhamos por amor Hermione. Vá para a França Hermione, não se meta nisso.

– Mãe, Harry é meu amigo!

– Você vai ter que escolher querida.

– Você vai me abandonar também?

Minha mãe riu e acariciou meus cabelos. Ela estava chorando e tinha um sorriso torturado no rosto.

– Jamais. Mas não posso abandonar Draco, você entende?

Droga, Draco! Ele em breve seria um comensal como meu pai, e eu nunca mais poderia ficar com ele. Ele passaria a ser meu inimigo.

“- Ame os dois, mas dê apoio ao lado mais fraco. Esteja lá por ele, independente de tudo! Você me entende? – ele disse rapidamente alarmado. – Entendeu Lílian? Quando ele precisar de você, esteja lá por ele!”

Harry era o lado mais fraco.

Não era?

Eu estaria lá por ele, não o abandonaria. Éramos como irmãos, seus amigos eram tudo que Harry tinha, ele iria precisar de mim, mais do que qualquer um.

– Não posso ir para França.

– Que Merlin impeça Lúcio de te carregar a força para lá. Ele só quer te proteger querida.

– Harry não tem ninguém mãe. Não vou deixar que sejam covardes com ele, ele é só um garoto!

– Você não é adulta Hermione, não pode protegê-lo.

– Por enquanto, mãe. Eu tenho bolsa em Hogwarts, daqui a três anos serei de maior e ninguém vai me impedir.

– Loriel vai fazer a comunicação entre nós. – ela me ajudou a levantar. Eu ainda estava enjoada e o lugar em que meu pai tinha batido estava dolorido. – assine sempre com Chocolate Quente. Serão nossas palavras secretas.

Ela me colocou na cama e tapou-me, acariciou meus cabelos e ficou alguns minutos me observando.

– Por favor, perdoe seu pai. – ela suplicou.

– Um dia isso vai acabar mãe, eu prometo.

– Vá dormir criança. Quais são as palavras?

– Chocolate quente.

– Eu te amo querida. – ela se debruçou sobre mim e chorou. Como se nunca mais fosse me ver na vida.

Merlin o que eu estava fazendo? Talvez eu nunca mais a visse na vida.

E foi quando eu soube que tinha quebrado, pela primeira vez. Nada seria o mesmo, e eu teria que enfrentar tudo sozinha, destruídau, quebrada, despedaçada.


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Notas finais do capítulo

Tchaaans. Bom vou deixar dois capítulos programados aqui - amei essa nova tecnologia no nyah OIUSHDIUADSH - Um pra semana que vem, e outro pra outra semana x_X

Amo vocês, obrigado por não terem abandonado a fic, vocês são os melhores