Scars Of Love escrita por Simi


Capítulo 76
Capítulo 75


Notas iniciais do capítulo

Olá! :)
Este é o último capítulo daqueles que eu tinha adiantados, mas espero acabar esta história nestas férias ;)
Boa leitura! ^_^



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(Isabella)

— Agora só temos que esperar… – Luther encontrava-se bastante calmo.

Ambos sabíamos que o nosso sucesso estava garantido. Só com um estalar de dedos eu acabaria com tudo aquilo que ele odiava. Simples. Mas Luther queria esperar e eu não consegui entender o porquê. Tanta pressa durante todo este tempo para me ter ao lado dele e agora queria esperar?! Oh sim, eu era impaciente, deveras…

— Posso saber o porquê de elas ainda estarem aqui? – perguntei, incomodada, enquanto ainda fixávamos o horizonte.

— Ciúmes?! – tentou adivinhar.

— Desprezo. – respondi.

— Então, faz o que quiseres com elas…

Ah, que boa resposta… Um sorriso de canto invadiu os meus lábios e sem que nada fizesse, ouvi gritos atrás de mim. Elas ardiam. Eu sabia-o. Não tiveram tempo para amaldiçoar ninguém e por muito que quisessem, não conseguiriam. O meu fogo era demasiado puro para que algo assim escapasse das suas chamas. E vendo que mais nada para me entreter chegaria, suspirei, extremamente aborrecida.

— O que é que esperas, Luther?

— Por “ela”.

“Ela”? Alguma coisa estava a escapar-me… Não fiz mais perguntas, sabia que nada me seria desvendado até quando fosse necessário. Farta de olhar para aquela linha do horizonte, olhou para trás, para a bela destruição que o meu fogo tinha provocado. Algo estava errado… Eu tinha ouvido os estrondos, mas pensei que fossem coisas a explodir, sabia lá! Não eram… Algo que eu não consegui decifrar dava passagem para alguém que eu não conhecia. Ouvi Luther a suspirar. À medida que a pessoa se aproximava tentei ver se era uma mulher. Hum… Não, não era… Não por minha totalmente vontade, caminhei até beira-mar. Algo me impedia de me aproximar daquele indivíduo. Assim que a imagem do seu rosto foi visível claramente pelos meus olhos, caí de joelhos. Sentia um remoinho no estômago, algo queria sair. E sem mais demoras, vomitei. A minha cabeça explodia, todo o meu corpo se queria libertar de alguma coisa. Quando finalmente consegui abrir os olhos, reparei que o que saía da minha boca era aquele visco negro que me tinha envolvido e que até em roupas se tinha tornado. E na minha mente, eu só ouvia…:

Tu não és assim… Tu não és assim… Age… Age…

Gritei do fundo dos meus pulmões… Apesar de que eu não conseguia ouvir nada. Nada estava claro na minha cabeça… Era demasiado… Subitamente, imagens que antes me pareciam estar deformadas, desfocadas, ficaram límpidas. A minha mão dirigiu-se para aquilo que era a única coisa cristalina que eu possuía: um punhal. No entanto, aquelas ações não eram minhas… Após retirar o punhal do coldre, senti algo gelado contra o meu peito que o atravessou. Naquele momento, eu vi aquela pessoa ainda mais claramente. Só tive tempo para o ouvir mais uma vez a gritar desesperadamente…

Empós alguns segundos, fiquei lúcida, calma como nunca estive. Porém, só a minha mente estava consciente, porque não era eu quem controlava o meu corpo, mas sim “ela”. Artémis. Durante todo aquele tempo, tinha sido ela quem esteve dentro do Punhal Lunar. E momentos antes da sua possessão, eu soube toda a verdade. Luther era o seu amado… Não tinha esperado por uma revelação assim. Aliás, era tudo bem simples, talvez até um cliché. Luther tinha morrido, mas os seus ressentimentos e assuntos por resolver na Terra deram-lhe poderes que ele mesmo tinha desejado para se conseguir vingar, ainda para depois de saber que Artémis tinha morrido após a destruição de todo o Conselho. Apesar todo os seus planos pareceram malignos, não eram…

— O que é que lhe fez?! – ouvi uma voz desesperada, quase a gritar, atrás de mim. – Sabe perfeitamente que ela nunca poderia entrar nesse estado! Quer que ela tenha o mesmo fim que teve?!

— Nada temas, jovem amante. Em breve, sairei deste corpo. E o poder que estou a utilizar não a destruirá, pois sempre foi meu…

Vi Petrus deitar as mãos à cabeça. Estava perdido. Quando Artémis olhou ao redor, vi que os outros também estavam presentes. Assim teria que agir, já que tudo o que eu via ou fazia estava limitado às suas ações e movimentos. Fiquei grandemente surpreendida quando Artémis me deu uma visão do meu corpo. Cabelo branco, pele pálida como a cale da parede, roupa branca, só a minha Clave de Sol se manifestava dentre todas as minhas outras tatuagens. Tudo significava pureza. A pureza de alguém que nunca tinha sido amado completamente por falta de tempo, por falta de…

— Sempre vieste… – finalmente Luther pronunciou-se.

— Não poderia deixar-te nesse sofrimento para sempre. Além disso, conseguimos alguém que foi capaz de nos ajudar. – respondeu Artémis.

— Então, o que esperas? Mata-me… Por favor…

Senti uma pontada no peito… Sabia que Artémis não queria tal coisa… Senti-o… Teria Luther que morrer novamente para ficar em paz?!

— Não o farei e tu sabes muito bem disso. A solução será outra…

Senti todos os Elementos manifestarem-se, todo o meu poder se revolveu para poder ajudar. E apesar de ter evitado usar a música todo este tempo para solucionar os meus problemas, Artémis fê-lo, pelo bem de todos…

You think it’s easier
To put your finger on the trouble
When the trouble is you
And you think it’s easier
To know your own tricks
Well, it’s the hardest thing you’ll ever do

As nossas vozes sincronizadas foram capazes dos milagres que não tinham acontecido ao longo de todo aquele tempo. Artémis aproximou-se de Luther à medida que cantávamos… Os poderes que tinham sido reunidos purificavam-no sem que sentisse um pingo de dor.

Somebody stepped inside your soul
Somebody stepped inside your soul
Little by little they robbed and stole
Till somebody else was in control

U2 – “The Troubles”

Mais uma vez, algo que eu não consegui identificar foi expulso do interior de Luther. Talvez não fosse visível aos meus olhos, ou somente não me fosse permitido. De repente, senti-me tonta. Não tive tempo para ver se Artémis e Luther estavam bem, não tive tempo para nada! Aliás, sentia-me a deixar o meu corpo ao mesmo tempo que ela me deixava… Mas porquê? Eu não estava mor… Oh, eu tinha um buraco no meu peito…! Como é que eu queria sobreviver?!


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Notas finais do capítulo

Até ao próximo capítulo! ^_^



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