Kosti Lustr escrita por Is Breathing


Capítulo 1
Capítulo Único




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Clary estava sendo puxada para uma alcova sombria alinhada nas paredes. Havia dezenas desses nichos circulares, cada um com um banco de pedra e uma cortina de veludo que podia ser fechada para alguma privacidade. A garota estava totalmente drogada pelo líquido metálico que caia do teto, não tinha consciência de metade das coisas que lhe aconteciam, pois via da maneira que as queria. Suas mãos estavam sob a camisa dele, sentia cicatrizes fundas e paralelas que pareciam marcas de chicote, mas a droga não a deixou preocupar-se. Afinal, era Jace, certo?
A menina sucumbia á força do maior, apoiava-se na parede em busca de sustento devido á suas pernas ficarem bambas e não suportarem mais ela. Beijaram-se apaixonadamente, e no momento Clary não percebeu o lábio levemente mais carnudo e que nenhum dente estava quebrado.
Separaram-se no último instante, ambos sem ar e ofegantes, mas não pararam as carícias. Um sorriso formou-se no rosto de Jonathan antes de beijar e deixar pequenos chupões na clavícula da garota, que gemia um “Jace” em seu ouvido, o qual simplesmente foi ignorado. Não havia o menor espaço entre os corpos, estavam colados e sincronizados, respirando ao mesmo tempo, os corações batendo igualmente. Clary não notou a diferença, mais uma vez por estar drogada, do coração dele para o de Jace. Sebastian levantou seu rosto e a beijou, seus lábios frios contra os quentes da garota, que não sabia se as alucinações de cair na escuridão eram pelo beijo ou pelas drogas, mas também não se importou. A boca da menina era explorada pela língua dele, ambos gemiam enquanto as mãos de Jonathan desciam a alça do vestido que havia comprado mais cedo e Clary estranhou a dureza com que foi feito, abrindo os olhos. Estava escuro e a única iluminação vinha das luzes que piscavam do outro lado, mas viu os cabelos loiros refletindo a cor da iluminação e então relaxou, totalmente envolvida até separarem-se ofegando por ar. Sebastian não se demorou respirando, e partiu para a orelha dela; lambeu, causando um arrepio pela espinha da irmã mais nova, e por fim mordeu. Clary arquejou e enterrou as unhas nas costas cheia de cicatrizes, e acrescentou a sua própria, quando, sem nenhum pudor, Sebastian desceu a mão até a barra do vestido e apertou o traseiro da irmã que ruborizou e debilmente disse um “Não aqui”.
Não queria que a sua primeira vez fosse... Bem, numa boate cheia de gente. Sebastian abriu o maior dos sorrisos, tirando a estela do cinto e abrindo um portal direto para seu quarto e entrando nele com Clary nos braços. A única luz era a da lua, que entrava pela janela, mas não se incomodaram em ligar o interruptor; Foram diretamente para a cama arrumada, a pele branca de ambos contrastando com os lençóis negros. “Eram tão parecidos, pertenciam um ao outro” Pensou Jonathan. E depois, enquanto a beijava fervorosamente, completou o pensamento“ Só será uma pena que não serei eu a destrancá-la”, com um certo ressentimento de Jace.
Uma mão se prendia nos cachos do cabelo cor de fogo dela enquanto a outra tratava de apertar sua coxa delicada, fazendo-a gemer um “Jonathan” atrapalhado. Assim está melhor, pensou. Ao menos poderia interpretar como se fosse ele. Finalmente as mãos de Clary foram parar na barra da camisa dele e puxaram-na, pedindo que saísse, mas não tiveram sucesso. Felizmente o irmão pareceu interpretar o que ela queria, puxando a camisa e atirando em algum lugar do quarto. Clary riu enquanto Sebastian tirava seu vestido, deixando-a apenas com suas roupas íntimas. Voltaram a se beijar ferozmente e Clary brincou com o botão da calça dor irmão, desabotoando-o. Ele deixou a calça cair, agora estava apenas com a boxer preta.
– Também sei brincar disso. – Disse ele em seu ouvido, enquanto desatava o sutiã dela, que caiu alguns segundos depois. Por reflexo, ela cobriu-se com as mãos, e Sebastian rosnou.
– Não se cubra... você é linda, e inteiramente minha.
Clary não tinha certeza se realmente queria fazer isto agora – Talvez, quem sabe, devessem esperar um pouco mais. Mas também não queria parar, se sentia tão bem, tão livre e tão... completa.
Mal teve tempo para parar de pensar nisto quando Jonathan abocanhou o seio esquerdo dela, que arquejou e gemeu apenas um “J” - não conseguia falar mais nada. Clary via o paraíso e o inferno, oscilava entre os dois perigosamente e gemia enquanto Sebastian sugava seu seio. A mão dele desceu até sua calcinha  - Que já se encontrava molhada, e Clary gelou, ficando tensa. Seu irmão percebeu e subiu o olhar, interrogativo, parando tudo que estava fazendo e voltou sua atenção para ela. O efeito das drogas de fada parecia ter começado á levemente se dissipar, mas a garota ainda não havia percebido que era Jonathan, seu irmão, e não Jace.
.- ... Eu... Jace, eu... Eu nunca fiz isso antes.
Disse, ruborizada. Internamente, Sebastian abriu o maior sorriso da sua vida, mas por fora manteve uma máscara de compreensão. “Não se preocupe, serei... gentil. E não precisa fazer nada que não queira, é a sua noite, ir... Meu amor.” Sussurrou no ouvido dela, amaldiçoando-se por cometer o pequeno deslize. Ele era Jonathan Cristopher Morgenstern, não cometia deslizes, e ainda assim quase a chamou de irmãzinha. Sentiu Clary relaxar abaixo de si, e voltou a beijá-la, da for ma mais doce que pôde. Correu os dedos pela sua cintura e subiu de volta aos pequenos seios, apertando e massageando. O beijo foi interrompido e Sebastian atacou seu pescoço, deixando várias marcas vermelhas, que viriam a ser roxas amanhã.
Voltara a abocanhar o seio da menina, mas dessa vez era o direito. O fazia enquanto uma de suas mãos sorrateiramente se levantava a calcinha de Clary e começava a masturbá-la. Primeiro lentamente, fazendo a garota contorcer-se abaixo de si enquanto aumentava o ritmo, até uma velocidade inumana, que fez a garota se agarrar nos lençóis e enterrar as unhas nas costas dele. Parou, deixando uma Clary ofegante e rolou para o lado.
– Então, preparada para sexo de verdade? – Perguntou, após beija-la. Clary sorriu, contida e envergonhada, mas acenou com a cabeça. Assim que o rosto de Sebastian saiu de seu campo de visão ele sorriu, contente. O que mais queria, era seu agora – Mesmo que só por esta noite.


Não fizeram sexo, pela primeira vez Sebastian teve a impressão de ter feito... amor. Mas isso era estúpido, certo? Ignorou o pensamento quando, cinco minutos depois de acabarem, Clary o cutucou.

– Jace?

Perguntou, com um certo dengo na voz. Jonathan fez uma careta ao ouvir o maldito nome, mas ignorou e voltou-se para ela, com doçura.

– Sim?

– Foi bom... É... Se não estiver muito cansado, eu pensei se poderíamos... Poderíamos...

Ela ia deixá-lo louco! O inferno que estava cansado, era meio demônio, e isso o conferia mais resistência. Já a Clary, pensou, ser metade anjo parecia dar mais fogo, não só nos cabelos como também na cama. Mostrou a ela um sorriso safado, e acabaram fazendo de novo, caindo exaustos quando terminaram. Clary dormiu rápido e quase não se mexeu. Sebastian dormiu ouvindo o ritmo lento da respiração sincronizada dos dois.


A janela tinha dormido aberta, o sol de Praga entrava por ela e foi o que acordou Clary. Ela espreguiçou-se e sentiu os lençóis de seda, olhou para eles e viu que eram pretos. Jace não tinha lençóis pretos.

Rapidamente se virou, e alarmada viu as costas cheia de cicatrizes. Mas não eram só cicatrizes de Marcas, eram cicatrizes de chicote. E tinha também as cicatrizes do que as suas unhas fizeram na noite passada.

Clary congelou.

Noite passada.

Olhou por debaixo do lençol e viu que estava pelada. Completamente nua. E coberta de chupões. Se virou, olhando para Sebastian. Como não tinha percebido? Ela e Jace não eram tão... idênticos. Não respiravam sincronizadamente e seus corações não batiam do mesmo jeito. E Jonathan tinha os cabelos dois ou três tons mais claros do que os de Jace. E seus olhos eram escuros. As maçãs do rosto menos angulares... Eram diferentes e iguais. Amaldiçoou-se por ter tomado a maldita droga de fada, e amaldiçoou o irmão por ter cometido tal... Atrocidade. Que tipo de ser era ele, que fazia isso com a própria irmã?

– Jonathan Cristopher Morgenstern.

Chamou, a voz fria como aço fez o irmão já desperto virar-se. Aparentemente estava no mesmo estado de Clary.

– Sim? – Disse, com um sorriso presunçoso estampado.

– O que significa isso? – Fulminou-o com os olhos.

– Exatamente o que parece, irmãzinha.

– Você... E eu... – Pânico estava estampado no seu rosto

– Sim, é óbvio. Porque toda a dificuldade em dizer que transamos?

– Imbecil. Era para ter sido especial... minha primeira vez!

– Mas foi! Não sei se você se lembra, mas até me pediu para repetir. Você não se cansa fácil, hein, irmãzinha?

Clary enrubesceu.

– Eu achei que era Jace!

– Sendo Jace ou sendo eu, você gostou. Não muda o fato de você ter feito de novo, e por vontade própria.

– Eu... Eu estava drogada, você se aproveitou de mim! - Clary simplesmente não sabia o que dizer, jogava acusações ao irmão, segurando o lençol em torno de si, com força, como se a qualquer momento ele pudesse puxar.

– A droga das fadas dura só três horas. Nos pegamos por 5, e eu garanto que você gostou. Não precisa segurar com tanta força, não é nada que eu não já tenha visto, Clarissa.

Clary tremeu quando ele disse seu nome.

– Mas... Mas você é meu irmão! Não devia... você não devia fazer isso.

– Ah, agora sou seu irmão, não é? Alguns dias atrás você nem olhava na minha cara, desejava que nunca tivesse me conhecido. E além do mais, essa palavra... Isso não quer dizer nada para nós. Não é como se fôssemos mundanos. As regras deles são diferentes das nossas. Somos outra raça, minha querida. Sou parte demônio, e você parte anjo. Somos experiências. Não dependemos das leis mundanas ou mesmo as Leis que regem os Caçadores de Sombras. Fazemos nossas próprias leis. - Ele sentou-se, o peito descoberto pelos lençóis.

Clary encarou-o por alguns segundos. Fungou, engolindo o choro.

– E Jace?

– ... Jace provavelmente sabe que agora você é minha. Sentiu o que senti, e está com os arranhões das suas unhas nas costas, irmãzinha.

Clary desatou a chorar. Não queria acreditar que isso acontecera; Culpava o irmão, mas se culpava mais ainda. Como não havia percebido que não era Jace?

Não notou em que momento o irmão a abraçou, mas estava em farrapos demais para discutir com ele, e algo lhe dizia que seria em vão, e que ela o faria só para, no fim, perder. Acabou ficando lá e chorando por um bom tempo.

Talvez... Talvez agora o lugar dela fosse com ele. Não merecia mais Jace. Nem Isabelle, nem Simon, nem Alec, nem Magnus, nem mesmo Luke ou sua mãe... Talvez só tivesse Jonathan, e talvez ele fosse a única pessoa que merecesse. A pessoa mais cruel do mundo, e a única que ela merecia. 



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