Uma Nova Chance escrita por Lady Padackles
A professora de história entrou na sala acompanhada por um rapaz.
– Boa tarde, turma! – Cumprimentou ela sorridente. – Esse é Brian Scott, aluno do último ano. Ele veio como voluntário para me ajudar a monitorar as apresentações de vocês.
Brian, rapaz alto e moreno, acenou para a turma amigavelmente e carregou uma carteira para sentar-se ao lado da professora. Ouviu-se um burburinho na turma. Que apresentações eram essas? A professora pegou quase todos os alunos desprevinidos.
A Srta. Baker então anunciou que as duplas teriam que apresentar o trabalho oralmente. Cada grupo teria exatamente 10 minutos para falar. Choveram protestos, mas a mulher não se intimidou. Sorteou a ordem das apresentações e mandou que comessaçem.
– Professora, eu não posso apresentar, a minha dupla não veio à aula... – anunciou Jacob, um dos meninos que sentava no fundo da sala.
Os olhinhos de Dean brilharam esperançosos. Talvez ele também não tivesse que fazer a apresentação sozinho, caso Sam não aparecesse... A resposta que se seguiu, entretanto, apenas serviu para deixá-lo ainda mais preocupado.
– Vai apresentar sim! Apresente sem ele... – disse a professora - E seu colega vai perder pontos se não tiver uma boa justificativa para estar ausente. Em seguida a mulher chamou a primeira dupla, e Brian, com ar imponente, começou a marcar tempo no relógio.
A primeira dupla fez sua apresentação. Depois a segunda... Dean olhava o relógio desesperado, torcendo para que Sam aparecesse logo na sala. Eram os sextos a se apresentar. Clark e Garth, a quarta dupla, apresentaram seu trabalho de forma interessante e descontraída. Nem os alunos mais tímidos pareciam estar se saindo tão mal assim... Dean sentia-se péssimo. Se Sam não chegasse a tempo, teria que fazer a apresentação sozinho, e com certeza seria um desastre total. Faria a pior apresentação da turma...
– Samuel Winchester e Dean Campbel! – A mulher então chamou, fazendo o coração de Dean acelerar. O garoto engoliu em seco. Segurou o trabalho nas mãos e seguiu para frente da sala em pânico.
Assim que pisou no tablado, o nervosismo era tanto que Dean sentiu suas pernas bambearem. Destrambelhado, acabou tropeçando nos próprios pés. Garoto e trabalho voaram para o chão. A capa do trabalho amassou, a calça do garoto rasgou, e seu joelho ralou. Dean, em um reflexo, passou a mão no joelho dolorido e segurou o trabalho em seguida, sujando-o de sangue. A turma gargalhava, deixando-o ainda mais desesperado.
Foi então que Dean viu uma mão se estendendo em sua direção. Era Brian.
– Levanta! Eu pedi dez minutos de intervalo para a professora. Vamos lá lavar o joelho. – disse o garoto ao mesmo tempo que puxava Dean para cima.
– Obrigado. – o louro respondeu timidamente.
– Vem comigo. – Brian então disse se encaminhando para fora da sala. Levou o colega mais jovem até o banheiro e esperou que se limpasse.
– Você é muito tímido... – Brian então comentou.
Dean acenou a cabeça afirmativamente.
– Olha, se te der um branco na hora, você pode ler a introdução do trabalho... Não precisa ficar desesperado desse jeito...
– Mas ler? Não é muito ruim ler? – Dean perguntou incrédulo.
– Ler é mais fácil, Dean... Não é melhor ler do que tentar falar e se embaralhar todo?
– É... Acho que sim... – o louro teve que concordar.
Brian sorriu para ele amigavelmente.
– Olha, vai dar tudo certo. Respira fundo e se acalma. Daqui a pouco você já vai estar livre disso...
Brian acompanhou Dean de volta a sala. Assim que entraram, encontraram Clark segurando o trabalho do amigo. Tinha tentado desamassar um pouco, mas nada pudera fazer quanto ao sangue. Era pouco, mas o suficiente para desarmonizar as cores da capa, escolhidas a dedo pelo louro. Dean suspirou tristemente. Sentia-se um pouco mais confiante, entretanto, após a conversa com Brian. Este, já a postos, olhava o relógio quando a professora chamou Dean de volta.
O louro então pegou o trabalho e quando ia começar a apresentação, alguém adentrou a sala, esbaforido. Era Sam.
– Professora, desculpa o atraso! – ele disse apressado, se unindo a Dean na frente da sala. Não tinha ensaiado nada, mas o moreno pouco se importava com isso. Sempre conseguia pensar no que dizer.
– Posso saber onde você estava, Sam? – a mulher perguntou surpresa. Dean encarou o namorado, curioso também para saber a resposta.
– Eu estava... Bem... No banheiro, com dor de barriga! – Ele disse dando um sorriso amarelo.
A professora, apesar de desconfiada, acenou para que prosseguissem.
Sam falou então animadamente sobre a inauguração do colégio e sua história. Dean, que tinha escrito sobre a arquitetura, abriu o trabalho no meio e leu algumas partes. Ler era mais fácil que lembrar das palavras quando se estava nervoso. Ele estava muito agradecido a Brian pela dica. Quando os dez minutos finalmente se passaram e a dupla se sentou, Dean sentiu-se extremamente aliviado.
–----------------------------------------------------------------------------------
– Sammy, onde você tinha se enfiado? Eu quase morri do coração achando que você não ia aparecer... - Dean disse ao namorado quando saíram da sala. Andavam em direção à biblioteca para estudar Física juntos.
Sam sabia muito bem que Dean não cairia naquela história de dor de barriga. Ele tinha pouca imaginação para inventar desculpas...
– Desculpa Dean, eu me distraí. Esqueci da hora... Eu estava conversando com o Seu Romero... – o moreno então confessou.
Dean pareceu muito surpreso.
– Conversando com o Seu Romero? Por que?
– Hmmm... – Agora Sam não podia mesmo dizer a verdade... – Eu queria melhorar o nosso trabalho de história. Foi uma ideia que tive a última hora... Entrevistar o funcionário mais antigo do colégio. Você sabia, Dean, que o Seu Romero é o funcionário mais antigo daqui?
– Não... .
Sam também não sabia. Estava inventando.
– Mas Sammy... A gente já tinha terminado o trabalho. Não dava mais tempo de escrever nada... – Dean estava muito confuso.
– Pois é... Bobagem minha. Eu pensei que poderia acrescentar à parte oral. Mas o homem não disse nada de interessante...
Dean ficou chateado. Não custava Sam ter lhe comunicado antes... Por que correra daquele jeito sem dizer nada?
– Por que não me avisou onde ia? – ele então perguntou.
Sam nem prestou atenção à pergunta do namorado. Agora só pensava no Museu... Não queria estudar Física com o louro naquele momento, queria ir atrás dos quadros de Ross...
– Sabe, Dean... Teve uma coisa só que o Seu Romero falou de interessante...
– O que? – Dean perguntou sem paciência, nada satisfeito por ter sido ignorado.
– Existia um Museu no Colégio, que foi fechado... Mas o acervo está em algum depósito por aqui. Ele sabe onde fica, e disse que podia me mostrar...
– Ahh, legal. Pena que não descobrimos isso antes... Era um fato interessante para o nosso trabalho... – comentou o louro.
– Pois é... Mas de qualquer forma eu estou curioso... Quero ver o que tem no acervo... – suspirou Sam.
Dean gostava de Museus e de objetos de arte. Concordou com Sam. Qualquer hora poderiam sim ir dar uma olhada no tal depósito, se lhes fosse permitido. Abriu o livro de Física.
– Dean... A prova de Física é só na semana que vem... Vamos deixar pra estudar depois...
Dean levantou os olhos e encarou o moreno.
– Está com preguiça?
– É... Bem... Na verdade eu quero ir até o depósito agora. Vem! – e dizendo isso, o garoto começou a juntar seu material apressado. – Arruma as suas coisas também, Dean! – pediu o moreno.
– Mas Sam, a gente vai agora?! – Dean perguntou surpreso.
– Vamos! Por que não?
Como seu namorado era impulsivo... Dean acabou cedendo. Arrumou também seu material e partiu atrás do outro menino, que correu apressado para encontrar Seu Romero novamente.
–----------------------------------------------------------------------------------
– Sam? Você aqui de novo!? – o homem perguntou surpreso assim que viu o garoto.
– Eu e o Dean queremos ver o acervo do Museu. Mostra pra gente, seu Romero? – o moreno perguntou afoito.
O funcionário riu. Sam parecia mesmo animado. Pelo jeito já tinha esquecido um pouco a história de falar com Castiel e encontrar Oliver e Roger. Melhor assim...
– Tudo bem... Vamos lá, meninos...
Sam sorriu para Dean, e ambos seguiram o funcionário até uma um depósito no qual nunca tinham prestado atenção, que ficava fora do prédio principal do Colégio.
– É aqui. – ele disse tirando um enorme molho de chaves do bolso e abrindo a porta.
Sam e Dean avistaram então um amontoado de objetos empoeirados. Seu Romero tentou acender a luz, mas a lâmpada do aposento estava queimada.
– Vou buscar uma lanterna. Me esperem aqui... – advertiu.
Sam abraçou seu amado. Sentiu seu coração aos pulos. Mal podia esperar para ver as obras primas de Ross.
– Está tudo bem, Sammy? – Dean perguntou, notando o nervosismo do outro.
– Tudo... Mas por que o Seu Romero demora tanto!?
– Ele acabou de sair daqui, Sam... Por que tanta pressa? Calma...
Sam era estranho mesmo... Apresentara o trabalho sem nenhum problema, e agora estava nervoso sem motivo algum. Dean abraçou o namorado. Era bom quando não tinha ninguém por perto e podiam demonstrar afeto.
Cinco minutos se passaram. Quando Sam avistou Seu Romero chegando sentiu sua respiração falhar.
– É ele, Dean! Seu Romero está chegando!
Dean riu do entusiasmo de Sam. Ele parecia uma criança que acabara de avistar um sorveteiro.
– Você gosta mesmo de arte, hein? – Dean comentou sorrindo.
Sam nem respondeu. Correu em direção ao homem e pegou a lanterna de suas mãos.
– Cuidado com os objetos! – Advertiu o funcionário. - Se souberem que deixei vocês entrarem pode dar problema para mim. Eu preciso dar uma saidinha, mas volto daqui a uma hora. Esperem por mim aí dentro, e com a porta fechada.
Os garotos concordaram. Sam iluminou o ambiente e os dois entraram. Assim que a luz da lanterna revelou os primeiros objetos de arte, Dean se encantou com o que viu. Esculturas, pinturas, e objetos antigos e muito bonitos estavam espalhados por todo o lugar.
Não quer ver anúncios?
Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!
Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!