- Posso saber aonde a senhorita vai? – Minha mãe perguntou quando me viu descendo as escadas, com um vestido azul rendado.

- Fazer um trabalho com a Carol. É para o jornal.

- Você demora a voltar?

- Não sei mãe – disse ríspida – É para a escola. Não tenho hora.

- Emma – ela correu em minha direção e parou na minha frente – Eu sinto muito. Você sabe que...

- Eu tenho que ir mãe.

Sai batendo os pés e tentando não mostrar o quanto doía não poder abraçar a minha mãe. Mas o que ela fez ainda doía.

Caminhei até a casa de Aaron e encontrei Minnie saindo.

- Tenham um bom dia – ela disse com seu cabelo esvoaçante.

- Minnie...

- Sim?

- Eu imagino que você também vá para a faculdade.

- Emma, você não precisa se preocupar...

- Não, não. Não é isso. Eu só queria pedir pra você cuidar dele. Você o conhece tão bem quanto eu.

- Tudo bem – Minnie disse vindo em minha direção e me dando um beijo na testa – Vai dar tudo certo, você vai ver.

Enxuguei as lágrimas que me escaparam e sorri enquanto ela caminhava em direção à rua.

Entrei na casa e fui até a estufa, que era onde Aaron e eu tínhamos combinado de nos encontrar. A casa estava vazia e Aaron estava sentado sobre uma toalha quadriculada, com uma camiseta xadrex e uma calça bege. Ele sorria, mas seus olhos estavam tristes.

- Amor? – eu disse entrando na estufa.

Era um dos lugares mais bonitos do mundo. A Rosa cuidava de tudo aquilo, mesmo que ninguém entrasse lá.

Aaron chamou meu nome e eu me sentei ao seu lado.

- E sua irmã? – Aaron perguntou quando me sentei em seu colo.

- Foi fazer alguns exames hoje. Ver se já dá para saber o sexo do bebê.

- E o que você quer?

- Não sei se tia tem direito de escolher... – disse franzindo a testa.

- E quando for o nosso? – Aaron sorriu.

- Quando for o nosso, daqui alguns anos, nós podemos conversar sobre isso.

Aaron beijou meu pescoço e puxou uma caixinha de presentes.

- Minha pulseira está cada dia mais cheia – eu disse abrindo a caixinha. Um pingente de carrinho tintilava.

- Mesmo que vivamos na estrada, nós vamos viver de amor.

- Eu amo você – eu disse me virando em sua direção e lhe dando um beijo.

- Eu amo você. – ele repetiu.

Minhas mãos já estavam desabotoando a camisa de Aaron quando eu me dei conta que estava grudando meu corpo no dele. Sua mão deslizava debaixo do meu vestido, mas em nenhum momento nossas bocas se desgrudavam. Aaron começou a abrir meu zíper enquanto beijava meu ombro e quando ele começou a abaixar meu vestido, senti meu rosto corar.

- Nós precisamos fazer isso no claro? – eu disse e Aaron parou para olhar pra mim.

- Como assim? – ele estava sorrindo.

- Eu sei que eu quero dormir com você. Mas eu não sei se eu quero que você me veja nua.

- Oh, não sei se dá para fazer um sem ocasionalmente ver o outro – ele respondeu, rindo.

- Ah sim, porque você tem muita experiência – eu disse mordendo seu braço.

- Você é perfeita – ele disse beijando meu pescoço – E não tem porque ter vergonha.

- Você só diz isso porque quer dormir comigo – respondi e o beijei novamente.

Dessa vez eu o deixei deslizar o vestido para longe de mim e tirei sua camisa quadriculada. As mãos de Aaron passeavam pelo meu corpo e às vezes eu ria porque fazia cócegas e ele ria comigo e isso só me fazia ter certeza de que estávamos fazendo aquilo na hora certa, pelos motivos certos.

Quando me dei conta, estávamos completamente nus e ele estava me deitando, enquanto me beijava.

- Você tem certeza? – ele sussurrou enquanto alisava meu cabelo.

- Daria muito trabalhar colocar toda a roupa agora – eu disse rindo.

Aaron me beijou novamente e tudo aconteceu como deveria acontecer.

E sabe quando dizem que a primeira vez é sempre uma porcaria? Bem, eles estão errados.