Eu, Você E Nossa Vida A Dois escrita por Mnndys


Capítulo 11
É um menino!




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“Eu to atrasado, me desculpe.” Entro em casa esbaforido. “Dois minutos e nós saímos.”

Evito até olhar para Mia. Não é difícil prever que ela está irritada comigo.

“Por que demorou?” Ela pergunta enquanto anda atrás de mim até o quarto.

“O paciente chegou atrasado.” Esclareço.

“Tem certeza?”

Paro a minha caminhada até o quarto e a encaro.

“Como assim? É claro que tenho certeza.” Digo indignado.

“Eu não sei, é que deve ser fácil se distrair com alguma bela paciente ou uma bela companheira de trabalho.” Mia insinua.

Dou as costas para ela e entro no quarto. É como se o nome de Rebekah estivesse piscando em um letreiro luminoso.

“Para de falar bobagem e deixa eu me trocar porque se não vamos perder sua consulta.” Digo tentando manter a calma.

“Se você achasse tão importante não teria chegado tarde em casa.” Ela reclama.

“Eu tive um imprevisto, pedi desculpas, o que mais eu posso fazer?” Falo já irritado.

“Nada.” Mia diz.

Eu sei que estou errado por ter chegado tarde, mas não foi minha culpa, as vezes Mia exigia de mim mais do que eu poderia dar.

Me troco rapidamente e a encontro me esperando na garagem.

“Pronto.” Digo.

“Ta cadê a chave?” Ela pergunta.

“É meu carro, eu vou dirigir.” Falo.

“Não, eu quero dirigir Ethan, estou sem meu carro há uma semana, me deixa fazer isso hoje.” Pede.

“Não.”

“Por que não?”

“Digamos que você não é uma excelente motorista, bateu o seu carro semana passada para sair do estacionamento.” Lembro.

“Foi sem querer.” Ela retruca.

“Eu sei, mas poderia ser mais grave, não vou colocar meu carro e principalmente nosso filho em perigo.” Falo. Ela fica quieta. “Agora entra na porcaria do carro sem reclamar e vamos.”

Mia faz beicinho quando finalmente se senta.

“Droga Mia você tem 24 anos e não 3, pare com isso!” Reclamo.

“Ethan cala a boca e dirige!” Ela grita. “Eu só quero ir para o médico, fazer o ultras-som e ver se meu bebe é menino ou menino.”

“Nosso bebê.” Corrijo.

“Nosso bebê.” Ela se corrige emburrada.

As vezes considerava Mia uma criança que daqui a alguns meses teria outra criança.

Finalmente coloco o carro na rua e vamos em direção ao médico. Estamos no meio do caminho quando Mia grita.

“Para o carro!”

“O que foi?” Pergunto assustado.

Mas é tarde demais, antes que ela responda ou eu possa parar o carro uma enxurrada de vomito atinge o chão.

Que merda!! Eu penso no primeiro instante, mas depois fico preocupado porque Mia parece não ter nada mais para vomitar e mesmo assim continua fazendo.

Ela termina e encosta a cabeça no encosto do banco parecendo exausta.

“Quantas vezes hoje?” Pergunto.

“Contando com essa, cinco.” Ela responde.

Me assusto com isso, não é normal.

“Todas as vezes que comeu?”

“Aham.” Mia diz com uma expressão de cansaço. “A gente pode sair desse carro, o cheiro ta me enjoando.”

Sei o que ela quer dizer, o cheiro está realmente horrível. Descemos.

“Mia pega um taxi para não se atrasar, vou levar para a limpeza e depois pego um taxi também.”

Ela não fica feliz com isso, mas não há alternativa. Coloco-a no taxi.

“Está bem? Não está enjoando?” Pergunto.

“Me sinto bem agora.” Fala. “E se você não chegar a tempo para ver?” Ela diz um tanto desanimada.

Não queria pensar na possibilidade de não estar lá quando o medico contasse.

“Eu vou estar lá.” Afirmo. “Eu prometo que vou.”

Entro no carro e procuro o lava rápido mais próximo. Demoro uns vinte minutos para achar. Fico de buscar o carro no fim do dia.

Depois vem a missão de conseguir um táxi. Olho a hora. 17h35min. A consulta de Mia estava marcada para as cinco e meia.

Chego a clinica meia hora atrasado e procuro saber aonde Mia está. Informam-me que a doutora Collins quis fazer alguns exames nela antes de fazer a ultrasonografia e agora estão no consultório dela. 

“Com licença” Peço ao abrir a porta.

“Você chegou!” Mia exclama com aquele sorriso de quem acabou de ver a melhor coisa do mundo.

“Eu disse que vinha.” Digo. “Boa tarde Dra. Collins. E então está tudo bem com Mia e o bebê? Ela tem vomitado bastante.”

“Como eu já ia dizer a Mia os resultados dos exames anteriores ficaram prontos e indicam que ela tem hiperêmese gravídica.”

Mia franze a testa e olha pra mim buscando alguma explicação, por algum motivo ela sempre achava que eu sabia tudo sobre tudo.

“É um quadro de excesso de vômitos, enjôos e tonturas.” Explico.

“Isso.” Dra. Collins confirma.

“Então não é grave?” Mia pergunta.

“Toda doença tem um risco Mia se não é bem tratada, no seu caso vamos entrar com antieméticos e vitaminas para tentar recuperar peso.”

“E se eu fizer isso está tudo resolvido?”

“Vamos ver se seu organismo responde bem, mas caso a medicação via oral não seja eficaz, você terá que ser internada, e a medicação passa a ser administrada de forma intravenosa.”

Mia encara a doutora e faz uma careta como desaprovando isso como solução.

“Estão prontos para saber o sexo do seu bebê?” A doutora pergunta dissipando qualquer energia negativa do ar.

O que antes era um bico de decepção se curva em um lindo sorriso no rosto de Mia. Ela logo está deitada e a Dra. Collins passa o aparelho pela sua ainda pequena barriga de grávida.

Uma das mãos dela está apertando a minha, com muita força.

De repente um barulhinho baixo e rápido invade meus ouvidos.

“É o coração?” Mia pergunta.

“Sim.” A doutora responde.

“É tão rápido.” Mia diz e em seguida começa a rir.

Nós dois nos olhamos em silêncio enquanto ouvimos o som mais importante de nossas vidas. É impossível para nós dois conseguir conter as lágrimas.

Aquele era o som de uma vida que estava crescendo dentro de Mia, uma vida criada por nós dois.

“Eu amo vocês.” Sussurro no ouvido dela enquanto me debruço sobre a cama.

“Nós também te amamos.” Ela sussurra.

“Querem saber o sexo agora?”

Ambos balançamos a cabeça afirmativamente.

“Vocês serão pais de um menino.” Dra. Collins anuncia.

“Um menino!” Mia exclama.

Eu não tenho palavras. Nós vamos ter um menino. Um menino que vou ensinar a jogar futebol, a torcer pelos Mariners e tantas coisas mais. Um menino que irá amar sua mãe tanto quanto eu a amo.


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