Na Linha Da Vida escrita por Humphrey


Capítulo 7
Caros galhos e lenhas


Notas iniciais do capítulo

Oi! :-) Eu, primeiramente, ia postar o capítulo na Friends in Love, mas quero deixar vocês curiosos por mais um tempinho, hehe >:-) Meu Deus, ideias de fics estão invadindo a minha mente e, puts, eu acho que já sei o roteiro inteiro da próxima, sendo que essa está somente no começo e, na outra, faltam apenas dois capítulos! Ok, vou parar por aqui, haha. Espero que gostem. Não ficou muito legal porque só postei o capítulo para saberem do que acontecerá no próximo. Mas cada um tem sua opinião, né? :-v Kisses 4 u



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Naquele dia à tarde, meus tios me explicaram tudo sobre meus pais. Fiquei surpresa por minha avó não saber daquilo também, mas, na minha mente, não havia espaço para mais preocupações, além de estudar as falas e tentar esquecer, pelo menos um pouco, disso tudo.

Dias se passaram e a noite do teatro já havia chegado. Algumas pessoas ensaiavam, garotas retocavam a maquiagem e Brandon atormentava o professor Larry, de literatura, para deixa-lo não me beijar quando fosse a hora. Foi aí que eu percebi que existia alguém que reclamava mais do que eu no mundo. Tudo bem, eu também não queria beijá-lo, mas aquela confusão toda era totalmente redundante. Seria somente uma encenação.

– Está ansiosa, amor? – sarcasticamente, me perguntou Trevor, que pôs o braço por sobre o meu ombro e saiu caminhando junto a mim.

– Você não parece estar interessado na resposta – respondi. – Por que não vai lá com a sua namorada? Me poupe de você.

– Sente ciúmes da Natalie e eu? – Um sorriso de canto se formou em seus lábios quando voltou-se para mim. – Anne, você pode negar, mas eu sei que ainda é apaixonada por mim.

Eu ri.

– Não enche.

Ele apenas ergueu uma sobrancelha.

– Eu sinto pena da Natalie. Ela é boba, infantil, e só vê o lado bom das pessoas. Afinal, não sei porque ela está com você, pois você não tem lado bom – continuei.

– Confesse, Anne. Confesse que está de mordendo por dentro. Aposto que queria que fosse eu quem estivesse ali no palco, interpretando Romeu.

– Alunos, eu espero muito de vocês nessa peça. Os ensaios foram excelentes, apesar de haver algumas exceções. – Todos já sabiam de quais exceções ele dissera. O professor continuava com o discurso, e eu não parava de pensar sobre Brandon, Trevor e minha família.

Percebi que Brandon estava se dedicando o bastante – para quem é conhecido por ser um irresponsável, checar as falas a cada cinco minutos era o suficiente. Em um outro canto, Natalie acariciava os cabelos loiros de Trevor, que não parava de admirar o corpo das outras garotas que ali estavam. Eu podia até imaginar quais pensamentos passavam-lhe pela mente ao observá-las.

Natalie era bonita, seus cabelos ruivos formavam contraste com seus olhos cor de jade; a única coisa de ruim em sua personalidade era a tolice. Era perceptível que ela estava ciente do que acontecera, mas continuou parada, quieta, e sem um pingo de ciúmes do namorado cafajeste.

Foi então que as cortinas se abriram, tirando-me dos meus devaneios e preenchendo a minha visão com um grande número de pessoas na plateia. Nós nos organizamos no palco, e o professor só faltava roer as unhas dos pés por conta de tanta apoquentação e insegurança.

De início, tudo ocorreu maravilhosamente bem. Fizemos exatamente o mesmo dos ensaios e as falas foram seguidas de acordo. Porém, na maldita cena, pude sentir Brandon esbanjar inquietação; comigo aconteceu o mesmo.

– Faça o que eu fizer – ordenou ele. Desconfiei de tal, mas fiz discretamente que sim com a cabeça. Escondido entre a escuridão de um canto, o professor nos observava, e eu supunha que ele nos repreendia mais do que nunca. Seus olhos nos fitavam atentamente, à espera de qualquer erro que podíamos ter cometido.

Brandon nos virou em um certo ângulo, de tal maneira que eu ficasse de costas para o público. Como nos ensaios, ele fez o mesmo novamente. Naquela vez, Brandon foi inteligente, eu admitia. Eu não pensaria em uma coisa como aquela.

Por final, agradecemos, curvando-se para as demais pessoas. Elas aplaudiram e o sentimento de satisfação esboçou no rosto do professor, que, depois de voltarmos e terminarmos de nos trocar daquelas roupas – que eram desconfortáveis ao máximo –, faltou apenas nos aplaudir de joelhos.

– Há alguns dias, eu e a professora Marcy planejamos um evento, e recompensá-los do grande esforço que prestaram para que tudo saísse certo nesta peça – disse o professor Larry, quando todos nós nos reunimos à sua frente depois de a maioria das pessoas já terem ido embora.

Todos nos entreolhamos com malícia, pois já estávamos cônscios de que o professor de literatura e a de biologia tinham alguma relação, porém, inadmitida. Os dois sempre se encontravam no jardim da escola depois das aulas, e alguns alunos afirmavam já tê-los visto se beijar fora da escola.

– É um acampamento – declarou ele, com um enorme sorriso no rosto, tentando nos contagiar com a sua alegria.

O objetivo não foi alcançado.

– Professor, o senhor está brincando, né? – Trevor indagou sarcasticamente, retirando as mãos da Natalie de sua cintura. Voltamos o olhar para ele, abismados com a pergunta, pois o professor Larry era muito conhecido por ter respostas cruéis na ponta da língua, cujo impacto poderia ser tão grande que deixaria qualquer um suspeito a cortar os pulsos e chorar por dias dentro de uma banheira cheia do próprio sangue.

– Não. Por que eu estaria? Além do mais, eu e a outra professora achávamos que iriam gostar.

Trevor segurou o riso e voltou ao lugar de onde estava.

Sem que todos percebessem, Brandon estava saindo porta afora sem a permissão de um professor ou qualquer outro funcionário importante que ali estava. Mas eu o vi. Então, o segui até a rua e pus a mão em seu ombro – ou pelo menos tentei, já que ele era muito mais alto do que eu –, repreendendo-o e avisando indiretamente que o seu plano de fuga havia falhado.

– Você não pode ir. Os professores ainda não nos liberaram – disse, antes de cruzar os braços e ele se virar para mim.

Brandon abaixou-se um pouco a fim de ficar à altura dos meus olho. Sorriu de lado.

– Vai querer um cafezinho também? Com açúcar ou adoçante?

Continuei calada.

– Você pensa que é quem para me dizer o que devo fazer? – indagou novamente.

– Eu não estou te ordenando a fazer nada. Que mau humor, garoto! Aliás, eu nem sei o que estou fazendo aqui! Se você quer se ferrar, boa sorte, eu não me importo com pessoas como você.

Dei as costas para ele, e o mesmo tratou com indiferença e seguiu em frente. Só pude escutar, em sussurros, a frase:

– A mesma Anne de sempre.

Rolei os olhos.

– O mesmo Brandon de sempre – murmurei para mim mesma.


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Notas finais do capítulo

E aí? :) Como podem ver, há uma nova personagem aí, hehe. Mas ela será tipo uma "figurante", então... Até os reviews o/ Hahaha