Imprevistos E Surpresas Da Vida escrita por Liz


Capítulo 7
Desabafo


Notas iniciais do capítulo

Estou muito contente com os comentários de vocês, espero que continuem gostando da fic!



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– Está bem então - respondeu Paulina com um sorriso um pouco envergonhado.

Carlos Daniel fechou a fábrica, levou Paulina até seu carro e assim seguiram em direção ao restaurante. Durante o caminho todo, permaneceram calados.

O lugar não era muito sofisticado, porém era mais do que Paulina estava acostumada. Não estava muito cheio, entraram e logo avistaram uma mesa com com dois lugares. Sentaram-se.

– Me permite escolher por nós dois? - perguntou Carlos Daniel

Paulina apenas confirmou com a cabeça.

*É tão cavalheiro...* pensava ela, deixando escapar um suspiro. Sentia-se encantada, não podia evitar.

Não demorou muito para os pedidos chegarem. O clima entre eles estava sério, falavam pouco.

Depois de jantarem, finalmente Carlos Daniel animou-se a "romper a barreira" que havia entre eles.

– Posso te chamar de você? -disse ele, tentando deixar as coisas menos formais.

– Claro, senhor.

– Então, nada de me chamar de senhor. Apenas Carlos Daniel, está bem? (sorrindo)

– Sim, Carlos Daniel - retribuindo o sorriso

– Sabe Mariana, você me inspira muita confiança, sinto como se já nos conhecessemos desde antes... - disse Carlos Daniel, com toda sua sinceridade.

Paulina engoliu em seco.

– Me conte sobre sua vida, gostaria de te conhecer melhor... - continuou ele

– Bem... não há muito o que contar. Minha mãe faleceu e vim morar na capital, para tentar uma nova vida - disse ela, omitindo o máximo de detalhes que pôde.

– Só isso? (ele percebeu um ar de mistério na fala de Paulina, se deu conta de que ela não estava se sentindo à vontade para lhe contar mais)

– Só. (tomando um gole de suco)

Cada vez que o silêncio prosperava, ambos se fitavam. Quem os via de longe poderia afirmar que eram um verdadeiro casal, pois seus sentimentos um pelo outro eram evidentes.

Paulina percebeu que no olhar de Carlos Daniel havia uma misto de angústia, tristeza...

– Me fale de você, faz tempo que é casado? - disse ela, tomando a iniciativa de uma conversa

– Não muito.

Carlos Daniel agora demonstrava decepção em suas feições, como se lembrar-se de Paola lhe ocasionasse isto. Paulina ao notar tal situação, sentiu uma enorme vontade de fazer algo por ele e quem sabe conseguir melhorar seu ânimo.

– Se quiser, conte-me mais, quem sabe eu possa te ajudar em algo - falou Paulina

Carlos Daniel olhou em seus olhos e percebeu uma verdadeira preocupação de parte dela. Há muito tempo ele vinha guardando para si todas suas angústias, e a presença de Paulina lhe motivava a desabafar.

– Posso mesmo? não quero te incomodar com meus dramas - respondeu

– Pode! - disse ela sorrindo, numa tentativa de transmitir forças à ele.

– Me casei com Paola apenas por causa dos meus filhos. Não achava justo eles não terem uma referência de mãe, e pensei que poderia chegar a me apaixonar por ela, pois além de bonita, demonstrava sempre muita simpatia com todos e parecia que estava disposta a cuidar de Carlinhos e Lizete. Mas isso até nos casarmos.
Em pouco tempo de convivência juntos, percebi que estava enganado, Paola mudou muito com todos, ainda que na minha frente tentasse disfarçar para parecer boazinha.

Às vezes eu a observava de longe e pude perceber como ela tratava todos em minha casa. Isso sem falar em suas viagens, vive inventando uma desculpa diferente para sair de minha casa.
Me disseram que ela tem amantes. Nunca comprovei, mas realmente vindo dela, não duvido. Nosso casamento é mais de aparências do que de qualquer outra coisa. - desabafou de uma só vez.

Paulina apenas observava, incrédula com o que ouvia. Se ainda lhe restava alguma dúvida sobre o caráter de Paola, agora não mais.
Paulina segurou as duas mãos de Carlos Daniel e as apertou forte. Então, ele seguiu:

– O amor chegou para mim muito cedo, mas uma jogada do destino fez com que eu nunca mais voltasse a vê-la. Desde então, nada mais foi igual, me sinto incompleto.

Eles seguiam de mãos dadas. Ambos estavam com os olhos marejados, numa total e inexplicável conexão. E ficaram durante algum tempo assim, sem pronunciar nenhuma palavra.

Carlos Daniel tinha quase certeza de que aquela em sua frente tratava-se de sua amada. Sentia que assim como uma vez o destino os tinha separado, agora os unia. E isso não podia ser em vão.


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