Imprevistos E Surpresas Da Vida escrita por Liz


Capítulo 42
“Mergulhei no brilho do seu olhar, na suavidade de sua pele”


Notas iniciais do capítulo

Título sugestivo, não?
Ele relata apenas uma parte do capítulo, leiam e logo entenderão.

Ah, mais uma vez eu tive uma (grande) ajudinha da Valéria :D

Espero que gostem!



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Lágrimas que caíam constantemente sobre sua face, molhavam aquele papel que Paulina acabara de ler. Aquelas palavras profundas haviam acabado com todas as certezas que ela tinha quando subiu naquele avião.

Em busca de alguma resposta, Paulina fechou os olhos por um instante. Foi aí que outra vez as lembranças apareceram. Mas dessa vez, não aquelas que tanto a atormentavam.

Inesperadamente, momentos da noite de bebedeira surgiram como flashbacks. Agora tudo aquilo que antes era um borrão aparecia com clareza em seus pensamentos.

Como se fosse uma cena de filme, ela recordou especificamente o momento em que ela e Carlos Daniel estiveram a ponto de voltarem a se amar. Em questão de segundos a frase "Shh...não chore mais, eu vou curar sua dor, juro!" começou a ecoar em sua mente. Uma, duas, dez vezes. E então compreendeu que aquela carta que estava diante de seus olhos era muito mais do que uma simples folha com palavras bonitas. Era a demonstração de sentimentos sinceros e verdadeiros.

Nesse instante todos aqueles sentimentos ruins que impediam Paulina de perdoar o amado, simplesmente sumiram.

Se pudesse parar o avião naquele exato momento, ela o faria. Mas sabia que era totalmente impossível, e isso a fez pensar que era tarde demais para tentar recuperar o tempo perdido, tarde demais para que pudesse ser feliz ao lado de Carlos Daniel.

Sem ter a mínima noção de quanto tempo já havia se passado, Paulina foi trazida para o "mundo real" com a voz da aeromoça dizendo que estavam prestes a pousar.

Assim que desceu do avião e pegou suas bagagens, ela saiu andando pelo aeroporto sem um rumo certo. Um tempo depois, sentou-se em um dos bancos que havia naquele enorme lugar e ali ficou, olhando para um ponto qualquer sem realmente o ver. Até que alguém chegou por trás e cobriu seus olhos.

– Pensou que eu ia te deixar sozinha aqui? - sussurrou no ouvido de Paulina, fazendo com que ela se arrepiasse

– Carlos Daniel! - foram as únicas duas palavras que Paulina conseguiu pronunciar antes de virar-se e beijá-lo

Seus bocas que se encontraram com desejo, moviam-se lentamente enquanto Paulina bagunçava os cabelos alinhados de Carlos Daniel e sentia as duas mãos dele depositadas firmemente em sua cintura, numa combinação perfeita entre os corpos e lábios de ambos.

– Gostou da carta? - perguntou ele ao cessarem o beijo. Estava surpreso e ao mesmo tempo muito feliz pela atitude dela

– Foram as palavras mais lindas eu já li! - exclamou contente

Ouvir sua amada dizer isso o encheu de felicidade. Antes que Paulina pudesse falar mais alguma coisa, Carlos Daniel subiu no banco onde outrora ela estava sentada e gritou em alto e bom som, chamando a atenção de vários ali presentes:

– PAULINA MARTINS, VOLTA A SER PARTE DA MINHA VIDA? DEIXA EU TE FAZER FELIZ?

– SIM MEU AMOR, MIL VEZES SIM! - respondeu com um enorme sorriso

Carlos Daniel rapidamente desceu do banco e sem se importar com os olhares alheios, aproximou-se de Paulina e após acariciar suas bochechas, a beijou até que o ar se tornasse vital para ambos.

– Te amo! - disse ele ofegante quando seus lábios se separaram

– Te amo! – disse ela - Mas estou um pouco envergonhada com tanta gente nos olhando! - confessou e riu

– Tem razão meu amor, vamos para outro lugar! - disse e a pegou pela mão, indo em direção ao lugar em que o carro que Carlos Daniel alugou estava estacionado

– Há quanto tempo você está aqui em Cancun? - perguntou Paulina enquanto Carlos Daniel abria a porta do veículo para que ela entrasse

– Desde que a Célia foi até a fábrica e me disse que você viria pra cá, não pensei em mais nada. - contou ele, que agora já estava sentado em frente ao volante– Corri para o aeroporto e por sorte consegui passagem para o vôo que saiu de manhã. – disse enquanto dava partida no carro

– E onde está hospedado?

– Em um hotel que fica muito próximo da praia, o hotel "Mar Azul". A propósito, também reservei um quarto pra você ao lado do meu, para que possa ficar à vontade! - afirmou

– Nossa, decidi tudo com tanta pressa que até acabei esquecendo disso, obrigada Carlos Daniel!

– Mas antes de irmos até lá, o que acha de um passeio na praia? - sugeriu ele

– Ótima ideia! - disse e beijou-lhe a bochecha, não queria desconcentrá-lo do trânsito

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Já passava das 21:00, os dois comeram alguma coisa ali na praia mesmo e agora caminhavam de mãos dadas, curtindo um ao outro com apenas a lua como testemunha.

– Lembra daqueles dias em que andávamos aqui nessa mesma praia? – perguntou Carlos Daniel

– Claro, éramos crianças e tínhamos tantos sonhos... - respondeu Paulina, pensativa

– E sabe qual era o meu maior sonho? - ele parou de caminhar e posicionou-se de frente para Paulina

– Qual?

– Que aquele momento se repetisse com o amor da minha vida. - afirmou sorrindo

– E conseguiu realizá-lo? - perguntou enciumada

– Está se realizando nesse preciso momento. - disse olhando profundamente nos olhos verdes de Paulina e logo a beijou

– Por um momento pensei que estivesse falando de outra pessoa! - disse Paulina ao cessarem o beijo

Carlos Daniel sentou-se na areia e fez sinal para que Paulina sentasse na frente dele. Quando ela o fez, ele a abraçou por trás.

– Como pôde pensar isso? - disse enquanto depositava leves beijos no pescoço de Paulina– Você é a mulher da minha vida, a única que eu sempre amei e amarei até a aternidade. - ela fechou os olhos para assimilar melhor tudo aquilo que soava como música em seus ouvidos– Sei que será a mãe dos meus filhos; dos que já tenho e dos nossos próprios que com certeza teremos!

Nesse momento o semblante de Paulina mudou e ela rapidamente abriu os olhos.

– Carlos Daniel, está um pouco tarde. Se importa se formos para o hotel? Estou um pouco cansada. - disse e se levantou

– O que foi? Está se sentindo mal? - enquanto também se levantava, questionou preocupado ao perceber a mudança de atitude repentina da amada

– Não, tudo bem! É só um pequena dor de cabeça. - afirmou e lhe deu um selinho, na tentativa de que ele não percebesse nada de errado

Assim, os dois voltaram para o carro e em cinco minutos chegaram ao luxuoso hotel. Carlos Daniel notou Paulina um pouco distante, e não entendia o porquê disso. No entanto, preferiu não perguntar nada e esperar que ela mesmo contasse.

Quando chegaram até a porta dos quartos, Paulina deu um beijo rápido nos lábios do amado e em seguida entrou, com a desculpa da dor de cabeça.

Ela tomou um banho, vestiu uma camisola e deitou-se.

* Ai meu Deus, como vou dizer a ele sobre a Carolina? E se ele me recriminar? *– pensava ela - *Mesmo assim, preciso ser sincera, mesmo que isso custe a nossa relação*– concluiu

Paulina vestiu seu robe, encheu-se de coragem e bateu na porta do quarto de Carlos Daniel.

– Está acordado? - perguntou ela

– Sim meu amor, entra! - rapidamente ele abriu a porta

– Carlos Daniel, eu... - tentou dizer Paulina, mas deixou a frase morrer

– Sente-se aqui do meu lado. - disse ele sentando-se na beirada da cama, Paulina o obedeceu e fez o mesmo– Aconteceu alguma coisa? - indagou

– Tem algo muito importante que você precisa saber, mas prometa que vai me ouvir até o final. Depois disso, vou entender a sua opinião, seja ela qual for. - falou angustiada

– O que foi? – segurou firme as duas mãos dela - Confia em mim, prometo que vou te ouvir! - afirmou preocupado ao vê-la naquele estado, pela expressão de Paulina ele podia supor que se tratava de algo grave

Paulina respirou fundo, olhou nos olhos dele e então contou de uma só vez:

– Acontece que assim que eu fui para a cadeia, descobri que estava grávida. Na hora me senti perdida e até tentei te contar a verdade, mas você devolveu nosso anel de compromisso e aí fiquei sem coragem. – nesse momento ela deixou uma lágrima cair - Não foi uma gravidez fácil, mas nossa filha graças a Deus nasceu com muita saúde. Me senti realizada quando a segurei em meus braços, mas como nada é perfeito aos seis meses de idade eu tinha de entregá-la a alguém, e como não tinha ninguém, ela acabou indo para um orfanato.– desabafou enquanto mais algumas lágrimas caíam involuntariamente

– E onde ela está agora? Precisamos buscá-la! - disse ele

– Por favor Carlos Daniel, você prometeu que deixaria eu terminar. - suplicou

Ele apenas fez um sinal positivo com a cabeça e aguardou que ela continuasse.

– Quando saí do presídio, a primeira coisa que fiz foi procurá-la, mas quando cheguei ao orfanato me disseram que ela havia sido adotada. Não imagina o quanto isso foi doloroso para mim, mas o que eu não esperava era encontrá-la em um parquinho, aparentemente perdida.

– Está me dizendo que... - Paulina o interrompeu

– Sim Carlos Daniel, é exatamente isso que está pensando. Carolina não é apenas sua filha adotiva, nós dois somos os pais dela. - concluiu

Carlos Daniel ficou em silêncio, sem saber como reagir diante dos fatos.

Ao perceber que ele estava sem reação, Paulina precipitou-se:

– Por mais que me doa, eu disse que entenderia. Então tudo bem se não me perdoar por eu não ter contado antes, só quero que saiba que no momento achei que fosse o correto. Desculpa. – mais uma vez ela respirou fundo, agora na tentativa de controlar uma imensurável vontade de chorar

Paulina foi em direção a porta para sair dali. Mas quando levou a mão até a maçaneta, seu braço foi puxado por Carlos Daniel, fazendo com que os dois ficassem de frente.

– Se tem alguém que precisa perdoar algo aqui, esse alguém definitivamente não sou eu. Fui um tremendo idiota durante esse tempo todo, te tratei de uma maneira que você não merecia, portanto compreendo seu medo de me dizer a verdade logo no início da gravidez. - disse Carlos Daniel olhando fixamente nos olhos de Paulina

– Mas eu pensei que...

– Shh – ele a calou tocando seu dedo indicador nos lábios dela - Felizmente o destino guiou Carolina até mim, e agora poderemos ser felizes com uma verdadeira família. – ele acariciava delicadamente o rosto da amada - Você foi uma verdadeira guerreira, enfrentou tudo sozinha sem fraquejar. Agora te admiro mais, te amo mais. – completou

Carlos Daniel roçou seus lábios aos de Paulina, e aquele simples toque logo transformou-se em um beijo desejoso e intenso. Suas línguas dançavam em um ritmo descontrolado, e ambos cada vez mais tinham a necessidade de sentir um ao outro.

Assim, livres de qualquer medo ou culpa, Paulina e Carlos Daniel se entregaram de corpo e alma, tornando-se um só durante toda aquela noite.

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– Bom dia meu amor – disse Carlos Daniel ao despertar-se, dando um beijo suave nos lábios de sua amada.

– Bom dia – Paulina devolveu o beijo, agora com mais intensidade, chegando a durar segundos. Depois se aconchegou no peito nu do seu amado, tendo a pele de seus braços acariciados por Carlos Daniel.

– Paulina, eu... – Carlos Daniel foi interrompido por Paulina.

– Não, Não fale nada. Quero voltar a dormir aqui, sentindo, mais uma vez, o calor de sua pele. - pediu ela

Assim aconteceu: Paulina adormeceu nos braços de Carlos Daniel.

Um reflexo do sol que veio da janela iluminou ainda mais o rosto de Paulina, revelando a Carlos Daniel quão lindo era. Então ele ficou ali, admirando-o e acariciando-o até que disse:

– Paulina? – Carlos Daniel a chamou com delicadeza, na intenção de despertar sua amada que voltara a dormir. – Amor? – deu um beijo em sua mão direita.

– Oi amor – Paulina abriu seus olhos, seus lábios demonstravam um belo sorriso, aquele sorriso que só ela era capaz de dar com tanta delicadeza e veracidade.

– Enquanto você dormia, eu simplesmente não conseguia parar de te observar, e percebi que sou o homem mais feliz, porque tenho em meus braços uma mulher linda por dentro, perfeita por fora. Que cada linha do seu corpo te revela como a figura feminina que é capaz de enlouquecer, que... – Um beijo de leve de novo naqueles lábios. – E que meu mundo é você.

De joelhos na cama, ele segurou sua mão direita na mão direita de sua amada, esta agora se encontrava sentada na cama, olhando nos olhos de seu amor.

– Paulina, você aceita se casar comigo? - perguntou com toda a sinceridade

– Não! – Paulina deu como resposta.

– Não? – Carlos Daniel foi tomado de surpresa, e seus olhos quase derramaram uma lagrima quando...

– Estou brincando, seu bobo. – Paulina caiu de braços no seu amado. – É claro que aceito.

– Uffa, você quase me tira o chão, agora. – um beijo em sua testa. Um silêncio entre ambos, uma troca de olhar profundo, uma frase:

“Mergulhei no brilho do seu olhar, na suavidade de sua pele”. – Carlos Daniel sussurra no ouvido de Paulina, e o ar quente que sai de sua boca faz arrepiar a pele da amada na parte onde o ar toca.

– O que você disse? – Paulina não entendeu

– Nada, só quero relembrar a noite de ontem, o momento em que voltei a tocar profundamente sua pele e pude sentir quão macia é ela. – Carlos Daniel deslizou suas mãos pelos braços de Paulina. – Sentir o calor de seu abraço. – Agora suas mãos percorriam cintura a cima, até tocar a parte detrás do seu pescoço. – Sentir seu cheiro. – seu nariz, depois boca, tocaram o pescoço da amada, e Paulina suspirou

Suas mãos começaram subir a sua camisola branca que era vestida por Paulina naquela manhã. Agora, um, dois beijos tocando com delicadeza os lábios de Paulina, e um terceiro bem apaixonante, levando aqueles dois corpos quentes a se fundirem e fazerem parte de novo naquela tão grande e macia cama.

Dois corpos totalmente entrelaçados, agindo como se fossem um único, devido ao amor e a paixão que os dois tinham um pelo outro.

– EU TE AMO! - afirmou Carlos Daniel

– Eu te amo mais. – Paulina disse

E essas foram as últimas frases, tanto de Carlos Daniel quanto de Paulina naquele momento pleno de amor. Então a noite se repete naquela manhã: duas pessoas loucamente cheias de amor, vivendo um momento onde nada mais importava lá fora, só a paixão dos dois naquela manhã, naquele quarto.


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Notas finais do capítulo

Finalmente a reconciliação :D

Gostaram? Comentem!!