Imprevistos E Surpresas Da Vida escrita por Liz


Capítulo 40
Esquecendo o passado


Notas iniciais do capítulo

Acho que o título não está muito esclarecedor, mas algo que me diz que vão gostar do capítulo.

Muito obrigada Daiandra e Alene pelas recomendações!! Fiquei tão feliz que fiz esse capítulo um pouco maior :D



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Assim que subiram ao palco, o DJ pegou uma venda e tapou os olhos de Carlos Daniel, deixando-o muito confuso.

– Agora que ele já está vendado, explicarei como funcionará o jogo: Vou escolher mais quatro meninas para que venham até aqui, vamos mesclá-las com a namorada do rapaz, e ele terá que reconhecê-la apenas com as mãos. Mas não só isso, também terá que beijá-la! - afirmou o DJ, enquanto buscava com o olhar quais seriam as "candidatas".

Leda sorriu vitoriosa ao saber das "regras" do jogo, estava convicta que seria beijada por Carlos Daniel.

* Como vou reconhecer a Leda? E ainda terei que beijá-la? Nossa Edmundo, valeu mesmo por me fazer vir até aqui, agora estou metido nessa furada * pensou Carlos Daniel, irritado

Como Leda estava com o cabelo preso em um rabo de cavalo, o DJ resolveu escolher estrategicamente quatro meninas com o mesmo penteado.

* Que jogo ridículo é esse? Eu que não vou ficar aqui para ver o Carlos Daniel beijar a Leda, ou qualquer que seja.* pensou Paulina observando as escolhidas.

Quando ela virou as costas para sair dali, uma voz a fez parar.

– Ei, você de vestido preto! - disse o DJ, fazendo com que todos os olhares se voltassem para Paulina

– Eu? Nem pensar! - disse incrédula

O protesto de Paulina foi em vão. Em meio ao barulho, sua voz não foi ouvida, e todos os que estavam ali, ao ver a expressão negativa que ela fez, gritaram em coro: "Sobe, sobe, sobe..." fazendo-a ficar extremamente envergonhada e não tendo outra saída a não ser aceitar.

Conforme o DJ havia dito, Paulina e as outras escolhidas foram misturadas juntamente com Leda.

– Pronto, que comece o jogo! - exclamou o DJ, posicionando Carlos Daniel de frente para a primeira delas

Carlos Daniel não tinha ideia de como reconheceria sua prima, afinal jamais teve proximidade alguma com ela. No entanto, foi tocando com calma o rosto e cabelos de uma a uma que estava ali.

Paulina sentia suas mãos suarem conforme via que Carlos Daniel estava mais próximo dela. Ao mesmo tempo em que estava nervosa, uma certa ansiedade a invadia... e quando finalmente ele tocou em seu rosto, uma corrente elétrica percorreu os corpos de ambos.

Carlos Daniel ao tocar aquele rosto e analisar todos os traços faciais, não teve dúvidas. Não sabia se tratava-se Leda ou uma desconhecida, mas seu coração dizia que ele deveria beijá-la. E após posicionar suas mãos firmemente na cintura dela, o fez.

Paulina não sabia ao certo o que fazer, mas ao sentir os lábios de Carlos Daniel tocando os dela, involuntariamente entrelaçou seus braços no pescoço dele e o correspondeu, mesmo sabendo que ambos estavam sob os olhares de todos.

O beijo foi calmo, mas seus corações batiam no mesmo ritmo acelerado. Carlos Daniel não entendia como estava se sentindo atraído por alguém que nem mesmo sabia quem era, mas tinha a certeza de que não queria que aquele momento terminasse.

Os dois foram interrompidos por aplausos e gritos animados dos ali presentes. Ao encerrarem o beijo, Carlos Daniel tirou a venda dos olhos e teve uma enorme surpresa ao se dar conta que aquela "desconhecida" tratava-se de sua amada.

Quando seus olhares se encontraram, ele percebeu uma Paulina envergonhada. Tentou dizer algo, mas antes que pudesse, ela desviou o olhar e desceu correndo do palco. Carlos Daniel ficou ali, sem reação.

– Parece que a moça não gostou do beijo!–brincou o DJ- E pelo que vejo alguém aqui acaba de perder a namorada! - disse rindo

Só então Carlos Daniel lembrou-se da presença de Leda ali, e teve que segurar o riso ao ver a cara emburrada que ela estava fazendo.

Logo ela tratou de sair do palco, seguida pelas outras meninas, que estavam rindo assim como todo o público.

– Nunca fui tão humilhada na minha vida! - exclamou Leda, indo embora daquela boate como um furacão

Assim que todas saíram, Carlos Daniel desceu dali e foi em busca de Paulina. A procurou durante algum tempo e chegou a pensar que tivesse indo embora, quando a avistou sentada sozinha em uma mesa mais afastada, bebendo um drink.

– Paulina, me desculpe. - disse enquanto sentava-se em frente a ela

– Acho que não é a mim que você deve desculpas, e sim para sua namorada que não deve ter gostado nada do que viu. - respondeu séria

– Leda não é, nem nunca foi minha namorada. - afirmou objetivo

– Ah, não? Não foi o que pareceu. - disse enquanto fazia sinal para que o garçom trouxesse outra bebida

– Foi tudo uma confusão, ela grudou em mim e o DJ acabou confundindo as coisas.

– Se você diz, então tudo bem. - disse dando de ombros, fingindo desinteresse

– Veio sozinha aqui? - perguntou, mudando de assunto

– Não, vim com a minha amiga Célia. Mas há pouco ela veio me avisar que não vai dormir em casa, ou seja, agora sim estou sozinha. - falou enquanto tomava mais um gole de seu drink

– Deixa eu te fazer companhia? - pediu Carlos Daniel

– Não, essa noite quero me divertir! - exclamou Paulina, já alegre por conta do álcool

– E por que não posso te acompanhar nessa diversão? - perguntou enquanto pedia ao garçom que também lhe trouxesse uma bebida

– Me deixa sozinha! - insistiu

– Não, vou ficar aqui até que possamos conversar.

Paulina nada disse, seguiu tomando seu drink. Carlos Daniel estava convencido de que não a deixaria só, por isso a acompanhou nas doses de bebida. Persistente, ficou ali junto a ela em silêncio durante um bom tempo, apenas bebendo.

– Quer dançar? - perguntou ele já com a voz embriagada, quebrando aquele silêncio

– Ótima ideia! Quero sim, mas sozinha! - respondeu ela, indo a direção a pista de dança com um pouco de dificuldade

Carlos Daniel a seguiu e juntou-se a ela na pista de dança. Os dois estavam igualmente bêbados.

– Por que foges de mim? - perguntou ele no ouvido de Paulina para que ela conseguisse escutar, já que a música estava alta. Seus rostos estavam perigosamente próximos.

– Por que seu beijo me enlouquece, te amo e não quero sofrer! - afirmou e logo caiu na risada, nem ao menos se dava conta do que dizia

– Mas se você me ama e eu te amo, o que nos impede de sermos felizes? - disse Carlos Daniel, rindo junto com ela

– Tenho medo! - argumentou ela. Em menos de um minuto todo aquele riso agora havia se transformado em choro

Carlos Daniel se afastou o suficiente para olhá-la nos olhos, secou as lágrimas de Paulina e lentamente aproximou-se de seus lábios, mas ela virou o rosto.

– Vou embora! - disse e virou as costas, saindo caminhando até a saída

Mais uma vez, Carlos Daniel foi atrás de Paulina.

– Pelo menos deixa eu te levar! - pediu, já do lado de fora da boate

– E vai dirigir do jeito que está? - falou referindo-se a embriaguez dele

– Como se você estivesse muito diferente! - retrucou

Logo os dois caíram na gargalhada.

– Melhor eu ir de táxi. - disse ela, fazendo sinal para o que taxista parasse

Assim que o táxi foi parado, Paulina entrou e sentou-se no banco de trás. Mas antes que pudesse fechar a porta, Carlos Daniel sentou-se ao lado dela e ordenou ao taxista que seguisse. Sem alternativa, ela indicou o endereço de Célia e assim o táxi seguiu. Os dois foram o caminho todo em silêncio.

Quando chegaram ao destino, Carlos Daniel pagou e desceu com ela.

– Nem sei como me lembrei do endereço! - afirmou enquanto buscava as chaves do portão, pois Célia havia lhe dado uma cópia

– Não me convida para entrar? - perguntou com um sorriso malicioso

– Tchau Carlos Daniel! - respondeu Paulina, rindo do jeito dele

– Por favor, acha que poderia te fazer algum mal? Sou só um pobre bêbado sem rumo! – brincou

Em meio a risos, Paulina acabou cedendo. Mesmo cambaleando e com dificuldades para subirem os degrais da entrada da casa, os dois adentraram.

Com a luz apagada, sentaram-se em um enorme sofá que havia na sala, e outra vez o silêncio os dominou.

Suas vozes estavam caladas, mas seus corações batiam aceleradamente enquanto Paulina e Carlos Daniel se fitavam. Apesar da bebedeira de ambos que os fazia perder parte da razão, eles tinham plena consciência de que ali havia amor, o mais puro e sincero amor. Seus olhares diziam isso.

Não aguentando mais aquele clima, Carlos Daniel em um impulso puxou Paulina para mais perto de si e a beijou. Diferente do anterior, esse beijo era intenso, faminto... e ela o correspondia da mesma maneira.

Enquanto Paulina bagunçava os cabelos de Carlos Daniel, ele colocou uma das mãos em sua cintura e com a outra segurava firmemente a nuca dela, aprofundando ainda mais aquele beijo carregado de saudades.

Ainda ofegante, Carlos Daniel começou a dar beijos molhados no pescoço de Paulina, que agora acariciava seu forte peitoral por cima da camisa. Lentamente, ele a deitou no sofá e ficou por cima dela. Subindo seus lábios até a orelha da amada, ele sussurrou algumas palavras em seu ouvido.

– Esqueça o passado, Paulina. Volta pra mim, eu te amo...


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Notas finais do capítulo

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