No dia seguinte, Carlos Daniel acordou bem cedo. Percebeu que a amada ainda dormia. Ela estava virada de costas para ele, mas aconchegada em seus braços. Ele foi dando leves beijinhos em seu ombro, e Paulina aos poucos foi abrindo os olhos, sonolenta.

- Bom dia, minha Paulina!

- Bom dia, meu Carlos Daniel! - respondeu sorrindo e virando-se de frente para ele

Os olhos de ambos irradiavam um brilho magnífico, e os dois ficaram algum tempo apenas admirando um ao outro, enquanto relembravam mentalmente a noite anterior. Carlos Daniel começou a alisar as bochechas de Paulina e então perguntou com certo receio:

- Se sente bem?

Paulina pôde perceber no olhar dele exatamente a que se referia.

- Melhor, impossível! -sorriu-  Obrigada por ser tão carinhoso, por se preocupar tanto comigo, de verdade. Foi maravilhoso, meu amor. - seus olhos marejaram

- Te trato como você merece -ele continuou a alisar as bochechas dela-. Pra mim também foi maravilhoso, te amo e  você sabe! - Carlos Daniel colou seus lábios aos da amada e os dois trocaram um beijo calmo, com muita ternura.

Quando cessaram o beijo, Paulina deitou a cabeça no peito de Carlos Daniel e acabou adormecendo. Ele ficou por um tempo apenas observando como ela dormia tão serena. Depois vagarosamente levantou-se fazendo o máximo de esforço para não despertá-la, vestiu-se e foi até o carro buscar algumas coisas. Voltou com elas e as deixou na outra parte da cabana.

Quando voltou ao quarto, Paulina estava sentada na cama.

- Onde foi? - perguntou ela

- Pegar algumas coisas...o que acha de aproveitarmos o dia aqui? - disse animado

- Acho ótimo! Mas como vamos sair assim, vestidos como se fôssemos a alguma festa? - argumentou olhando para as roupas e rindo

- Quanto a isso não se preocupe, espera aí!

Paulina não entendeu nada, mas o esperou. Ele apareceu com as mãos cheias de sacolas, e debaixo de um braço ainda carregava uma mala.

- O que é isso? - perguntou Paulina

- Na mala, trouxe algumas das minhas roupas. E quanto as sacolas, abra e verá! - alcançando as sacolas para ela

Dentro delas havia diversas roupas femininas. Calças, casacos, blusas...

- Tudo isso é pra mim?

- E pra quem mais seria? - deu um selinho na amada

- Você pensou em tudo mesmo! Mas acho que exagerou um pouquinho, com tudo isso poderíamos passar semanas aqui! - ela disse e riu

- Quem sabe não ficamos? - sorriu malicioso

- Sabe que não podemos, você tem muitas coisas pendentes na fábrica. Esqueceu da reunião de amanhã?

- Com uma secretária tão eficiente assim, dá até mais vontade de voltar ao trabalho! - disse, a beijando logo após

- Seu bobo! - disse Paulina, dando um leve tapinha no braço dele

- Bobo sim... mas por você! - respondeu, colando novamente seus lábios aos dela

Paulina então foi tomar banho e se arrumar para que pudessem sair e logo Carlos Daniel fez o mesmo.

Após isso, entre risos e beijinhos, os dois saíram para explorar o lugar.

Durante a manhã eles apenas caminharam de mãos dadas, curtindo a paisagem e o belo dia de sol que fazia. Paulina estava adorando tudo aquilo, sempre gostou de natureza e estando em um lugar tão belo e na companhia do seu amor, sentia-se plena.

- O que gostaria de fazer? - perguntou Carlos Daniel

- Primeiramente almoçar, -olhou para o relógio de pulso de Carlos Daniel- já são meio dia e estou morrendo de fome! - disse rindo

- É uma esfomeada mesmo! - ele caiu na risada

Paulina fez beicinho, fingindo-se de ofendida, mas logo riu também.

- Tenho que confessar algo... também estou morrendo de fome! - disse Carlos Daniel entre risos

E assim, eles foram até o restaurante do hotel. Paulina pediu frango grelhado com arroz e saladas, nada de muito exagero. Carlos Daniel pediu bife e fritas.

- Depois eu que sou a esfomeada né? - disse Paulina enquanto o observava devorar as batatas fritas

- Hoje o dia será longo, quero garantir as energias! - respondeu em tom de brincadeira

Depois de almoçarem, os dois andaram mais um pouco e sentaram-se debaixo de uma árvore.

- O que vai fazer em relação a Paola? - perguntou Paulina, animando-se a tocar em um assunto que ainda não havia ficado bem claro para ela

- Ontem de manhã eu procurei um advogado, e ele já entrou com o pedido de divórcio. Em breve, se Deus quiser, estará tudo resolvido e aí poderemos nos casar! - contou Carlos Daniel

- Tomara mesmo que tudo dê certo... às vezes me bate um medo de que aconteça algo e estrague nossa felicidade... - disse um pouco preocupada
- Te garanto que nada vai acontecer. Foi tão difícil nos reencontrarmos, jamais desperdiçaria essa chance que o destino nos deu. - disse, dando um beijo na testa da amada

...

A tarde foi bastante divertida. Paulina e Carlos Daniel fizeram uma trilha, andaram a cavalo...tudo corria bem, até que Carlos Daniel ouviu seu celular tocar.

- Carlos Daniel? - disse a pessoa do outro lado da linha

- Sim Rodrigo, sou eu

- Desculpa te atrapalhar, é que... - Rodrigo parecia nervoso

- Aconteceu alguma coisa? - perguntou apreensivo

- Lizete foi atropelada, mas não se preo...

- Onde ela está? - Carlos Daniel não deixou que Rodrigo concluísse sua fala

- No Hospital Central.

Ele nem mesmo deixou o irmão lhe explicasse como as coisas haviam acontecido e desligou.

- O que houve? - indagou Paulina ao perceber a expressão do amado

-  Lizete foi atropelada e está no hospital, precisamos voltar!

- E como ela está? Foi grave?

- Não sei, acabei desligando sem perguntar... estou nervoso, preciso vê-la!

- Claro, vamos então meu amor.

================== Hospital Central ==============

No hospital estavam Vovó Piedade, Rodrigo e Patrícia. Não demorou muito para que Carlos Daniel chegasse, acompanhado de Paulina.

- Por favor, me digam que a Lizete está bem. Como foi esse acidente? - perguntou um pouco alterado

- Calma mano, não foi nada grave! Ela atravessou a rua correndo e um carro acabou batendo nela. Mas por sorte conseguiram frear e a batida foi leve, ela só quebrou o braço.

- E onde ela está?

- Está no quarto, o médico disse que ficará essa noite aqui, em observação.

Paulina foi conversar com Vovó Piedade e Patrícia, e quando soube por elas que tudo estava bem, ficou mais tranquila.

Carlos Daniel pediu a avó e ao irmão que fossem embora, pois ele se encarregaria da filha. E assim fizeram, deixando Paulina e Carlos Daniel a sós.

- Tudo bem se você pegar um táxi? Eu vou ficar aqui com a Lizete.

- Meu amor, não quero e nem poderia te deixar sozinho aqui. Vou ficar com você!

- Não precisa se incomodar... eu fico sem problemas.

- Eu insisto, não é incomôdo algum.

Carlos Daniel resolveu não contrariar Paulina. Ele procurou o médico para se certificar de que realmente não havia sido nada grave. Aproveitou e pediu autorização para que ele e a amada ficassem a noite toda com a menina.

No meio da madrugada e vencido pelo cansaço, acabou cochilando em uma das poltronas. Ao despertar, ficou observando como Paulina cuidava de Lizete. Ela estava bem próxima da cama da menina, velando seu sono.

* Como pode ser tão atenciosa, se acaba de conhecê-la? * Pensava ele, encantado com a bondade da amada

- Quer descançar um pouco? - perguntou Carlos Daniel, baixinho
 

Paulina então virou-se para ele.

- Não precisa, estou bem assim. Continue dormindo, eu cuidarei dela. - disse sorrindo

- Vamos tomar um café então, aí ficamos os dois bem acordados. Será só um momento, qualquer coisa a enfermeira nos avisa. - argumentou ele

- Está bem.

Eles foram até a lanchonete do hospital. O local estava quase vazio, eles logo sentaram-se em uma mesa.

- Paulina, me desculpe por termos voltado antes do previsto, mas não podia deixar de vir até aqui. - disse, colocando suas mãos sobre as dela

- Eu entendo, não há nada que desculpar. Filhos precisam ser prioridade sempre, nunca ficaria brava com isso.

- Obrigado, de verdade... por me apoiar sempre, por estar cuidando de Lizete como se fosse mãe dela... não sabe o quanto me sinto orgulhoso por ter me apaixonado por você.

Paulina sorriu emocionada, e os dois trocaram um selinho demorado.

- Como o amor é lindo... parabéns ao casal! - disse alguém que os observava, em tom de deboche

- O que faz aqui? - disse Carlos Daniel