The Search escrita por Bakurei


Capítulo 5
A Luz.


Notas iniciais do capítulo

O livro é aberto.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/404754/chapter/5

Fiquei um tempo parado sentado no meu quarto, digerindo tudo que eu havia visto no meu sonho. Levantei, olhei para minha cama e dei outro pulo: Tudo estava arrumado. Eu não tinha terminado de arrumá-lo ainda.

–Acho que estou ficando louco.

Minhas roupas estavam todas divididas entre roupas pretas e coloridas, o livro (que agora não brilhava mais) estava ao lado das meias em um lugar bem visível. Todo tempo a imagem de minha avó debilitada vinha à minha mente, juro que tentei afastar esse pensamento.

Olhei para o quarto e lembranças da minha infância vieram à minha mente. No dia em que eu cheguei à casa dos meus avós eu ainda estava muito assustado, eu tinha acabado de sair de encontros com diversos advogados, eu tinha visto meu pai pela última vez antes dele ser internado e eu chorava a cada cinco minutos. Minha avó sempre pousava suas mãos no meu ombro para me acalmar e dizendo palavras tranquilizadoras.

–Tudo bem, Rick. –Ela dizia. –Seu pai ficará bem.

Anos se passaram e eu já havia me acostumado com a ausência dos meus pais, minha avó arrumou um trabalho no que ela mais gostava e isso me rendia diversos cookies. Meu avô ainda ficava em sua oficina e eu ia para minha escola. Tudo funcionava perfeitamente. Por que meu pai precisava voltar?

Antes de descer as escadas para encontrar meu pai, dei de cara com minha avó. Assumo que tomei um susto de início.

–Rick, escute, não poderei ficar com você quando mais precisar.

Eu não disse nada. A enorme vontade de abraçar minha avó foi mais forte. Aqueles braços que haviam me consolado anos atrás agora estavam de volta.

–Hoje será o alinhamento. –Disse minha avó. –Abra o livro exatamente às oito horas da noite, não se preocupe, eu sempre estarei aqui.

A última parte da frase doeu em mim como se eu tivesse levado um soco no peito. Por que eu estava nervoso? Eu só vou morar com o meu pai e abrir um livro idiota às oito horas da noite porque eu sou curioso. Parece até piada.

–Mas vó, eu não vou para lugar nenhum. –Eu disse, mas no fundo sabia que era mentira.

Ela abaixou a cabeça, parecia triste. Desci as escadas e me despedi de meu avô. Ele parecia chateado, mas não tanto quanto minha avó.

–Nos visite às vezes, garoto. –Ele disse, com um sorriso.

Meu pai disse algo para meu avô, agradecendo-o, e assim saímos.

Coloquei minhas coisas na traseira do carro e tentei parecer ansioso para conhecer a nova casa do meu pai. Ele ficava constantemente sorrindo e fazendo piadas, o que não me deixava mais feliz para ir com ele. Eu acho que estava um pouquinho deprimido.

...

–Chegamos! –Disse meu pai, depois de alguns minutos no carro.

A casa era branca e só era visível uma janela e a porta. Parecia ser bem pequena, apenas um andar e com no máximo dois quartos. Peguei a minhas coisas e entrei com meu pai. Logo de cara, vi a sala, só dava para ver uma estante pequena onde tinha a TV e um sofá de dois lugares bem à frente. Meu pai deu um sorriso tímido e apontou para um dos dois corredores que havia ao lado do pequeno sofá.

–Não é tão grande, mas é alguma coisa. –Ele disse.

Dei um sorriso e segui-o pelo corredor. O corredor, como o resto da casa, era muito apertado. Na primeira porta à direita havia o meu quarto. O quarto era grande o suficiente para a cama e um pequeno armário que havia na lateral do quarto. Na porta ao lado havia um pequeno banheiro e no último o quarto do meu pai que era um pouco maior, já que tinha uma cama de casal. O outro corredor levava à cozinha que também era pequena.

Enfim, acho que já deu para entender que a casa era pequena. Quando eu cheguei à casa, já era cinco horas da tarde. Depois de ver alguns filmes no sofá minúsculo e jantar na pequena cozinha, eu estava assistindo um programa de notícias na TV e uma notícia me chamou a atenção: “E enfim, o alinhamento irá começar!”.

Olhei o relógio em um pulo e vi que faltavam quatro minutos para às oito.

–O que foi? –Perguntou meu pai, com o olhar preocupado.

–Preciso ir ao quarto, já volto. –Eu disse, correndo para o meu quarto.

Corri como um foguete em direção ao quarto, abri a mala e peguei o livro. Ele estava novamente brilhando, mas agora a luz cegava meus olhos de tão forte. A luz era tão forte que o pequeno quarto de paredes brancas refletiam a luz, fazendo tudo em volta brilhar. Coloquei o livro novamente na mala, fazendo a luz diminuir. Olhei para o relógio. Eu tinha cinco segundos. Na minha mente, fiz uma contagem regressiva enquanto pegava o livro, que novamente brilhava fortemente em luz verde.

Abri o livro. As páginas estavam em brancas, mas a luz da capa preenchia o interior do livro formando uma palavra que eu conhecia bem. O brilho se concentrava à minha volta, eu me sentia mais forte, menos triste, como se tudo que tivesse acontecido comigo não me incomodasse mais, mas também me senti atraído por aquele livro como se ele me puxasse para dentro dele. E foi exatamente isso que aconteceu.

A palavra que se formou, agora estava cravada em meu peito, como uma coisa que eu devesse me lembrar: Melghart.

Minha visão apagou como se eu tivesse desmaiado. Senti tudo em volta mudar, como se o ambiente estava sendo remodelado. Quando minha visão voltou, eu não estava mais no meu quarto. Eu estava em um grande salão dourado, como um museu. Quadros de madeira estavam presos nas paredes e as pinturas mostravam criaturas humanoides. Eu estava sentado em um divã de couro, bem ao meio do salão. Em cada um dos lados, havia portões: Um era de madeira com desenhos coloridos, o outro era dourado com pedras avermelhadas.

Não sei, mas o portão dourado me chamou mais atenção. Passei por ele e dei de cara com uma cena que eu nunca imagei ver. Uma grande mesa de jantar com duas cadeiras enormes de madeiras. Na mesa estava um grande frango assado e diversos pratos de arroz branco, farofa e outras coisas tão deliciosas que quase não reparei as pessoas que estavam sentadas nas cadeiras.

De um lado da mesa estava sentado o meu pai. Ele usava um manto amarronzado e uma grande coroa na cabeça, uma camisa branca com pedras brilhantes perto da gola, uma calça preta e seu olhar era bem mais robusto.

Do outro lado da mesa havia uma garota. Muito bonita, cabelos negros e lábios muito avermelhados. Vestia um vestido azul com diversas pedras verdes nas laterais, também estava com um arco de cabelo que prendia seus cabelos encaracolados fazendo-a parecer uma princesa.

Onde diabos eu estava?


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Gostou? Sim? Não? Deixe um review!
Adoraria saber sua opinião! Até o/



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "The Search" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.