When I Look In Your Eyes escrita por Pétala


Capítulo 9
Capítulo 9


Notas iniciais do capítulo

Mais um cap. Leitores novos sejam bem vindo e deem as caras. desde já obg e boa leitura!



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Resolvi não pegar o elevador já que só eram dois lances de escada, saí do prédio e fitei seus olhos enigmáticos, Freddie estava encostado no seu carro e ao me ver abriu um sorriso cheio de covinhas. Ele veio na minha direção e minha pulsação acelerou, quando dei por mim ele já estava me abraçando, e eu não sabia reagir àquele abraço quente tão acolhedor e suave ao mesmo tempo, então apenas retribuí querendo que aquele momento não acabasse mais, pois ali eu me sentia segura, uma sensação que há muito tempo não sentia. Então ele se afastou cedo demais interrompendo meus devaneios, me lançou aquele olhar doce, aproximou seus lábios do meu ouvido, o que provocou arrepios por todo o meu corpo e sussurrou

- E aí bonita – aquelas três palavras somadas ao cheiro amadeirado que emanava de seu corpo me entorpeceram os sentidos, minha resposta ao seu comentário foi totalmente constrangedora.

-O-oi – Ele se afastou e me olhou sorrindo convencido, talvez tenha percebido seu efeito sobre mim.

-Então, vamos lá – ele pegou minha mão e me guiou até o carro, abriu a porta, isso já estava ficando estranho, não sei se me acostumaria com esse tratamento mas não questionei, sentei no banco do passageiro, ele fechou a porta, fiquei observando-o dar a volta, entrar no carro e dar a partida.

-Então Freddie, já decidiu que qual filme assistir?

-Pelo que entendi você não pode assistir filmes de terror e a Carly disse que você ia tentar me convencer do contrário, então pensei em um meio termo. Wolverine Imortal, o que acha?

-Ótima escolha, estava mesmo querendo ver esse filme.

-Que bom, eu também. Então Sam, será que você vai me explicar o que aconteceu ontem? Eu achei até que você tinha ficado chateada comigo pela forma que você saiu de lá antes mesmo da música terminar.

-Se você não se importa eu preferia não falar sobre isso, mas você não teve culpa nenhuma pelo meu comportamento são só alguns problemas que persistem em se repetir. Eu preciso até pedir desculpas por ontem, minha atitude foi imperdoável.

- Ei, pode parar, não tem nada que se desculpar não viu. Dá pra notar que você não está bem, mas não vou te pressionar pra me contar, se você sentir vontade de conversar, se quiser compartilhar o que te aflige é só me procurar.

-Obrigada – tínhamos uma familiaridade tão grande como se todo o  tempo que pensamos longe um do outro de repente se dissipasse sem causar dano algum a nossa amizade.

Rapidamente chegamos ao shopping, ele estacionou, saiu do carro e novamente abriu a porta para mim, me estendeu o braço e disse

- Senhorita – olhei-o incrédula, seu sorriso aumentou, tirei o cinto e pus minha mão no braço que ele me ofereceu.

-Você sabe que eu posso muito bem abrir a porta do carro e sair sozinha, não é?

Ele deu de ombros.

-Isso é costume meu. Incomoda-te?

-Não é isso, só não estou acostumada.

Chegamos a fila, eu ainda segurava em seu braço, se fosse com outra pessoa já teria dado um jeito de me livrar daquele contato, mas com ele apenas parecia ser o certo.

-Vou comprar nossos ingressos, você pode sentar ali enquanto isso – ele falou apontando para um banco a alguns metros.

-eu não estou invalida não Freddie, posso ficar na fila com você.

-Você é teimosa viu! A fila está imensa, só quero evitar que você fique em pé tanto tempo.

-Eu não me importo de ficar em pé.

Ele pareceu irritado, mas não disse nada, deve ter percebido que tenho problemas com gentileza.

Fomos até a fila, ele parecia mais calmo.

-Então Freddie, como foi todo esse tempo na Inglaterra? Deve ter sido difícil não é, pra se acostumar.

- Eu saí daqui com 11 anos, foi um choque. A cultura deles é totalmente diferente e o fato de ser tirado do convívio com a minha família, meus amigos, você. Doeu demais.

-Eu não entro na categoria amigos não? – falei fingindo estar irritada.

-Claro que não, você sempre esteve um degrau acima disso, você sabe – ele sorriu constrangido e esse era, com certeza, seu sorriso mais lindo – Eu tinha muita vontade de voltar pra matar a saudade sabe, mas eu sabia que depois seria muito doloroso ir embora, dessa vez já sabendo o vazio que eu sentiria sem a companhia de vocês – a fila ia diminuindo aos poucos, eu ainda estava ao lado dele, tão concentrada em suas palavras que vez por outra ele cutucava meu braço me fazendo andar para acompanhar a fila – eu sempre tive problemas com despedidas – ele pareceu querer se explicar, eu sabia exatamente o que queria dizer

 – Você não imagina como eu me senti ao saber que você tinha ido embora através de uma carta, eu até pedi a minha mãe para ela me levar a Inglaterra, queria te xingar pessoalmente – ele sorriu com meu comentário – mas aí ela me explicou onde ficava a Inglaterra e eu senti pela primeira vez uma das piores sensações da minha vida – o que estava acontecendo comigo? Aquilo estava guardado há tanto tempo e eu simplesmente expelia assim numa fila de cinema cercada de pessoas desconhecidas que pareciam observar nossa conversa. Ele me encarou uns segundos e pôs a mão sobre meu ombro, me puxando para mais próximo num abraço de lado. Permiti o contato e encostei minha cabeça em seu peito.

-Eu realmente sinto muito, queria ter tido coragem suficiente para te contar antes de ir e não apenas deixar uma carta ridícula.

-Tudo bem, além do mais se você tivesse me contado, existia a possibilidade de eu ter te sequestrado sabe, isso nos daria alguns problema – o clima ficou menos tenso, ele deu uma risada que também me fez sorrir. Aquele tom era tão familiar pra mim assim como tudo nele. Ainda com sua mão no meu ombro fomos até o caixa, a atendente que até então tinha uma expressão irritada abriu um sorriso pra ele, parecia nem ter notado minha presença já que não respondeu ao meu “boa noite”. Garota atirada fica comendo o namorado dos outros com os olhos. (Certo que ele não é meu namorado, mas da forma que estávamos era o que aparentava.)

-Dois ingressos para Wolverine Imortal, por favor, sessão das 19h00 – ele falou estendendo uma nota de 50 dólares. Ela pegou o dinheiro e começou a digitar na tela a sua frente.

Eu abri minha bolsa e tirei minha carteira, Freddie me observava confuso quando ele me viu tirar uma nota de 20 pareceu entender. Estendi a nota para a garota e ela o olhou         – pelo meu ingresso – falei.

-Eu já paguei pelos dois ingressos Sam, eu te convidei e nem vou discutir isso.

Ela entregou a ele o troco e os dois ingressos ainda com uma tentativa de sorriso sedutor nos lábios sem se importar com minha presença ali. Guardei o dinheiro na carteira e a carteira na bolsa. Saí do caixa e ele vinha logo atrás de mim. Ele pegou meu braço me fazendo parar e encará-lo.

-Vai ser assim sempre que sairmos e eu quiser pagar algo pra você?

-Sim – falei cruzando os braços.

-Sam, eu estava apenas tentando ser cavalheiro sabia? Sem exageros, por favor!

-Dessa vez passa, vamos logo entrar que já vai começar o filme – falei virando para a entrada ouvindo o riso da vitória dele e controlei minha vontade de matá-lo naquela hora. Segui com ele para a entrada da sala, ele entregou os dois bilhetes a um rapaz na entrada.

Assistimos ao filme que superaram as minhas expectativas, todas as cenas foram simplesmente incríveis, tanto é que teve uma parte em que o Freddie tentou puxar papo, mas não tava conseguindo entender o que ele falava de tão vidrada que eu estava no filme.

Quando o filme terminou, fomos à praça de alimentação já que não tínhamos comprado nada para comer durante o filme. Fizemos nosso pedido (e novamente ele nem me deu chance de pagar por minha parte), sentamos próximo a lanchonete.

-Ta, é oficial, esse é o melhor filme que já assisti – falei animada.

-É eu percebi nas duas vezes que você me mandou calar a boca durante o filme – ele falou fazendo biquinho.

-Não leve para o lado pessoa, é que... - não pude terminar a frase pois a cena que vi me paralisou.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Aguardando seus comentários.