Inexplicável escrita por Pear Phone


Capítulo 16
Capítulo 16


Notas iniciais do capítulo

Como todos já passaram uma vez, estou passando pela fase de perda de reviews. Vocês sabem que eu sempre respondo todos e agradeço mais uma vez por quem deixou no capítulo passado.

Mas vou continuar postando a fanfic, porque amo escrevê-la e também em consideração aos leitores amados que continuam lendo e comentando, continuam elogiando ou dando suas opiniões sinceras. Queria que vocês soubessem o quanto são importantes... amo muito quem acompanha a fic e amo até os fantasmas. Boa leitura



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E ali estavam, ambos na sala. Enquanto a loira decidia o que ainda poderia cozinhar, o moreno admirava o teto com uma respiração pesada que não soava de maneira comum para ela. Um silêncio completamente vazio, que por um tempo chegou a assustá-la.

— Pode me dizer o que há de errado?

— Nada. Só estou pensando.

— Em quê?

— No fato de você ter demitido a cozinheira.

— Qual é o problema? Eu tenho certeza que cozinho melhor do que ela. E, aliás, depois é só recontratá-la ou encontrar outra.

— Mas não precisava gritar com a mulher, Sam.

— Não gritei.

— Tudo bem, eu não estou chateado com você... Só estava distraído.

— Eu só dispensei ela porque queria fazer algo para nós dois, nem que fosse por um dia.

— Eu sei que você tem a melhor das intenções, meu amor.

— Ótimo. Mas então por que está assim?

— É só essa maldita enxaqueca.

— Tudo bem, mas não gosto de ver você assim.

— Não precisa se preocupar... É verdade. — A beijou no rosto.

Com algumas dúvidas em cogitação, voltou a cozinhar ainda não vendo razões para acreditar na desculpa que Freddie havia lhe dado. Talvez estivesse enganada, mas precisava descobrir o que estava acontecendo com ele. Por um momento, chegou a pensar que havia uma relação com a ligação de Carly, mas ponderou por acreditar que era apenas outra de suas pretensões equivocadas. E conforme observava a consistência de seu cozido no forno, tudo permanecia como uma dúvida.

Talvez fosse errado julgar a morena por coisas que nem sequer possuíam uma devida prova. Ponderar por um equívoco era, com certeza, menos doloroso.

[...]

— Freddie, posso perguntar uma coisa?

— Já disse que você cozinha melhor que qualquer mulher do mundo.

— Não é isso... — Ela sorriu e ele retribuiu o sorriso.

— Então o que é?

— Você e a Carly se encontraram em Seattle?

— Sim, já faz muito tempo que não a vejo. Por quê?

— Curiosidade.

— Não somos os mesmo amigos de antes, isso me entristece às vezes.

— Sei. Mas sente saudades dela como eu?

— Óbvio, eu a amava e...

— Pode continuar. — A voz da loira soava de maneira diferente.

— Sabia que ia ficar com ciúmes.

— Não, tudo bem, eu ainda tenho aquele revólver que ganhei do meu tio.

— Eu sinto falta da Carly como você sente, ela era minha melhor amiga também.

— E você era apaixonado por ela, coincidência?

— Sam, eu sou seu, pode ficar tranquila. — Falou, olhando em seus olhos.

— Claro...

— Não sei como consegue ser tão ciumenta!

—Não sou tanto, era só algo que queria saber.

— Não adianta negar.

— Tudo bem, talvez eu exagere um pouco. Mas é só um pouco.

— Isso mesmo. É a pessoa mais exagerada que eu já conheci.

— Mas, enfim, esqueci de avisar que vou sair hoje à noite.

Olhares dispersos ao redor da grande cozinha.

Som de passos no segundo andar.

E silêncio.

— Sozinha? Onde você vai?

— Depois diz que eu sou a ciumenta, não é?

— Perguntas são diferentes de insinuações — defendeu o seu ego.

— Tudo bem, eu preciso visitar um parente meu, só isso, mas se pudesse passaria o resto de meus dias ao seu lado.

Levou seus lábios até os do moreno, e logo ambos tocaram-se em uma plena sintonia que não poderia ser desatada como um laço. A sintonia única, como uma corrente de prazer que só era permitida quando sentiam-se intensamente.

E ela sentia-se mal por mentir para ele, mas havia algo que precisava fazer de qualquer forma. A parte mais difícil era o fato de ter que fazer aquilo sozinha, embora não fosse algo que o prejudicasse. Na verdade, resumia-se no contrário.

[...]

A jovem de cabelos negros, um tanto sorridente, solicitava a vinda de uma serviçal para que cuidasse de sua filha Rachel por um tempo. Afinal, pretendia receber visitas em seu apartamento e não poderia cuidar-lhe por certo momento. Ainda confusa, tentava encontrar o porquê de estar fazendo tudo aquilo apenas para Joe. Arrependia-se por não ter uma segunda opção, mas seu interior dizia-lhe que o fato de finalmente tomar consciência de algo tão importante quanto tal segredo que envolvia seus ex melhores amigos era muito proveitoso e favorável. Por fim, orgulhava-se de sua escolha, embora parecesse errada diante de sua personalidade sempre meiga e construtiva, quase sempre não agia de maneira egocêntrica. Estaria sendo influenciada pelas atitudes de seu próprio sequestrador?

Pensar que um sequestro fora feito por parte dele perseguia seus pensamentos. Um passado cheio de coisas que nem sequer haviam sido resolvidas rodeava seu próprio eu. Cenas lhe vinham à mente, como se aquele fosse o fim de tudo.

Carly estava assistindo aula em sua faculdade, quando recebeu um telefonema anônimo, um número restrito. Pediu licença à educadora e logo aceitou a ligação, desconfiada e andando de maneira cambaleante. Fazia pouco tempo que já estava envolvida com Ted — seu ex marido.

— Quem é?

— Carlotta, por quê?

— Senhorita Shay, temos uma novidade para você.

— Quem fala?

— É diretamente de Paris.

— O que é?

— Queria lhe revelar um grande segredo de seu marido Ted.

— Diga-me.

— Ele mantém relações com sua própria irmã.

— Qual é o seu problema? Ele não tem uma irmã.

— Não há problema nenhum comigo, e sim com ele que pratica incesto e paga de santinho.

— Ele não pratica incesto, nem tente me convencer do contrário. Preciso desligar, pois tenho aula no momento... Lamento.

— Ei, senhorita!

— Estou farta.

Desligou seu telefone de imediato e virou-se ao corredor, levando um susto que quase transformou-se em um desmaio.

— J-Joe? O que faz aqui em New Jersey? Imbecil!

— Gostou da surpresa?

— Não, não gostei.

— Qual é, até que você é gostosa de alguns ângulos. Aquela viagem de dez anos teve suas vantagens para mim, que pena que você ficou por pouco tempo.

— Eu sou casada, me respeite.

— Por que não larga aquele...

— Aquele?

— Nem vou dizer.

— Pra casar com quem? Com você? Dispenso.

— Só porque eu sou drogado e alcoólatra, não quer dizer que sou influenciável... Me dê uma chance, Carls.

— Não me chame de Carls, preciso ir.

— Se quiser podemos ser amantes. Eu aceito tudo.

— Sério?

— Com certeza.

— Sabia que meu marido anda com um revólver? E que eu tenho seguranças que podem acabar com você?

— Jura? Acha que eu tenho medo de alguma coisa?

— Argh!

Carly entrou novamente na sala, deixando-o desamparado. Aquelas insinuações e comentários insignificantes lhe irritavam mais do que qualquer outra coisa. Ela ainda não havia entendido como pôde conhecê-lo através de Ted.

[...]

Não podia estar apaixonada por ele outra vez, como quase esteve durante a faculdade, quando se mudou para New Jersey. Desejava que ele não estragasse tudo outra vez, mas os efeitos que fazia surgir sobre ela eram quase incontroláveis.

Foi quase o motivo do fim de seu casamento, e seria o motivo do fim de sua amizade, que queria tanto salvar. A diferença é que naquele instante tudo resumia-se em uma ameça, e não em atração.

Revirou os olhos e com uma taça cheia de vinho em suas mãos, sentava-se em frente à janela, onde podia ver a tarde em Seattle. Quando olhou de repente, pensou ver Harold andar sobre a calçada, logo lembrando-se da situação em que encontrava-se. Mal podia acreditar que ele fazia parte daquele segredo sujo e mal elaborado que havia decifrado, por fim. Tão inocente, educado, frágil e cavalheiro, porém a figura mais estratégica e diferente daquela metrópole.

O telefone toca e logo mãos pálidas o atendem.

— Senhorita Shay?

— Diga.

— Há uma visita lhe esperando.


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo revela mais coisas omitidas durante esse tempo, hehe.

Desculpem, sei que devia ter postado ontem. Estou aproveitando que já entrei de férias, hehe, vou postar mais logo :D

Kisses