Eu estava triste e queria ficar sozinha, e estava com raiva de Andrew por não me deixar ali. Mas também estava agradecida por ele ter ficado comigo pois era o que eu precisava.

Ele se sentou ao meu lado.

–Tudo bem, se você vai ficar aqui eu também vou. -Ele disse dando de ombros, eu virei o rosto e fiquei olhando para o jardim escuro, aos poucos as lágrimas foram tomando conta dos meus olhos.

Ficamos em silencio por um bom tempo, até que ele colocou a mão dele em meu ombro. Sua mão estava quente e meu ombro estava frio.

–Você não quer me contar o que aconteceu? Alguém te machucou? -Ele perguntou preocupado. Eu balancei a cabeça negativamente, sem olhar para ele.

–Então o que ouve? -Ele perguntou, ainda preocupado.

–Não quero falar sobre isso. -Minha voz saiu rouca e fraca.

–As vezes desabafar é o melhor remédio... Mas entendo se não quiser falar nada. -Ele disse e eu assenti.

Ficamos aproximadamente mais um minuto sem falar nada, ele não estava mais com a mão em meu ombro e então ele suspira.

–Vem, não podemos ficar por mais muito tempo, você deve estar com frio. -Ele disse levantando-se. Ele foi até minha frente e me estendeu a mão. Eu o olhei, ainda com as lágrimas no rosto.

Antes de levantar passei minhas duas mãos no rosto tirando as lágrimas e passei meu pulso -esquerdo- virado abaixo do nariz.

Sem olhar para cima, dei minha mão direita para Andrew e me impulsionei para cima, levantando-me.

–Obrigada. -Eu disse com a voz ainda entre-cortada. Nós já estávamos caminhando.

–Não há de que. -Ele disse e fez uma pausa. -Sabe... Será que você podia.. É.. -Ele estava falando tudo tão... Ah, sei lá, parecia que estava gaguejando.

Virei-me para ele.

–O que? -Perguntei curiosa.

–Não contar para as garotas que nós nos conhecemos hoje, sabe, eu só iria conhecer vocês amanhã.. -Ele falou e eu assenti.

–Tudo bem. eu também não ia sair correndo por ai dizendo que eu te conheci primeiro que elas. -Dei de ombros e voltei a andar. Ele pegou meu pulso e eu parei.

Voltei-me para ele.

–Você é a Rafaela. Estou certo? -Ele perguntou e eu assenti.

–Nos vemos amanhã. -Eu disse e sai 'correndo' para o castelo.

Quando deitei-me na cama acabei adormecendo.

No dia seguinte, acordamos cedo pois o príncipe estaria no café da manhã. Era seis horas quando minhas criadas, ou melhor quando Luci, Lizzi e Day me acordaram. Coloquei um vestido muito lindo que elas haviam me dado e depois fomos para o salão das mulheres.

Ainda não havia muitas das garotas lá então pude fazer meu cabelo e maquiagem tranquilamente. Quando terminei me olhei no espelho... Eu estava realmente bonita.

Pude sentir olhares por minhas costas, eu não iria me importar.

Então Renata entra na sala com um vestido curto, verde, e me vê.

–Ah não, Rafaela. Assim não vale! -Exclamou.

–Ein? -Perguntei enrugando a testa.

–Você está linda! -Exclamou novamente. -Argh, vem, me ajuda aqui. -Disse ela sentando-se de frente para o espelho, onde nos penteávamos e nos maquiavamos. Ajudei ela a fazer seu cabelo, fizemos uma trança embutida e passamos uma maquiagem básica.

As sete horas nós saímos todas juntas para o salão onde ficava a sala de jantar. Todas nos sentamos na enorme mesa que havia no local e ficamos esperando a família real chegar.

Eu estava nervosa pelo fato de que conheci Andrew na noite anterior e acabei sendo mal-educada. Queria me desculpar...

E então quando vejo a porta do salão se abre, as garotas se levantam e eu olho para o lado... A Familia real chega, eu me levanto e faço uma reverencia junto com as Selecionadas.

America e Maxon vem a frente e logo atrás deles está Andrew.

Depois de fazermos a referencia nos sentamos novamente. Andrew passou olhando para cada uma de nós, eu era uma das últimas... Quando ele me viu, sua boca formou um pequeno sorriso e então eu pude ver que não tinha sido tão mal-educada assim.

Ergui um pouco meus lábios em um sorriso sem mostrar os dentes, e então estava tudo o.k

Depois de ter falado com os pais, Andrew sentou-se na mesa em que as Selecionadas estavam, eu estava de costas para a parede e ele ficou de costa para seus pais... Consequentemente ficamos próximos um do outro e nossos olhares se encontravam.

Eu não sabia o que pensar sobre o que ele estava pensando de mim.

A comida estava realmente muito boa, havia bolo de nata com morango! Meu preferido! Vocês não tem noção do quão bom estava aquilo.

–Estão gostando da comida? -Perguntou Andrew.

Todas concordaram e a Renata tinha que soltar alguma piadinha.

–Está realmente uma delicia, a Rafa está devorando o bolo de morango. -Comentou ela e eu senti vontade de esgana-la ali mesmo. Mas não fiz, apenas sorri e disse:

–É o meu preferido. -Disse e dei de ombros.

Pude ver Andrew sorrindo pelo canto do olho.

Qual era o problema dele?

–Bem, devo admitir que é um dos meus preferidos também. -Ele disse dando de ombros, mas seu sorriso ainda estava no rosto. -A propósito -Ele disse depois da pausa. -Hoje a tarde vou chamar algumas de vocês, preciso conhece-las melhor. -Ele falou e deu um sorriso.

Antes de sairmos do salão a família real saiu e então fomos cada uma para seu quarto.

Meia hora depois, quando eu estava lendo, Luci - que até então estava fora do quarto - entrou sorrindo e com um bilhete em mãos.

–É um bilhete para você, Rafa. E é do Príncipe. -Ela disse contente.

Peguei o bilhete pequeno que estava dobrado e li:

''As duas e meia no jardim, onde nos vimos ontem.'' Devo confessar que fiquei confusa, ele não havia dito para mim não falar a ninguém sobre ontem?

Franzi a testa.

–Você leu? -Perguntei olhando para Luci.

–Claro que não, senhorita. -Disse. E eu suspirei.

–O.k... Mas, pelo amor, Luci!Não me chame de senhorita! -Exclamei e ela assentiu.

–Rafa, você vai ter um encontro com o príncipe? -Perguntou Lizzi e Luci a olhou com um olhar repreendedor.

–Não, tudo bem. -Falei para elas. -E... Bem, acho que sim. -Respondi a pergunta de Lizzi.

–Ai meu Deus! -Exclamou Day.

–Precisamos de um novo vestido... -Disse Luci correndo para o guarda roupa.

Fiquei meio confusa por uns segundos.

–Não! -Exclamei quase gritando. -Vou continuar com este, eu amei-o. -Falei me sentando na cama e pegando meu livro de volta.

–Tem certeza? -Perguntou Lizzi.

–Sim, tenho. -Falei. -Que horas são? -Continuei depois de uma pausa.

–Duas horas. -Respondeu Day.

Respirei fundo. Faltava meia hora.

–Tudo bem... Me avisem quando for Duas e vinte. -Pedi e elas assentiram.

Fiquei matando o tempo lendo meu livro.