Quando eles chegam ao local ouve-se um suspiro de alívio de todos. Ou pelo menos quase, pois Sabrina quase soltou um grunhido.

Andrew levou Rafaela para se sentar ao lado de Renata, que agora havia parado de chorar. Elas ficaram conversando até que Rafaela decide ver o soldado Fletcher que estava com as pernas esticadas, sentado no chão.

–Tudo bem? -Ela pergunta.

–Está melhor, sim. -Ele responde com um pequeno sorriso.

–Que bom. -Ela sorri e senta-se ao seu lado.

Enquanto isso, Andrew vai até uma garota que está com o rosto todo vermelho de choro e vai até ela.

–Está tudo bem, querida? -Pergunta ele com uma voz calma.

A garota apenas assente.

–Você quer uma água? -Pergunta o príncipe novamente.

A garota apenas assente. Andrew levanta e pega uma garrafa d'água, ele vai até a garota e senta-se ao seu lado. Ele abre a tampa e diz:

–Tome. -Ele estende a garrafa e a garota a pega e da um gole.

–Obrigada. -Ela diz, agora não estava mais com a voz embargada e poderia falar normalmente em um sussurro. A Selecionada estava envergonhada por estar chorando tanto a ponto de chamar a atenção do príncipe por isso.

E então ouve-se um estrondo.

Todas as garotas começam a chorar novamente, ou quase todas.

–Eu já volto. -Rafaela disse a Fletcher e então saiu correndo e se ajoelhou ao lado de uma garota que começou a chorar desesperadamente. Ela conversou um pouco com a garota, fazendo-a parar de chorar.

Andrew ficou boquiaberto com a atitude dela, porque fora se apaixonar pela mais difícil?

Espera, ele pensou em se apaixonar?

Andrew nem sabia mais o que sentia sobre aquela garota, que estava indo a uma garota próxima dele. Andrew deixou a Selecionada que estava chorando antes e passou por Rafaela. Ao sussurrar em seu ouvido, disse:

–Pegue água e dê à elas. -Rafaela sentiu um arrepio correr pelo seu corpo e então assentiu, meio desnorteada.

Seguiu reto até encontrar as águas e pegou. Foi até a garota e entregou a ela. Foi assim por um bom tempo até finalmente tudo acabar.

Eram seis e meia quando tudo terminou e as sete Andrew falou:

–Queridas, tenho que lhes informar que se alguma de vocês quiser sair depois de tudo oque ocorreu hoje, não irei impedi-las. Sintam-se livres para fazerem suas escolhas. Nos encontramos mais tarde, para o almoço. Podem voltar aos seus quartos. -Ele diz, sem ânimo. Aliás, quem teria ânimo depois de tudo o que ocorreu?

As Selecionadas saíram. Ao percorrerem o percurso até os devidos quartos elas viram cacos de vidro por tudo quanto é lugar, cadeiras tombadas, mesinhas de centro de madeira tombadas, pétalas das flores dos vasos esmagadas no chão... Um caos.

Rafaela foi para seu quarto. Mas ficou por pouco tempo, ela se sentia uma inútil ali.

Desceu as escadas e encontrou Daiana limpando o chão. Sem hesitar ou questionar pegou uma vassoura que estava encostada na parede.

–Largue isso! -Daiana gritou e fez Rafaela dar um pulo.

–Não. -Disse a Selecionada.

–Rafaela!

–Sai, Daiana. Deixe-me ajudar.

–Não, você não pode.

–Tem alguém aqui pra me impedir? Não, então eu vou.

–Eu estou aqui.

–Você não conta. Aliás, você tem que fazer o que peço e eu peço pra deixar-me te ajudar. -Ela realmente detestava isso, usar a sua 'pouca' autoridade. Você tem que fazer o que eu peço parece coisa daquelas garotas nojentinhas que ela não suporta.

Por fim, Daiana deixou de tentar e continuou limpando o chão enquanto Rafaela o varria.

E então o Rei Maxon e a Rainha America chegaram bem na hora em que Rafaela e Daiana estava discutindo porque Rafaela havia terminado de varrer e queria ajudar a esfregar o chão. Que coisa de gata borralheira!

Os reis trocaram um olhar e sorriram.

–Nem preciso te dizer de quem isso me lembra, não é? -Perguntou Maxon para América que sorriu.

–Quem lembra o quê? -Andrew chegou perguntando. Maxon e America olharam de Andrew para a cena de Rafaela e Daiana.

–Oh. -Ele diz e sorri.

–Acho melhor você ir falar com ela antes que Cida veja. -Diz Maxon.

–Ah, nem me fale. Ela quer que eu ponha um vestido vermelho hoje, daqueles que nem dá para respirar. -Diz America colocando a mão no rosto e balançando a cabeça em negativa. Ambos riem e Rafaela derruba a vassoura no chão ao se virar para trás e ver o Rei, a Rainha e o Príncipe!

O queixo de Rafaela caiu e logo ela fechou a boca, ficando corada.

–Perdoe-nos, majestade. -Diz Daiana, pelas duas já que Rafaela não conseguia dizer um 'a'. Daiana fez uma reverência e Rafaela a observou atentamente para tentar fazer igual Não havia se acostumado com isso, ela não fazia com Andrew. Eram próximos de mais para tal formalidade.

De Daiana, os olhos dos reis foram para Rafaela. E Andrew não tirava os olhos dela, se divertindo com a situação.

Rafaela olhou para baixo sentindo-se ficar mais corada ainda e quando foi começar a reverência a Rainha a interrompeu.

–Tudo bem, querida. Eu era igualzinha a você. -E sorriu. Rafaela a olhou espantada.

–Idêntica. -Maxon concordou. -Você... Você só não chutou as partes baixas do meu filho ainda, não é? -Maxon falou interrogativo e depois riu, junto com America e Andrew que não conseguiu conter o riso.

–Não pai. -Andrew falou sufocando outro riso.

–Bem, se prepara. -Maxon alertou Andrew que não aguentou e soltou uma gargalhada. Linda e perfeita para os ouvidos da Garota, que sorriu.

–Vamos, Maxon. Tenho que ser sufocada pelo vestido da Cida, lembra? -Falou América. Maxon assentiu e eles se despediram.

Andrew aproximou-se de Rafaela que mantinha os olhos nos dele.

–Você tem que largar isso antes que Cida a pegue. -Disse Andrew perto, muito perto, da garota. Daiana havia se retirado do recinto e ido para o outro salão, limpá-lo.

–Não me importo. -Rafaela deu de ombros.

–Mas tem, pelo menos nisso. -Ele pediu.

–Ou você vai o quê? Me mandar embora? -Ela interrogou, dando um passo para trás, assim não ficava tão próxima dele.

–Lá vem você de novo com isso. -Resmungou.

–Ninguém mandou você mexer nas minhas coisas! -Ela se indignou.

–Você devia ter me contado! -Maxon falou, também indignado. Ambos estavam exaltados.

–Contar oque exatamente? -Interrogou

Maxon grunhiu e a pegou pelo braço.

–Onde vamos? -Perguntou com um tom ainda indignado.