Lá estava ele, o ruivo encarando com os olhos cheios de lágrimas, aquele envelope. Ren já perdera a conta de quantas vezes tinha relido aquelas palavras:

"Ola! Você ama demais uma pessoa não é? Bem, então mate-a ou senão matamos você!"

Era verdade. Depois de ver aquele macabro homem, não era tolo a ponto de duvidar. Mas mata-la? Mesmo?

"Não! Não" - Ren pensou, afastando a imagem que ficava cada vez mais forte em sua mente: o corpo, morto de Kin...

---Enquanto isso---

A garota liga o chuveiro e entra debaixo da água quente, com as mãos tremendo. Kin, não estava nervosa pensando em mata-lo: ela nunca faria isso...  Ela estava nervosa por não saber como encarar uma pessoa que faça ela perder a vida... como um sacrifício.

"Por ele... Eu morro..." - ela pensou, cantarolando embaixo do chuveiro, enquanto a água caia pelo seu corpo. -" Tudo bem..." - ela forçou um sorriso e continuou se lavando. Escondendo suas lágrimas por baixo da água do banho.

A garota parou.

-Eu me matarei por ele? - murmurou, fechando o chuveiro atrás dela. A garota de cabelos negros olhou para seu reflexo no espelho, e encarou sua face pálida. - Não... não! 

E um sorriso sádico tomou conta de sua expressão...

Kin, pegou uma toalha, e andou até a cozinha. Ao chegar lá, abriu violentamente a gaveta, e pegou uma faca afiada. Os olhos dela encaravam a lamina que dançava em suas mãos.

E o sorriso se alargou.

A garota, caminhou até seu quarto e colocou as primeiras roupas que viu. Depois sentou-se na cama pegando seu celular.

¨Número do Ren.... Número do Ren" - ela procurava o número em seu telefone até encontra-lo. - "Discar!"

---Enquanto isso---

Ren olhava para o chão, pálido. Sua mente vagava entre a sanidade e a completa loucura. 

Até que o celular do garoto tocou. E aquela voz o salvou de ficar doido. Ou melhor, por uns instantes.

-Ren? - perguntou a voz de Kin. - Sou eu, posso passar ai na sua casa?

-Ah! K-kin! - ele gaguejou. E aos poucos sua pele foi voltando a ficar da cor normal. - Pode... 

-Tah! - interrompeu a garota, desligando o telefone logo em seguida. (No mesmo instante, ela se levantara e pegara a tão hipinótica faca, se dirigindo para a casa de seu tão amado namorado.)

Ren, se levantou e começou a correr até sua casa. Tinha que arruma-la. Enquanto corria, ele deixou sua mente se desviar quase esquecendo da caixa negra que ele segurava entre as mãos.

"Nos vamos estar sozinhos..." - o rosto do ruivo corou, e ele sorriu. - " Nos dois, sozinhos... em casa..." - o fato era, que os pais do garoto tinham viajado, então a casa era só deles. E tanto eu quanto você leitor, sabe o que significa uma casa vazia para dois namorados...

Ren sorriu esquecendo da frase macabra do envelope.

E Kin também sorriu, repassando cada palavra daquela frase em sua mente.