Totalmente Humana? escrita por Ana Mercedes


Capítulo 12
Cavaleiro das Trevas


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura...



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Afastei-me do aperto de Jared, mas ele me segura firme, empurro mais forte e ele me libera, mas com uma mão no meu braço. Olhei pra Burns. Ele estava sorrindo, totalmente como um anjo negro, como li em alguns livros dos humanos. Ele estava com uma coisa em sua mão, mostrando a todos. Que fez todos pararem. Jeb estava com o rifle na mira. Foi olhando mais concentrada no objeto que Burns trazia na sua mão foi ali que percebi. Uma bomba. Horror e choque tomaram conta de mim.

“Por favor, pare!” gritei, indo em sua direção.

“Paro com todo o prazer Peregrina. Afinal, humanos vivos são mais lucrativos que os mortos” ele disse com a maior frieza possível. Senti Jared se enrijecer do meu lado. Queria dizer algo pra ele. Mas se falasse algo, podia estragar tudo. Pense, pense em algo. Algo pra livrar minha família da morte. Rápido! O que Burns queria mais que os humanos?

“Burns, quero te oferecer um acordo” foi á primeira ideia que me veio na cabeça.

“Estou a ouvir”– disse. Estreitou seus olhos. Buscando alguma mentira. Não minto.

“Deixe os humanos em paz... Quero dizer, sem leva-los a justiça das almas...melhor que um humano encontrado para ser salvo, é uma alma pra ser salva, então...me leve! Para a justiça das almas, aposto que você ganhara mais credito com isso” como me sufocava dizer essas palavras. Segurei pra não chorar. Concentre-se Peg.

“Hum, ideia interessante, mas duvido que os humanos a deixe assim tão livremente” ele gesticulou em volta, segui seu olhar. Atrás de mim pareciam estatuas de tão brancas.

“Não iremos mesmo” Jeb

“Nunca deixaremos isso acontecer” Jared.

“Só por cima do meu cadáver” Ian.

Todos furiosos.

“Por favor, vamos conversar Burns, tudo pode se resolver tranquilamente” disse Cindy.

“Não seja tola, tudo esta acabado, estamos acabados” disse Carlos.

“Maldita hora que encontramos você Burns” – disse Evan.

“Vocês podem ficar o dia todos reclamando, mas eu não, quer saber do que mais? Aceito sua oferta Peregrina. Você será um ótimo premio pra todos no Congresso. Venha comigo” ele ofereceu sua mão. Quando ia levantar a mim. Ouvi um grito.

“Não, Peg, por favor não” Jamie, soluçava de tanto chorar. Abraçando-me pela cintura. Melanie atrás. Chorando. Sem forças de me afastar dele. Abracei lhe por um instante. Depois o afastei. Abaixei para olhar em seus olhos.

“Não tenho outra escolha e além do mais, vocês estarão salvos. Amo você” disse “Mas prometo voltar!” sussurrei só pra ele ouvir. Ele assentiu. Abracei lhe mais forte. Queria ter podido voltar ao tempo e ter dado mais abraços em Jamie. Cada dia ele cresce mais. Sempre corajoso. Como a sua irmã. Melanie e seu espírito indestrutível.

Posicionei-me ao lado de Burns. Todos olhando e chorando em volta. Ele passou o braço na minha cintura. Queria afasta-lo pra longe. Mas deixei. Estava ocupada demais. Memorizando pela ultima vez esses rosto na minha vida. Foquei em um principalmente. Ian.

Como poderei viver sem ele? Sem todos aqui? Não sei como, mas tenho que voltar!

Burns foi abrindo caminho entre eles. Com a bomba na mão e a outra me puxando pelo braço. Fixei em não cair. Mal conseguia ver um palmo na minha frente. Meu cérebro estava desolado. Meu coração quebrado. Estou deixando minha família. Para o bem deles. Chegamos á garagem. Fui em direção aos caminhões. Burns puxou meu braço.

“Por onde pensa que vai?” disse. O que ele esta planejando?

Ele foi para um lado da garagem, obscura, onde não tinha quase nada, só restou um pano jogado em alguma coisa insignificante na parede. Burns foi em direção a esse amontoado. O que é isso? Ele tirou a lona, foi ai que vi, era uma moto de rastreador. Prata, a cor preferida de nos almas. Referindo a nossas áureas pratas. Do seu lado uma bolsa com um revolver dentro.

Fiquei apenas observando. Como foi que não reparamos nisso antes?

“Os humanos tem o sono pesado, sabia? Da pra ir a cidade e voltar, mas você deve saber disso, melhor que eu” ele respondeu a pergunta que não fiz.

Fechei o rosto, escondendo as lagrimas que estavam vindo. Cruzei meus braços. Vou conseguir tempo. Ele arrastava a moto para a saída. Olhei pra trás. Meu lar, aquele era sem duvida meu lar. E sempre será. Ian, meu Ian... As lagrimas vieram. Senti um aperto forte no meu braço me erguendo do chão. Burns.

“Vamos embora daqui. Você vem comigo, devia ficar feliz Peregrina. Voltará pra casa” disse ele. Quando parou em frente da moto.

“Suba!” ordenou ele.

Olhei pra trás. Se eu correr pra caverna certamente conseguiria me esconder, ele não sabe o caminho mesmo. E com isso levaria ele pra água fervente. E assim acabaria tudo isso. Olhei pra ele, porém ele olhava a entrava da caverna.

“Não faça isso” uma voz vinha do escuro. Dei um passo á frente e finalmente vi. Era a Mandy com a Sunny atrás.

“Faça-me parar” ele apontou o revolver pra elas.

“Somos da mesma espécie, como você disse” disse Sunny.

“Mas vocês não me interessam, como prova só me basta uma. E alias vocês só serão uma das punidas pelo Congresso” ele me puxou.

As lagrimas estavam deixando a visão ruim. Meu corpo parecia que pesava uma tonelada.

O Congresso que ele se refere é as nossas cincos maiores almas ,chamados também de os “cincos pilares” da sociedade. Foram eles que determinaram o ataque a Terra. São as almas mais importantes pra nós. Definitivamente são eles que dão a ultima palavra, sobre qualquer assunto. Mas nunca uma alma viu lhes. Bom, sempre que iam ver eles, nunca voltavam pra contar. Eles tomavam o corpo de uma determinada espécie. Aquela que mais se aproximava do seu caráter. Nos termos humanos: Reis e Rainhas.

Olho pra Burns. Ele buscar algo em sua jaqueta. Uma injeção. Tente me virar pra correr ou pelo menos gritar. Mas antes mesmo que qualquer som saísse. Ele aplicou em meu pescoço. Vi tudo se movendo, o chão parecia que ia se tornar parede e a parede o teto. Meu corpo ficou flácido. Socorro.

Ele atirou alguns tiros na direção de Sunny e Mandy que se encolheram. Mas não era pra acertar elas, era só pra se afastarem. Ele pegou meu corpo inerte, subiu na moto e puxou para ele. Tentei ordenar meus movimentos, mas o máximo que pude fazer foi respirar. Não quero morrer. Só isso que vinha a minha mente. Minha mente rodava. Acelerando a moto e não saindo do lugar, fazendo a poeira subir o mais alto possível. Ele ria. Glorificando pela sua vitória. Por fim ele soltou o freio e a moto foi pra frente. Parecia que meu cérebro estava a mil enquanto meu corpo desligando. Ouvi de longe ,um grito que fez tudo no meu corpo tremer:

“PEREGRINA”

Ian. Sempre meu Ian. Meu. Adeus meu amor.


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Notas finais do capítulo

n/b: Acho que não gostaram né? kkkk comentem logo tem mais
beijo



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