Inalcanzable escrita por Duda


Capítulo 42
Capítulo 40 – Parte I


Notas iniciais do capítulo

Eu li todos os comentários, meninas, desculpem, desculpem, mas era necessário para a história ué.

Este capítulo contém duas partes.

Boa leitura.



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15 de Dezembro – Domingo

Angeles acordou extremamente ofegante e com os olhos marejados. Estava deitada em uma maca num canto do hospital. Pablo e Fran estavam parados ao seu lado, ela sentou-se, olhou-os e começou a chorar. Fran a abraçou.

– Eu tive um pesadelo horrível – Angie falou chorando – O German levou um tiro e... e... morreu, eu estava diante do caixão dele e eu nunca senti um vazio tão grande em toda a minha vida, parecia que, enquanto o caixão dele descia, estavam sugando a minha alma – Ela chorava desesperada. Ficou um tempo abraçada com Fran até as lágrimas cessarem. Ela afastou-se e olhou ao redor – Digam que foi apenas um pesadelo – Pablo e Fran entreolharam-se. Angie olhou para o chão e lembrou-se da noite anterior, lembrou-se do semblante quase sem vida de German e lembrou-se de vê-lo fechar os olhos para sempre quando estava na ambulância, depois não lembrou de mais nada. Seus olhos voltaram a lacrimejar e ela olhou para Pablo e Fran – O que aconteceu? – Pablo suspirou.

– Leonardo voltou para vingar-se de vocês – Angie passou a respirar pesado, estava tentando não chorar de novo – Ontem ele apareceu na formatura visivelmente alterado mas ninguém preocupou-se até vê-lo erguer uma arma e disparar contra as costas do German. Conseguiram detê-lo a tempo dele não atirar em você – Uma lágrima escorreu pelo rosto de Angie e ela passou a olhar fixamente para o chão – O tiro acertou parcialmente a artéria aorta de German, a principal...

– Eu sei o que é, Pablo – Angie sussurrou e engoliu em seco – Eu posso entender a gravidade da situação – Deixou mais algumas lágrimas escorrerem. Pablo suspirou e sentou-se ao lado de Angie

Os médicos conseguiram suturá-la mas... enquanto ele não acordar, não poderemos saber se o estado dele continua sendo crítico ou não – Angie suspirou e começou a chorar silenciosamente.

Eu posso vê-lo? – Ela olhou para Pablo.

– Ele acabou de sair da cirurgia, Angie – Fran murmurou – Os médicos o induziram ao coma e ele está respirando por meio de ventilação mecânica – Angie voltou a olhar fixamente para o chão – Você não prefere ir para casa, tomar um banho, descansar um pouco e voltar mais tarde? – Angie negou com a cabeça.

– Eu não vou conseguir descansar enquanto não tiver certeza de que ele está bem – Angie murmurou. Ela respirou bem fundo e continuou: – Eu deveria tê-lo escutado, Pablo – Ela sussurrou e o olhou –, eu não deveria ter desperdiçado cinco anos da minha vida longe dele – Voltou a olhar para o chão – Se ele morrer... Eu já sinto um vazio apenas com a ideia de viver sem ele.

– Ele não vai morrer – Pablo colocou uma das mãos no ombro de Angie – Ora, Angie, você não conhece o homem pelo qual é apaixonada? – Ela o olhou – German é mais forte que um touro – Os olhos de Pablo lacrimejaram e os três sorriram. Aos poucos ficaram sérios e ele continuou: – Ele vai sair dessa, Angie – Pablo suspirou – Uma vez alguém me disse que Deus não nos dá um fardo ao qual não podemos suportar. Todos sabem que você não suportaria ficar sem ele novamente, todos vêem que o amor de vocês transcende qualquer coisa – Angie ficara um pouco mais calma, suspirou e voltou a olhar para o chão. Um silêncio pairou.

– Vamos para casa? – Fran cortou o silêncio e Angie olhou-a – Eu prometo que a trago no momento que você quiser – Angie esboçou um sorriso triste sem mostrar os dentes e assentiu.

Angie foi para a mansão com a Fran e o Pablo. Entrou na casa e visualizou German deixando de tocar o piano para poder olhá-la e abrir um sorriso. Todas as vezes que ela entrava em casa e ele estava tocando piano, ele fazia isso. Angie começou a chorar. Passou em frente ao sofá e parou, pôde vê-lo sentado escolhendo o filme que assistiriam e perguntando a ela qual ela gostaria de assistir. Angie esboçou um fraco sorriso ao lembrar-se que isto também era motivo de discussões bobas e estas, quando aconteciam, terminavam com os beijos mais doces que ele poderia dar. Lembrou-se dos beijos dele e chorou ainda mais. Depois subiu lentamente as escadas sozinha, olhou para a porta do seu quarto e engoliu em seco, caminhou ao quarto da Violetta. Olga estava sentada ao lado da cama e León estava deitado com a Vilu, que assim que viu Angie, levantou-se e correu para abraçá-la. As duas passaram a soluçar de tanto chorar e abraçaram-se o mais forte que pôde.

– Vai ficar tudo bem, Vilu – Angie falou com a voz entrecortada. León e Olga saíram discretamente do quarto, Angie e Violetta sentaram-se na cama e Angie envolveu um braço no ombro de Violetta. Ficaram um bom tempo caladas, apenas chorando.

– Angie... – Violetta cortou o silêncio quando as duas já haviam parado de chorar –, como ele está? – Angie suspirou.

– Ele passou por uma cirurgia delicada e... agora está na UTI – Violetta voltou a chorar e Angie acarinhou os cabelos dela.

– Ele vai ficar bem? – Mais algumas lágrimas surgiram nos olhos de Angie.

– Os médicos não sabem ainda, Vilu – Angie murmurou. Violetta escondeu a cabeça no ombro de Angie e chorou ainda mais. Angie, por sua vez, abraçou-a bem forte e também chorou.

Angie ficou umas duas horas com a Violetta no quarto, até que esta dormiu. Angie levantou-se com cuidado para não acordá-la e caminhou na ponta dos pés até a porta. Saiu para o corredor e caminhou devagar até o quarto dela e de German. Ela sabia que, nesse momento, aquele seria o pior lugar da casa para se estar e quando parou na porta, colocou a mão na maçaneta, respirou fundo e entrou. Sentiu o cheiro do perfume de German invadir suas narinas. Encostou-se na porta já fechada, começou a chorar e fechou os olhos. Depois abriu-os e passou-os por toda a extensão do quarto. Avistou duas gravatas estendidas na poltrona e uma camisa preta jogada na cama. Lembrou-se de como ele a deixava louca quando vestia-se todo de preto, lembrou-se da cara que ele fazia quando queria enlouquecê-la e do sorriso cafajeste que ele sabia dar mais do que ninguém. Jogou o salto que trazia nas mãos no chão e caminhou lentamente até a cama, pegou a camisa e pressionou-a levemente contra a boca e o nariz, desta forma deitou-se na cama. Passou uma das mãos sobre a cama e chorou ainda mais ao lembrar-se das noites maravilhosas que passaram juntos nessa mesma cama. Lembrou-se do corpo dele e do abraço e dos beijos e do prazer que sentiam juntos e das conversas e do olhar penetrante e do sorriso dele. “O sorriso. Como eu poderei viver sem o sorriso dele se é isto que me dá forças para continuar sempre?”, pensou Angie. Ela ficou um bom tempo chorando e, quando parou, levantou-se e foi para o banheiro. Não era necessário dizer que ela voltou a chorar, não é? Tomou um banho e vestiu qualquer roupa. Sentou-se na cama e ficou olhando fixamente para a porta, imaginando que, a qualquer momento, German entraria com um buquê ou uma caixa de chocolates, sorrindo e dizendo que a ama, como ele já havia feito diversas vezes antes. Pegou seu celular e quando a luz do visor acendeu, ela começou a chorar novamente. Seu papel de parede era uma foto que Violetta havia tirado quando eles estavam na sacada daquele apartamento da praia. German segurava o rosto de Angie carinhosamente, um sorria para o outro e, ao fundo, um pôr-do-sol. Deitou-se na cama e ficou lembrando de tudo o que viveram, até que, ao anoitecer, ela conseguiu, por fim, adormecer.

xxx

16 de Dezembro – Segunda-feira

Angie abriu a porta do quarto bem devagar, entrou e caminhou lentamente até a cama de German. Sentou-se na cama e segurou uma das mãos dele. Ele ainda estava sob ventilação mecânica mas assim que ele acordasse, não precisaria mais ficar com aquilo. Angie olhou-o e acariciou o rosto dele.

Oi – Ela sussurrou – Desculpa não ficar aqui com você, eu fui para casa – Suspirou –, ela está do jeitinho que você deixou – Lágrimas brotaram em seus olhos e ela ficou olhando-o por alguns minutos, continuou: – Por que você está fazendo isso comigo? – Começou a chorar e abaixou a cabeça, continuou segurando a mão dele e a outra levou ao rosto para tentar enxugar as lágrimas. Demorou um pouco, olhou-o e continuou: – Eu nunca deveria ter acreditado quando você disse que tinha certeza de que o Leonardo não faria mais nada contra nós. Você disse que ia nos proteger, a mim e a Violetta, mas quem protegeu você, meu amor? Eu não pude fazê-lo – Angie chorou mais um pouco – Lembra-se quando você me perguntou se eu podia entender como é sentir que perdeu o sentido da vida? – Suspirou – Eu posso entender agora – Pausou – Uma vez você disse que eu era o seu anjo mas, se eu realmente fosse seu anjo, eu teria impedido isto. O fato é que... o anjo sempre foi você. Meu anjo da guarda, meu amor – Angie acariciou os cabelos dele – Eu não quero ser egoísta e pedir para você ficar porque eu preciso de você, eu preciso aceitar se você quiser partir, mas... – ela fungou – eu sei que você não quer partir, eu sei que você quer ficar comigo, você lutou tanto para isso, por que desistir agora? – Angie abaixou a cabeça e suspirou – Desculpa fazê-lo esperar tanto tempo por mim, me perdoa por fazê-lo sofrer com a minha ausência mas, por favor, se isso é um castigo, pare... – Angie voltou a olhá-lo chorando – Meu coração dói ao vê-lo assim e só de pensar em perdê-lo tudo fica vazio dentro de mim – Ela pausou – Lembra-se quando você disse que não aguentaria se algo acontecesse comigo? E, por causa disso, você sempre me protegeu. Agora me diz o que eu faço para aguentar se você partir. – Angie abaixou a cabeça chorando. Depois olhou-o, afastou-se alguns centímetros da cama e deu um jeito de deitar ao lado dele. Encostou a boca no pescoço dele e ficou assim. Soltou um riso abafado, sem que as lágrimas cessassem, e continuou: – Estou lembrando das nossas primeiras vezes... – Ela fungou – Lembra-se o primeiro dia em que nos vimos? Primeiro eu senti medo mas hoje eu percebo que talvez eu tenha me apaixonado por você na primeira vez em que o olhei fixamente nos olhos – Ela sorriu – Eu adorava o seu jeito durão de ser mas eu gostava mais ainda de quando você não conseguia disfarçar o seu jeito meigo e esconder o seu coração maravilhoso, como naquela vez em que, logo no comecinho do ano, você me viu chorar e acariciou meu rosto. Foi engraçado porque depois eu o olhei e você desviou o olhar. Aí eu contei para as meninas e elas ficaram perguntando-se “então quer dizer que ele tem um coração?” – Angie riu – Sim. E é o coração mais magnífico que eu já pude enxergar – Angie ficou séria, algumas lágrimas ainda escorriam – Então veio o nosso primeiro beijo, daquela vez eu não me esqueço nunca – Angie suspirou – Eu o provoquei, mas juro que não com essa intenção, eu jamais imaginaria que você ia me beijar – Angie sorriu – Aí nos afastamos – Ficou séria novamente – e você ficou transtornado, parecia que tinha acabado de cometer um crime. Eu posso imaginar o que passou pela sua cabeça na época, você só estava com medo – Suspirou – Depois você me evitou por um tempo, eu tive que me meter em uma briga para ganhar a sua atenção, isso também não era a minha intenção, e acabei ganhando não só a sua atenção mas também seu cuidado, sua preocupação, sua proteção. Agora eu percebo que desde aquela vez você tornou-se meu anjo protetor – Angie pausou para chorar mais um pouco e continuou: – Você cuidou de mim como ninguém. Da segunda vez que você foi fazer os curativos, eu disse coisas a você as quais eu não tinha direito de dizer, você ficou magoado e muito nervoso. Confesso que fiquei com medo pela sua reação, aí você saiu do quarto, muito mal. Mas eu não queria ficar mal com você, então, no outro dia – Ela sorriu – eu planejei algo com as meninas para fazê-lo ir ao meu quarto. Eu não sei como você caiu naquilo, amor, mas foi engraçado – Angie soltou um risinho e depois ficou séria – Naquele dia eu percebi que nunca mais ia conseguir viver sem o seu sorriso, foi a primeira vez que o vi sorrir e aquilo me encantou. Também foi a primeira vez que eu pude abraçá-lo e, quando o fiz, senti como se nada no mundo pudesse me atingir – Angie sorriu – Engraçado como, depois de tantos anos, eu ainda sinto isso – Angie suspirou e ficou séria novamente – Você vivia repetindo que aquilo era errado, mas não importava, naquele dia eu tive certeza de que o que eu sentia era amor – Voltou a sorrir – Lembra-se de quando nós quase transamos pela primeira vez? Foi quando eu fiquei bêbada no terraço – Ficou séria – Eu sei que você ficou decepcionado naquela vez, amor, eu também ficaria. Acho que eu nunca te pedi desculpas por aquilo – Suspirou, demorou um pouco e continuou: – E quando você disse que me amava pela primeira vez? Foi naquela semana que eu fiquei suspensa e você me levou para a mansão. Meu coração explodiu de felicidade ao escutá-lo dizer que me amava mas depois você disse que não poderíamos ficar juntos. E depois disso você me evitou, até chegar a festa de fim de semestre, a qual dançamos juntos pela primeira vez. Você realmente enlouqueceu naquela noite mas no tempo que passamos juntos naquele salão da piscina, eu fui a mulher mais feliz do mundo – Ela suspirou – E então chegou a vez da nossa primeira noite juntos, nas férias, a qual você me transportou para um outro mundo, uma outra realidade – Angie suspirou de novo – Só você tem essa capacidade, meu amor. A incrível capacidade de me tirar da realidade e me levar para um mundo onde tudo é perfeito – Os olhos de Angie voltaram a lacrimejar e ela o olhou. Ele ainda dormia. Ela começou a chorar novamente – Não me abandona, por favor – Angie levantou-se e parou ao lado da cama, segurou a mão dele, fechou os olhos e depositou um beijo na testa dele. Ainda de olhos fechados, Angie aproximou a boca do ouvido dele e sussurrou: – Você sabe que eu não aguentaria continuar sem você, meu amor, por favor, não faça isso comigo, não me faça viver sem você, não me deixe aqui sozinha – Ela fez uma pausa – Eu te amo.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.

O próximo é REALMENTE o último, meninas, estou escrevendo-o e tentando deixá-lo do jeito que vocês merecem, bjks.



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