Inalcanzable escrita por Duda


Capítulo 15
Capítulo 13


Notas iniciais do capítulo

Estou indignada, meninas, e aqui é o único lugar pra eu expressar a indignação.

Eu to com ódio da Violetta, que decidiu esquecer o sentimento da Angie pelo German e foi contar toda animada sobre o noivado. Merece sofrer, eu espero que o León pise na sua cara, vadia (calma Leonettas, é brincadeirinha). E o German, gente? Ele não lembra mesmo da Angie, cara. Aliás, parece que todos naquela casa decidiram apagar a Angie da memória porque nem o Ramalho ou a Olga comentam mais sobre ela. Gente, que merda é essa? O capítulo 46 foi salvo pela terapia em grupo que foi muito boa e pela Jade (gente, eu adoro a Jade, apesar de tudo). Era só isso.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/403691/chapter/15

02 de Maio – Quarta-feira

POV. Angie

Eu não aguento mais ficar nessa casa. José me faz limpar cada canto da casa como se eu fosse sua escrava e se eu não o fizer ele ameaça me dar uma surra. Não quero chegar na escola com um olho roxo ou uma boca inchada. Quando viemos para casa eu fiquei pensando que talvez, ao menos, pudesse ver o Diego e o Marco mas José não permitiu. Eu estou morrendo de saudade dos meninos, de vez em quando nós trocávamos mensagens mas nada se compara ao contato humano. Eu queria abraçá-los, falar sobre as meninas e contar que eu estou apaixonada... mas que isso não é bom, porque trata-se de um amor proibido. Durante estes dias eu troquei algumas mensagens - porque consegui pegar o meu celular escondida - com a Fran e com a Cami, os pais delas deram uma boa bronca nelas mas não a trataram como uma escrava e nem encostaram um dedo sequer nelas. Eu contei o que havia acontecido e elas ficaram indignadas e preocupadas. Também conversei com a Vilu, ela disse que quase não viu o German direito porque sempre que ele chegava em casa, se trancava no quarto. Eu sei que não vai mais acontecer nada entre a gente mas na escola, pelo menos, eu podia vê-lo quando caminhava pelos corredores. Tudo o que eu mais queria agora era estar com ele sem ter de me preocupar com mais nada.

 Angeles José bateu na porta do meu quarto. – Eu preciso que você limpe uma coisa na cozinha pra mim. – Eu acabei de limpar a cozinha, o que esse idiota fez para sujá-la? A sensação que eu tenho é de que ele faz de propósito.

– O que você fez? Eu acabei de limpar – Eu disse alterada e abri a porta do quarto.

– Não interessa, garota, e não fale assim comigo. – Ele me olhou. Eu bufei e fui limpar a cozinha. Ele sentou-se no sofá da sala com uma cerveja em mãos. Quando eu terminei de limpar, ele inclinou um pouco a garrafa de cerveja, derramando no chão. – Ups, acho que tem mais coisa para você limpar. – Ele forçou um sorriso e eu olhei aquilo indignada.

– Quer saber? – Eu joguei o pano na mesa da cozinha. – Eu não vou limpar, eu quero que você se dane. – Eu disse alterada. Ele se levantou do sofá, bem sério. – Você não é tão incapaz ao ponto de não conseguir limpar a cerveja que você derramou. – Ele se aproximou de mim e mais uma vez eu tomei um tapa. Minha reação foi socar sua barriga e sair correndo para o meu quarto.

– VOCÊ VAI SE VER COMIGO, SUA VADIA. – Ele saiu correndo atrás de mim. Eu entrei no quarto e fechei a porta, ele a abriu com tudo e veio para cima de mim. Eu dei um chute em suas bolas que o fez urrar de dor e cair no chão. Eu peguei o meu celular e saí correndo. Eu não sabia ao certo para onde ia, estava com a respiração rápida e pesada. Liguei para os meus únicos amigos e nada. Eu não sabia a quem recorrer e então me veio na cabeça a única pessoa com quem eu me sinto realmente protegida.

Ligação On

– Vilu – À essa altura eu já estava a mais de 100 metros da casa do José de tanto que eu corri, já estava de noite e eu estava morrendo de medo.

– Angie, o que aconteceu? Por que está ofegante? Onde você está?

– Vilu, eu preciso falar com seu pai. É urgente. – Eu comecei a chorar. – Depois eu te explico o que aconteceu.

– Tudo bem, Angie, vou passar para ele. – Eu esperei alguns minutos até ele atender.

– Angeles. – Ele disse firme.

– German, por favor, vem me buscar. – Eu disse com a voz embargada pelo choro. – Por favor. Eu... Eu prometo que não fico mais na sua cola, mas por favor, vem me buscar.

– Calma, calma, eu vou. Onde você está? – Eu olhei em volta e li o nome da rua em voz alta. – Tudo bem, eu sei onde é. Eu estou indo, não sai daí.

– Tudo bem. – Ele desligou o celular.

Ligação Off

POV. Off

German saiu correndo de casa, saiu furioso pensando no que aquele homem havia feito com a Angie, com a sua Angie. Quando chegou na rua em que ela falou, a encontrou parada na esquina, chorando. Parou o carro em frente a ela e fez sinal para ela entrar no carro. Quando ela entrou, ele a abraçou com força, ela o fez também.

– Desculpa incomodar, German. – Ela disse chorando.

– Tá tudo bem. – Ele disse afastando-se para olhá-la. Limpou as lágrimas dela e acariciou-a. – Você não incomoda. – Angie deu um fraco sorriso e continuou chorando. – O que ele te fez, Angie? – German disse, abraçando-a de novo. Angie contou o que José fez.

– Se eu continuasse lá, ele ia me bater, German, eu não podia ficar lá. – Angie disse por fim e afastou-se do abraço para olhá-lo. – Eu juro que tentei ligar para os meus amigos antes de chamá-lo mas não consegui falar com nenhum deles. – Ela disse, ainda chorando. German acariciou o rosto dela, olhando-a sério. – Eu sei que você está bravo comigo e não queria me ver mas eu só pensei em você.

– Eu não fiquei bravo, Angie, eu fiquei decepcionado, mas por pouco tempo, quando eu vi como seu pai era, a única coisa que eu queria fazer era protegê-la. – Ela ficou surpresa e parou de chorar. German sorriu e deu um selinho demorado em Angie.

– Me tira daqui, por favor. – Angie disse após o selinho.

– Tiro, meu anjo. – German acariava-a. – Só que ninguém vai poder saber que você está na escola, até sexta. – Ele olhou-a sério. Ela não poderia ficar na escola porque ele a havia suspendido e se os alunos a vissem por lá, com certeza ele teria problemas por isso.

– Não tem outro jeito? – German pensou um pouco. Tinha uma ideia na cabeça mas sabia que não era certo.

– Eu posso te levar pra minha casa, – German suspirou – a casa onde eu e Violetta ficamos nos fins de semana. – Angie sorriu – Mas eu não vou ficar lá com você. – Angie parou de sorrir mesmo já sabendo que ele não ia ficar.

– Tudo bem. – Angie murmurou. – Eu sei que você não pode. – E abaixou a cabeça.

Isso cortou o coração de German. Ele levantou o rosto de Angie e beijou-a calmamente. Ela colocou as mãos no rosto dele para acarinhá-lo e ele afagava o cabelo dela. Aquilo podia ser proibido perante a sociedade mas ninguém podia negar que aqueles dois tinham uma química forte. Terminaram o beijo com selinhos. Angie esperava que ele dissesse algo mas ele não disse. Deu partida no carro e rumou a sua casa. Na metade do caminho, Angie ligou o rádio e sorriu para German. Estava tocando uma música italiana, a qual tinha um trecho que significava “Desculpa se te amo”. Ao terminar a música, Angie abaixou o volume e sussurrou olhando para German:

– Scusa se ti amo. – Ele olhou-a sério. Seu coração quis sair pela boca, ele só não sabia se por estar feliz ou por saber que isso não deveria ter acontecido. Inevitavelmente abriu um sorriso radiante que Angie nunca vira antes. Ela sorriu de volta. Apenas aquele sorriso dera a certeza que ela precisava de que o que ele sente é recíproco. Ele olhou para frente, ainda sorrindo e ela ficou olhando-o.

– Chegamos. – German disse após uns 15 minutos. Ela olhou surpresa para a casa, era uma senhora casa, uma mansão. Ele riu ao notar a cara dela. – Vem, vamos entrar.

Entraram e Angie ficou ainda mais maravilhada com a parte de dentro, era realmente uma casa linda. German ligou para a Violetta para dizer que ia demorar um pouco para ir para lá e Angie aproveitou para falar com ela e tranquilizá-la. German apresentou cada cômodo da casa e, por último, o seu quarto.

– Você pode ficar aqui, se quiser. – German sorriu, Angie deitou na cama e cheirou o travesseiro que havia ali.

– Hm, cheiro de German, eu vou delirar assim. – Angie disse sorrindo e German riu. Ele ficou olhando-a de pé por alguns minutos.

– Eu preciso ir, Angie. – German disse suspirando.

– Fica um pouco comigo. – Angie acendeu a luz do abajur que ficava ao lado da cama. – Apaga a luz. Deita comigo, só um pouco.

– Eu não po...

– Tudo bem, tudo bem, eu já sei o que vai dizer. – Angie disse suspirando. “Que mal tem, German?”, ele pensou. Caminhou até a cama e deitou-se ao lado de Angie, virado para ela. Ela virou-se para ele.

– Eu fico um pouquinho. – German sussurrou e Angie sorriu. Ela acariciou o rosto dele e ele fechou os olhos.

– Eu não vou te acordar se você dormir. – Angie sussurrou.

– Minha mente está agitada demais para eu conseguir dormir. – Ele abriu os olhos e deu um fraco sorriso.

– Pensando em que?

– Em você... Em nós... No que eu estou fazendo... No quão errado isso é... – German suspirou – E no quão grande é a minha vontade de fugir com você para qualquer lugar onde ninguém possa nos encontrar. – Ao dizer isso levou a mão ao rosto dela para acariciá-la.

– Você não consegue parar de pensar que isso é errado, não é? – Angie murmurou.

– Não. – Fez uma pausa. – Eu te amo como pensei que nunca mais ia amar alguém de novo, eu não consigo evitar amá-la, Angie, – Angie sorria com os olhos marejados. – mas eu também não consigo evitar pensar que isso é errado, que não deveria ter acontecido, que nós... que nós... nunca vamos poder ficar juntos. – Angie fechou os olhos, deixando uma lágrima cair. German puxou o corpo de Angie para mais perto do seu, a abraçou e a fez deitar a cabeça em seu peito. Ele deixou uma lágrima escorrer.

– Nem de vez em quando e escondido a gente vai poder ficar junto? – Angie disse.

– É perigoso, meu amor. – German murmurou. Ficou um silêncio.

– E o que faremos? – Angie perguntou erguendo a cabeça para olhá-lo. German demorou um tempo para responder.

– Nos afastaremos. – German disse com a voz embargada, aquilo estava sendo tão difícil para ele o quanto estava sendo para ela. Angie voltou a deitar a cabeça em seu peito e deixou cair mais umas lágrimas.

Ficaram assim, durante quase duas horas. Ela deitada em seu peito e acariciando-o por cima da camisa e ele afagando o cabelo e o braço dela. Estavam como dois apaixonados, eram dois apaixonados. Ali, deitados, sabendo que não havia mais ninguém por perto que pudesse descobrir sobre eles e julgá-los, eles puderam sentir uma paz, ainda que passageira. Juntos estavam em paz mas sabiam que aquilo não duraria para sempre, que uma hora ele teria de ir.

– Eu preciso ir, meu amor. – German beijou a testa de Angie e levantou-se. – Ligue para a Camila ou para a Francesca e veja se pode ficar com alguma delas. Eu não queria deixá-la sozinha aqui.

– Tudo bem. – Angie murmurou. Levantou-se e abaixou a cabeça. German se aproximou dela e a abraçou. Angie começou a chorar e German deixou cair algumas lágrimas.

– Eu te amo! – German disse segurando o rosto dela e olhando-a nos olhos.

– Eu te amo! – Angie sussurrou. German a beijou e fez carinho em seu rosto. Talvez tenha sido o beijo mais longo que deram até agora, não queriam se soltar de jeito nenhum, como se tivessem a certeza de que aquilo nunca mais aconteceria. Depois de alguns minutos separaram-se. – Vai, você precisa ir. – Angie sussurrou deixando algumas lágrimas caírem. German a soltou e foi embora. Angie apenas deitou na cama dele, abraçou o travesseiro e chorou. Chorou a noite inteira. Seu coração doía mas ela o entendia e sabia que para ele também não estava sendo fácil. Sabia que esse amor era proibido e sabia que não poderiam vivê-lo em paz. Mas ela continuaria amando-o, até o último dia de sua vida e além, tinha certeza disso. 


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Essa casa do German é a mansão da novela mesmo. É isso, espero que tenham gostado.

E ah, lá em cima eu esqueci de comentar que... NOSSA, o Diego Ramos estava lindo hoje com aquele terno cinza rs, só isso! (homens de terno ♥).



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Inalcanzable" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.