Ruquinha! escrita por Manu Vecce, Mitty


Capítulo 9
Deus da divindade casamenteira


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura!



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Tentei tirar ela de cima de mim, mas não tive sucesso. Ela continuou a arranhar o meu braço com aquelas unhas de vadia. Tentei segurar a mão dela, mas não tive sucesso. Dei um soco no peito dela e ela colocou as duas mãos no lugar. Empurrei ela e a mesma caiu de lado no chão. Chutei a barriga dela assim que eu fiquei de pé, Luca me abraçou por trás me impedindo de continuar a bater na vadia, que saco!

— Me solta, Luca! Deixa eu acabar com essa cachorra — mandei, tentando me saltar dos braços do Luca, mas não obtive sucesso.

— Se você continuar vai acabar matando a garota — gritou Luca, e eu bufei de raiva.

— Você está bem, Elaine? — Alan se ajoelhou na frente da piranha, todo preocupadinho.

— Não... — murmurou entre gemidos.

Alan pegou a vaca no colo, sem olhar pra mim. Não quis saber nem se eu estava bem! Ele é muito cretino! Eu sou a melhor amiga dele, e é assim que ele me trata? Ele caminhou em direção a porta do ginásio, quando a diretora entrou pela mesma e nos encarou.

— O que aconteceu aqui? — eu só acho que a coisa vai feder para o meu lado, de novo.

— Pergunta pra Lily — Alan respondeu. — Posso levar a Elaine pra a enfermaria?

— Pode — a vaca falou e o Alan saiu do ginásio com a piranha ainda em seu colo. A diretora caminhou em minha direção. — Explica o que aconteceu aqui.

— Err... — eu não sabia o que dizer.

— Essa garota aí — o menino intrometido começou a falar. —, provocou a outra menina. E as duas começaram a se espancar.

— Quem veio pra cima de mim querendo me matar? Foi quem, hem? Imbecil — gritei nervosa.

— Lily, quando é que você vai tomar juízo?

— Nem sabia que existia uma bebida com esse nome... — respondi sem pensar.

— Como disse?

— Nada.

— Você sempre está se metendo em confusão! Você não é mais criança, Lily! — abaixei a cabeça, mesmo com raiva, porque assim ela vai pensar que estou arrependida de ter dado uma surra naquela dadeira, o que não estou.

— Diretora, posso levar a Lily pra enfermaria? Ela também apanhou — perguntou Luca, apontando para o meu rosto e braço.

— Pode, Luca — respondeu o demônio. — Assim que a Carla acabar de fazer o curativo nela, quero que os dois venham de imediato para cá junto com os outros dois que estão lá também.

— Ok — Luca respondeu.

Caminhei ao lado do Luca, em silêncio, até a enfermaria. Não consegui conversar com ele, porque eu estou com tanta raiva, mais tanta raiva do Alan, que seria capaz de estrangulá-lo sem pensar duas vezes. Bufei de raiva, quando estávamos chegando perto da enfermaria. O Luca sorriu e me deu um beijo na bochecha.

AÍ MEU DEUS, ELE ME BEIJOU!

Não acredito! Deus da divindade casamenteira, será que ele gosta de mim? Sorri envergonhada e senti minhas bochechas corarem. Posso ser louca, mas ainda sou uma garota como qualquer outra.

Entrei na enfermaria de cabeça baixa e logo recebi o olhar de reprovação da Carla. Eu sei que o que fiz não foi certo, mas a garota provocou também. Alan não olhou para mim nem por um segundo. Ele deve estar me odiando. O pior é ele ficar do lado dessa vaca loira.

— A diretora mandou a gente voltar pro ginásio assim que as duas estiverem com os curativos feitos — avisou Luca, em pé ao meu lado.

— Valeu — respondeu Alan.

Andei até a maca e me deitei na mesma. Fiquei olhando para janela, sem dizer nada. Não estava com vontade de começar uma nova briga, apesar de querer terminar o que foi começado. Estou com tanta raiva, que tenho vontade de gritar e mandar todos tomarem naquele lugar, mas não vou fazer isso. Sou melhor que essa vadia. Não demorou muito e a Carla quebrou o silêncio que estava:

— Pronto, já podem voltar para o ginásio — ela liberou a piranha.

— Obrigado, Carla — Alan agradeceu.

— De nada, meu anjo.

Carla sempre foi carinhosa com o Alan, com a Miranda e com o Fernando. Ela nos conhece desde quando éramos criança, porque ela é amiga da minha mãe. A Carla na verdade é a minha madrinha, mas nem parece, não é?!

— Vem cá, Lily — mandou Carlinha, e eu obedeci.

Luca ficou me olhando enquanto a Carla limpava os machucados e fazia os curativos. Carla estava sorrindo, o que é estranho. Geralmente ela estaria com raiva e querendo me matar. Não consegui resisti e perguntei:

— Por que essa felicidade toda?

— Sabe o Alexandre? — ela perguntou de volta.

— Sim, o que tem ele? — fiquei curiosa.

— Ele falo que tem uma surpresa pra mim — respondeu, com uma voz sonhadora.

— Me convida para o casamento, viu? — ri.

— Você acha que ele vai me pedir em casamento? — perguntou, com um sorriso bobo na face.

—Acho! Você é perfeita, Carlinha — a abracei.

— Sou nada, mas pode deixar que vou convidar você e o Luca para irem no meu casamento, se eu casar — ela corou.

— Estarei esperando o convite — disse Luca e eu sorri.

Carla sorriu para ele e continuou a fazer o meu curativo. Assim que ela terminou dei-lhe um beijo na bochecha e saí da enfermaria. Luca andou ao meu lado até chegarmos no ginásio, onde o povo estava preparando a tinta. Não acredito que vamos ter que pintar o ginásio!

— Diretora, por que você não contrata alguém para fazer isso? — perguntei irritada, chegando perto da vovó do capeta.

— Porque quero que você e os outros encrenqueiros da escola façam algo bom pelo menos uma vez na vida — ela rebateu.

— Mas a Miranda, o Alan e o Fernando não são encrenqueiros e muito menos o Luca! — rebati de volta.

— Mas são os melhores alunos da escola. Eles vão ganhar um ponto positivo no boletim, assim como você e os outros delinquentes — explicou e eu bufei.

— Lily, vem me ajudar aqui?! — pediu Mira, e eu assenti.

O Luca foi ajudar um menino que nem sei o nome ou série. Eu caminhei emburrada até a Mira, que estava com um pouco de tinta no rosto. Comecei a rir e ela me encarou fazendo biquinho.

— Desculpa — tentei segurar o riso.


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