Clarity - Primeira Temporada escrita por Petrova


Capítulo 7
Capítulo 6


Notas iniciais do capítulo

Uooou, as coisas vão melhorar, esperem!



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Foi a pior noite da minha vida. Começou a chover sem parar, o teto uivava para mim como se quisesse me dizer alguma coisa, como se precisasse que eu estivesse acordada. E lá no meu subconsciente eu sabia que isso não era verdade, mas eu jurei ter ouvido vozes, não no corredor ou em qualquer cômodo. O som vinha de fora. Isso tinha sido assustador, mas quando acordei, eu percebi que não passava de uma noite mal dormida e um pesadelo obscuro.

Era meu primeiro dia de aula na minha nova escola... Ou de volta a escola. Eu iria rever Lauren e Suzanna, elas me mostrariam os novos alunos, os antigos que cresceram e as melhores novidades, é por isso que eu não estava completamente nervosa e amedrontada, porque eu conhecia alguém.

Tomei meu café rápido e esperei Megan terminar de se arrumar para irmos juntas. Agora o Saveiro era de propriedade minha, isso foi uma surpresa, ele não era o melhor modelo de carro, mas eu prefiro ele a caminhar pelas ruas frias e estranhas.

Falando em estranho, eu não sabia o que tinha sido aquela troca de olhares entre Maison e o policial Adam. Rick tinha sido educado ao convidar o policial Billy para jantar conosco, mesmo depois de ter recusado por causa da delegacia, mas não havia motivo nenhum para Adam estar aqui, era só alguém novo na cidade, não é? Errado. Adam parecia mais enturmado do que eu mesma já fui, mesmo ter nascido aqui. Adam é o tipo de pessoa que consegue deixar todos observando-o. Não é normal.

Eu estive fora o suficiente para descobrir somente agora que os McDowell se mudaram para Sponvilly no mesmo ano que eu e minha familia saímos da cidade. Certo, isso é normal, alguém se mudar para a cidade, exceto pela parte dos McDowell nunca estarem por aqui quando eu visitava minha família. Nenhuma das vezes, nada, nope! Eu mencionei que eles são da Inglaterra?

– Depois que meu pai morreu, Rebecca achou melhor que eu e meus irmãos viéssemos para Sponvilly para cuidar da antiga casa, a que eles escolheram quando passaram uma temporada por aqui. Maison se lembra disso, não é? – foi nesse momento que verifiquei a olhada secreta deles, apenas naquele momento eu percebi que havia muito mais do que Maison conhecer os pais de Adam.

– Rebecca e Edwin eram pessoas incríveis, me ajudaram muito com a loja, devo muito a eles. – Maison contou.

Por que eu nunca soube dessa história?

– Rebecca voltou para Inglaterra sozinha, nós ficamos aqui, porque gostamos daqui. – ele deu um sorriso casual, o curioso que por mais que esse sorriso seja completamente irradiante e angelical, havia algo em Adam que era obscuro ou... Confuso.

– E onde estão seus outros irmãos? – minha pergunta o pegou de surpresa, como a mim também, eu não a processei direito.

– Estenio trabalha para o prefeito. – ele dá uma pausa sombria, ele parece... Pensativo. – E nosso pequeno McDowell digamos que ainda esteja procurando seu objetivo. – ele dá uma risada forçada, é apenas eu que percebo isso? – Mesmo que ultimamente ele esteja ocupado com essas viagens, faz alguns meses que ele viajou para a capital. – ele ainda é irritantemente calmo e tranqüilo.

– Mas ele está na faculdade. – Isobel disse.

– Ahh, é mesmo, ele de vez em quando esbarra comigo na livraria atrás de alguma encomenda da faculdade. – Rick dá uma garfada no peixe depois de dizer.

– Ah, sim. Ele faz engenharia ambiental. – seu olhar atravessa a mesa e encara os meus, meu coração acelera fortemente no meu peito, mas não é por ser pega olhando-o, é porque isso foi assustador.

– Engenharia é bom. – eu digo suavizando os batimentos do meu coração.

Adam apenas dá um sorrisinho de canto e volta a começar um novo assunto. Curioso é como Maison o segue nos assuntos. Mais curioso do que isso, é Adam não ter tocado no peixe, apenas na salada e mais nada. É tudo que lembro daquele jantar.

– Quando o sinal tocar, eu te acho. – Megan disse antes de se juntar a um grupo de garotas nos seus quatorze anos e saírem rindo em direção a entrada. Antes que eu fique sozinha e pareça uma idiota, eu peguei meu celular e resolvi avisar a Lauren que já havia chegado na escola.

Estou na escola... Cadê você? Me avise, agora! Nina.

Alguns segundos depois, Lauren já havia retornado a mensagem.

Eu estou ouvindo o sermão do meu pai, estou parada na escola também, dentro do carro, ohh, venha me socorrer. É uma Tracker 2009 preta, vaaai!

Eu parei um tempo para rir antes de começar a procurá-la. Não foi difícil, era só ter reparado nos carros com emblema da polícia de Sponvilly e colado ao lado do emblema o nome Billy Muller, policial. Eu corri na direção do carro e bati na porta, eu vi o rosto surpreso do Sr. Muller, e o alivio na feição de Lauren. Ela abriu a porta e acenou para o pai.

– Nós não terminamos moçinha...

– Pai, tem aula e preciso mostrar os lugares para Nina, antes que ela se perca. – seu olhar é dengoso, ela está fazendo aquilo de “cachorro que caiu da mudança”.

Ele aperta o olhar e me verifica.

– Ok, apenas hoje. – ele aponta para Lauren. – Nos vemos em casa, até breve Nathalie. – ele acena para mim antes de Lauren fechar a porta e o Billy seguir o caminho.

– Ufa!

Lauren é da minha altura, cabelo ondulado preto, pele morena e olhos castanhos, ela é magra e já participou do time de ginástica da escola quando mais nova, ela parou quando isso a impedia de conseguir namorados.

– Oh, nossa, é tão bom ter você de novo. – ela sussurra me abraçando como uma criança abraça um adulto, o problema é que eu e Lauren temos a mesma altura.

– Para livrar sua cara? – eu digo depois de um tempo quando nós nos separamos e começamos a andar pelo campo.

– Não seja boba.

Nós desviamos de uns alunos antes de entrar no corredor da escola, completamente cheio e zunidos de pessoas conversando, ao passarmos pela secretaria eu pude ouvir o barulho das teclas de computadores, conversas paralelas, cheiro de café fresco e o barulho de telefones tocando.

– Não conheço alguém mais calmo que o seu pai, Lauren, então, o que você fez para ele?

– Eu te falei sobre o Isaac? – ela pergunta olhando-me.

Eu concordei com a cabeça.

– O garoto bonitinho do time de basquete que você babou o ano passado inteiro? – pergunto fingindo-me de perdida.

Ela me olha feio.

– Tanto faz, mas sim, é ele o jogador bonitinho. Então, nós estamos saindo desde o verão. – uma pausa dramática. – Meu pai ficou sabendo e acha que eu ter dezessete anos não quer dizer nada, porque sempre vou ser a filhinha do papai com doze anos. – ela faz uma careta antes de eu cair em uma risada.

Ela me olha feio de novo.

– Seu pai é hilário. – eu digo depois de um tempo.

– É, deve ser, um maluco também, ele quer que entre mim e Isaac hajam regras que apenas foram usadas no tempo em que meu pai era adolescente, ou seja, muito tempo. – ela parece emburrada. – Isaac é legal, faz esporte e tudo bem que ele não tire as maiores notas da sala...

– Nem as razoáveis. – eu a interrompo.

– Oh, cale a boca Nina. – ela me olha ameaçadora. – Enfim, ele é um cara legal.

– Obviamente, e claro que seu pai vai adorar conversar com ele sobre que tipo de lances ele faz na quadra. – eu não me agüentei, demorei um segundo para esconder a risada.

– Pare de ser má. – ela me empurra fracamente.

– Não estou sendo má, só estou rindo do seu pai e de você.

– Não é você que tem um pai policial e que anda com um revólver no sinto, sorte a sua. – ela diz rapidamente.

Então ela me olha como se tivesse disparado uma bala em si mesma.

– Nina... – ela se encolhe no seu casaco.

Claro que eu não tinha um pai policial, ou um pai com uma arma no bolso, muito pelo contrário, eu não tenho pai. Não mais. E não sei quanto tempo irei levar para superar essa dor monstruosa.

– Eu sinto tanto, Nina. – ela inspira ressentida. – Eu não queria dizer o que eu... oh, sou uma idiota, me desculpe, por favor.

– Está tudo bem, está tudo bem Lauren. – respiro fortemente tentando segurar minhas lágrimas com muito esforço, talvez a mesma quantidade de força que Lauren está tentando não chorar também.

– Você vai ver, vamos passar por cima de disso, vamos ficar juntas, confie. – sua voz é fraca, mas ela interrompe este momento com um abraço forte.

É tudo que eu preciso.

– Obrigada. – sussurrei de volta. – Vamos falar de outra coisa, qualquer coisa.

– Nós temos aula de história agora. – diz, um pouco indecisa, mas agradeço pela mudança de assunto.

– Ok, e onde está Suzanna? – eu olho para os lados.

– Nunca se esqueça disso: Suzanna sempre se atrasa. Agora vamos.

Ela me puxa para a sala do terceiro ano, metade das pessoas já estão na sala, acho que a maioria deve estar na porta apenas esperando a entrada do nosso professor de história. Eu não sei nada sobre ele, mas pelo jeito que Lauren faz uma careta quando abre a apostila, duvido muito que ele seja legal. Ou sociável.

– Ok, legal, é muito bom ver vocês também. – ouço a voz do nosso professor que está empurrando alguns alunos para dentro.

Ele joga a bolsa marrom desbotada em cima da mesa, pega o apagador e começa apressadamente apagar alguns rabiscos que os alunos faziam antes dele chegar. Atrás de mim, bem como o conheço desde criança quando estudei aqui, é Zack Thompsom, ele é loiro e atlético, é do time de Isaac. E lá no fundo, onde Isaac fica trocando mensagens com Lauren, tem sua turma, apenas garotos do time de basquete. Viro-me para frente logo depois de ouvir eles me chamando, claro que todos ali me conhecem, é um alivio ninguém ter tocado no acidente do meu pai, Lauren e Suzanna devem ter tido uma conversa antes com eles, exceto os outros, que se transferiram depois que eu saí da escola, me olhavam pelo o ombro e pareciam no direito de vir até mim e dizer algo completamente encorajador.

Eu ignorei os olhares e fiquei esperando meu professor. Ele tem cabelos grisalhos, mas é bastante alto e é magro, nada de óculos de graus, ele usa uma calça azul informal com uma blusa do time de basquete... O professor de história é técnico do time da escola? Isso não fazia nenhum sentido.

– Tudo bem, já conversaram bastante. – ele anuncia antes de jogar o apagador de volta à mesa. – Pois bem... – ele bate as mãos ansioso. – Vejo que castigarei alguns de vocês na educação física se não calarem a boca, não é mesmo Sr. Travis?

Alguém empurra a porta e o barulho toma toda a sala. Parece que ninguém, além de mim, ficou surpreso por causa disso.

– Desculpe o atraso, eu perdi alguma coisa? – Suzanna está dizendo.

Suzanna entra rapidamente na sala passando entre as mesas e sentando-se na frente de Lauren, uma cadeira de diferença da minha, que estou do lado direto de Lauren, próximo a janela. Suzanna me vê e acena com muita animação. Ela tem cabelo médio meio ruivo meio castanho, mas essa confusão toda a deixa muito linda e mais velha. Só que mais velha de um modo bom, todo garoto deve se matar para chamar ela para sair. No nosso grupo, ou é muito morena ou é muito ruiva. Ela tem sardas no dorso do nariz, é fino e delicado, os lábios também são finos e ela tem os olhos de mel, lembrei de Adam.

– Na verdade, você não perdeu nada Suzanna, por incrível que pareça, estava neste exato momento contando os alunos para observar a obra de um milagre caso você chegasse cedo. Não foi dessa vez.

Suzanna faz uma careta para ele antes de afundar na cadeira, puxar a bolsa para o colo e esconder o celular debaixo das páginas do livro. Eu percebo que ela está digitando, mas minha atenção pula para o professor.

Ele disse meu nome?

– O quê?

A sala inteira entrou num silêncio entorpecedor.

– Eu disse: seja bem vida de novo, Srta. O’Connel. – ele dá um sorriso caloroso.

– Ahm, obrigada.

– Acho que não se lembra de mim, eu ainda não lecionava história quando você estudou aqui pela primeira vez. – ele diz educadamente, mas receoso.

Eu assenti com a cabeça, tentando me lembrar do seu rosto, dos traços viris e velhos até que cheguei aonde eu queria chegar. Sim, eu me lembrava muito bem dele, era como um apito na boca e gritando “corra seus molengas, até minha avó é mais rápida do que vocês” . Foi por causa dele que comecei a odiar a educação física.

– Não, eu lembro sim.

Ele balança a cabeça.

– Certo, é um começo. – Sr. Guiller apóia o corpo todo em pé e resolve mudar assunto .

– Bem, eu estava pensando que deveríamos começar com a Alemanha. Sr. Guiller examinou a sala antes de continuar. – Vamos começar com algo fácil, o que acham de me dizer pelo menos um nome relacionado ao ano de 1864 e Conflito da Prussia? Vamos, essa é fácil. – ele bateu as mãos animadamente. Impossível alguém ser tão animado por causa da Alemanha.

– A minha avó. – alguém gritou. Sr. Guiller olhou diretamente para as cadeiras atrás de mim.

– E o que sua avó fazia em 1864, Johnny?

Virei-me para trás e encarei o garoto de cabelo raspado, a cadeira curvada para trás e um sorriso debochado nos lábios.

– Eu não sei, mas velha como ela é, ela estava com certeza envolvida nesse conflito aí.

Não demorou muito para que assim que ele terminasse, a sala entrasse num zumbido de risada. Johnny me lembra muito um ator de uma série famosa, Teen Wolf, das que Megan morre para assistir afim de babar os garotos em camisa.

– Isso foi interessante para alguém que tem vácuo no lugar de um cérebro, - o professor delibera completamente paciente. - só não se esqueça que História está na lista de matérias que não se deve reprovar para quem está no time, Johnny, e acho que aquela média vermelha na minha ficha não vai levá-lo para as finais de basquete. – seu olhar é sombrio e mesmo assim a turma inteira cai na gargalhada.

Eu não consigo me controlar, Lauren está curvada sobre a mesa rindo enquanto eu tento disfarçar minha risada. E no mesmo momento, outra coisa me chama atenção. Meu celular está vibrando no bolso da minha calça, eu me viro sinuosamente observando se o professor não está de olho em mim, mas ele está muito ocupado conversando ou batendo boca com Johnny sentado duas cadeiras atrás de mim. Puxo meu celular e o enfio dentro das páginas do livro aberto de História e vejo quem está me ligando. Mas eu devia me lembrar que é esse o toque de mensagem, não de ligação.

Baaaaby, eu queria ter te telefonado antes, mas Ben confiscou meu celular ontem o dia inteiro, aquele bêbado maluco, mas Grace deu um jeito e tomou de volta a tempo, se ela não fizesse isso aquele velho gagá ia se ver comigo. Eu não sei como minha tia Grace aguenta ele. Como está indo?

Suzanna.

Grace é a tia de Suzanna que ficou de cuidar dela enquanto seus pais resolveram embarcar numa viagem de uma segunda lua de mel pelo país, isso é romântico, mas Suzanna odeia o fato deles fazerem planos sem consultá-la, ela ama sua tia, mesmo que nem sempre elas tenham uma boa convivência, muito mais relacionado sobre a opiniao que Suzanna tem sobre Ben, ele é dono de um bar uma esquina depois da livraria de Rick. Mas de qualquer forma, eu fico feliz por ela estar trocando mensagens comigo, mesmo nós não tendo tempo de falar uma com a outra, enquanto a sala está rindo e Johnny e o professor Guiller estão batendo boca por causa do conflito da Prússia. Todo mundo conhece todo mundo nessa cidade, nossas mães já estudaram juntas desde o colegial, com o passar do tempo eu e Suzanna passamos muito tempo juntas, do tipo que dorme uma na casa da outra. Nós conhecemos Lauren bem depois de Helena concluir sua faculdade e se casar com Jeffrey.

Eu estou bem, obrigada por se preocupar, mas não quero falar sobre isso, todo mundo acha que tem que tocar nesse assunto, eu só quero esquecê-lo por algumas horas antes de me lembrar de tudo.

Nina.

Lembrar de tudo...

De tudo o que? Da inúmeras vezes que eu vi o carro do meu pai estacionado lá embaixo? Das inúmeras vezes que ele me trouxe enquanto conversávamos sobre tudo, sobre a neve, sobre o tempo, sobre a faculdade, se eu estava indo bem na escola. Depois disso, eu recebia um beijo na testa e saia do carro. Eu ia embora, mas ele sempre voltava para me buscar, Olhando lá para baixo, para o estacionamento, tantos carros parados, algumas pessoas passeando, eu podia me lembrar dele. É o tipo de lembrança dolorosa bem vinda, é mais do que uma prova de que tudo que aconteceu não foi uma ilusão. Ele existiu, e isso bastava. Sr. Guiller pediu para abrirmos na página cento e cinquenta e quatro quando encontrei algo melhor para observar.

Um Hamann Converter, do tipo que Maison tem para vender na sua loja, está parado no meio do estacionamento. Eu não estou interessada que tipo de carro é aquele e o quanto ele pode ser caro, mas eu estou mais interessada com Adam saindo da viatura e seguindo até onde o veiculo escuro está parado. Eu podia suspeitar que havia mais do que casualidade na forma que Adam se aproximou do Hamann e esperou o vidro ser abaixado. Eu não soube dizer de quem se tratava, mas parte do seu braço estava a mostra então suspeitei que se tratava de um homem. Adam estava falando sobre alguma coisa muito complicada, a sua expressão era estressante, o que quer dizer que ele parecia preocupado com alguma coisa. Eu tive que me inclinar um pouco para o lado e olhar melhor pela janela, como não havia cadeira alguma do meu lado, apenas a parede a janela, era mais fácil ignorar as pessoas conversando. Eu tinha uma meta agora: descobrir o que aconteceu com meu pai.

E começava com Adam, já que ele estava ajudando Billy com o caso do meu pai, de acordo com Isobel que deixou escapar no jantar de ontem.

– Ele é um rapaz sério, chegou a pouco tempo na cidade com seus irmãos, nunca vi ninguém falar mal deles. – ela defendeu. – Não existe uma pessoa aqui que não conheça a mãe deles, Rebecca McDowell. Uma pessoa maravilhosa, você podia ver de longe.

– Como a conheceu? – perguntei, esperando que Isobel não interpretasse mal minha curiosidade.

– Na prefeitura. – ela respondeu. – Eu estava levando alguns documentos do hospital quando nós nos esbarrarmos e nos encontramos. Não tem ninguém que não conheça os McDowell.

Talvez seja eu a única pessoa que nunca tenha ouvido falar deles antes.

– E o pai deles, o Edwin, a senhora o conheceu? – perguntei.

– Não, mas Maison sim, pareciam amigos de algum tempo.

Ela não percebeu que isso era estranho?

– E como ele morreu?

Ela me olhou rapidamente.

– Nathalie! – ela me repreendeu. – Eu não iria perguntar algo assim tão de repente, não é? Eu acenei com a cabeça, me desculpando.

– Eu sei tia, me desculpe. – eu disse, sem intenção de terminar meu questionamento por ali. – E como Adam entrou tão facilmente para a policia?

– Ele não entrou tão facilmente. – ela disse. Isobel se pausou para me passar um prato seco para guardar. - Ele conseguiu uma transferência para cá, tinha um bom currículo na verdade, Billy não pensou duas vezes para admiti-lo, principalmente pelos problemas que estávamos passando.

– Que problemas?

– Gangues. Nós tivemos um mês difícil com os jovens da faculdade. Adam pegou o caso e conseguiu solucionar o problema.

Eu percebi que estava mais desconectada com essa cidade do que eu imaginava. Parecia que eu nunca tinha estado aqui, parecia que eu era a forasteira e não a família McDowell com seu jeito estranho de ser perfeita.

– Gangues? – eu pisquei, surpresa.

– É, um grupo mal intencionado estava sumindo com alguns alunos da faculdade, foi terrível. Tivemos quatro mortes.

– Céus, e depois?

– Adam se manteve no emprego, seu irmão, Estenio, começou a trabalhar para o prefeito e depois de um tempo seu irmão mais novo conseguiu entrar para a faculdade. Rebecca deve estar muito orgulhosa deles.

Obviamente, ela criou três homens que parecem ter saído de um livro de terror do que um livro de conto de fadas. Por que tudo parece errado?

– E o que ele está fazendo agora? – minha curiosidade era suspeita, mas não tanto como a família McDowell.

– Quem?

– Adam.

– Bem, - ela se vira. – cuidando do caso do seu pai, Billy está atarefado com os problemas que ele se envolveu na delegacia de North Pole, então Adam assumiu o caso, e parece que está chegando a alguma coisa.

Depois disso, minhas perguntas tinham se esgotado quando tio Maison apareceu na cozinha para se despedir.

Quando voltei para o estacionamento, Adam ainda estava ali, mas não por muito tempo, ele se afastou do carro com uma expressão furiosa e depois de um longo tempo parado, ele olhou para cima e eu me virei rapidamente, meu coração explodindo dentro do meu peito. Ele tinha me visto? Eu esperava que não. Meu celular começou a vibrar dentro das páginas do meu livro só para piorar os batimentos do meu coração. Apenas Suzanna.

Tudo bem, eu sei que é dificil isso, mas vamos superar juntas. Por que não combinamos de ir para a livraria hoje? Eu trabalhei uns meses substituindo seu tio para guardar uma grana a mais, poderíamos pegar o turno do seu tio, seria o suficiente para colocar as novidades em dia.

Suzanna.

Meu coração já estava calmo de novo para poder retornar a mensagem. Ótima ideia.

Vou ver o que posso fazer, vou falar o mais rápido com Rick..

Nina.

Mensagem enviada, então me atrevi a olhar para a janela. Mas ele não estava mais ali. Nem o Hamann.


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Notas finais do capítulo

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