Clarity - Primeira Temporada escrita por Petrova


Capítulo 24
Capítulo 23


Notas iniciais do capítulo

Anjoooosss eu resolvi postar esse capitulo a meia noite mesmo, porque eu estive pensando, final de semana tem enem e será muito dificil para eu ter tempo amanhã (sexta que no caso será hoje pra muito de vocês). Primeiramente quero agradecer aos comentários, eu fiquei tão animada que já escrevi uns quatro capitulos além desse que vou postar, ou seja, as datas serão permanentes. Outra coisa, eu preciso realmente que continuem comentando, pra saber o que estão entendendo ou o que não estão, vocês são incríveis nos comentários, se interessam mesmo e parecem bem envolvidos com Andrew e Nathalie. Obrigada de coração, maior nota que eu já fiz aqui, eu acho. Espero que gostem desse capitulo, porque Nathalie está bem perto de descobrir o segredo dos McDowell ou melhor, do Andrew. Beeeeeeeeeeijos!ps: ignorem os erros, eu estou sem tempo para corrigir, eu escrevo e já salvo!



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Os pesadelos me assombraram todas as noites que se seguiram quando finalmente recebi alta do hospital. Eu estava correndo de ambos, assustada e apavorada, correndo para um lugar sem rumo, não importasse para onde eu estivesse indo, contando que fosse longe o bastante dele, não dos olhos brilhantes, do meu perseguidor, muito pelo contrário. Eu estava correndo de Andrew.

– Como foi sua noite? – Isobel apareceu com a garrafa de café na sala de jantar, enquanto eu brincava com a xícara a uns dez minutos.

Dr. Richard teve uma conversa séria com Isobel, antes que eu finalmente saísse do hospital, além de voltar a tomar as antigas precauções que uma pessoa asmática normalmente toma, Richard pediu que meus tios tivessem cuidado com o meu estado psicológico, sobre os efeitos que a morte do meu pai ainda causavam em mim.

– Não muito boa. – confesso. – Como toda as outras três. – completo, era algo que eu não podia esconder, em todas as outras noites quando eu acordava gritando ou chorando, era Isobel estava ali para me ajudar.

Ela estava preocupada comigo, eu podia ver isso nas olheiras profundas que cresceram em seu rosto desde que ela não tem uma boa noite de sono por causa dos meus ataques a noite, eu vejo que ela está tentando lutar contra o medo de que algo grave esteja acontecendo comigo e a grande importância da minha segurança que Isobel deve a Helena que até agora não deve saber de nada sobre meus ataques, para o bem da sanidade de minha mãe preocupada e nervosa.

Embora eu tivesse a certeza de que se algum momento eu tivesse um ataque de pânico não seria exatamente nesta casa no conforto ao lado deles. Estaria bem longe disso.

– Mas se você continuar tomando os remédios que Richard receitou e repousar, evitando qualquer tipo de emoção forte, você vai estar boa logo logo, tudo bem? – ela massageia o topo da minha cabeça antes de me oferecer café.

– Será que posso fazer isso voltando para a escola? – pergunto de como quem não quer nada.

Isobel arqueia a sobrancelha para mim de como quem já teve essa conversa antes. Com os meus problemas no hospital, eu tive folga de uma semana da escola e era liberado apenas as visitas de Lauren e Suzanna quando em casa, nem mesmo a livraria estava por minha conta, o que me deixava frustrada em ter que passar todas as horas do meu dia no meu quarto ou assistindo TV ou me lendo alguma coisa que não seja sobre a escola.

Exceto por um detalhe.

Como eu não podia sair de casa sem que Rick ou Isobel me supervisionasse, eu tive muito tempo para pesquisar sobre os livros que o Sr. Langdon havia me pedido, na semana passada. Passei noites em claro pesquisando e tentando encontrar réplicas soltas na internet, consegui o contato de um usuário com o seguinte nome: gótico1987 que me prometeu liberar as cópias que tem sobre as lendas naturais da Eslava, Polônia, Russia e Romênia.

Eu estava esperando ansiosamente sua resposta, mas fazia dois dias que ele não havia mantido contato, então decidi que não era importante. Mas, no fim das contas, algo me dizia que eu deveria fazer isso.

– Você tem que se preocupar com a sua saúde nesse momento Nathalie, a escola pode esperar. – ela some por alguns segundos, enquanto dou meu ultimo gole no café.

Desde que o Dr. Richard colocou na cabeça dos meus tios e inclusive na cabeça de Maison que meu problema estava referido a minha recenete perda, eu tenho visitado uma psicólogca chamada Dra. Madson, ela tem cabelos claros na altura do ombro, quadris largos e sardas pelo dorso do nariz, ela deve ter trinta anos, mas não passa disso. A primeira sessão foi terrível, eu não sabia o que dizer e ela tentava me arrancar respostas como se tudo dependesse da minha capacidade de falar e não apenas da parte que deveríamos nos conhecer, primeiro.

Na terceira sessão, quando a Dra. Madson desistiu de ficar me perguntando sobre meu relacionamento com meu pai e com a minha mãe e toda a confusão da separação, ela decidiu falar sobre si mesma e de como chegou até ali. Nada nela tinha me chamado a atenção, exceto pelo seu depoimento de quase morte. Eu sabia o que ela estava querendo dizer, eu estive tão perto da morte como nunca tinha ficado antes, várias e várias vezes, e ouvir de alguém a mesma experiência parecia abrir em mim uma porta de compreensão, eu sei sobre o que ela está falando e sobre o que ela passou, foi neste momento que decedi perguntar a ela sobre ataques de pânico.

– Eu tive alguns casos de ataque de pânico, Srta. White. – ela me respondeu tão calma quanto qualquer psicólogo da TV.

O’Connel, por favor. – eu disse, meia contrangida por sempre me chamarem pelo nome de solteira da minha mãe.

Ela fez que sim com a cabeça, com as bochechas coradas por causa da gafe.

– Eu não posso disponibilizar os dados dos meus pacientes, mas posso abrir um excessão sobre os sentimentos que eles passaram. Houve sempre a famosa sensação de Déjà vu na maioria dos casos.

Déjà vu?

– É um reação psicólogica que faz com que tenhamos a ideia de ter visto o mesmo lugar antes, as mesmas pessoas ou qualquer outro elemeno externo que nos traga a sensação de que aquilo já aconteceu, daquela mesma maneira. – ela explica. – Aparentemente pode parecer estranha a sensação, mas na maioria das pessoas, é muito normal isso acontecer.

– E quando é que tudo isso vira um ataque de pânico?

– Está relacionado ao medo, Nathalie. – Dra. Madson disse com tranquilidade. – É uma sensação que presegue o ataque de pânico, é quando você está envolvida numa situação de pavor, algo que você já viveu antes e sabe exatamente os sentimentos e as sensações que ela te passaram.

– Então se sente medo e depois disso vem o pânico?

– Talvez sim, talvez não, isso é muito relativo, muda de corpo para corpo, de mente para mente, as reações podem variar, mas olhando o seu caso, - a Dra. Madson examina uma pasta com papéis. – você tem passado por inumeras tensões Nathalie, uma perda, discussões com a sua mãe, e muito antes disso, você lidou com a separação dos seus pais.

– Isso faz muito tempo. – me defendi.

– Nem sempre. – os olhos azuis dela me encaram. – É uma parte da sua vida que não se apagará nunca Nathalie, é algo que uma hora ou outra você terá que enfrentar.

– Mas eu já passei por cima disso.

– Você não está relacionando aceitar a separação com perdoar. – sua voz é um tom mais baixo, investigativa. - Além de todas essas confusões internas e pessoais, você está de volta a sua cidade natal, como está se saindo?

Eu olho para os lados, evitando ter que encarar a piscina rasa que são os seus olhos.

– Bem. – eu minto, sentindo minhas mãos soarem e meus pensamentos se desorganizarem.

– Seja franca comigo, tudo que conversarmos aqui será entre nós duas, nada sairá daqui, apenas seu diagnótico, pode ser sincera comigo. – A Dra. Madson me encara com aquela expressão de confiança.

– Eu não estou mentindo. – eu olho no fundo dos seus olhos.

A Sra. Madson suspira, entregando os pontos e baixando a cabeça, enquanto anota algumas coisas.

– Tem algo te assustando. – ela diz de repente.

– O quê?

– Você está com medo de alguma coisa Nathalie e isso está de apavorando até o ultimo fio do seu cabelo e ele está se alastrando muito rapidamente, o ataque de asma em seguida do ataque de pânico, isso é uma bola de neve, por onde ela passa, ela vai levando tudo isso com você.

Eu inspiro fortemente, intrigada com a sua facilidade de me entender mesmo quando eu dificulto as suas perguntas e as minhas respostas.

– O que eu devo fazer, hipotecicamente falando?

A Dra. Madson dá um meio sorriso, achando graça.

– Há várias maneiras de se tratar, vejamos, quando você passa por algo realmente traumatizante e ele volta ou você presencia algo que aconteceu um pouco antes do incidente traumatizante vai permitir outro tipo de tratamento.

– Bem, - eu digo, pensando. – no meu caso, o que eu devo fazer?

– Você tem muita sorte em relação a a sua asma, é do tipo Intermitente, você tem que evitar contato com catalisadores da asma, como poeira, pelos de animais, ar frio, essas coisas que o Dr. Richard deve ter te receitado ou até mesmo as dicas que você recebeu quando criança. Embora o ataque de pânico seja antes da asma, se você preveni-la antecipadamente, você certamente não teria tido a falta de respiração e não teria caído.

Eu faço que sim com a cabeça, compreendendo.

– Normalmente, eu dou outros tipos de dicas aos meus pacientes Nathalie, mas o seu caso é muito diferente do ataque convencional, é algo que você está evitando, não é exatamente sobre algo que você tem medo. É algo que você teme por desconhecer por completo.

– Eu não estou entendendo, Dra. Madson.

Ela respira com calma.

– Você está montando uma barreira entre você e seu medo, entre sua capacidade e seu medo, isso é muito normal, é quando tememos algo desconhecido, é a parte mais dificil, enfrentar algo que temos a certeza que pode nos ferir. – ela explicou.

– Espere, espere. – eu peço, pensando. – Eu devo enfrentar, é isso? Enfrentar algo que pode simplesmente me machucar? Isso é meio que suicidio se eu sei que vou perder.

A primeira reação da Dra. Madson é negar, paciente.

– Não, não. Nathalie, o seu medo é um tipo diferente, acredito que enfrentá-lo não seja o fator do seu pânico, eu tenho certeza que você é forte para isso.

Suspiro.

– Acha que eu devo enfrentá-lo? Mas e se não funcionar ou... – eu mesma me interrompo, pensando nas possibilidades infinitas de nenhuma delas serem positivas.

– Você não tem medo do escuro Nathalie, você tem medo do que pode encontrar nele, é normal que pensamos nisso quando estamos sozinhas e sem muitas opções, em lugares que não encontramos a segurança. E essa segurança é muito relativa, pode ser um lugar ou pode ser alguém, que na maioria das vezes é bem aceita.

Eu penso em Andrew e não consigo tirá-lo da minha cabeça, é a mais pura verdade, eu nunca tinha me sentindo tão segura se não quando eu estava com ele. Eu não posso me odiar por isso.

– Você tem medo do que desconhece, do que não tem poder sobre ele, do que pode fugir das suas mãos e tomar outro rumo, seu medo é não ter controle. Mas não se esqueça, você é forte Nathalie, você tem capacidade de enfrentar o que você desconhece, é apenas acreditar que pode.

A Dra. Madson, mesmo depois dos impasses que ela passou para tentar me ajudar, no fim das contas ela tinha razão.

– Está pronta? – Isobel perguntou quando voltou da cozinha.

Mesmo que eu tivesse finalmente ganhado alta do hispital, eu ainda tinha as minhas sessões com a Dra. Madson e alguns exames que eu fazia com o Dr. Richard sobre o meu quadro asmático que Isobel bateu o pé para que eu o fizesse. A única boa noticia que essa seria a ultima vez que eu teria que voltar lá por causa daquela noite.

– Estou. – eu disse, devolvando a xícara vazia e buscando minha bolsa logo depois de Isobel tomar seu caminho.

Eu estaria assinando em fim a minha carta de liberdade e foi por isso que hoje escolhemos ir no meu neon, quando tudo terminasse, eu poderia voltar para a casa sem que Rick ou Isobel marcassem meus passos. A próxima parada foi no hospital, Megan já tinha pegado carona com Rick para a escola e hoje eu teria toda a tarde para mim, sem contar os meus planos de voltar com meu horário na livraria.

Estacionei o neon na vaga de Isobel antes de sairmos para dentro do hospital. Addison estava na recepção onde fiquei a maior parte do tempo esperando que Isobel e Dr. Richard chegassem com a minha ficha.

– Está tendo um bom dia? – é a segunda vez que alguém me pergunta isso desde que cheguei no hospital.

– Vou ter um bom dia quando eu estiver livre dos horários com o Dr. Richard e a Dra. Madson. – eu disse, sentando-me ao lado de Addison.

– Já que você está tão feliz em dar no pé daqui, que tal você me passar essas fichas aí. – Addison se inclina o máximo que pode ao tentar alcancar a cesta de documentos na qual eu passo para ela.

Ela não deve ser mais alta do que Isobel, certamente.

– O que tem nelas? – eu pergunto, com curiosidade.

– O caso de Amber e Rachel. – ela diz dando de ombros até que ela repara no que acabou de dizer e me olha. – Vocês eram amigas?

Eu faço que não com a cabeça, mas não paro de pensar na possibilidade de ter noticias sobre Andrew ali dentro. Eu não o vejo a semanas, quando eu mandei que ele sumisse da minha vida, ele realmente levou a sério e eu não sei mais o que fazer. Eu devo estar ficando louca, tem que haver um motivo que seja o suficiente para que eu começe a odiá-lo, mas nada acontece, eu não consigo me desligar de tudo que se ligue a ele. É isso, há uma ligação inquebrável.

– Eu posso dar uma olhada? – eu pergunto, me aproximando dela e saindo da minha cadeira.

– Isso é confidêncial Nathalie. – ela diz, afastando os documentos das minhas mãos.

Eu teria dito alguma coisa, mas a porta de entrada me chamou a atenção, foi no mesmo momento que o policial Adam e Billy entraram, a minha primeira reação foi me esconder atrás de uma pilha de caixas onde a outra atendente ficaria, se ela não tivesse tirado folga hoje. Eu olho para Addison e a vejo me olhando com curiosidade, eu apenas imploro que não diga nada.

Ela faz que sim com a cabeça e finge que não estou ali.

– Bom dia Addison. – é a voz simpática de Adam, eu sei disso pelo o timbre misterioso e sedutor que ela carrega, tão natural quanto a do seu irmão, Andrew.

Só há uma diferença, meu coração não se derrete e meus membros não tremem quando é a voz de Adam.

– O que posso ajudar? – Addison é tranquila, enquanto finge que não estou aqui.

– Nós temos umas papeladas para dar uma olhada, você sabe, Rachel e Amber. – Adam continua, sem esperança de que Billy o anteceda.

– Ah, yeah, vocês precisam realmente disso agora?

– É urgente, Addison. – dessa vez é a voz cansada e exausta de Billy que soa.

– Nós estamos com um caso para ser solucionado ainda e só pensamos na sua juda, Addison. – pede Adam, da mesma forma que seu irmão, ele tem a facilidade de convencer as pessoas que tenho certeza que seja de família.

Add pensa mais um pouco, de como quem está articulando algo.

– Não tenho opção? É porque hoje é logo o dia que eu estou realmente soz... – Add se pausa, olhando para o lado onde eu estou. Há algo no modo que ela me olha que é, ao mesmo tempo que confuso, esperançoso. – Bianca, ahm, você pode ficar aqui no meu lugar, enquanto eu vou ajudar Adam e Billy?

Ela está falando comigo, mas está usando o nome de sua colega de trabalho, isso é muito inteligente dela.

– Hm-hum. – murmuro o mais indecifrável o possível.

– Ok, me acompanhem. – Add se ergue e dá a volta no balcão antes de Adam despejar sua maleta cheias de pasta no balcão e seguir Addison e Billy.

Eu fico congelada no meu canto por três minutos até que eu tenho certeza de que o balcão saiu do campo de visão deles. Eu pulo para o lado, aonde eu estava antes de Billy e Adam chegarem. A primeira coisa que vejo, depois da recepção vazia, é a pasta de Addison que ela acidentalmente deixou. Eu não perco tempo. Vasculho as pastas atrás das ultimas anotações e paro quando vejo o nome de Andrew nelas.

Andrew não está mais sozinho de como suspeitos, a outras pessoas acima deles, como um dos segurança e rostos deconhecidos. Eu não sei o que pensar, mas me sinto aliviada por ele não se tornar o principal suspeito do caso de Amber e Rachel. Folheio algumas páginas, tentando encontrar mais alguma noticia, mas não há nada sobre Andrew.

Eu volto para a cesta, há uma ficha que não havia sido percebida antes. Era a ficha de Andrew.

Eu fico olhando para ela por alguns segundos, é como se fosse a minha primeira chance de descobrir alguma coisa Andrew, seria meu primeiro passo em direção a verdade e eu realmente queria isso, mais do que muita coisa. Eu abro a pasta cor de areia, eu vejo a mesma foto que usaram para as fichas de Amber e Rachel, mas me surpreendo com o que vem depois: repsostas em brancos.

Não há nada na ficha dele depois do seu nome completo, o nome dos seus pais e sua idade, nem sequer ficha médica, ele nunca deu entrada no hospital, absolutamente nada. Ele nunca teve contato algum, nem com médicos, nenhuma visita a nenhum paciente, absolutamente nada, a ficha de Andrew é tão misteriosa quanto sua propria bida. Eu vasculho as outras páginas, todas em brancos, nenhuma anotação, a ficha de Andrew é zerada. Eu fico boquiaberta, surpresa com que acabo de ver. Devolvo sua ficha para perto das outras, na cesta, como se elas nunca tivessem sido tocadas. Eu fico presa nos meus pensamentos tentando imaginar como alguém que está a quatro anos numa cidade e não tem uma ficha médica, certidão de nascimento, nada além do seu próprio nome, sua idade e o nome dos seus pais. É tão terrível quanto o pior das suposições.

Eu sou pega olhando para a pasta preta de Adam, que está em cima do balcão desde o momento que ele o deixou ali, para falar com Addison. Isso não faz sentido algum, por que ele deixaria algo desse tipo livre num local publico? Eu não sei a resposta, mas confesso que não me aguento no meu lugar.

Eu puxo a pasta preta pesada, a abro e começo a vasculhar as fichas marcadas, está dividido entre casos que ele certamente deve ter pego durante os quatros anos. Eu passo por nomes desconhecidos até que sou pega olhando para uma ficha extra de Amber e Rachel. Eu a olho por bastante tempo, até que decido abri-la. É muito diferente do que eu vi na noite que Isobel me visitou no meu quarto no hospital e a ficha que peguei das cestas de Addison, esta existem outras anotações, outros culpados.

Eu estou entre elas!

Como Suzanna, Lauren, Johnny, Isaac, Andrew e meu assassino, chamado Michael, nossas fotos estão agrupadas num circulo puxado por setas, é apavorante. Suzanna, Lauren e eu estamos integradas em um triangulo diferente dos outros. Andrew está ao lado da foto de Lewis, a primeira que vejo em todas essas fichas, há milhares de setas que saem delas e pela primeira vez, o culpado não seria nem Andrew nem muito menos Michael, e sim Lewis.

Ele esteve fora dos limites das cameras em todas as sitações ditas como momentos antes dos desaparecimentos. As marcas nos corpos das duas vitimias encontram detalhes que combinam, aparentemente, com Lewis. Andrew saiu de culpado sugestivo para inocente, enquanto Lewis, aparte de todas as fichas, exceto a de Adam, como o único suspeito e com provas o suficiente para torná-lo culpado pelo caso. O curioso não está na habilidade de Lewis se esconder para as fichas médicas e as fichas de Billy, mas sim por ele nunca ter dado nenhum depoimento, mesmo sendo julgado por Adam.

Em qual dessas fichas eu devo acreditar?

Devolvo a pasta quando escuto vozes vindo do corredor, mas é apenas um casal que sai logo em seguida, me deixando sozinha novamente. Minha cabeça ainda está confusa, eu não consigo assimilarizar todas as ideias, eu pego a pasta novamente e tento ler as anotações, elas estão confusas, não há nenhuma noticia que me envolva ou as garotas, eu estou interligada a Andrew, e Suzanna e Lauren estão interligadas a mim, é a única noticia que nos envolve. Eu vou até a proxima pasta, há a foto de Lewis estampada, seus olhos claros brilham com intensidade enquanto seu sorriso é frio e apavorante. Eu rolo os olhos pelas as informações, mas não vejo nenhum detalhe comprometedor. Eu folheio mais algumas páginas e encontro o laudo de Amber. O corpo drenado se repete, mas o que realmente me chama atenção é o proximo intem: ataque de animal.

Eu não consigo decifrar as ideias de Adam, não há nada naquelas anotações que façam sentido ou que me deixem menos confusa. Devolvo a ficha de volta as outras e resolvo procurar qualquer outra que esteja relacionado ao Andrew ou ao Lewis.

Pai? – sussurro, deparando-me com a ficha de Jeffrey.

Eu não sei o que fazer, a ficha está nas minhas mãos e é como se eu fosse despencar com a ideia de que tudo pode ser finalmente esclarecido, mas há algo dentro de mim que eu não consigo compreender, é um voz interior pedindo que eu não abra, mas eu não a obedeço.

Meus olhos se enchem de lágrimas quando abro a ficha e vejo a fotografia do meu pai, seu sorriso timido, os olhos felinos e as medeixas pretas caindo para trás com muito gel. Eu não sei se sou forte para isso, mas continuou rolando a página, seu nome completo, dos pais, o nome da mamãe e o meu, a dor aperta no meu coração e estou quase desistindo quando resolvo passar a página e não acredito que no vejo.

É a foto de Andrew estampada nos depoimentos.

Por que ele não me disse que tinha dado depoimento sobre a morte do meu pai? Ele estava lá? Por acaso ele é culpado com o que aconteceu com meu pai? A ficha despenca das minhas mãos e caem nos meus pés, revelando metade de uma página extra, a dos suspeitos. Eu não sei se consigo abri-la, eu não sou capaz de ver realmente se Andrew é culpado pela morte do meu pai porque isso seria o suficiente para eu odiá-lo pelo resto da minha vida.

Arranco a ficha de perto dos meus pés, a folha está dobrada e um pouco amassada, desgastada e manchada. Eu não tenho certeza sobre o que vou fazer, eu quero ser corajosa, eu quero passar por cima disso, mas eu não aguento a ideia de que eu esteja a um passo de descobrir que estou perdidamente apaixonada por um assassino, o assassino do meu pai.

Eu fecho os olhos e não consigo segurar as lágrimas, elas caem rapidamente tanto quanto consigo cessá-las. Eu preciso ser forte.

Não há nada para ver na folha dobrada, há apenas uma seta vísivel e depois disso, as vozes voltam a soar do corredor, que é quando eu vejo os primeiros traços de Addison. Fecho com rapidez a ficha e a enfio dentro da pasta preta de Adam, alguns minutos antes de o balcão ficar completamente visível para Addison.

– Algum recado para mim? – ela perguntou, dessa vez sozinha.

Afundo-me em meio as caixas tentando esconder meu rosto vermelho por alguns segundos, até que eu tenha certeza que ela não vai perceber.

– Ahm, não, nada, sem nenhuma movimentação. – eu digo a verdade.

Addison senta aonde eu estava agora a pouco e retorna para a cesta que eu tinha bisbilhotado. Eu estava a poucos segundos de descobrir os suspeitos da morte do meu pai, mas não aconteceu.

– Ah, me encontrei com sua tia, Isobel. – ela disse, de repente. – Você está liberada, mas parece que a Dra. Madison vai demorar um pouco com seu diagnostico, ela não veio hoje. Engraçado eu não ter percebido isso.

– O que isso quer dizer? Que eu posso ir para casa?

– Bem, acho que sim, mas é melhor avisar isso primeiro a ela.

Eu me levanto, segurando o celular na mesma rapidez.

– Tudo bem, se você encontrá-la, diga que eu estou indo para a casa, tchau Addison. – eu digo, antes que ela possa se despedir.

Eu não tenho tempo. Eu preciso descobrir uma coisa.

Eu corro para fora do hospital, indo em direção ao carro pensando em milhares de possibilidades que é quando eu esbarro no professor Langdon um segundo antes dos seus livros despencarem todos no chão.

– Céus, me desculpe, professor. – eu digo, me xingando por ser tão desengonçada.

Langdon me dá um sorriso timido enquanto eu o ajudo a pegar seus livros pesados. Isso não demora muito, o que realmente foi irritantemente longo foi o silêncio.

– Desculpe pelos livros, professor. – eu resolvi dizer. – Mas eu preciso ir agora, foi bom vê-lo, aparece qualquer dia na livraria, até mais.

Eu dou a volta, antes de ser intergitada por ele.

– Você conhece a lenda dos emissários, Nathalie? – ele pergunta, de repente.

Eu dou alguns passos para trás e me viro para olhá-lo.

– O quê?

– É aquele na qual é submetido uma missão, um mensageiro. – ele me responde. – Muitas vezes os emissários foram confundidos com guardiões, aqueles que devem guardar algo ou alguém.

– Aonde o senhor quer chegar com isso professor, porque eu estou atras...

Para descobrir, eu sei. – ele me interrompe. – É essa a sua missão Nathalie, descobrir e depois guardá-la. Quer uma dica? Procure sobre os mestiços, as respostas vão estar mais esclarecidas.

– Como o senhor sabe? – a pergunta pula sem mais nem menos.

– Eu preciso ir, apareço qualquer dia na livraria, adeus, Nathalie. – ele dá as costas e vai embora.

Eu não espero pela a saída de Langdon para voltar até meu carro, antes que eu pense nas respostas confusas que ele me deu, eu já estou correndo de volta para o estacionamento, atrás do meu neon. Eu demoro um certo tempo para encontrar meu carro, o estacionamento cresceu desde a hora que chegamos e inclusive tem algumas pessoas se movimentando porque é este o caminho para onde os pacientes vão para ficar ao ar livre. Já passei muitos dias aqui com Isobel, quando ela cuidava de um paciente no estado terminal com cancer. Eles ficam sentados em volta de mesas, alguns jogam xadrez, outras crianças entram em contato com os parquinhos ou ficam apenas admirando o jardim, há um sentimento triste naquele lugar que me faz repudiá-lo, porque as pessoas estão sempre indo para lá como se fossem sua passagem para a liberdade, mas é tudo mentira, aquele lugar é apenas um sugador de dor, elas podem sair mais esperançosas, mas o lugar fica cada vez mais triste, segurando todos os sentimentos que elas despejam lá.

Eu não gosto desse sentimento.

Eu vejo meu non a pouco metros, puxo minhas chaves e sou pega por trás pelo pulso.

– Nós precisamos conversar. – e dou de cara com um Andrew exausto fisicamente com olheiras abaixo dos olhos, algo que eu nunca achei que veria.

Minhas emoções entram em combate, minha primeira reação é de alivio, ele está aqui e não sumiu realmente, a outra parte se enche de raiva quando lembro das evidências que Andrew pode até ser inocente no caso de Amber e Rachel, mas é suspeito no caso do meu pai.

– Me deixe em paz.

Puxo meu pulso novamente, tentando alcansar a porta do meu carro, mas Andrew é muito mais rápido do que eu, ele simplesmente ultrapassa as razões da lógica e aparece de repente entre mim e a porta do meu neon, como se eu não tivesse estado milhares de centimetros mais perto do meu carro do que ele.

– Como você...

– Esse é o de menos, Nathalie, - eu estou olhando-o espantada enquanto ele se nega a sentir qualquer influencia minha. – nós precisamos conversar e você não vai me fazer sair daqui, antes que eu consiga o que eu quero.

Engulo sencamente, temendo suas palavras, mas ainda mais seu corpo estando tão perto do meu. Eu não posso fechar meus olhos para o que acontece aqui, eu não posso simplesmente esquecer que existem várias maneiras para tudo que me envolve e o envolve não dê certo, mas não consigo esquecer a estupida sensação de que já é tarde. Eu estou apaixonada por ele, o suspeito de assassinato.

Meu coração arde com essa ideia.

E o que você quer? – pergunto, furiosa. – Faça o favor para nós dois, me deixe em paz, você sabe que está me fazendo sofrer, não sabe?

Andrew encolhe os ombros com a minha resposta, mas não se move.

– Você pode me xingar de tudo quiser, porque há uma grande probabilidade de todas serem verdades, mas eu não posso deixar de dizer o que eu tenho que dizer, mesmo que você não queria me escutar.

– Você vai me prender aqui, como um criminoso? – eu falo mais alto.

Ele move a cabeça para os lados, em negação.

– Eu sei que está inevitável, você está prestes a descobrir a verdade Nathalie, eu posso sentir isso, então prefiro que você escute a verdade de mim.

Eu congelo. Eu estive a várias chances de descobrir toda a verdade sobre ele para isso? Para que ele me conte tudo, sem mais nem menos?

– Há algumas coisas que você não sabe sobre mim. E o meu mundo.

Eu fico furiosa.

– Como o caso de você ter dado depoimento no acidente do meu pai? – eu pergunto, sentindo a duvida queimar na minha garganta.

Os olhos pretos dele pulam para mim, tão surpreso quanto eu fiquei quando descobri a verdade. Ele não esperava por ssio, já era o bastante.

– Como você soube disso? – ele pergunta, intrigado.

Eu me engasgo com a minha propria saliva, esperando qualquer resposta, menos essa. Então é verdade.

– Ah, meu deus. – murmuro, afastando-me dele o mais depressa possível, mesmo que fosse de volta para o hospital.

Eu senti as mãos dele logo em seguida, como se ele movesse no piscar de olhos, em segundos.

– Me deixe. – eu grito de raiva, sentindo as lágrimas caírem.

– Não é essa a verdade que você está pensando, não é Nathalie. – ele diz baixinho perto de mim. – Você não pode tirar essas conclusões.

– Vá para o inferno. – eu grito, enquanto o empurro e corro de volta para meu carro, puxando as chaves e abrindo a porta.

As mãos deles param a porta de fechar e eu fico dentro do carro e ele fora, olhando-me com muita dor, mas não é fisica.

– Eu não matei seu pai.

Eu fecho os olhos, recusando-me a olhá-lo nos olhos.

– Saia daqui, me deixe em paz. – eu grito, em desespero. – Se você matou meu pai Andrew, eu vou descobrir e vou garantir que você apodreça na prisão ou mesmo no inferno, agora me deixe ir!

Minha voz o apavora, sua expressão é tão assustada quanto a minha, mas ele não me desobedece. Andrew dá alguns passos para trás, enquanto eu arranco a marcha e manobro o carro para fora do estacionamento tendo a ultima visão de Andrew pelo espelho, ele está prestes a despencar no chão, mas ele é forte o suficiente para esperar que eu saia do estacionamento e arranque para fora.


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Notas finais do capítulo

o que acharam desse capitulo?



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