The Water Girl! escrita por Mari Batis


Capítulo 43
O Veneno da Alma.


Notas iniciais do capítulo

Demorei?Sim.
A Fic ta acabando?Sim.
Todo mundo tem final feliz? Não. :v



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Estou caindo.

Me vejo em uma queda sem fim, em meio a escuridão. O único feixe de luz, emanava do meu próprio corpo, em uma fusão de cores que se resultavam em um branco suave.

Mas o que mais me assustava, era não sentir, meu corpo despencava inevitavelmente, mas meu rosto não demonstrava qualquer expressão se quer, e assim, como se a força da gravidade trouxesse meus sentimentos de volta, meu corpo para subitamente, a poucos centímetros do chão.

Balbuciei algumas palavras enquanto me levantava, mas o som da minha voz parecia ter sumido, e levado ao vento, todos os sons daquela sala. Ou talvez aquela escuridão que tomava conta do lugar fosse quem sugasse toda a vida, a esperança, os sons e os sorrisos. Era exatamente isso que meus olhos presenciavam, e meu coração palpitava em espera de que algo realmente ruim viesse a acontecer.

A voz que veio a seguir quebrando o silencio aos poucos, como uma onda do mar desgasta a pedra, veio até mim como um código a ser desvendado pela minha mente. Aquela voz... eu conhecia aquela voz... Ela se tornou mais intensa, e minhas memórias me forçaram a lembrar a quem pertencia tal som.

Simon.

Hesitante, minha respiração parou e recuei, quando inúmeras silhuetas brancas se tornaram visíveis, como se alguém as pintasse na escuridão. Todas elas se moviam lentamente na minha direção, como se cada passo pesasse uma tonelada, e a que estava mais a frente, se aproximou muito de mim, abriu os braços como se pedisse um abraço, e então um lance de vida tomou conta, e os rostos de todos ganharam cor, mas suas vestes ainda eram brancas.

Simon, ainda me olhando com dor, esperando que eu o abraçasse, e o fiz. Bem, tentei. Mas uma barreira invisível me impedia, meus braços batiam no “ar” tentando alcançá-lo, mas ele desistiu. Recuou um passo ou dois para trás e gritou, um grito de dor e agonia, seus olhos imploravam por ajuda. Então presenciei uma das cenas mais fortes que eu poderia ver em muitos anos.

Simon começou a chorar de dor, mas o que escorria por suas bochechas não era lágrimas, era sangue.

­­­-K-KATARA!ME AJUDE!POR FAVOR!- todos gritavam aos engasgos.Simon estava chorando sangue, e por sua boca saiam litros de sangue, que cortavam sua respiração.

–Não..por favor...

O sangue de todos se misturou rapidamente, uma onda enorme de medo e desespero me preencheu, e vi Simon se afogando no próprio sangue, e eu também.

O liquido gelado alcançou meu pescoço e vi que nada adiantaria mais, abracei meus joelhos, e afundei, deixei meu corpo afundar no sangue daqueles que amava até que meu corpo desistisse de buscar o ar.

–KATARA!-um grito me acordou do meu transe, Robert bradava enquanto erguia sua lança no ar. E na minha frente, um monstro. Não um qualquer, que tememos quando novos, mas um que botaria até o Lich para chorar no canto.

O ser tinha inúmeras cabeças, várias delas eu reconhecia como alguém próximo a mim, e outras pareciam gritar o nome de Robert.

–Katara, ignore as visões.Não seja covarde!-Robert falou aos tropeços, com a respiração rápida.

–Covarde?

Eu ainda estava tonta por causa de tudo que acabara de ver, a única coisa que me lembro é de sentir uma pontada forte na barriga, e depois ver Robert pisoteando uma das cabeças desanimadas do monstro.

–Você devia ter lutado, as visões não eram reais, como você pode acreditar que a sua mãe realmente morreu?? Ela está viva não está?-continuei imóvel, fitando o chão.- Responde Katara, você não pode simplesmente chorar e esperar que isso resolva tudo!-ele me empurrou, e continuei no mesmo lugar.

Ergui o punho ao lado da cabeça, e o parei em frente ao rosto de Robert, tomando coragem para socá-lo, sem mesmo olhar. Mas fraquejei, meu braço tremeu e abaixou, e Robert apenas observou tentando entender a situação.

–Chega!Robert você acha que sou o que?-levantei a cabeça segurando as lágrimas.-Olha pra mim!Eu sou humana!HUMANA!Não quero nem saber se você é um demônio, esqueleto, samurai ou coisa parecida.Humanos caem, morrem e sentem medo!Se arrependem!Será que você consegue entender isso?!

–Loirinha...-ele riu carinhosamente e me abraçou.-sim...agora eu entendo...você parece ser uma boa pessoa, espero que me perdoe.-minha cabeça funcionava como uma máquina antiga, trabalhando e rangendo para entender o que acabara de acontecer.Mas as vezes uma máquina precisa de um bom óleo para voltar a funcionar direito, e ali estava ele.

Robert me amparou pelos corredores seguintes, quando a sede começou a tomar conta do meu corpo e da minha mente, era uma sensação nova completamente estranha, sentir falta de algo que até pouco tempo atrás pertencia ao meu corpo: a água.

–Você está bem?Parece um pouco pálida...-observou Robert diminuindo o passo ao perceber minha aparência.

–Só estou com um pouco de sede..eu não sei a quanto tempo não bebo água...-passei minha língua pelos meus lábios secos, mas eles pareciam arder em chamas.

Um brisa úmida soprou vindo do corredor a direita, o leve aroma salgado tomou conta dos meus sentidos, seria o mar gélido escondido por aquelas paredes ou apenas mais uma ilusão?Apenas sei que meu corpo não concordava com a minha mente, e saiu em disparada na direção de uma leve luz azulada, que se revelou um pequeno holofote sobre uma mesa.

–O que?...-me aproximei, vi um pequeno e bonito frasco de vidro posto no meio da mesa que batia na minha cintura, ele parecia estar cheio de água e amarrado em sua tampa, um delicado bilhete: “Beba-me”

Realmente algo como isso só se vê em livros, daqueles em que a principal vai para um lugar mágico e maravilhoso(sim eu estou falando de Alice, o livro era incrível) e este era o caso quando saí do meu castelo.

–Você não vai beber isso vai?-ele observou preocupado.-Loirinha não.

–Tudo bem...eu consigo sentir...isso é água.-segurei o pequeno frasco tremendo, e o abri.Bebi.A sensação de alívio é quase total.Seguida então por uma queimação que veio de dentro, me curvei para frente.A dor me consumia e Robert tentava me segurar enquanto eu me debatia.

–Olha o que você fez!-ele suspirava.Me curvei para frente e vomitei um liquido negro estranho.Pressionei minha barriga onde doía intensamente, minha visão começou a ficar turva e percebi que minha palma estava manchada de vermelho, o sangue escorria do meu corpo bem lentamente, se tornando escuro a medida que caia no rio, que aparentemente acabara de aparecer.

–Robert e-eu..-a dor continuava, e vomitei na camisa dele.Antes que eu pudesse fazer qualquer coisa, caí em seus braços.

Desta vez, apenas desta vez, nada vi.A escuridão tomava conta de todos os lugares para onde eu olhava, e realmente nada acontecia, nenhum sonho, nenhuma visão mística, ou apenas um pesadelo assustador sobre o meu futuro.Apenas vozes.Nenhuma delas era decifrável, mas transmitiam-me um sentimento de medo.

–Acorde...por favor...-a doce voz entrou pelos meus ouvidos me acordando, o ar preencheu meus pulmões com grande rapidez e me levantei empurrando quem em encontrava na minha frente, mas sem resultado.

–Robert...o que aconteceu?-me levantei séria, e o encarei.E naquele momento senti meu rosto queimar, estava usando apenas minhas roupas intimas e uma faixa em volta do meu abdome.

–Você se machucou feio...quando estava em transe aquele monstro acertou você com uma das garras...acho que você não conseguiu se curar por que ainda tinha restos dela ai dentro...-ele explicou calmamente enquanto apontava para o ferimento.

–Como assim “curar”?-perguntei confusa.

–Ao que me parece, Loirinha, você tem a capacidade de curar ferimentos feitos por qualquer coisa que não seja metal...quando eu sem querer de arranhei com a faca, o ferimento nãos e curou.Mas assim que eu retirei todos os espinhos a ferimento se curou em meia hora...

–E você fez isso tudo no meio do labirinto?-ele apenas afirmou e disse que era uma espécie de mago médico, eu acreditei e segui andando, mas o lugar não era o mesmo.-Roxinho...já saímos do labirinto?

–Claro que não, ainda estamos em uma sala segura que achei para te colocar...-não.Não era isso que meus olhos viam, eu estava em uma grande imensidão branca, com neve para todos os lado, e ao longe duas grande colunas gregas com fogo crepitando em cima.

–Robert..posso ver seus olhos?-me aproximei de seus olhos, e os vi brancos, exatamente como Finn descrevera os meus.-Como pude ser ta burra?É claro...

–O que é claro?!

–O Labirinto não existe...era tudo uma ilusão, e por algum motivo ela parou de fazer efeito em mim.Me diga: de que cor estão meus olhos?

–Azuis...mas eles...eram brancos...

–Exato.Vamos, e acho que sei onde temos de ir.

Segui andando em linha reta, em direção das colunas.A cada três metros ele se assustava, dizendo que iria bater em alguma parede se eu não parasse de puxá-lo naquela direção.

Quando finalmente chegamos nas tais colunas, percebi que elas representavam a entrada de uma grande escadaria que levava ao subterrâneo.

–Fique aqui...esta luta é minha.-ordenei a ele.

–Como você é clichê Loirinha, a típica guerreira que quer lutar sozinha, nem pensar.Acha que vai pegar o crédito todo pra você?Vamos juntos.-eu ri e segurei sua mão.

A escadaria logo estava acabando, e meu coração batia como se implorasse pela liberdade de sair do meu corpo.

–Muito bom.Muito bom mesmo Kat.-riu desdenhosamente a voz da mulher a qual eu temia profundamente, mesmo não demonstrando.-Você realmente conseguiu chegar ao final do Labirinto, mesmo ele nem existindo não é?Hihi...é você tem esta mania de lutar contra ou por coisas que não existem realmente né?-Lena lançou seu olhar para Robert, e o manteve por um longo tempo, até que o homem soltasse um longo suspiro.

–Do que ela está falando?Hein Robert?

Não houve resposta.

–ME DIGA!DO QUE ELA ESTÁ FALANDO?!

Ele continuou com a cabeça baixa, sem demonstrar nada, e os desespero que consumiu.Robert andou até Lena, e plantou-se ao seu lado.Tirando de suas costas um grande cajado.

–Viu?Você luta por sentimentos que não existem...como a amizade deste lindo e gracioso rapas...-e um beijo nos lábios dele, fora o suficientes para tudo acontecer.

–Sinto muito Loirinha...você realmente parecia ser uma pessoa.-E erguendo o cajado no alto, o bateu contra o piso de gelo, criando assim uma grande explosões de gritos agonizantes.

Continua...


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado do nosso querido Robert :v



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