Hidden Life escrita por Bluny


Capítulo 5
Armados de verdade


Notas iniciais do capítulo

Bluny: Heeh, olá leitores legais c:
Hyu: Como assim "Olá leitores legais"??
Jay: É! Como assim "Olá leitores legais"??
Bluny: É-é hohoh... hihi...
Hyu: Senhorita, você tem noção do tempo que você enrolou pra fazer isso?!
Jay: Já tínhamos pensado que você tinha morrido!
Bluny: Gaaah! ;-; Não me culpem! Culpem o ensino médio integrado!
Jay: Tadinha :c
Hyu: Tadinha o escambau! Sem desculpas! Agora vai fazer algo de útil!
Bluny: Sim, senhor gato! TT-TT
Jay: Eita... Então leitores de cenoura! Boa leitura! Hm... Cenoura...



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Uma sombra enorme apareceu diante da porta, seguida de uma risada maligna de gelar os ossos. A porta caiu com um estrondo, fazendo eu e Myth nos levantarmos.

—Ora, ora. Pelo visto nós temos visitas. –Disse a sombra.

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Parado em frente à porta recém-derrubada, estava um... Garotinho com chifres segurando uma ovelha azul? Ele trajava apenas uma bermuda bege, estava com um dos braços na cintura e com o outro segurava um animalzinho felpudo azul bebê. O garoto tinha cabelos de um vermelho gritante, olhos castanhos claros com chifres longos e brancos saindo de sua cabeça. Sua postura desafiadora sinceramente me deu vontade de ensinar a ele uma lição ou duas. Adentrou a sala tempestuosamente.

—Connor, você novamente! Que surpresa desagradável! –Disse ele, com um falso sorriso. E olhando para mim completou. –E trouxe amigos? Muito mais desagradável! –Ele olhou para Myth por um momento e murmurou para si mesmo. –Hm... Um tanto menos desagradável...

Talvez ele não soubesse que nós tínhamos uma ótima audição. Ingênuo... Myth lançou-me um olhar de incredulidade. Connor soltou um suspiro sofrido.

—Bom te ver também, Andrew. –O animal não identificado emitiu um ruído em protesto. – Não, não me esqueci de você, Jesse.

—Não aguentou novamente? –Perguntou Katherine, apontando para o carneiro, ou ovelha. Mais provavelmente ovelha. Sério, que tipo de animal era aquele?

O garoto entregou o animalzinho azul a ela com um suspiro irritado.

—Disse que não suportava mais andar, e que ia acabar morrendo... Ou algo parecido. –Respondeu ele, com um olhar preocupado. O animal emitiu um grunhido satisfeito.

A mulher balançou a cabeça.

—Você não deveria acreditar em tudo o que essa coisinha diz. Acabou te usando novamente.

O pequeno bicho moveu sua cabeça e se agitou repentinamente, se livrando dos braços da mulher e andando até Connor, aconchegando-se no colo do mesmo, que estava com uma expressão engraçada que fez Katherine rir.

—Por favor, Jesse, seja menos inconveniente.

Uma cortina de fumaça surgiu sobre o animal, e ele foi substituído por um (a) garoto (a) de cabelos azuis, olhos verdes e chifres pequenos e dourados. Suas feições eram bem parecidas com as de Andrew, mas extremamente mais delicadas então deveriam ser irmãos. Reparando de longe dava para ver que era bem menor que seu irmão, em altura e peso. Usava um moletom amarelo suave de vários tamanhos maiores, que chegava um pouco acima de seus joelhos nus e tinha longas mangas que cobriam suas mãos. A pergunta que eu não posso deixar de me fazer: É um garoto ou uma garota? Indecifrável.

—Olá a todos! –Disse, alegremente. Sua voz soava sutilmente frágil e baixa.

Dei um aceno de cabeça e Myth murmurou algo que podia bem ser um “oi” como podia ser um grunhido indefinido. Ela parecia um tanto irritada. Meu irmão parecia tão incomodado quanto ela, fuzilando o ser de gênero indefinido em seu colo.

—Esta coisa adoravelmente irritante é Jesse, doze anos, experiência conjunta número 28, DNA de ovelha. –Eu disse que era uma ovelha. –E esse... –Continuou, apontando para o garoto de cabelos vermelhos. –É Andrew, a outra parte da experiência 28, mas DNA de touro. Eles são gêmeos, é claro. Drew e Jess, esses são Dave e Myth.

Katherine deu um sorriso.

—Basicamente, Jess adora Connor, e Andrew sente exatamente o contrário.

Soltei um riso debochado. Isso está realmente perceptível. Logo em seguida me lembrei dos motivos por estarmos aqui, e desfiz meu sorriso.

—Você vai nos ajudar? –Perguntou Myth, parecendo ler meus pensamentos.

Katherine suspirou, olhando para Connor como se ele estivesse tentando obriga-la a correr uma maratona.

—Você sabe que teremos que ir até a Casa, não é?

Ele assentiu solenemente. Mas que diabo é essa tal “Casa”?

—Olha, será que alguém pode me dizer que raio é essa tal de casa antes que eu surte por curiosidade? –Palavras estridentes da gata rosa, não minhas.

Revirei os olhos. Mas ela ao menos disse o que eu tinha em mente. De um jeito bem mais irritante, tenho que confessar.

—Bom, a Casa é um refúgio para experiências que não conseguem se adaptar à, digamos, vida como “pessoas normais”.

Franzi a testa.

—Como vamos conseguir ajuda lá? –Questionei.

Connor me lançou um olhar misterioso. Odeio olhares misteriosos.

—Vocês verão. –Ele não pode apenas me dizer?

A mulher dos longos cabelos esverdeados se levantou e saiu da sala, fazendo um sinal para a seguirmos. Ela nos guiou por corredores mal iluminados, com inúmeros tapetes persas pendurados por toda a extensão das paredes, o que é um tanto contraditório, pois o resto da casa é no estilo oriental.

—Onde estamos indo? –Perguntou Myth.

A mulher suspirou.

—Paciência criança.

—Não sou uma criança! –Argumentou a gata rosa. Embora tenha soado como uma.

Katherine apenas continuou andando, até pararmos em frente a uma enorme porta dupla de carvalho negro, o que novamente era contraditório, pois as paredes pareciam finas demais para sustenta-la. Ela tocou a maçaneta, que se abriu sozinha, dando vista para uma pequena sala, que fortemente cheirava a...

—Cinzas e erva doce...? –Completou Myth com certa dúvida, sobressaltando-me. Esse negócio de parecer ler meus pensamentos está me dando nos nervos.

A serpente abanou a mão.

—Apenas uma essência para disfarçar.

Franzi o cenho.

—Disfarçar o que?

Ela suspirou novamente.

—Eu já disse para terem paciência, crianças.

Cruzei meus braços, pois não ia me dignar a responder. Visto que ela havia dito a mesma coisa para a rosada, isso soou quase que como um insulto. Não que eu tenha nada contra Myth ou algo parecido...

Adentramos a sala, e nela havia um enorme arco intrincado com cristais, mas mesmo sendo aberto, um tipo de luz negra ocultava o outro lado. Está certo que ela disse que os cientistas usaram magia e tal, mas isso tudo ainda soava muito estranho para mim. Katherine murmurou algo em uma língua que não entendi, mas fez o portal brilhar e se tornar uma superfície refletora levemente mais fluída que um espelho.

—Então –Começou ela –Quem é que vai primeiro?

A rosada grunhiu.

—Ir aonde?

A mulher a encarou.

—Tudo bem, eu vou ter “paciência”. –Grunhiu Myth, fazendo bico.

Revirei os olhos. Desse modo não vamos chegar a lugar algum.

—Eu vou. –Disse Connor. Se desvencilhando do (a) garotinho (a) que estava em sua cola de um modo um tanto grosseiro. Esse gênero indefinido está me irritando.

A criança de cabelos azuis fez uma cara de tristeza profunda, mas, sinceramente, não me senti tocado. Ao contrário da gata rosa, é claro.

—Que maldade Connor! Ela está chorando! –Gritou a rosada.

Lágrimas escorriam em cascata dos olhos verdes daquele pequeno ser. Até que é convincente.

—Mas eu nem – Iniciou ele, para ser cortado logo em seguida.

O garoto de cabelos vermelhos afagava carinhosamente os cabelos azuis de sua irmã, presumindo que seja uma garota, enquanto encarava Connor com fúria.

—Olhe só o que você fez sua pantera estúpida! Trate de pedir perdão para Jesse agora! Não ouse sair sem fazer isso!

Meu irmão parecia inconformado.

—Mas o que foi que eu-

Katherine o cortou.

—Acho que se você apenas pedir desculpa, iremos continuar com isso muito mais rapidamente.

Connor gesticulou para mim, como se eu fosse um último recurso.

—Pare de frescura e peça desculpas logo Connor. Já estou sem paciência.

Ele deixou seus ombros caírem, desistindo.

—Me desculpe Jesse. Não tive a intenção de ser rude com você. –Murmurou ele, contrariado.

O rosto da pequena se iluminou instantaneamente e ela abriu os braços para Connor segura-la. Realmente, é sensível demais para ser um garoto.

—Vou com você! –Exclamou feliz.

Ele olhou para Katherine, que deu de ombros. Então pegou a garotinha em seu colo com um olhar de penitência, mas visto que ela tinha o tamanho de uma criança de sete anos, não deveria ser muito esforço. Juntos, transpassaram o arco, que tremeluziu em contato com eles. Não parecia algo particularmente amedrontador ou perigoso, nada com o que me preocupar, aparentemente.

—Passem juntos que será mais rápido. –Disse a serpente, apontando para eu e Myth. –Eu e Andrew iremos logo depois.

Dei de ombros e estendi minha mão para a rosada, que desviou o olhar e a segurou. Podia jurar que vi um leve rubor em sua face, sem nenhum motivo aparente, já que a sala não estava abafada. Nunca entenderei a complexidade estranha das garotas. Avançamos até um passo de distância do portal. Eu sentia a mão de Myth tremendo em contato com a minha.

—Não temos o dia todo... –Cantarolou a mulher.

Então, aumentei o aperto na mão da gata, e juntos entramos no portal, que nos sugou para dentro, e com isso nós... Caímos? Senti o chão sumir de meus pés, e a escuridão nos envolver. Estávamos caindo por uma infinidade, girando tanto que já não sabia para que lado deveria estar o chão.

—Era para isso acontecer, Dave? –Gritou ela, me abraçando sem perceber.

Por extinto, segurei-a em meu colo no momento exato em que meus pés tocaram o chão, absorvendo todo o impacto da queda. Gatos sempre caem de pé. A claridade invadiu meus olhos, um tanto incômoda de início, mas me adaptei rapidamente. Ao olhar ao redor, me surpreendi.

—Mas o que... –Balbuciei.

Senti algo, ou alguém, cutucar meu peito. Myth estava corada, e não me olhava diretamente.

—V- você já pode me por no chão. –Gaguejou ela.

Constrangi-me por não ter notado que ainda estava a segurando. Mas a culpa não é minha, já que o peso dela é irrelevante para meus braços. Coloquei-a no chão e ela arrumou o vestido que usava, com certo nervosismo. Eu estava prestes a perguntar se ela estava bem, pois normalmente era um poço sem fundo de animação quando ela exclamou:

—Caramba! Será que essas pessoas não podiam inventar um meio menos estranho de chegar até aqui? Que coisa!

Suspirei e sacudi a cabeça. Um caso perdido.

—Finalmente chegaram! –Exclamou a voz de Connor, vinda de algum lugar acima.

Isso me lembra de que nem descrevi o local onde nos encontrávamos. Estávamos parados no meio do que parecia um enorme centro de teletransporte. Pessoas surgiam e sumiam do nada, em flashes de luz púrpura. O teto e as paredes não eram visíveis, parecendo estar a um infinito de distância, ou apenas não existiam. Exceto pela parede que estava alguns metros a nossa frente, que era de vários andares de altura e feita inteiramente de vidro, mostrando diversas pessoas passando por seu interior. Olhei para cima e avistei meu irmão acenando e sorrindo feito um idiota. Questiono-me às vezes se ele é mesmo mais velho.

—Subam aqui logo! –Gritou, apontando uma escada em espiral.

Subimos até o andar onde ele se encontrava, e reparando melhor, o lugar todo parecia uma cidade futurista. Pessoas em trajes brancos colados passavam com pressa, carregando enormes armas exóticas. Será que estou no paraíso?

Connor respirou com vontade.

—Quanto tempo que não vinha até este lugar! Parece tão divertido quanto eu me lembrava.

Reparei que Jesse dormia apoiada no ombro dele, mas ele não pareceu notar.

—Aqui estão vocês. –Disse Katherine, aparecendo com Andrew ao nosso lado. –Vamos até o armazém antes de qualquer coisa. Vocês precisam de uma recarregada.

Seguimos por meio aos corredores muito iluminados, com paredes brancas e lisas, até uma enorme porta de aço industrial.

—Acho melhor você se preparar psicologicamente para isso, Dave. –Disse meu irmão, com um sorrisinho.

Ergui uma sobrancelha, sem entender.

Quando a serpente abriu a porta, o que tinha dentro daquela sala fez meu queixo cair. Havia centenas de milhares de armas de diversos tipos, em paredes que se erguiam com dez metros de altura. Agora sim. Acho que morri e de algum modo vim parar no céu.

—Feche essa boca, Dave. Que esquisito! –Exclamou Myth.

Connor assentiu, satisfeito.

—Isso sim é uma reação merecedora! –Disse ele, com júbilo.

Katherine deu uma risada agradável.

—E adivinhe? Você pode escolher o que quiser. Todas são carregadas a plasma, mira a laser opcional. –A serpente nos olhos de relance. –Acho que a mira a laser não é uma boa ideia, pensando bem.

Já estava calculando qual dos rifles alinhados na parede teria a melhor precisão quando meu irmão me interrompeu.

—Antes, deixe suas armas antigas aqui. –Ele ordenou, apontando para uma bancada vazia.

A gata rosa fez uma careta.

—Huh? Todas elas? –Questionou.

Katherine assentiu.

—Todas elas.

Suspirei. Isso vai demorar um pouco.

Tirei meu par de rifles das costas, e o coloquei na bancada. Tirei dois revólveres de minhas botas, junto com outros quatro guardados dentro de meu sobretudo. Achei prudente manter ao menos um escondido. Já que ele estava guardado onde ninguém se atreveria a procurar, não achei que teria problema.

—Facas também? –Perguntei.

Ela assentiu novamente.

Tirei duas espadas longas das costas e outras duas adagas da cintura, mas mantive meu punhal escondido em meu cinto. Tinha um valor sentimental muito grande para mim. Olhei para Myth, que tirava um impressionante kit incendiário sabe-se lá de onde. Provavelmente de dentro de seus “dotes femininos”. Notei que ela não havia tirado a faca que eu dei a ela, o que me deixou levemente satisfeito, mesmo que não fosse confessar.

—Agora sim vocês irão saber o que é estar armado de verdade. –Disse Connor, com uma metralhadora em mãos. –Vamos testar essas belezuras.


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Notas finais do capítulo

Bluny: SOCORRO HYUUUUUUU JAAAYYYYYY! UMA MARIPOSA TÁ ME PERSEGUINDO!!!
Hyu: *abre um dos olhos* Que pena. Eu quero dormir, silêncio.
Jay: Mas... É só uma mariposinha...
Bluny: ELA QUER ME COMER VIVA! *Chacoalha taco de baseball*
Hyu: Eu disse silêncio!
Jay: O que você quer que eu faça? Sou só um coelho!
Bluny: Seilá! Use suas técnicas ninja de coelho!
Jay: Que?
Bluny: ALGUÉM ME SALVEEE!! ELA VOOU!
Hyu: Argh! Eu tenho que fazer tudo por aqui! *Corre atrás da mariposa*
Jay: Desculpem por isso leitores! Mas eaí? Gostaram :D? Odiaram D:? Querem saber o que uma mariposa tem de assustadora :/? Comentem!
Bluny: Atrás de você Hyu!
Hyu: AAAAHHH! Não me assuste assim!
Jay: Acho melhor eu ajudar eles -_- Bjon *3*
Hyu: Ela tá no seu ombro!!!
Bluny: AAAAAAAAH TIRATIRATIRAAAAAA!!
Hyu: Brincadeirinha...
Bluny: HYUUU!!!!
Jay: Hm... Não se matem!



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