Se você acha que esta é uma história normal sobre um garoto e uma garota que se apaixonam, enfrentam dificuldades e no final vivem felizes para sempre, um aviso: Pare de ler agora!

Aliás, esta não é uma história qualquer. Se você consegue ler isso é porque não é um simples mortal. Quero dizer, você tem algo de especial e talvez isso não seja uma coisa boa, portanto, não dê pulinhos de alegria. Para começar, não recomendaria que você lesse isso de qualquer jeito, mas já que leu até aqui, começarei a contar a minha história. 

Meu nome é Sean, tenho 1,84 de altura, 16 anos, cabelos castanhos encaracolados, olhos cor de mel e moro em New York, ou melhor dizendo, morava. 

Até o inicio deste ano, minha vida parecia completamente normal. Pelas manhãs ia ao colégio, de tarde ajudava minha mãe com as tarefas de casa (lavar, cozinhar, passar, varrer e afins) e a noite saia com meus amigos, na maioria das vezes. Mas, lá pelo mês de Março, as coisas começaram a piorar. Depois de uma descoberta nada agradável, minha vida virou de cabeça para baixo.

Era uma agradável manhã em New York, daquelas em que o tempo não estava nem quente e nem frio. Estava tudo calmo em Upper East Side (bairro no qual resido), calmo até demais para um bairro que é agitado. Eram 7:00am e eu precisava pegar o metrô às 7:15am, assim conseguiria chegar a tempo ao colégio, pelo menos uma vez no ano.  Não havia ninguém na rua, o que era muito estranho, mas continuei andando. No meio do caminho encontro Lis, minha melhor amiga, ela estava com sua mochila pendurada em um dos ombros e seus cabelos louros caiam sobre eles formando cachos ao fim, onde as pontas continham uma coloração vermelha. Seus olhos eram castanhos escuros e sua pele branca. Ela era tão linda!

— Sean? Está tudo bem? — ela falou, fazendo com que eu voltasse para a realidade. Sua voz era tão doce e delicada que eu me perdia entre as palavras.

— Oi Lis, tudo sim, estava só pensando. Desculpe — respondi — Mas então, vamos encontrar o Steven ou não? 

— Não, acabei de falar com ele, disse que não iria hoje, que não estava se sentindo bem. Bem, acho melhor nos apressarmos antes que o metrô saia. Vamos, falta apenas quatro minutos! 

E então saimos correndo em direção a estação de metrô. 

Assim que chegamos, compramos nossa passagem e entramos a tempo no metrô, sentamos e então Lis resolveu puxar assunto.

— Sean, posso lhe fazer uma pergunta? 

— Mas você já está fazendo uma. — falei e ri da besteira que tinha dito

— Idiota. É sério, é que hoje me aconteceu algo estranho, então queria saber se com você havia acontecido também — sussurrou 

— Estranho como? — perguntei num tom preocupado

— Ah, — ela parou e deu um suspiro — o bairro estava tão calmo...

— É, eu percebi também — interrompi-a 

— Calma, deixe eu terminar de falar! — esbravejou e em seguida prosseguiu — No caminho, um pouco antes de te encontrar, eu vi alguém. Não sei dizer se era alguém, estava mais para uma coisa. 

— Como assim, Lis? 

— Quando estava passando, eu me aproximei um pouco e por sorte a "criatura" não me viu, ela estava comendo algo. Acho que era um animal, não consegui enxergar direito pois sai apressadamente dali. Fiquei com medo da criatura.

— Você ao menos conseguiu ver a aparência da coisa? — falei meio nervoso

— Só vi de relance. Ele era meio esquelético, tinha aparência de um humano e estava coberto de sangue. Depois disso eu sai correndo e te encontrei.

Eu fiquei pensativo. Estava curioso e ao mesmo tempo com medo de descobrir o que quer que aquilo fosse. O metrô havia parado. Lis e eu descemos e andamos mais alguns metros para chegarmos ao colégio. Nosso horário de entrada é ás 7:45am, porém o relógio estava marcando 8:00am, o que queria dizer que chegamos atrasados e teríamos que entrar na segunda aula. Continuei pensando no que Lis havia me contado. O que quer que ela tenha visto, não era nada bom...