Nem Tudo É O Que Parece escrita por Mieko Yamada


Capítulo 3
Enquanto estiver comigo...


Notas iniciais do capítulo

Mais um capítulo bem grandinho pra vocês.Levei até bronca da família porque gastei tempo demais escrevendo, mas aqui está!link da imagem: http://th05.deviantart.net/fs70/PRE/f/2013/239/1/5/15ed2d8dab8fb5c3b8d99199e3560849-d6jzbvh.png



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Depois de supor que Alexy era gay, eu realmente, achei que seria estranho conviver com ele, afinal, era só questão de tempo até que ele passasse a falar de algum cara para mim.

Mas depois de pensar com um pouco mais de calma a respeito do assunto, pude evidenciar que isso não seria de todo ruim, não importaria de quem ele iria gostar, isso não faria com que ele se tornasse menos amável ou diminuísse sua amizade comigo.

Depois daquela afirmação, Alexy segurou meu pulso e me levou até o ginásio do colégio, onde Dajan estava treinando algum passe de basquete sozinho.

– Dajan, você não se importa se nós ficarmos aqui no ginásio né? - Alexy perguntou

– Sem problemas, faz o que quiser! – Dajan disse, sem prestar muita atenção.

Eu e Alexy fomos até os bancos, e lá ele começou a me contar piadinhas, falar do dia, coisas banais.

Após o intervalo, eu informei que tinha alguns assuntos para resolver na diretoria, e logo iria até a sala, ele concordou e foi na frente.

Fui até a sala da diretora, que me aguardava, e parecia muito interessada em alguma coisa que estava em seu computador, e eu estava confusa, pois ela havia me chamado por algum motivo que eu nem imaginava o que seria.

Assim que ela me viu, ela nem ao menos disse nada, apenas me entregou um comunicado, e voltou ao que estava fazendo.

No comunicado estava escrito:

“A aluna Mieko Yamada, que se destacou na redação do simulado do vestibular com a maior nota, o colégio Sweet Amoris tem a honra de oferecer como premiação e incentivo uma folga de 2 dias para a aluna e algum colega descansarem!”

Agradeço a compreensão, Administração Sweet Amoris.

No momento que eu li aquilo, quase perdi o fôlego, eu andava tão entediada no colégio, poder descansar seria tudo de bom.

Fiquei tão animada com a ideia que acabei esquecendo que minha aula já havia começado afinal eu fui correndo até a sala de aula, e entrei com tudo, dando um susto no professor, e provocando olhares desgostosos em minha direção!

Eu automaticamente corei, e pedi desculpas, por um momento desejando que o chão se abrisse, mas logo me animei de novo e abri um grande sorriso olhando diretamente para Alexy, que logo entendeu que eu tinha ótimas novidades.

Durante a aula, eu tentei me focar na matéria, porém logo minha atenção foi voltada para uma bolinha de papel que caiu sobre a mesa.

“Minha flor, que história é essa de entrar saltitando na sala??? Me conta agooora o que aconteceu! ”

Eu ri silenciosamente, ao reconhecer a letra de Alexy no bilhete, respondendo e rapidamente devolvendo a bolinha de papel discretamente para a mesa dele.

“Nada de mais, mas me conta, o que você acha da ideia de ficar dois dias em casa?” – Eu respondi isso como quem não quer nada, e esperei sua reação, que foi um tanto... cômica!

Alexy arregalou os olhos e abriu a boca em um perfeito “O”. O professor perdeu a paciência e perguntou:

– Eu gostaria de saber o que estão entendendo da matéria! – Disse o professor Jean, que leciona produção textual. Ele tentava nos fazer esboçar opinião sobre temas polêmicos como política, futebol e religião, perguntando por que dizem que esses temas não se discutem.

– Bem professor, eu posso notar que a narrativa que o senhor está abordando, nos mostra o fato, verídico, de que assuntos polêmicos normalmente não entram em consenso. E a pergunta que fica no ar é, por que não concordamos com tudo, sempre? Acredito que seja porque a perspectiva de cada um varia daquilo que viu, vivenciou ou aprendeu ao longo da vida sobre o determinado tema abordado, como política ou futebol, no caso. – Eu respondi, deixando o professor sem ter o que falar.

O professor prosseguiu a aula, debatendo mais a fundo, o assunto que meu comentário deixou no ar. Assim que saímos da aula, Alexy me puxou para um canto.

– Me explica direito esse negócio de matar aula? É sério mesmo ou era só piadinha? – disse ele.

– Matar aula? Eu não disse nada sobre matar aula! – afirmei

–Não tem como faltar dois dias sem matar aula, e você que sempre é quadrada quando o assunto é escola, apesar de não ter lá as melhores notas em tudo, você não faltaria nas aulas não é? – Ele disse pensativo

– Quê? Quadrada? Ok, eu ia te chamar pra aproveitar a folga comigo, mas já que você pensa assim de mim, minha companhia é desagradável né? – Falei fazendo birra

– Você sabe que eu te amo, né meu doce? Agora me explica mais sobre isso! – Ele disse voltando ao assunto anterior.

– Como eu milagrosamente tirei a nota mais alta na redação do simulado, ganhei uma folga de dois dias, recompensando meu desempenho. Posso chamar um colega para ficar de folga comigo, está interessado? – Perguntei, casualmente.

– Mas é claro, tem lugares que eu quero ir com você! E tem mais, eu não posso deixar você sozinha, você é meio desmiolada. – Ele sorriu confirmando presença.

– Se quiser me convidar eu vou! Estou meio afim de matar aula mesmo... – Falou Kentin, que havia escutado a conversa e resolveu se meter no meio.

– Ah, Ken...tin, v-você quer ir? Mas você mal fala comigo e... – Não terminei de falar, pois ele começou a rir e disse:

– Eu só estou brincando, não nos falamos muito, como vou saber se é seguro? Você pode ser psicopata ou sei lá... – Ele disse, saindo andando, sem me deixar revidar.

– Que cara estranho... Onde é que você quer me levar mesmo? – Perguntei, começando a duvidar se ele é gay mesmo.

– Abriu uma nova loja de roupas no shopping, e tem umas roupas lá que são DI-VAS e eu necessito visitar aquela loja, aliás, eu também quero comprar algum vestidinho pra você, quando eu vejo as roupas que você usa pra vir na escola, me dá até uma tristeza, por que você não se veste de forma fofinha e feminina como as outras garotas normais? – Alexy discursou na minha orelha.

– Eu prefiro me esconder nos meus moletons largos e sem graça, do que me vestir toda linda para me mostrar para quem eu não devo satisfação nenhuma. – Eu disse simplesmente.

– Você não tem jeito mesmo né Mieko? Haha, tudo bem então, mas eu vou comprar pelo menos um vestidinho para você, nem que você só use ele no provador da loja e nunca mais o coloque no corpo. – Alexy disse com um sorriso muito fofo estampado na cara, levantando a mão como se fosse um aviso.

O sinal do fim do intervalo tocou, Alexy começou a caminhar em direção a sala, mas eu parei no meio do caminho, pois precisava passar no meu armário e pegar os livros, por isso eu pedi para ele ir à frente. Novamente Alexy foi primeiro, mas deixou bem claro que não era para eu me acostumar de não ter a presença dele comigo nos corredores. Eu ri daquilo que ele disse e fui em direção aos armários.

Eu estava tranquilamente pegando meu livro, quando parei para observar o corredor. Meu armário ficava perto das escadas que davam para o segundo andar do colégio, onde ficavam alguns clubes.

Aquele lugar realmente estava um pouco sombrio, afinal todos os alunos já estavam nas salas, e como não tem nenhuma janela próxima, não tem muita iluminação aqui, mas ainda é mais tranquilo do que o porão.

Ainda me recordo de quando ajudei na preparação do show da escola, eu fiz tudo de bom grado, mas aquele lugar me dava arrepios, principalmente depois de ter conversado com aquela tal de Debrah. Castiel e ela namoravam, foi ela que fez ele se tornar o antissocial que ele é agora, foi ela que fez ele e Nathaniel se tornarem rivais. Eu não sou nada próxima ao Castiel, e nem faço questão, mas eu também não gosto daquela garota. Por isso o porão me dá calafrios.

Assim que terminei de pegar meu material, me virei para sair Dalí, mas uma mão tapou minha boca, e me arrastou até o maldito porão.

Quando esse alguém me soltou, me surpreendi ao ver que Ambre, Charlotte e Li tinham tanta força para me arrastar até aqui.

– O que vocês querem? – Eu disse de forma arisca.

– Não é óbvio? Eu quero você bem longe de ter amigos. Eu consegui fazer com que a sua amiga fizesse amizade com Lysandre e agora eles estão juntos, e ela te abandonou. Aquele tal de Armin até é se amigo, eu vejo que vocês se falam, mas ele te trocaria sem pensar duas vezes por um console. Mas aquele viadinho está me dando nos nervos! Meus contatos fizeram a Violette se apaixonar por ele, mas aquele cara teve coragem de dizer que prefere... ARGH! Eu não gosto dele, e nem de você. Você é ridícula, e eu vou te ensinar uma lição, para você saber que quem manda nessa escola sou eu! – Ambre disse

– Eu nem ao menos falo com você – disse incomodada

– E nem deveria. Eu tenho uma reputação a zelar, e uma garotinha da ralé como você faria muito mal para minha reputação. – Ela disse se exaltando

– Você deveria ter vergonha de ser tão mesquinha. – Eu disse olhando – a com repulsa

Ela se irritou de tal maneira, que suas duas comparsas me seguraram pelos braços e Ambre acertou um tapa em cheio em meu rosto, deixando a marca de sua mão ali.

– Você não sabe com quem está se metendo garota, você não sabe o que eu vou fazer agora, você não vai sair impune. – Disse ela com um sorriso maligno no rosto.

– Mas... O que eu te fiz? Eu nem falo com você. – Eu questionei confusa e bem irritada com o ardor que estava na minha face.

– Você simplesmente existe, e isso me incomoda. Você é feia, ridícula e nunca chegaria aos meus pés, e me incomoda o fato de que aquele garoto estúpido disse aquilo tudo depois de me beijar, só pra defender você! – Ambre surtou, deixando claro de que o garoto ao qual ela se referia era Kentin, que havia beijado-a uma vez, depois que voltou da escola militar e estava irreconhecível, após o beijo ele disse o quando achava ela ridícula, disse que o beijo foi horrível e... Quebrou o celular caríssimo que eu havia comprado pra ela, afim de que ela me contasse algumas informações sobre as marcas que Nathaniel tinha nas costas, quando eu o vi, escondida, se trocando no vestiário... Longa história, Rosalya me disse que Lysandre tinha uma tatuagem, eu me escondi no vestiário para ver a tal tatoo, mas acabei vendo Nathaniel, e aquelas marcas me intrigaram.

Charlotte e Li tiraram da bolsa uma tesoura, e a entregaram para Ambre, que mantinha seu olhar focado para meu cabelo. Eu gelei, não era possível que ela fosse cortar meu cabelo.

No momento que Ambre estendeu a mão para segurar uma de minhas madeixas, a porta foi aberta com certa força, e eu vi a expressão de Ambre tornar-se pânico.

Olhei para trás, tentando entender, e vi o rosto de Alexy e de Nathaniel, ambos estavam parados na porta, Alexy parecia preocupado e um pouco assustado, enquanto Nathaniel tinha expressão clara de descontentamento, raiva e decepção.

Alexy desceu as escadas num raio, Charlotte e Li me soltaram numa velocidade ainda maior, enquanto o azulado vinha até mim e me abraçava como se estivesse há séculos sem me ver.

Assim que Alexy me soltou, ele segurou meu rosto e começou a olha-lo, examinando com cuidado a marca vermelha na minha bochecha até conseguir concluir que aquilo havia sido um tapa, e bem dado.

Nós podíamos ouvir Nathaniel explodir com a irmã e com suas amigas. O azulado segurou no meu pulso e me levou pra longe de lá.

Quando chegamos no pátio, ele me encarou sério e disse:

– Eu fiquei preocupado. A aula estava quase acabando e você ainda não tinha voltado, e você nunca mata aula. Então eu pedi para o professor para ir até o banheiro, e resolvi passar no seu armário, mas você não estava lá, foi aí que eu ouvi a sua voz e a da Ambre no porão, enquanto ela dizia os planos de fazer eu me afastar de você. Então eu fui chamar o Nathaniel, mas ele queria escutar um pouco mais, antes de entrar, chegamos no momento que você chamou ela de mesquinha e ouvimos ela te bater, eu quis entrar e impedir, mas o Nathaniel me segurou e disse que não podíamos incriminar Ambre sem provas, então eu esperei. Ele gravou a conversa, e finalmente me deixou entrar. Você não sabe como eu fiquei angustiado quando eu vi aquela tesoura. – Alexy parecia tão preocupado que estava quase chorando.

– Calma, já passou, o importante é que você entrou antes que algo pior ocorresse. E eu acho que já está ótimo assim.

– Mas ela te bateu... – El me olhou chateado.

– Não importa, você está aqui comigo não é? Enquanto estiver comigo, eu estou bem. – Eu disse e sorri.

Esse dia foi bem turbulento, mas no final, o que importa é estarmos com quem nos faz bem. Momentos ruins acontecem, mas quando vemos um álbum de fotografias só vemos fotos de momentos bons, mas nós sabemos que são os momentos ruins que levam uma foto feliz até a outra!


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Notas finais do capítulo

Aliás, eu quero dar um obrigada especial para a Sophia Koyama e para a Yumi Saito que me incentivaram quando eu tava pra desistir! Eu realmente tava sem esperanças, mas os comentário assim sempre me animam, orbigada!



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