A mão do moreno que antes se encontrava parada, desabotoou e desceu o zíper da calça e, com uma rapidez retirou a peça branca. O medo de Sakura se triplicou, fazendo com que sua mente construísse a cena de Sasuke a molestando, se recordava que esse tipo de atitude era repudiado pelo Uchiha, então por que o próprio estava para praticar?

Ele não é a mesma pessoa de antes...

Os olhos negros brilharam em pura malicia ao ver as pernas firmes e leitosas da rosada a mostra, desceu ambas as mãos pelas laterais do corpo da rosada até chegar às coxas. Sasuke sem nenhuma cerimônia acariciou aquela região lentamente, fazendo com que ondas de arrepios passassem pelo corpo de Sakura. Esta apenas fechou os olhos com força, tentando conter a sensação prazerosa que tomava conta de si, deixando-a surpresa ao mesmo tempo.

Mais uma vez, o moreno se inclinou sobre a rosada e encostou os seus lábios nos dela, em um demorado selinho. Depois disso, os lábios finos de Sasuke desceram para o queixo onde uma mordida leve foi feita para enfim chegar ao pescoço. O beijo depositado naquela região fez o coração da médica acelerar, e quando Sasuke o chupou, os olhos verdes se abriram em forma de pratos. Com um sorriso de canto moldando seus lábios, o Uchiha tomou certa distância, apenas para visualizar a expressão assustada da Haruno.

–Relaxe Sakura, é apenas uma brincadeira. – falou encarando fixamente os olhos verdes.

–Brincadeira essa que não tem graça! – contrapôs nervosa. –Por que não acaba logo com isso?

–Porque não quero. – deu de ombros.

O brilho de malícia se fez presente nos olhos negros enquanto ele retirava a camisa que vestia, deixando o corpo com músculos evidentes a mostra apenas para a rosada.

–Estou com calor. – comentou deixando que seu sorriso ficasse mais aberto.

–Pois eu sinto frio. – falou azeda, mas o riso debochado que o moreno deu a fez torcer o cenho, pois ela sabia que a nudez em parte dele deixou-a com as bochechas levemente coradas.

–Mentirosa! – a acusou levando suas mãos até os botões da camiseta dela.

Fechou os olhos já sabendo o que ele pretendia fazer.

Você é uma fraca!

Sua consciência gritou ao sentir os lábios dele em contato com a pele recém descoberta. Fechou suas mãos em punho e seus olhos se abriram pela ideia que sua mente acabava de ter. Sasuke cometeu um pequeno erro ao deixá-la com as mãos livres, prendendo apenas suas pernas.

Contou até dez, e puxou o máximo de ar que conseguiu para seus pulmões, depositou suas mãos no peitoral do moreno que se concentrava a desfazer os botões da camisa branca. Quando Sasuke chegou à metade, da fina cintura para cima já estava descoberto, dando a ele uma visão privilegiada dos seios reprimidos pela peça íntima cor de pele e uma porção da pele macia e alva da barriga da médica.

Com um ar travesso exalando de si, ele deixou apenas o último botão preso a sua casa e se curvou em direção da rosada, os beijos se iniciaram no pescoço da mesma, onde Sasuke fez questão de mordiscá-lo e foi descendo, passou pela base do pescoço e chegou aos seios ainda cobertos, nãos resistiu e mordiscou a parte dos montes que ficava a mostra. O corpo da Haruno se arqueou levemente. Sasuke ergueu os olhos para o rosto dela e deixou que um dos cantos de seus lábios se levantasse ao ver que Sakura mordia o lábio inferior, na tentativa de conter um gemido e suas bochechas estavam mais coradas. Querendo provocar ainda mais, para saber até onde ela suportaria, deslizou sua língua nos vales entre os seios e ao mesmo tempo apertava a fina cintura, causando pequenos espasmos no interior da rosada. Desceu para a barriga, onde ele passava um pequeno rastro de saliva deixava para trás.

Estava preparada para empurrá-lo, porém suas forças sumiram ao sentir os beijos em seu pescoço, e depois das mordidas sua mente parou de trabalhar e ficou nublada. Como podia ser tão fraca a ponto de se deixar levar pelos toques quentes do Uchiha? Reprimiu um gemido ao sentir os braços dele envolvendo-a e seus quadris se chocarem, fazendo com que a rosada percebesse a excitação do moreno. Aquilo foi o suficiente para ela ter uma reação, sem pensar duas vezes o empurrou com toda a força que conseguiu para em seguida desferir tapas e mais tapas no tronco do moreno.

–Eu já mandei me soltar! – explodiu com a voz embargada, deixando claro que não o queria por perto. –E também não me tocar.

Pego de surpresa pela reação desesperada de Sakura, Sasuke franziu o cenho, agora que estava indo para a região mais desejada.

Por outro lado a Haruno se sentia envergonhada e quando se deu conta de que ambos estavam sentados na cama, ela desferindo tapas sem parar nele que só a observava a segurando pela cintura.

–Desaparece Sasuke. – mandou enquanto lágrimas marcavam seu rosto. –Tire essas mãos de mim! – gritou e para demonstrar seu desgosto, desferiu um tapa mais forte que os outros no antebraço direito do moreno. Vendo se livre das mãos do Uchiha, pôs-se de pé e foi andando rapidamente até o banheiro.

Bateu a porta com muita força, descontando sua raiva no pedaço de madeira e para mostrar ao moreno que a distância era o que ela mais desejava dele.

Bem, não foi isso que você desejava há dois minutos. – pensou cinicamente.

Deixou que o ar saísse pesadamente e levantou-se, com seis passos largos chegou à porta do banheiro. Em um primeiro momento, o Uchiha girou a maçaneta tentando abri-la normalmente, porém constatou que a porta estava sendo usada como encosto ao corpo da Haruno, então um suspirou frustrado escapou de seus lábios.

–Desaparece Sasuke, quantas vezes eu tenho que dizer isso? – ouviu a voz dela soando nervosa.

–Até conseguir o que eu quero, eu não vou a lugar algum. – respondeu.

–O que você deseja, eu não posso te dar. - Sakura falou e soluçou.

–E por acaso você sabe o que quero? – por um momento, ambos não falaram nada. Pois mesmo não querendo, a rosada sabia e não gostava da resposta. -Então você sabe que quero você! Pelo seu silêncio dá para deduzir. – constatou Sasuke com um sorriso de canto.

O coração da média disparou pelas palavras do moreno e algo dentro de si dizia para abrir a porta que os separava e deixasse que as coisas fluíssem, pois mesmo odiando profundamente Uchiha Sasuke e tudo que viesse dele, a vontade de sentir as sensações deliciosas que ele causava em seu corpo era maior. Sabia que se arrependeria mais do que qualquer coisa no mundo, porém se ele obtivesse o que queria, a deixaria em paz e isso era tudo que ela mais desejava.

Tomada por um impulso desconhecido, Sakura se pôs de pé.

Depois disso ele vai embora para nunca mais voltar. Não vou mais me preocupar! – pensou decidida.

Tentar ser forte depois é tarde demais ok... – falou sua consciência.

Contou até dez e se livrou da camisa branca que usava, ficando apenas de peças íntimas. Sua respiração oscilou quando viu a maçaneta sendo girada em câmera lenta e seus olhos fixarem nos ônix dele que brilhavam em malícia.

Como as palavras podem ser fortes, já que há pouco você fazia de tudo para não ser tocada por mim. – pensou Sasuke andando sem fazer o menor ruído em direção a ela. Circulou a cintura fina da rosada com seus braços e a puxou para si selando seus lábios em um beijo intenso. Sua língua explorou cada canto daquela boca com lentidão, aproveitando ao máximo o sabor dos lábios rosados, já que antes ela fazia de tudo para que o beijo não fosse aprofundado.

As mãos de Sakura voaram para os cabelos macios de Sasuke, onde bagunçou os fios negros mais ainda, uma de suas mãos ganhou vida própria, pois não se conteve apenas com o cabelo macio do moreno e desceu roçando as pontas dos dedos pelas costas dele causando arrepios prazerosos no corpo masculino.

Em resposta, o Uchiha a ergueu, fazendo com que as pernas da rosada o envolvessem pela cintura, e assim seus quadris se chocassem. O gemido baixo e hesitado escapou dos lábios dela quando a excitação pela mesma roçou em seu ponto corporal mais sensível. Não parando por aí, Sasuke apertou uma das coxas, sentindo a textura macia, mas ao mesmo tempo torneada daquela região.

As peças que os impediam de ter um contato mais direto foram retiradas rapidamente e, em menos de um minuto, ambos se encontravam nus e debaixo do chuveiro da rosada trocando beijos de tirar o fôlego e carícias ousadas. Os corações dos dois batiam em um ritmo elevado, cada vez que seus corpos se encontravam pequenas descargas elétricas passavam, os arrepiando e deixando o momento mais proveitoso. E quando Sasuke preencheu-a com seu clímax, Sakura se encontrava nas nuvens, os espasmos que os músculos internos davam eram tão violentos a ponto de deixá-la tonta.

Em um instante estava sentado no chão do banheiro com a respiração ofegante e a água do chuveiro caindo em abundância, seu ápice foi tão forte que acabou perdendo as forças, e agora estava tentando normalizar sua respiração perto do pescoço da rosada que estava abraçada ao seu corpo na mesma situação que a dele. Permaneceram calados, apenas pensando em acalmar-se, e quando conseguiram, o silêncio prevaleceu, assim como Sasuke permaneceu sentado e Sakura em seu colo, abraçados. O moreno levantou o olhar e se deparou com potes de shampoo e condicionador e ao lado uma saboneteira. Uma ideia povoou sua mente. Desde que ela havia chego do trabalho, não tinha tomado banho, e nada mais justo que ele mesmo banhá-la.

Levantou-se, levando Sakura consigo, alcançou o pote de shampoo e despejou certa quantia no topo da cabeça dela que se encontrava surpresa, pois nunca imaginaria que o moreno faria uma coisa dessas.

~~*~~*~~*~~

–O que você tem filha? – perguntou preocupado, vendo que a pequena Hyuuga havia passado o dia inteiro desanimada, ou até mesmo triste.

–Akemi não gosta mais do tio Sasuke. – declarou com um bico de manha.

–E por que você não gosta mais do tio Sasuke?

–Tio Sasuke não gosta da Akemi. – e iniciou o choro, que desde o momento em que o dito cujo do tio falou que não poderia ir vê-la naquela manhã, estava preso.

–Não fale isso filha, o tio Sasuke gosta de você sim. – consolou Neji enquanto sentava-se na cama infantil da menina e a aninhava em seu colo.

Se ela já é sentimental nessa idade, nem quero imagina quando chegar à adolescência. – pensou divertido ao mesmo tempo em que direcionava um sorriso carinhoso à filha.

Akemi, ainda chorando, levantou o olhar para o pai e o envolveu com os pequenos braços pelo pescoço.

–Se tio Sasuke gostasse da Akemi, ele viria hoje aqui em casa! – contrapôs manhosa. -Akemi queria uma nova boneca! – exclamou brava.

–Ah! Então era isso! – falou Neji em tom desaprovador. –Você quer dizer que não gosta do tio Sasuke porque ele não lhe trouxe uma boneca? Que coisa feia filha, não pode ser assim... – lançou um olhar significativo depois de afastar a menina o suficiente para poder encarar em seus olhos. –Se o tio Sasuke ficar sabendo que você não gosta dele, porque ele não veio aqui em casa com um presente, ficará chateado contigo.

Era raro às vezes em que a pequena Hyuuga recebia broncas por ter feito algo errado e, quando acontecia a mesma não sabia como reagir, apenas ficava encarando o pai ou a mãe segurando o choro, pois sabia que agiu de forma errada e merecia a puxada de orelha dos pais.

–Desculpa. – pediu com a voz embargada e toda enrolada.

–Não é ao seu pai que deve pedir desculpa Akemi, e sim ao tio Sasuke. – a voz da morena de coques ecoou pelo quarto, tirando as palavras da boca do marido.

Desviou o olhar à mãe que vinha andando em sua direção, com as feições bravas.

–Se o tio Sasuke ficar sabendo disso, a mamãe acha que ele ficará muito triste com você. – informou Tenten enquanto se sentava no outro lado da cama infantil. Por ser apenas de uma pessoa e pequeno, as pernas dos dois adultos ficavam para fora e Akemi teve que se aninhar completamente no colo do pai.

–Acho que já chega Ten, a nossa pentelha já entendeu que não pode ser interesseira. – interrompeu Neji ao perceber que mesmo após se acomodar na pequena cama, a amada ainda tinha a intenção de prolongar o sermão. –Não é mesmo filha?

A resposta foi apenas um aceno positivo com a cabeça tímido. O casal trocou olhares compreensivos e depois sorriram para a pequena Hyuuga que assistia a tudo sem saber o que fazer: chorar ou falar.

–Só espero que isso não aconteça mais. E amanhã, vamos ligar para o tio Sasuke e você vai pedir desculpas, está bem filha?

–Sim mamãe! – respondeu alegre ao perceber que foi perdoada pelos pais.

–Agora está na hora dormir. – disse o Hyuuga vendo que já se passava das 21h00min.

–Papai, hoje não tem historinha da estrela cadente? – questionou Akemi com os olhos brilhando.

–Não filha, hoje você já aprendeu uma lição. – respondeu Neji afagando os cabelos da menina.

–Além do mais, você está morrendo de sono. – comentou Tenten depois de assistir o quarto bocejo da filha.

–Tudo bem. - assentiu. O casal levantou-se da cama e a morena de coques ajeitou melhor Akemi debaixo do cobertor.

Depois de desejarem boa noite a filha e beijá-la nas bochechas rosadas, finalmente puderam relaxar em sua cama macia acompanhados de beijos e leves carícias. Por ter um pequeno ser para cuidar, o tempo para curtir um ao outro era curto, porém eram nesses momentos que o clima entre Neji e Tenten esquentava.

Entretanto, nenhum dos dois estavam dispostos a ir além de leves carícias que vez ou outra um suspiro prazeroso era solto.

–Neji. – o chamou para quebrar o silêncio que se instalou no cômodo.

–O quê? – respondeu prontamente.

–Estou cansada. – falou para em seguida rir, ao vê-lo franzir a sobrancelha.

–Sério que você espantou o meu sono só para dizer isso? – questionou contrariado, sabia que a amada possuía um temperamento explosivo então tentou ao máximo controlar sua voz para não deixar evidente que estava irritado, afinal havia tido um sábado longo com os amigos e a filha, logo nada mais justo que dormir.

–Como se você estivesse em posição de reclamar. – respondeu lançando um olhar desafiador. –Se me não falhe a memória, era você quem não deixava eu dormir depois de fazermos amor. – completou e em resposta, Neji sorriu matreiro e a puxou para mais perto de si, fazendo com que Tenten deitasse em seu peito.

–Isso é completamente diferente do que você acabou de fazer.

–Explique melhor. – exigiu enquanto desenhava círculos invisíveis na barrigada do amado.

–Simples, enquanto você me acordou para reclamar, eu te acordava para dizer que a amo. – e depositou um beijo carregado de carinho e amor no topo da cabeça da morena. A expressão surpresa contrastava perfeitamente com a linha vermelha que marcava as bochechas, como Neji poderia ser tão... Neji? –Tenten, estou esperando um ‘’eu também amo você.’’

Vendo que ela se encontrava surpresa apenas encarando seus olhos, o Hyuuga sorriu em satisfação. E quando sentiu os lábios macios da amada sobre os seus, seu peito se encheu de alegria.

~~*~~*~~*~~

–Feliz aniversário Tsukimi! – exclamou Sakura com um sorriso radiante moldando os lábios enquanto depositava um pequeno bolo sobre a mesa que ficava suspensa na cama da menina.

Os olhos azuis brilhavam em pura felicidade. As pessoas mais chegadas à menina estavam todas ali, comemorado mais um ano de vida da loirinha, a fazendo rir e sorrir com os presentes. Dois punhadinhos de bexigas coloridas estavam amarrados em cada lado da cama onde Tsukimi encontrava-se sentada e uma faixa, feita pela enfermeira Nakamura e o médico Kouichi, pregada no alto.

Todos que ajudaram na organização da pequena festa ficaram satisfeitos quando viram Tsukimi despertar de seu sono com um sorriso de orelha a orelha estampando o seu rosto, já que ultimamente o avanço da leucemia em seu organismo a afetava muito, deixando-a desanimada.

–Faça um pedido querida. – falou Sakura após todos cantarem a tradicional música de aniversário.

–Me ajuda tia Sakura. – pediu com os olhos vidrados nas oito velas rosa e brilhantes acesas.

–Você consegue Tsukimi-chan, só não deixe o bolo babado. – disse Kouichi divertido, fazendo a maioria rir e a aniversariante encará-lo com um bico de pura birra.

–Ainda bem que o pedaço menor é para você e o maior para o Kuma-san. – contrapôs.

–Mas fui eu quem deu o Kuma-san. – a menina continuou fitando o médico com o bico de antes. –Mas é sério, não babe não bolo. – falou e riu em seguida, deixando a menina brava com a brincadeira.

–Tia Sakura olha o tio Kouichi. – pediu socorro com a voz manhosa, arrancando risos dos presentes.

Dando de ombros, a rosada se aproximou da menina com o cenho franzido.

–Ele está brincando querida. – falou Sakura e curvou-se levemente para frente. –Agora vamos apagar essas velas.

Desfazendo o bico de birra, a menina sorriu em resposta e tomou todo o ar que conseguiu, quando contou até três mentalmente, soltou todo o ar com força, apagando todas as velas, porém depois de um segundo duas reacenderam fazendo assim Tsukimi tomar todo o ar mais uma vez e soltá-lo, como fez antes. As duas velas se apagaram, mas depois de outro segundo se reacenderam, e mais uma vez fez Tsukimi repetir o processo.

–Tsukimi-chan você é tão teimosa assim? – Kouichi provocou divertido.

–Não sou eu, são as velas! – se defendeu cansada.

Desta vez até Sakura riu junto com os outros. Não conhecia ninguém que depois de ver o pediatra da loirinha e a própria discutindo não risse, mesmo que fosse apenas um leve riso, já que encher a paciência de Tsukimi era umas das coisas mais divertidas, ao ponto de vista de Kouichi.

–Mas vocês não tomam jeito nunca né. – comentou balançando a cabeça de um lado para o outro depois do pediatra ter dito outra provocação, deixando a menina com as bochechas coradas pela irritação que lhe subiu.

~~*~~*~~*~~

Os momentos prazerosos iam e vinham em sua mente como flashes, Sasuke ainda conseguia sentir a textura macia da pele alva em suas mãos e o gosto delicioso dos lábios da rosada. Eram nessas horas que deveria se sentir mal pelo que havia feito noite passada, porém no lugar disso sentia-se aquecido, e por isso seguiria com seu plano esquisito, afinal ele não a obrigou a fazer nada, foi por livre e espontânea vontade. Um sorriso de canto se formou em suas lábios finos, não via a hora de voltar a casa da rosada e repetir tudo.

Já que, na noite passada depois de banhá-la, a enrolou em um roupão e foi se vestir, em seguida saiu da casa da Haruno sem dizer nada. Provavelmente deixou Sakura confusa, sem reação alguma perante suas ações. Só esperava que ela não dissesse nada a respeito de ontem para ninguém, ou se não se encontraria com Itachi no tribunal, pois a ordem judicial em que dizia claramente que deveria manter a maior distância possível da rosada estava realmente valendo. E se o irmão mais velho descobrir o feito dele, uma gorda fiança seria sua única opção.

Bufou irritado, não queria ter relembrado daquele pequeno detalhe, porém foi inevitável o que acabou deixando-o tenso.

Dane-se, posso me preocupar com isso mais tarde! – pensou no intuito de relaxar, mas brincar com a lei não lhe agravada, entretanto já havia se desviado da bendita, então seguiria assim mesmo, só torcia para que Sakura não soubesse da tal ordem.

Levantou-se da cama em um pulo para dissipar seus devaneios e começou a andar. Estava no mesmo hotel que havia se hospedado há um mês quando veio passar suas curtas férias em Konoha, e por coincidência estava no mesmo quarto que antes. Sem perceber baixou seu olhar até sua perna esquerda, e lembrou-se do gesso que a envolvia há algum tempo atrás e com isso o sorriso sapeca da menina que aparentava ser bem apegada à Sakura invadiu sua cabeça. Como estaria Tsukimi?

De repente sentiu a vontade de visitá-la, para ver a loirinha rir e também conversar com a mesma. Uma coisa estranha para o moreno, mas o que poderia acontecer? Decidido a fazer uma visita, pegou o celular e a chaves do carro, calçou os sapatos saindo do quarto depois de trancá-lo.

Andava pelo corredor do hotel a passos rápidos. Apertou o botão chamando o elevador, repentinamente o seu celular começou a tocar e vibrar em seu bolso. O pegou com o cenho franzido e sem olhar quem estava ligando, deslizou seu dedo sobre a tela, aceitando a ligação.

–Tio Sasuke, Akemi está pedindo desculpas! – a voz infantil com as palavras enroladas veio do outro lado da linha, não dando nenhuma chance do moreno falar um ALÔ.

–O que você fez? – perguntou confuso, se recordava que a pequena Hyuuga não havia feito nada de errado com ele.

–Akemi foi uma neném feia! – explicou, e Sasuke franziu o cenho, pois ela só falava que era feia quando fazia algo de errado, e até agora nada de errado Akemi havia feito a ele.

–Não estou entendo Akemi. O que aconteceu?

–Akemi falou para o papai e a mamãe que não gosta mais do tio Sasuke, porque tio Sasuke não veio aqui em casa ontem e não me trouxe presente. Desculpa tio Sasuke, Akemi promete que nunca mais vai falar isso. – desculpo-se com a voz chorosa. A maneira como Tenten fazia a pequena Hyuuga consertar seus erros era cômico, de certo modo. –Com ou sem presente, Akemi gosta muito do tio Sasuke.

–Está desculpada pentelha. – respondeu quando compreendeu do que se tratava, e não podia negar que se sentia triste por saber que a pequena Hyuuga havia falado aquilo.

E finalmente o elevador chegou, as portas da caixa metálica se abriram e com o aparelho ainda na orelha a adentrou.

–Só espero que você não fale mais isso, o tio Sasuke ficou triste.

–Desculpa tio Sasuke. Não fica triste, Akemi promete que nunca mais vai falar isso. – contrapôs com o tom de voz claramente dizendo que estava sentida.

–Está prometido então. – um ‘’sim’’ alto foi a resposta de Akemi, arrancando um sorriso do moreno. –Tenho que desligar Akemi. – informou depois de ouvir o som de aviso que indicava que havia chegado ao andar desejado. -Até mais pentelha.

–Tchau tio Sasuke. – despediu-se desapontada, pois queria conversar um pouco mais com tio adorado.

–Amanhã tio Sasuke passa para te ver, ok?

~~*~~*~~*~~

Um suspiro de alivio foi finalmente solto pelo moreno, sua paciência estava escassa graças à recepcionista lesada que o havia atendido. Ele não via a necessidade em tantas perguntas para uma visita. As portas metálicas se abriram revelando o extenso corredor preenchido por vozes e risos, o que fez Sasuke arquear as sobrancelhas, se perguntando o que estava acontecendo, afinal era um hospital, e lugares como esses, o silêncio pairava em todo canto.

Começou a andar, e quanto mais se aproximava do final do corredor, as vozes e os risos ficavam mais altos. Finalmente chegou ao quarto desejado, porém uma coisa estava errada. Ou melhor, entendeu o porquê daquele corredor estar estranhamente agitado.

Uma festa de aniversário estava sendo realizada. E quando se deu conta de quem estava completando mais um ano de vida, deixou um sorriso de canto se formar em seus lábios.

Bom, pelo menos eu trouxe alguma coisa a ela. – pensou aliviado e agradecido, pois sua mania de levar presentes quando ia visitar Akemi o salvou de um constrangimento enorme. Respirou fundo e adentrou o quarto enfeitado com balões e confetes.

Os risos sumiram, as conversas animadas de todos ali presente cessaram ao perceberem que alguém havia acabado de chegar.

Sakura, estranhando o silêncio repentino do quarto desviou sua atenção do seu pedaço de bolo e passou os olhos pelo cômodo. Ao se deparar com os conhecidos fios pretos, seus olhos quase saltaram de seu rosto, tamanha era a surpresa.

–Tio Sasuke? – a voz infantil de Tsukimi quebrou os segundos de silêncio. Os pares de olhos negros e verdes se desviaram para a loirinha que se encontrava sentada em seu leito, em que daquela cama era só virar o pescoço para o lado esquerdo, e poderia saber quem estava entrando no quarto. –Tio Sasuke! – exclamou com os olhos brilhando, ao ver que realmente o Uchiha estava ali, em carne e osso, ao vivo e a cores.

Um pouco desajeitada, Tsukimi desceu da cama e depois de firmar os pés no chão correu em direção do moreno com um sorriso de orelha a orelha. Apesar de ter conversado com ele apenas uma vez, dentro dela algo dizia que Sasuke é uma pessoa boa e por causa disso, já tinha um lugar em seu coração de criança. Envolveu as pernas do moreno em um abraço.

Pego desprevenido pela atitude da loirinha, estava entre abaixar-se e abraçá-la de volta ou ignorar aquela demonstração de afeto e entregar o embrulho a ela.

–Finalmente você veio me visitar. Já estava cansada de esperar. – fez um bico.

–Desculpe Tsukimi.

–Tudo bem tio Sasuke. – o abraçou de novo, mas algo prendeu a sua atenção. –Isso é para mim?

Sasuke assentiu com a cabeça e estendeu o embrulho em direção a loirinha.

–Não sabia que era seu aniversário, mas tenho a mania de comprar algo quando vou visitar crianças. – deu de ombros.

–Obrigada tio Sasuke. Agora vem comer bolo! – o convidou animada, já puxando o moreno por um de suas mãos, mas nada de Sasuke mexer um músculo. –Vem logo tio, o bolo está uma delicia! – reforçou enquanto se colocava atrás do moreno e o empurrava com toda a força que conseguia reunir. –Anda tio! – o empurrou mais uma vez.

–Pare com isso Sasuke! - manifestou-se Sakura, sua voz elevada a uma oitava. -Se ainda não percebeu, a Tsukimi não pode se esforçar! – advertiu irritada, lançando um olhar repreendendo ao moreno.

Tsukimi sabia que a bronca de certa fora era para uma mensagem para parar de empurrar o Uchiha e sem pensar duas vezes, cessou os seus empurrões e ficou quieta, já Sasuke franziu o cenho fazendo pouco caso, afinal, não estava fazendo nada demais, apenas brincando com a menina.

–Não se preocupe doutora Haruno, é apenas uma brincadeira. – contrapôs sarcástico.

O que ele não esperava era um ataque de tosse da rosada. A própria não sabia exatamente se o moreno falou aquilo com ambiguidade proposital ou sem.

Uma coisa era ele aparecer, de repente, em sua casa e seduzi-la, dizendo que é só uma brincadeira. Outra totalmente diferente era dar o ar da graça no hospital e soltar uma frase com duplo sentido. Ele deveria estar em Tóquio, e não em Konoha, porque depois do episódio da noite passada, a obrigação dele era sumir de suas vistas para sempre! Então, o que diabos Uchiha Sasuke fazia ali?

Sem nenhuma tosse a atrapalhando mais, Sakura contou até dez em sua mente, decidida a ignorar qualquer coisa suspeita que Sasuke dissesse.

–O que está fazendo aqui? – perguntou enquanto cruzava os braços.

–Não é meio óbvio? – sorriu irônico.

–Não me lembro de ouvir o seu nome quando Tsukimi falou quem ela havia convidado. Aliás, de onde a conhece?

–Eu nem sabia que o tio Sasuke viria, tia Sakura. – a loirinha interrompeu. –Foi uma surpresa que eu adorei. – seus olhos azuis brilharam. –Conheci o tio Sasuke um mês atrás, quando ele quebrou a perna. Eu fui a sua sala de noite e ele estava lá com a perna engessada, até escrevi o meu nome nele! – contou com um sorriso no rosto. Mesmo que tenha trocado poucas palavras com o Uchiha, já o considerava uma pessoa especial em sua vida.

–Ah, sim. – deixou as únicas palavras que conseguiu formar saírem.

–Vem tio Sasuke! Eu ainda não terminei o meu bolo e você pode comer comigo. – falou animada, puxando-o pela mão, mas diferente de antes, deixou ser guiado pela menina. –Nakamura-san corta um pedaço para o meu convidado especial?

Sem que percebesse um suspiro escapou de seus lábios. Já sentia que a presença do Uchiha seria incomoda a si mesma, por causa da noite anterior, mas também algo lá no fundo dizia a ela que o moreno era inofensivo, e que não machucaria Tsukimi de forma alguma. Então relaxou os ombros e levou mais um pedacinho de bolo à boca.

Depois discutiria internamente de seus problemas pessoais...