Crônicas De Um Casal De Semideuses escrita por Emily di Angelo


Capítulo 13
Conto 3 - HOTEL ASSOMBRADO - parte 1


Notas iniciais do capítulo

Eu voltei e acho que devo algumas explicações para meus leitores.
Fiquei quase seis meses sem postar nada, mas isso não significa que eu não escrevi. Eu escrevi e escrevi muito, mas não completei nenhuma história. Fui escrevendo e criando novas ideias e não conclui nenhuma. E para piorar, eu estou no 3º Ano do Ensino Médio e estudando que nem uma condenada, então meu tempo no computador e, por consequência, escrevendo diminuiu muito.
Mas agora, com essas super-férias que eu vou ter por causa da Copa do Mundo eu vou concluir e postar o maior número de histórias que eu conseguir concluir, principalmente um projeto novo, fora das "Crônicas".
Aqui nas Crônicas eu tenho 3 Contos e 5 One-Shots para terminar e postar, espero conseguir até final de julho :).
Espero que vocês me desculpem pelo sumiço e aproveitem as histórias:



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HOTEL ASSOMBRADO – PARTE 1

ESTRADA BLOQUEADA

Atenção senhores passageiros, devido a condições desfavoráveis no aeroporto de Edimburgo, nosso voo está sendo redirecionado para Glasgow, lamentamos o ocorrido e informamos que a British Airways dará toda a assistência necessária para diminuir os transtornos.

Annabeth olhou frustrada para o seu namorado, que apertava a mão dela firmemente com uma de suas mãos, enquanto a outra segurava o saquinho de vômito perto da cara. O avião passava por uma zona de turbulência.

–Eu sabia que devíamos ter seguido de trem quando fizemos a conexão em Londres!

–Eu também acho. – falou ele, enjoado.

O voo de Nova York até Londres foi tranquila, Percy não passou mal. Em Londres tiveram que fazer uma conexão para ir até Edimburgo para um Congresso de Arquitetura que Annabeth estava participando e nesse trecho da viagem tinham pegado muita turbulência.

–Obrigada por me acompanhar nesse congresso. – falou.

–Ahhnn... – gemeu ele, apertando mais ainda a mão da namorada.

–#––#––#––#––#–

Eles chegaram ao Aeroporto Internacional de Glasgow cerca de vinte minutos depois. Assim que saíram do salão de desembarque foram abordados por um funcionário da companhia aérea.

–Infelizmente não tem previsão de abertura do aeroporto de Edimburgo. Se for possível podemos acomodá-los em um hotel para esperar a abertura do aeroporto de lá.

–Eu preciso seguir viagem até lá imediatamente.

–A senhora pode pegar um trem até Edimburgo.

E foi isso que Annabeth decidiu fazer, junto com o Percy saíram do aeroporto e seguiram até a estação mais próxima. Foram ao guichê da companhia de trem.

–Duas passagens para Edimburgo, por favor, no próximo trem.

A funcionária digitou no computador.

–Sinto muito senhora, todos os trens estão lotados. Quer dizer, o trem das 16h tem passagens disponíveis na Primeira Classe.

–E quanto custa?

–As duas, com a taxa de embarque £1000.

–Mil Libras?!

–Sim, senhora.

–Infelizmente não vai dar.

Annabeth se jogou, derrotada, em uma das poltronas na estação.

–E agora amor? – perguntou Percy, se sentindo melhor, agora que estava em terra.

–Vamos de carro, o Congresso só começa na segunda e hoje é sexta, temos tempo de sobra, a viagem dura em torno de duas horas. Só precisamos achar algum lugar que venda mapas.

Ali mesmo na estação encontraram uma loja de souvenires chamada...

AnaxiMaps? Quem vai por um nome desses em uma loja de souvenires?

–Esse nome me faz lembrar alguma coisa... – disse a filha de Athena, ativando sua “biblioteca interna” e fazendo sua mão cair rapidamente para a cintura, onde sua faca estava escondida. Percy percebeu o movimento e levou a mão no bolso onde levava sua caneta.

–Esse nome é de algum monstro?

–Não me lembro, mas é melhor sermos cautelosos para comprar nosso mapa.

Entraram na loja, a primeira reação dos dois foi “Uau!”. A parede que ficava de frente da porta era totalmente recoberta por mapas de todos os tipos. Mapas modernos, mapas rodoviários, mapas feitos com fotos de satélite, mapas digitais que davam zoom, mapas antigos com aparência medieval e mapas mais antigos ainda, em estilo grego, alguns até em estilo Egípcio, feitos em papiro. Olhando para a esquerda uma coleção de Globos Terrestres e mapas feitos em barro, parecendo ser de civilizações como os Maias e Astecas. Na direita da loja uma bancada de madeira antiga ocupava todo espaço e atrás dela tinha uma estante lotada de rolos, do chão ao teto, provavelmente mapas.

–Que loja maluca... – disse Percy.

–É muito estranha, só vende coisas relacionadas à Cartografia. – falou Annabeth balançando o que parecia ser um astrolábio.

Uma porta bateu fazendo Percy e Annabeth darem um salto e quase retirarem suas armas dos bolsos.

–Olá! – falou um homem saído de trás da bancada. – Faz muito tempo que não recebo clientes.

Os dois semideuses olharam desconfiados para a cara sorridente do vendedor.

–O que vocês desejam? Mapas-Múndi? Essa é minha especialidade!

Ele saltou para o canto esquerdo, mexendo em alguns rolos que estavam atrás dos Globos Terrestres. Depois correu para o outro lado, pegando um mapa em forma de triângulo:

–Mas se vocês querem uma aventura perigosa eu tenho um produto exclusivo das nossas lojas, vocês não vão encontrar em nenhum outro lugar... – falou, entusiasmado, parecendo aqueles vendedores do canal de compras. – Um mapa detalhado e com coordenadas de mais de dez, eu disse dez! Dez pontos turísticos do Mar de Monstros, incluindo as ruínas do Spa de Circe, destruído anos atrás por causa de dois heróis que fugiram da ilha.

Annabeth e Percy engoliram seco.

–Não precisamos de tanta emoção para nossa viagem. – disse a garota – Só queremos um mapa rodoviário da Escócia, Senhor...?

–Anaximandro – falou, parecendo desapontado com uma escolha tão comum. – Temos, sim. Temos todos os tipos de mapa. Deixe-me ver, acho que tenho um excelente por aqui... Vocês querem um que trace a rota para o destino desejado automaticamente?

–Pode ser, quanto vai custar esse?

–Para vocês... hum... Acho que cinco dracmas de Ouro.

Eles estavam tensos com a situação, esperavam que algum monstro saltasse da prateleira, ou que Anaximandro pedisse um dedo como pagamento pelo mapa, ou simplesmente enlouquecesse e atacasse os dois.

–Só isso senhor Anaximandro? – Perguntou Percy. O vendedor balançou a cabeça positivamente, fazendo a transação com Annabeth.

–Muito obrigada!

–Não deixe de visitar nossa loja em Edimburgo. – disse, se despedindo. – Lá quem cuida dos negócios é o meu amigo Ptolomeu.

Os semideuses saíram da loja estupefatos: tinham interagido com algo do mundo deles sem atrair nenhuma confusão.

–Você lembrou que é esse tal de Anaxi-alguma-coisa?

–Anaximandro, o pai da Cartografia, ele foi o primeiro a fazer um Mapa-Múndi, pelo menos da parte do mundo que os gregos conheciam.

–#––#––#––#––#–

Depois de alugar um carro, lá na estação mesmo, se colocaram a caminho de Edimburgo, uma rota em vermelho pulsante riscava o mapa, no canto superior direito estava indicado o tempo estimado de viagem.

–É praticamente um GPS. – constatou Percy.

–Sim, mas com certeza demoraremos mais de duas horas. A neve está muito forte, e eu não estou acostumada a dirigir com a mão inglesa. É muito esquisito dirigir do lado direito.

Logo a cidade de Glasgow ficou para trás e a famosa paisagem escocesa tomou conta, com uma ou outra vila aparecendo rapidamente. As colinas e montanhas, brancas de neve, acompanhavam a escada de perto. De repente a estrada reta fazia uma curva e começava a margear lagos, em sua maioria congelados.

A estrada estava deserta, nenhum carro passava, o que era estranho já que esta rodovia ligava as duas maiores cidades da Escócia. Annabeth desconfiava que era por causa da nevasca. Pelo rádio acompanhavam as notícias, o aeroporto de Edimburgo continuava fechado e agora o de Glasgow também.

–Tivemos sorte de chegar em Glasgow. – falou a loira.

–Tivemos sorte de chegar na Grã-Bretanha – respondeu Percy.

–Não seja dramático! O senhor Zeus já prometeu que não vai derrubar um avião só porque você está dentro.

–Depois de tudo o que fizemos pelo Olimpo era o mínimo que ele podia fazer.

Annabeth balançou a cabeça, rindo do namorado.

Já estavam no meio do caminho, Annabeth não passava dos 60km/h, a pista estava muito escorregadia. Percy percebeu algo no mapa.

–Annabeth... Annie... – chamou a atenção dela, preocupado. – Olha isso no mapa.

–O que foi? – Ela levou o carro ao acostamento para olhar o mapa.

–Parece um sinal de atenção.

Um “X” estava marcado alguns quilômetros à frente, em cima de um rio.

–Estou com um mau pressentimento. – disse ela, depois de analisar o mapa.

–Eu também.

–Vamos seguir, talvez não seja nada.

–Ou talvez...

–Percy, sem pessimismo.

O carro voltou a andar, mas parou bem em cima do “X” do mapa. Duas viaturas da polícia estavam paradas em frente em uma ponte, ou melhor, meia ponte, o restante tinha sido levado por um enorme bloco de gelo que tinha descido o rio.

–Um iceberg em um rio? Essa eu nunca vi.

–Mas é isso que aconteceu, senhorita. – falou um dos policiais.

–Como eu chego a Edimburgo agora?

–Esse é o único caminho seguro com essa nevasca, mas a ponte ruiu completamente. Estamos trabalhando em um desvio, mas só deve ficar pronto amanhã, depois do almoço.

–Vamos voltar para Glasgow então. E amanhã voltaremos, quem sabe não conseguiremos ir de avião?

–Infelizmente a previsão é que a nevasca piore, senhorita. Se eu fosse vocês se hospedariam em um hotel que tem daqui a cinco quilômetros seguindo nessa estradinha.

O policial indicou uma estrada secundária, do lado da ponte.

–Dependendo da intensidade talvez até a autoestrada para Glasgow seja interditada pela neve.

–O hotel é bom?

–Sim, sim. – respondeu – É uma pousada antiga, café & cama. Fica em um castelo do século XV.

–A diária é muito cara?

–Acho que não.

–Muito obrigada policial. Vamos Percy.

Os dois entraram no carro e seguiram pela estradinha de cascalho, deixando a ponte e os policiais para trás. Depois de alguns minutos um castelo surgiu no campo de visão dos semideuses. Era um castelo como o dos contos de fadas, feito de pedra, com torres altas e intimidadoras, um fosso rodeava toda a construção, o acesso dos carros era feito por uma ponte levadiça que estava abaixada.

Dentro das muralhas um pequeno estacionamento para 15 carros estava vazio.

–Será que é uma boa ideia ficar aqui? – perguntou Percy.

–É nossa única opção.

Annabeth estacionou o carro. Enquanto Percy descarregava as malas, ela falava com alguém no celular.

–‘Tá bom, obrigada. – falou antes de desligar.

–Quem era?

–Eu liguei para o hotel para avisar que não chegarei no dia em que marquei a reserva. Ou seja, hoje. Remarquei para amanhã.

O casal entrou no prédio. O lobby era todo em estilo antigo, móveis em madeira rústica, uma lareira enorme com um fogo crepitando e o que mais chamou atenção de Annabeth, a enorme estante que recobria toda a parede de pé-direito duplo. Um lustre de cristal enorme sobrevoava a sala, lembrando um pouco a imagem do Olimpo em cima de Manhattan.

O ambiente era um pouco sombrio, a luz elétrica parecia ser fraca e era complementada por alguns castiçais de velas. A cor dos moveis, todos de mogno escuro, não ajudava em nada, ao contrário deixava a sala ainda mais escura.

Logo do lado da porta tinha uma bancada, também de madeira escura. Atrás, as chaves dos quartos estavam penduradas em um painel. Uma velha campainha de latão servia de moradia para uma...

–ARANHA! – gritou Annabeth, se jogando nos braços do Percy. Que se desequilibrou e foi ao encontro de uma mesa encostada na parede oposta, um trovão rugiu muito perto, fazendo a luz piscar. Os dois levantaram e olharam para a mesa. Outro trovão indicava que a tempestade não era só de neve.

–Posso ajudar? – perguntou uma voz atrás deles, fazendo os dois tomarem um susto. Uma senhora vestida toda de preto e com uma pele muito branca surgiu da penumbra, embaixo de um arco de pedra, que parecia levar para uma espécie de escritório. Depois de se recuperar do susto, Annabeth falou:

–Sim, precisamos de um lugar para passar a noite.

–#––#––#––#––#–

Um empresário, atrasado para uma série de reuniões em Edimburgo também tinha alugado um carro. Ele ia mais rápido do que seria prudente nessas condições de tempo. Ele atravessou uma ponte e seguiu seu caminho.

Nenhum sinal dos dois policiais ou da ponte quebrada.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
bjus



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