Profecia de Sangue escrita por Diogo Ribeiro Martins


Capítulo 1
Capítulo Um — A história de Slughorn


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem da fic. Boa leitura a todos!



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Capítulo Um — A história de Slughorn



Alvo Dumbledore estava, como de costume, sentado na sua poltrona atrás de sua escrivaninha em seu gabinete numa das torres mais altas do castelo da Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts.

Aquele verão estava mais frio e nebuloso, isso ocorria devido ao fato de que os dementadores abandonaram Azkaban e se uniram a Voldemort.

O diretor de Hogwarts olhava e girava atentamente um anel dourado, com uma pedra verde cravada no centro. Não o colocava no dedo, pois sabia que as consequências seriam graves para o seu corpo. Planejava destruir aquele anel logo, sabia que seria essencial destruí-lo.

Embora aquele anel poupasse grande parte de seu tempo, outra coisa incomodava o velho de barbas e cabelos longos grisalhos, olhos azuis, oclinhos meia lua, e, que naquela ocasião, estava trajando vestes de cor azul marinho.

Harry Potter.

Esse era o motivo de tamanho incômodo e preocupação de Dumbledore.

No final do último ano letivo — o quinto —, na histórica batalha no Departamento de Mistérios na sede do Ministério da Magia da Inglaterra, Sirius Black, o padrinho do garoto, fora assassinado por Bellatrix Lestrange.

Dumbledore assumia parte da culpa, assim como Harry e o elfo doméstico Monstro também tinha.

Aquela batalha revelou a Harry o motivo ao qual Lord Voldemort invadiu a casa da família Potter em Godric’s Hollow na noite de Halloween de 1981.

Foi a Profecia que Sibila Trewlaney profetizou.

Nenhum dos dois poderá viver, enquanto o outro sobreviver... — sussurrava Dumbledore colocando o anel sobre a sua mesa.

Essa frase da Profecia simplificava todo o resto daquela previsão.

Somente Harry Potter podia matar Tom Servolo Riddle.

De repente, a porta do gabinete de abriu como uma explosão, rapidamente Dumbledore colocou o anel no bolso, puxou a varinha da sua capa, e, enquanto a fumaça se dissipava, eis que surgiu Lord Voldemort, com sua aparência ofídica, face pálida e branca, suas fundas fendas substituindo o que seria o nariz, os seus olhos vermelhos com pupilas verticais, e sua voz aguda e arrepiante.   

— Ao que devo a sua visita, Tom? — perguntou Dumbledore com calma,

— Vim tomar Hogwarts, obviamente, velho — respondeu Voldemort apontando a varinha para o oponente.

— Consegui desativar todas as defesas dessa escola, Fudge caiu há alguns minutos atrás, ele está morto, eu sou o novo Ministro da Magia da Inglaterra, e eu serei, a partir de agora, também o novo diretor de Hogwarts! — continuou a falar o bruxo das trevas.

Droga, preciso avisar a Ordem, embora eu ache que eles já saibam, e, principalmente, ao Harry” — pensou Dumbledore.

Logo, os dois começaram a trocar feitiços no gabinete, objetos eram quebrados e voavam para todo o lado.

— Desista Dumbledore, me entregue o cargo — Voldemort lançou a Maldição da Morte que veio contra Dumbledore num raio verde, mas antes que o feitiço pudesse atingir o velho, ele pulou, Fawkes, que estava em seu poleiro observando tudo, voou, e os dois, num movimento sincronizado, desapareceram, deixando apenas Lord Voldemort ali.

Voldemort sorriu e se sentou na poltrona.

—... Dias e tempos de glória para a raça dos bruxos de puro-sangue. Salazar Slytherin, o meu antepassado, terá o seu desejo cumprido finalmente — e então, ele gargalhou.

Logo, três meses se passaram.

As Trevas dominavam todo o Mundo Mágico.

Lord Voldemort era o Ministro da Magia da Inglaterra e diretor de Hogwarts, todo o corpo letivo havia pedido demissão, desde McGonagall, Flitwick, Sprout até Hagrid, exceto Snape, que se tornara um espião da Ordem da Fênix na escola.

A Ordem da Fênix tinha agora uma nova sede. A casa de Dumbledore.

Era uma mansão gigantesca em Godric’s Hollow, tinha espaço o suficiente para treinar feitiços, quadribol, e, para a alegria de Hermione Granger, tinha também uma gigantesca biblioteca, repleta de livros de todos os tipos. Tinha toda a proteção necessária. E diversos quartos e salas.

O número de membros da Ordem aumentara consideravelmente. Todos que pertenciam a Armada de Dumbledore se alistaram para a organização secreta. Todos eles decidiram não ir para Hogwarts, e seus familiares estavam na sede, seguros.

Com isso, o nome da organização mudou. A Ordem e a Armada se fundiram — e ganhavam mais novos membros ainda —, e assim surgiu a Resistência da Fênix.

Todos treinavam todos os tipos de feitiços necessários, mas, além disso, treinavam artes marciais e um bom físico, assim como o manejo de armas de fogo e armas brancas.

Com tudo isso, Harry Potter acabou esquecendo a morte de seu padrinho Sirius Black.

Mas não esquecia a Profecia. Desde aquela noite no gabinete de Dumbledore, onde a ouviu na Penseira, Harry nunca mais quis saber de Profecias.

— De certo esse ano vai ser muito diferente — comentou Hermione, que, junto de Neville, Luna, Harry, Gina e Rony, estavam no quarto do terceiro citado. — Já que nós não vamos para Hogwarts — falou com certa infelicidade.

— Mas é por uma causa justa, Hermione — explicou Rony. — Você sabe disso!

— Eu sei — respondeu a Granger, que logo tirou um pequeno livro do bolso e começou a ler.

Harry estava quieto. Ele adorava Hogwarts mais do que tudo. Desde as aulas — exceto talvez as de Poções, lecionadas por Snape, e de História da Magia, que provocava sono em todos, menos Hermione —, até aos jogos de Quadribol, mas sabia que se fosse a escola, não iria sobreviver sequer uma semana vivo.

De repente, a voz de Dumbledore ecoou por toda a mansão.

Todos na sala de reuniões. AGORA!

Os seis se levantaram, e, num estalo — já haviam aprendido a aparatar —, estavam sentados na mesa de reuniões na sala destinada a isso.

Fred e Jorge também estavam lá — a loja deles fora deixada para segundo plano —, assim como Percy — que havia se redimido —, Gui — já casado com Fleur —, e Carlinhos. Molly e Arthur chegaram juntos, e se sentaram lado a lado perto de Dumbledore, que, estava sendo na ponta direita da mesa.

Eram mais de cem bruxos presentes e sentados à mesa. Todos conversavam entre si, tentando adivinhar o motivo daquela repentina reunião.

— Desejo a melhor das noites para todos — disse Dumbledore se levantando de sua cadeira. — Já estamos há mais de três meses juntos, treinando e nos preparando para o que vem. Acredito que a hora de nós agirmos chegou, mas, antes de tudo, Severus me enviou algumas informações sobre o que ocorre atualmente em Hogwarts.

— Como sabem o Lorde das Trevas — o nome de Voldemort se tornara um tabu, caso pronunciassem o nome dele, os feitiços de defesa seriam desativados, e os Comensais da Morte, aurores ou qualquer grupo de bruxos que trabalhe para Voldemort ou o Ministério da Magia, iria até o local imediatamente —, é agora o diretor da escola, além de Ministro da Magia da Inglaterra.

“A disciplina de Defesa Contra As Artes das Trevas não existe mais, agora é apenas Artes das Trevas, onde os feitiços mais horrendos e proibidos são ensinados desde o primeiro ano. O ensino é rígido demais, não se pode mais rir e se divertir, e, o principal castigo é a Maldição Cruciatrus, e, a maioria dos professores são Comensais da Morte.”

 — Estão estragando Hogwarts! — exclamou Hermione.

— De fato, senhorita Granger — concordou Dumbledore. — Precisamos derrotar Você-Sabe-Quem, e logo, antes que haja alguma catástrofe com danos expansivos sobre o mundo mágico e trouxa do mundo inteiro.

— Mas como? — indagou Percy. — Ele é poderoso demais!

— Sim, todos nós temos que admitir que ele seja atualmente deveras poderoso — continuou Dumbledore. — Mas descobri algo que irá nos ajudar muito. O Lorde das Trevas é imortal, e descobri o segredo da imortalidade de Tom Servolo Riddle.

— E qual segredo seria esse, Albus? — indagou Kingsley Shacklebolt.

— Horcruxes.

 — O que? — exclamaram muitos bruxos.

 — Bem, descobri isso graças a um velho amigo meu e antigo membro do corpo docente de Hogwarts — respondeu Dumbledore. — Apresento-lhes Horacio Slughorn, o mais novo membro da Resistência da Fênix.

Slughorn então surgiu em meio às sombras. Era um homem gordo, de aparência jovial — embora velho —, era careca e tinha um grande bigode prateado.

— Boa noite a todos — cumprimentou Slughorn. — Fico feliz em integrar essa organização, cujos objetivos são os mesmos que os meus. Espero ajudá-los da melhor forma possível. Bem, vou contar-lhes sobre as Horcruxes.

“Tom Servolo Riddle foi meu aluno quando lecionava poções na Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts. Naquela época, eu era um homem mais jovem, bem mais energético. Tom era da Sonserina — casa ao qual eu era diretor —, um aluno brilhante, bonito e cobiçado pelas garotas de toda a escola, tirava boas em todas as matérias, muito quieto às vezes, sempre buscava conhecimento, e tinha grandes habilidades que muitos alunos de Hogwarts não tiveram.” — continuou Slughorn, se sentando ao lado de Dumbledore.

— Certa noite, quando ele tinha dezesseis anos, ou seja, quando estava em seu sexto ano letivo, ele, no meio de uma das reuniões que faço com meus alunos preferidos, me perguntou sobre as Horcruxes, depois que todos foram embora, não sabia as intenções dele, de bom grado, mas hoje eu estou ciente do erro que eu cometi há muitos anos atrás.

E então, começou a contar o causo, exatamente como havia acontecido.

Ande logo Tom, você não quer ser apanhado fora da cama depois da hora, ainda mais sendo monitor... — eu disse.”

Senhor, eu queria lhe perguntar uma coisa. — respondeu Tom.”

Então pergunte, meu rapaz, pergunte...”.

 “Senhor, estive imaginando o que o senhor sabe sobre... sobre Horcruxes”.

“Eu o encarei, acariciando discretamente a haste de uma taça de vinho com os meus dedos grossos.”

Um trabalho para a Defesa Contra as Artes das Trevas, é? — indaguei, mesmo sabendo que não era um trabalho escolar.”

Não exatamente, senhor. Encontrei o termo em um livro, e não entendi muito bem.

Não... bem... Você estaria num apuro para encontrar em Hogwarts um livro com detalhes sobre Horcruxes, Tom. É feitiço das trevas, realmente das Trevas — eu disse”.

Mas obviamente o senhor conhece bem todos eles, não? — perguntou Tom. — Quero dizer, um bruxo como o senhor... Desculpe-me, quero dizer, se o senhor não puder me falar, obviamente achei que se alguém pudesse, seria o senhor... Então pensei em perguntar...”.

Bem — falei, sem olhar para ele, mas brincando com a fita da caixa de abacaxis cristalizados. — Bem, é claro que não pode haver mal algum em lhe dar uma ideia geral. Só para você entender o termo, Horcrux é a palavra usada para um objeto em que a pessoa ocultou parte da própria alma.

Mas não entendo bem como se faz isso, senhor.

Bem, a pessoa divide a alma, entende — expliquei. — E esconde metade dela em um objeto externo ao corpo. Então, mesmo que seu corpo seja atacado ou destruído, a pessoa não poderá morrer, porque parte de sua alma continuará presa a terra, intacta. Mas, naturalmente, a existência sob tal forma pouca pessoas iria querer, Tom, muito poucas. A morte seria preferível”.

E como se divide a alma? — perguntou Tom.”

Bem — respondi constrangido. — Você precisa compreender que a alma deve permanecer intocada e una. A divisão é um ato de violação, é contra a natureza.

Mas como é que se faz? — perguntou Riddle com insistência.”

Por meio de uma ação maligna: a suprema maldade. Matando alguém. Matar rompe a alma. O bruxo que desejasse criar uma Horcrux usaria essa ruptura em seu proveito: encerraria a parte que se rompeu...”.

Encerraria? Mas como...?

Há um feitiço, não me pergunte, eu não conheço! — respondi, sacudindo a cabeça como um velho elefante importunado por mosquitos.”

Slughorn riu, enquanto os demais se mantinham quietos e faziam diversas caretas e expressões diferentes com o rosto, e assim ele continuou.

Tenho cara de quem já experimentou isso... Tenho cara de homicida?

Não, senhor, naturalmente que não — Tom apressou-se a responder. — Desculpe... Não pretendi ofender o senhor...”.

Tudo bem, tudo bem, eu não me ofendi — respondi bruscamente. — É natural sentir alguma curiosidade por essas coisas... Bruxos de certo calibre sempre se sentiram atraídos por este aspecto da magia...”.

Sim, senhor. Mas o que não entendo... Só por curiosidade... Quero dizer, será que uma Horcrux serve para alguma coisa? Pode-se dividir a alma apenas uma vez? Não seria melhor, fortaleceria mais a pessoa, se ela dividisse a alma em várias partes? Quero dizer, por exemplo, sete não é o número mágico mais poderoso, será que sete...?”

Pelas Barbas de Merlin, Tom — exclamei. — Sete! Já não é bastante ruim pensar em matar uma pessoa? E em todo o caso... Bastante ruim romper a alma uma vez... Mas rompê-la em sete partes...”.

— Fiquei perturbado. Fitava o garoto como se nunca o tivesse visto direito. Estava começando a me arrepender de ter entrado naquela conversa que acabou prejudicando a muitos e a todos no futuro.

É claro — murmurei. — Isto é uma hipótese, o que estamos discutindo, não é mesmo? Uma questão acadêmica...”.

É claro que sim, senhor... — completou Riddle de imediato.”

Ainda assim, Tom... não repita para ninguém o que eu disse... ou seja, o que discutimos. As pessoas não gostariam de pensar que estivemos conversando sobre Horcruxes. É um assunto proibido em Hogwarts, sabe... Dumbledore é particularmente rigoroso nisso...”.

Não direi uma palavra, senhor — prometeu, ou mentiu Tom, se retirando da sala, eu o vi esboçando um sorriso, um sorriso com uma felicidade imensa.”

— Desde então, me arrependi de ter dito e explicado aquilo para ele. Nunca voltei a tocar sobre esse assunto, só lhe contei hoje a pedido de Alvo, que sabia de tudo, para assim lhes ajudar — concluiu Slughorn, que depois, ficou em completo silêncio, em seu lugar.

Todos estavam perplexos. Seria possível tamanha falta de humanidade? Seria possível alguém matar diversas pessoas inocentes ou não para dividir e selar parte da própria alma num objeto, ou animal. Pensavam eles.

— Quer dizer que, para destruir Você-Sabe-Quem, torná-lo mortal como antes, devemos destruir essas Horcruxes? — perguntou Rony.

— Sim, Rony — respondeu Dumbledore colocando um anel sobre a mesa. — Tom fez exatamente sete Horcruxes, felizmente, duas já foram destruídas.

 — Mas como? — perguntou Harry.

— Uma você já destruiu Harry — respondeu Dumbledore. — O diário de Tom Servolo Riddle — Gina, que estava sentada ao lado do Menino Que Sobreviveu, estremeceu, e as lembranças do incidente na Câmara Secreta ainda lhe atormentavam.

— E eu — continuou Dumbledore —, no período em que fiquei fora de Hogwarts graças a Umbridge, eu pesquisei as possíveis Horcruxes e suas localizações, e acabei destruindo uma, o Anel de Servolo Gaunt, o avô por parte de mãe de Voldemort. Esse anel que está sobre essa mesa é a segunda Horcrux destruída.

Todos olhavam para aquele minúsculo Anel. Não aparentava mais possuir magia negra contida dentro dele. Agora, era um anel inútil.

“Entre as possíveis Horcruxes, temos a serpente Nagini, o que explica a aparência ofídica do Lorde das Trevas, pois, quando se usa um animal como Horcrux, o bruxo recebe as características físicas do animal. O Medalhão de Salazar Slytherin e a Taça de Helga Hupplepuff, ambos sendo objetos lendários de dois fundadores da escola, mesmo perdidos, são possibilidades.”

— Ótimo! — exclamou Harry se levantando repentinamente. — O que estamos esperando? Vamos começar a procurar logo essas Horcruxes, quanto mais rápido, melhor!

— De fato, Harry — concordou Dumbledore. — Contudo, não tenho a certeza completa da localização e quais são as Horcruxes. Devemos ter a calma, creio que em breve começaremos. Estarei relacionando uma lista com a equipe que me acompanhará na Caça as Horcruxes.

Dumbledore suspirou, encarou a todos com um olhar de cansaço, e concluiu.

— Fim de reunião. Estão todos dispensados.




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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado.
Comentem, pois assim eu ganho mais motivação e posto mais rápido.
Até mais.
Abraço.



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