Kurt Hummel, O Mediador. escrita por BabyMurphy


Capítulo 24
Capítulo 24


Notas iniciais do capítulo

Não é quarta, mas tem OM.
Capítulo especial para a Lyandra Linda.



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24

– Tudo bem, você precisa de mais água. – Ele colocou o cantiu em minhas mãos novamente. – Bateram na sua cabeça?

– Eu não estou mentindo. – Larguei o cantil no chão e me pus de pé.

Pardon, Monsieur Hummel, mas isso é humanamente impossível. – Ele sorriu e também se pôs de pé.

– Não, não é. Eu sou do futuro e eu vim aqui com o propósito de te ajudar. – Minha voz estava ficando esganiçada devido a irritação.

Ele ficou me encarando durante um tempo. Provavelmente pensando porque teve de subir as escadas ou em como se livrar de mim. Ele estava sério, o cenho franzido. Será que estava tirando um diagnóstico?

– Aqui, se eu não fosse do futuro como teria isso? – Lhe mostrei a pequena foto que roubei do Museu.

Mon Dieu. – Ele arrancou-a das minhas mãos. – Como conseguiu isso?

– Isso não vem ao caso agora. – Disse tentando pega-la de volta.

– Somente minha noiva tem uma dessas. – Era visivel a irritação em seu rosto.

Eu deixei meus ombros se curvarem, os olhos cairem e acabei me sentando. Não pela expressão maníaca de Blaine, mas porque ele chamou Tina de noiva e não podia existir nada que me machucasse mais.

– Já entendi. – Fui surpeendido com sua voz. – Tina te mandou aqui, não foi?

– N-Não. – Minha voz agora estava falhando.

– Claro que foi ela. – Ele começou a caminhar de um lado para o outro. – Ela não quer se casar comigo, então resolveu mandar um garoto bobo aqui para me fazer mudar de ideia. – Meu coração pulou quando ele disse “garoto bobo” e não foi de emoção. – A avise que isso não é necessário, não quero me casar com ela de qualquer jeito. – Ele me jogou a foto.

– Eu não vim em nome da TINA! – Gritei e ele se assustou. – Vim aqui te salvar, um homem vai tentar te matar essa noite. EU VIM AQUI DIZER PARA VOCÊ IR EMBORA E SE SALVAR. – Minha respiração estava desregular. – Por favor, Blaine, pelo seu bem. Acredite em mim.

– Você não esta bem, vou lhe levar em um médico. – Ele segurou me braço.

De repente uma lampada apareceu sobre minha cabeça e clareou minhas ideias. Bem, no sentido figurado. Eu estava no passado não em um desenho animado.

– Isso, médico. – Estalei os dedos.

– É uma ótima ideia, não? Vamos. – Ele me puxou até a escada.

– Não, você quer ser médico. – Ele me soltou e me olhou surpreso.

– C-Como? – Ele deu um passo para trás e quase caiu da escada, mas eu lhe segurei em tempo.

Quando o puxei, lhe impedindo de cair, acabamos ficando muito próximos. Eu queria beija-lo, só para saber como é o beijo dele vivo. Mas eu não podia. Eu conseguia sentir sua respiração. O peito subindo e descendo rapidamente. Eu lhe soltei aos poucos.

– Eu não contei pra ninguém sobre isso. – Ele sentou no chão, ao lado de um monte de feno.

– Você contou para mim. – Ajoelhei-me na sua frente. – Blaine, eu sou o que chamam de mediador...

– Um guia? – Ele arqueou uma sobrancelha e eu ri.

– Mais ou menos isso, um guia. – Ele continuava confuso. – Porém de fantasmas. Eu consigo vê-los, falar com eles, tocar neles... beijar eles. – Sussurrei a última parte. – Eu vou morar nessa casa, - Apontei na direção da pensão. – daqui 150 anos, e você vai estar no meu quarto.

– Como isso é possível, eu provavelmente já vou estar morto... – Ele parou e então olhou para o chão.

– Você vai ser um fantasma. – Coloquei as mãos sobre seus joelhos. – E eu vou ter que te ajudar a seguir em frente. Mas eu não sei como, então esse outro mediador, o que me amarrou aqui, - Sinalizei o lugar onde ele havia me encontrado. – ele voltou aqui para te salvar, eu voltei atrás dele, para impedir ele.

– Impedir ele? – Os olhos dourados estavam brilhando. – Isso quer dizer me matar?

– É, mas quando vi você... Eu não posso fazer isso, por mais doloroso que seja. Por isso estou lhe avisando, vá embora. Tina quer matar você e ela vai conseguir. – Ele fitou o chão por alguns segundos.

– Por que mudou de ideia? – Eu tirei as mãos de seus joelhos e me levantei.

– É complicado. – Virei as costas para ele e sentei onde antes estava amarrado. – Apenas fuja.

– Não. – Ele se levantou. – Agora que você me avisou eu tenho como me defender.

– Não, Blaine. Vá embora. Por favor. – Meus olhos começaram a arder e então senti as lágrimas quentes nas minhas bochechas.

– Você volta no tempo por todos os fantasmas? – Eu havia escondido meu rosto entre as mãos e apoiado os cotovelos nos joelhos.

Eu fiquei quieto. Pude ouvir seus passos, mas não sabia em que direção. Tirei as mãos do rosto para abraças meus joelhos e esconder o rosto nos mesmos. Eu estava olhando na direção oposta de onde ele estava.

– Não. – Sussurrei. – Você é um caso especial.

Então eu olhei e vi que ele não estava mais lá. Agradeci por isso. Olhei para o andar de baixo e pude vê-lo falando com o cavalo. Limpei as lágrimas e me pus de pé. Usei o lenço de Blaine, que estava no chão ao meu lado. Eu podia jurar que ele não estava ali quando me sentei.

Eu estava secando o rosto quando ouvi um barulho na porta. Será que ele me ouviu e resolveu ir embora? Mas então eu olhei e vi um homem forte, alto e de olhos puxados. Só podia ser Mike Chang vindo cumprir seu trabalho.

Meu sangue gelou e eu comecei a tremer. Blaine cumprimentou o rapaz e olhou para cima. Nossos olhares se encontraram e pela expressão que ele fez em seguida, ele entendeu que Mike era seu assassino. Ou ele apenas leu minha expressão de pavor.

Ele disfarçou conversando com Mike, então ele subiu até onde eu estava.

– É ele? – Ele sussurrou ao meu lado e eu concordei com um aceno.

O asiático também subiu as escadas e ficamos os três parados nos olhando. Mike franziu o cenho enquanto me encarava e eu dei alguns passos para trás. Ele colocou a mão em seu cinto e de lá tirou uma faca. Não era uma grande faca, mas poderia causar grandes estragos.

– Quem é seu amigo, Blaine? – Blaine baixou o olhar e percebeu a arma nas mãos de Mike.

– Ninguém que realmente importe. – Ele deu de ombros. – Vamos, Mike, diga o verdadeiro motivo de vir aqui.

– Simples. – Ele sorriu e então atacou.

Eu não devia ser pego de surpresa, mas fui. Dei um pulo quando vi Mike atacando Blaine por todos os lados. Foi muito aterrorizador. Só não foi pior porque Blaine sabia se defender. Ele desviou de cada golpe que Mike fez.

O asiatico acabou perdendo sua faca, que Blaine atirou para o andar de baixo. Porém ele não perdeu tempo, pegou um ferro que estava entre os fenos, mas com isso ele derrubou alguns galões. Assim que eles viraram um cheiro forte tomou conta do local e eu sabia que aquilo era inflamável.

Blaine pegou um pedaço de madeira para impedir que o ferro lhe cortasse. Aos poucos o asiatico foi perdendo a liderança da luta para Blaine, que logo estava sobre Mike, pressionando a madeira em seu pescoço.

Mas é claro que a luta não seria tão fácil. Mike logo derrubou Blaine e subiu nele, o imobilizando e colocando a ponta do ferro em sua garganta. Quando ele fez essa pequena reviravolta na luta ele acabou derrubando mais latas do produto inflamável que cairam no andar de baixo.

Logo uma fumaça começou a subir e um cheiro muito forte de queimado. Eu soltei um grito, o que chamou a atenção de Mike e permitiu que Blaine o derrubasse e conseguisse levantar. Os dois estavam de pé, prontos para se atacarem.

O fogo começou a se alastrar e chegou ao segundo andar fazendo uma linha divisória entre Blaine e eu.

– KURT! – Pude ouvir a voz de Sebastian. Ele consguiu subir as escadas que agora começavam a ceder. Ele parou ao lado dos dois rapazes com as armas em mãos. Seus olhos me pediram uma explicação, mas eu não conseguia falar.

A fumaça estava começando a me deixar sem ar. Blaine olhou para Sebastian e depois para mim. Então ele chutou Mike na barriga que caiu no andar de baixo em meio as chamas. Ouvimos gritos, mas nenhum dos dois se importou. Estavam preocupados demais comigo.

– Kurt, volte, agora. – Sebastian gritou e eu entendi.

Eu devia voltar para o nosso tempo, e lá estaria a salvo, mas eu não podia deixar Blaine nesse celeiro. Ele iria morrer. Eu peguei toda a força que eu tinha, não era muita, mas foi o suficiente para abrir um buraco na parede.

– Vamos pular. – Gritei.

– Você ta maluco? – Sebastian começou a caminha na minha direção.

Eu fui até o buraco e pensei em casa. Pulei e senti um puxão na minha blusa. Comecei a sentir o vento da queda no rosto e então o baque do chão. O cheiro de fumaça tinha ido assim como o calor insuportável.

Olhei para o céu, as estrelas. Respirei fundo e logo minha visão do céu noturno foi ofuscado pelo rosto de Sebastian. Ele estava com uma expressão preocupada.

– Você está bem? – Ele estava ajoelhado ao meu lado.

– S-Sim. – Ele me colocou sentado e então eu comecei a tossir.

– Kurt, você pe maluco. – Ele sentou e passou a mão pelos cabelos.

Eu estava olhando para o chão, tentando tirar toda a fumaça de meus pulmões. Nós estavamos em casa. Haviamos conseguido. Só espero que Blaine também tenha conseguido sair de lá.

– Hã.. Kurt? – Ele me chamou e eu lhe encarei. – O que eu disse sobre trazer coisas do passado? – Franzi o cenho e percebi que ele estava olhando para algo atrás de mim.

Foi então que eu olhei para o corpo inerte às minhas costas. Os cachos sujos de fuligem, a roupa chamuscada. Droga, Kurt, o que você fez?


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Notas finais do capítulo

WOOOOOW KURT, O QUE VOCÊ FEZ?
Então, mereço reviews?
Se tudo ocorrer como o planejado, quarta posto de novo, e acho que vai ser o último. :(
até quarta, xoxo.



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