O Que É Amor? escrita por Koya


Capítulo 2
Garoto dos meus olhos


Notas iniciais do capítulo

Oláaa, mais um capítulo desta fanfiction doce ♥
Espero que gostem, eu mesma betei, então já sabem! Boa leitura.



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Quando fui para o Ensino Médio, percebi que minha timidez não era só coisa de criança. Eu continuava tentando parecer invisível, e se minha mãe estivesse lá, a barra da saia dela seria uma boa rota de fuga. Com isso, eu me sentia sempre sozinha. Já não pensava mais em Neji como antes. No momento, eu só queria ser uma garota normal. Queria passar uma noite com as minhas amigas, queria fofocar, queria ir a festas e beijar alguns garotos. Eu era bem desinibida, na verdade... Mentalmente, é claro. Naquela época, eu tinha duas colegas de classe que achavam que tínhamos algum tipo de amizade. Elas não faziam o meu tipo. Na maior parte do tempo eu só caminhava ao lado delas e ouvia as besteiras que diziam. Dificilmente falava alguma e não sabia por que faziam o esforço de andar comigo. Quer dizer, eu devia ser mesmo um saco. Era bom, de alguma forma. Ao menos eu não aparentava ser tão sozinha como realmente era.



–xx-



– Hina! – eu sempre me assustava quando Ino me chamava. Isso porque eu estava sempre distraída e também porque ela gritava, não importava que horas fosse.



– Oi... – eu me lembro de sempre responder com um meio sorriso. Talvez ela gostasse, porque sempre abaixava o tom.



Sakura apareceu em seguida, com um sorriso que eu sempre desconfiei. Não preciso dizer que nunca errei um palpite sobre esse sorriso, preciso? Às vezes elas me incluíam em seus papos bestas, mas eu geralmente não dava atenção.



– Sabe o que arranjamos pra você? – eu não era boa em adivinhação, então não disse nada. Ela sempre me fazia esse tipo de pergunta, era óbvio que eu não sabia a resposta. E ainda assim, sempre revirava os olhos quando eu não respondia.



– Um cara! – Sakura nunca foi muito paciente.



– O que? – perguntei, me corando (como era de lei).



– Um cara. Pra você beijar, sabe? Nunca te vi com ninguém então achei que seria uma boa.



Ah, claro que achou.



– Eu acho que... Não é uma boa.



– Qual é Hina?! Ele é do terceiro e é um gato! Um gato mais velho que eu adoraria pegar pra mim e estou deixando pra você! Ele é repetente e me parece muito rebelde sem causa! – Ino era muito fácil quando o assunto era garotos. Ela tinha uma má fama no colégio e uma pessoa como eu andar com ela era sempre um contraste imenso. Não que ninguém me notasse.



– Não faz muito o meu tipo...



– Não que você esteja em condição de escolher, virgem Maria.



Eu não sabia qual era a verdadeira personalidade de Sakura. Até hoje, que ela está mais “estável” mentalmente, ainda me confunde. Nos tornamos grandes amigas e com o passar dos anos aprendi a respeitar nossas diferenças. Naquele dia, foi graças a ela que eu te reencontrei.



– Tenho certeza que eu vou te convencer até o final do dia. – Sakura havia mudado de um “virgem Maria” quase ofensivo para um sorriso estonteante. Pois é, várias personalidades.



– Deixando isso de lado... – Ino estava com os olhos brilhando – eu ouvi dizer que tem um aluno novo na sala do futuro bofe da Hina.



– Eu não tenho um bofe...



– É por isso que é futuro, conte comigo! - Eu dou risada quando lembro da cara da Ino me dizendo isso. Ela parecia querer me consolar, mas eu não estava triste.



– Ah! – Sakura de repente pareceu lembrar de algo importante. – Eu ouvi falar desse cara, acho que o nome dele é... Qual é mesmo?



Não sei se era algo do destino, ou de um deus do amor que queria sacanear comigo, mas em todo caso, naquela hora eu sabia que tinha que prestar atenção naquele assunto, mas por quê? Eu quase nunca prestava mesmo. Eu tinha um peso no meu coração como aqueles pesos que você sente quando está prestes a ouvir uma notícia ruim. Não que eu achasse que ia receber uma notícia ruim; eu só estava com um forte pressentimento. Eu queria ouvir qual era o nome daquele garoto. Era como se eu já soubesse de quem se tratava, só estava esperando uma confirmação. Como eu poderia saber? Ninguém tinha me falado.



– Acho que começava com K...



– K? – Sakura perguntou, pouco convencida. Eu tive que esperar alguns instantes até que os pensamentos dela se organizassem em sua cabeça. – Lembrei! – E nesse instante, meu coração falhou.



– Em que sala ele está? – Agora, quando me lembro dessa conversa, eu me sinto grata ao meu nervosismo por ter me impedido de ouvir o nome antes de saber de que sala era.



– Está na primeira sala do terceiro andar, acho... Foi lá que falamos com o bofe da Hina, Ino? – Sakura estava distraída e não notou que eu estava nervosa. Ainda bem, do contrário ia me lotar de perguntas, eu era sempre tão morna. – Seu nome é Neji.



Eu me sinto grata ao meu nervosismo por ter me impedido de ouvir o nome antes de saber de que sala era. Isso porque fui impulsiva e saí correndo para sua sala. Me lembro de olhar para o relógio uma só vez e correr mais rápido ao ver que só faltavam cinco minutos para o fim do intervalo. Eu achei sua sala. Eu te achei. Eu sabia que era você mesmo antes de ouvir seu nome. Meu coração me dizia que era você. E quando parei na sua porta, vi um garoto vindo na minha direção. Eu já tinha visto esse garoto andando pelos corredores, e algumas vezes ele até ia a minha sala porque o irmão dele estudava lá. Apesar das roupas desajeitadas e de um olhar muito perturbador, ele me pareceu gentil no primeiro momento. Mas eu desviei meu olhar, não tinha tempo pra nada além de te achar.



– Oi! - foi só o que ele disse enquanto eu tentava desviar meu olhar para olhar dentro da sala,



– Oi... – respondi. Quem sabe assim ele saía?



– Aquela garota loira me disse que era sua amiga. Não achei que fossem, são tão diferentes. Ela te trouxe até mim, afinal. – ele me viu aérea demais, mas não pareceu ligar, tenho até a impressão de que ele sorria todo o tempo. – Vai ter um evento aqui na escola, aqueles festivais de primavera que tem todo o ano. E aí, vamos?



Não respondi. Eu não estava interessada. Ele só saiu da minha frente – não sem soltar um “espero uma resposta” antes quando alguém chamou “Itachi” para dentro da sala. Fiquei um pouco perdida por alguns segundos, ligando os fatos. Então Itachi era o tal cara que elas haviam arranjado? Não me parecia uma moa ideia mesmo! Ele era maduro demais pra mim. E também, agora eu estava concentrada em um desejo antigo que retornou como uma bomba explodindo dentro de mim. Esse desejo consistia em estabelecer uma relação com você. Queria que meu primo sentisse algum tipo de afeto por mim, é natural. Mas você não era fácil. Você não é.



– Neji... – eu sussurrei de forma imbecil quando você olhou pra mim.



Você estava sentado na ultima fileira e mesmo assim eu consegui perceber que seu olhar não havia mudado. Continuava carregado de sentimentos negativos. Você, no entanto, veio até a porta e me mediu de cima a baixo. Eu me senti incomodada, mas não disse nada, eu estava fazendo o mesmo. Você estava alto e muito bonito. Seus cabelos estavam mais compridos, o que foi uma surpresa, já que eu podia jurar que haveria o mesmo contraste que o meu. Quer dizer, minha mãe mantinha o meu curto, e sua mãe mantinha o seu longo. Pensei que depois de quase dez anos os seus estariam mais curtos, já que os meus estavam longos. Era um pensamento bobo e infantil, mas eu nunca tive muito contato com você, então não tinha como ter pensamentos formulados de uma forma menos boba. Senti que seus olhos me chamavam, então parei de te medir.



– O que você quer?



– Então você lembra de mim? – eu esperava mais de mim mesma. Mas não conseguia estabelecer um diálogo decente.



– Hinata – me chamou com aquela voz séria.



– Oi?



– Não quero falar com você aqui. Não quero falar com você em lugar nenhum. Para de fingir que vamos conseguir ser amigos porque não vamos.



Eu não pude responder. Você virou as costas e me deixou falando sozinha. Não que eu fosse falar alguma coisa depois disso. Eu sairia correndo, mas não quis ser tão babaca quanto estava parecendo. Eu parecia mesmo uma garotinha assustada de olhos arregalados na porta da sua sala. Eu te vi sentar e continuar me encarando como se nada tivesse acontecido. Até hoje eu acho que você podia ter desviado seu olhar. Me ver boquiaberta e sem reação foi cruel. Só parei de te olhar quando Itachi apareceu de novo na minha frente.



– Acho que... Podemos ir juntos.







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Notas finais do capítulo

E então? Espero vocês no capítulo três! Beijos *-*



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